09 dezembro 2023

"O Jogo da Invocação": sobreviva ou pague o preço

Uma faca amaldiçoada torna uma família refém do demônio, vivendo uma situação, sem saída, de medo e terror
(Fotos: Diamond Films)


Filipe Matheus


Imagine ouvir uma voz macabra que chama seu nome o tempo todo. Esta é a sensação provocada pelo filme de terror "O Jogo da Invocação" ("All Fun And Games"), que está em cartaz nos cinemas e vai deixar você com muito medo e provocar arrepios.

No longa, adolescentes de Salem se envolvem num jogo e acabam libertando um demônio preso em uma faca amaldiçoada. O grupo é forçado a participar de versões malignas de jogos infantis e terá que fazer de tudo para sobreviver a essa partida mortal.


Os irmãos Jonah (Benjamin Evan Ainsworth), Marcus (Asa Butterfield) e Billie (Natalia Dyer), agora com um demônio à solta, vão buscar por sobrevivência. É a única esperança que lhes resta. Parar de jogar não é uma opção.

Medo, ansiedade, vozes e as cenas macabras dão vontade de sair correndo do cinema. Situações semelhantes a lendas urbanas, em que o personagem não sabe o que fazer quando encontra um ser aterrorizante.


Asa Butterfield ("O Lar das Crianças Peculiares" - 2016) tem uma atuação impecável e demoníaca, especialmente com a marca na testa. O ator mostra que sabe trabalhar de diferentes maneiras. 

Os demais integrantes do elenco também cumprem bem seus papéis, ajudando a envolver ainda mais o espectador no ambiente de pânico e desespero.

Uma falha no enredo é a pouca exploração dos jogos, o que ajudaria o público a compreender melhor a história e a sentir mais medo ao assistir o filme. Mas se você gosta de filmes de terror, não pode deixar de conferir "O Jogo da Invocação", porque se desistir do game não sobrevive.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Eren Celeboğlu e Ari Costa
Distribuição: Diamond Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h16
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: terror, suspense

07 dezembro 2023

"Wonka" - Uma comédia musical colorida e com muita magia, mas que poderia ser mais curta

Timothée Chalamet interpreta o jovem que criou a maior e mais fantástica fábrica de chocolate do cinema (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


Antes de sua estreia na segunda parte de "Duna", Timothée Chalamet poderá ser visto no cinema, a partir desta quinta-feira, como protagonista da comédia musical "Wonka", dirigida por Paul King. O filme conta a origem do jovem Willy Wonka que criou "A Fantástica Fábrica de Chocolate", que se transformou em dois filmes de sucesso - o de 1971, com Gene Wilder, e no remake de 2005, com Johnny Depp. Mas não espere a mesma linha nesta produção. 

O diretor deste prequel explorou bem as cores, fez um ótimo trabalho no figurino e na reprodução de época e trouxe de volta a música-tema "Pure Imagination", maior referência às produções passadas, além de uma trilha sonora com algumas canções bem chicletes, como a dos Oompa-Loompas. 


Mas os personagens secundários, especialmente os vilões, são caricatos, e alguns até dispensáveis, como a turma da lavanderia. A história deixa muitos pontos soltos e que sequer foram mencionados ou estão relacionados nas versões passadas. Até por que, os diretores eram outros, com outras linhas de abordagem. A começar por Tim Burton, em 2005.

Timothée Chalamet interpreta Willy Wonka, criador de chocolates perfeitos, com gostos e ingredientes exóticos, como um feito com leite extraído de girafa. O ator, que também canta na produção, é um jovem simples, sonhador e que fazia mágicas. 

Criado com amor pela mãe (Sally Hawkins), Willy acredita na honestidade das pessoas e vai enfrentar muitos obstáculos e inimigos para conseguir realizar seu sonho de fabricar seus doces. Completamente diferente dos personagens adultos e cheios de traumas interpretados por Wilder e Depp.


A turma de coadjuvantes é formada por nomes conhecidos e premiados do cinema, como Olivia Colman, que apesar de fazer o papel da dona do hotel que transforma seus "hóspedes" em escravos, está engraçada em alguns momentos. Mas as cenas com o ajudante (papel de Tom Davis) não acrescentam em nada e só ajudam a aumentar a duração do filme, que poderia ter no máximo 1h30 e não quase 2 horas.

Hugh Grant ("Dungeons & Dragons - Honra entre Rebeldes" - 2023) dá vida ao Oompa-Loompa laranja de cabelo verde, com carregado sotaque britânico. Ele está muito bem, mas o CGI para transformá-lo em um anão é bem questionável e chega a incomodar. A escolha do ator chegou a gerar polêmica, uma vez que os pequenos ajudantes de Wonka sempre foram interpretados por pessoas com nanismo.


Outro britânico que marca presença na parte hilária é Rowan Atkinson (o eterno "Mister Been"), como o pároco local que é chocólatra. Os trejeitos e as caras engraçadas de outros filmes de sua carreira são sua marca registrada e se repetem neste longa. O trio divertido é completo por Keegan-Michael Key, como o chefe de polícia, viciado em chocolate, que vende até a alma por uma caixinha do doce. 

Outro trio que entrega algumas situações engraçadas é o de vilões milionários que dominam o comércio de chocolate na cidade, formado por Mathew Baynton (Fickelgruber), Matt Lucas (Prodnose) e Paterson Joseph (Slugworth). 


"Wonka" é uma comédia musical baseada no clássico livro "A Fantástica Fábrica de Chocolate", do escritor britânico Roald Dahl, e que se não fosse o nome do personagem principal, pouco lembraria as produções anteriores homônimas à obra literária. 

O filme entrega algumas boas mensagens e muita fantasia que vão agradar as crianças, assim como a presença de Chalamet é um atrativo para os fãs do ator. O longa tem, como seu maior destaque, as cenas em que Willy distribui seus chocolates e a abertura de sua loja. Puro encantamento.


Ficha técnica:
Direção: Paul King
Produção: Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h56
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: fantasia, musical, comédia, família, aventura
Nota: 3,7 (0 a 5)