03 julho 2025

"Jurassic World: Recomeço" é tentativa de resgatar a essência da franquia criada por Spielberg

Produção traz novos e antigos dinossauros, locações espetaculares e Scarlett Johansson
como protagonista (Fotos: Universal Pictures)
 
 

Maristela Bretas

 
Uma superprodução com grandes efeitos visuais, cenários deslumbrantes e o protagonismo entregue a Scarlett Johansson para tentar resgatar a essência do clássico que deu origem a uma das mais marcantes franquias do cinema. Este é "Jurassic World: Recomeço" ("Jurassic World: Rebirth"), que estreia nesta quinta-feira.

Para garantir o sucesso do longa, o próprio Steven Spielberg, que dirigiu o filme original, retorna como um dos produtores executivos. A direção é de Gareth Edwards, conhecido por títulos como "Godzilla" (2014) e "Rogue One: Uma História Star Wars" (2016) e "Resistência" (2023). 


O novo filme funciona como uma espécie de "reboot" da franquia iniciada em 1993. No entanto, mesmo com o inesquecível tema de John Williams na trilha sonora, não consegue causar o mesmo impacto do original.

Apesar disso, "Jurassic World: Recomeço" oferece emoção, ação, um elenco totalmente novo, aventura, dinossauros colossais e até um pequeno e simpático animal, todos criados em CGI que já valem o ingresso. A cena com os titanossauros é uma das mais emocionantes. 


Entre os pontos negativos está uma criatura, resultado de experiências genéticas, que tem a aparência de um tiranossauro com cabeça de uma baleia-beluga desfigurada. Ele é pouco assustador e sem propósito. Ainda bem que o velho e terrível T-Rex está lá para garantir ótimas cenas de ataques e mostrar quem (ainda) é o rei da ilha.

Outro tropeço foi a escolha do vilão humano, previsível e bem clichê desde a sua primeira aparição bem clichê. Deixa claro que será o personagem oportunista, que só quer se dar bem e não importa com o que acontecerá com o restante da equipe.


A história se passa cinco anos após os eventos de “Jurassic World: Domínio” (2022). Os dinossauros estão novamente ameaçados de extinção após a convivência com os humanos em ambientes de extrema poluição das grandes cidades.

Alguns sobreviventes são preservados isolados na ilha tropical, onde o clima é mais favorável à sua existência e onde tudo começou. Lá ainda estão as antigas instalações da InGen destruídas no passado e onde eram realizadas as experiências genéticas.


Uma equipe de mercenários recebe a missão de coletar amostras de DNA das três criaturas mais colossais da terra, mar e ar, com o objetivo e desenvolver um novo medicamento que poderá salvar milhares de vidas. 

Apesar de achar que conhece os perigos da ilha habitada por animais pré-históricos, o grupo liderado pela agente de operações especiais Zora Bennett (Scarlett Johansson) não estava preparado para enfrentar uma natureza tão selvagem e seus novos habitantes geneticamente alterados.


Paralelamente à missão científica, acontece a história de uma família que se vê envolvida com os caçadores de DNA e os monstros pré-históricos. 

Fica aqui a seguinte pergunta: o que essas pessoas estão fazendo ali, viajando num veleiro pelos trópicos por águas extremamente perigosas, em uma área habitada por animais perigosos? Como nos demais filmes da franquia, sempre há um civil ou parente para criar um novo problema.

Scarlett Johansson está muito bem no papel, cruzando rios, escalando montanhas e combinando beleza e letalidade. Sua personagem é uma mistura da Lara Croft interpretada por Angelina Jolie em "Tomb Raider" (2001), com "Viúva Negra" (2021).


Dividem o protagonismo com ela, Mahershala Ali, como o mercenário Duncan Kincaid, e Jonathan Bailey, no papel do paleontólogo Henry Loomis, especialista no habitat das criaturas. Ambos entregam ótimas atuações. 

O elenco conta ainda com Rupert Friend (o empresário Martin Krebs); Luna Blaise (Teresa Delgado); Manuel Garcia-Rulfo (o pai dela, Reuben); Audrina Miranda (a irmã, Isabella) e David Iacono (o namorado, Xavier). 

Na equipe de Zora estão os mercenários interpretados por Ed Skrein (Atwater), Philippine Velge (Nina) e Bechir Sylvain (LeClerc).


Um dos destaques do filme são as locações, gravadas em sua maioria na Tailândia. São imagens espetaculares de florestas, montanhas, do pôr do sol e das cachoeiras. Elas foram feitas em diferentes parques nacionais do país, como o Ao Phang Nga e o Khao Phanom Bencha.

A produção também utilizou os tanques gigantes do Malta Film Studios, na cidade de Kalkara, em Malta, e o oceano da região para as sequências aquáticas. As gravações em estúdios foram realizadas no Sky Studios Elstree, em Londres, para as cenas internas, e tomadas externas em Nova York.

Mesmo tendo trazido de volta o roteirista do primeiro Jurassic Park, David Koepp, o enredo deixa a desejar. Ainda bem que as atuações e os dinossauros salvam a história. 


Os ataques, tanto em terra quanto na água, são muito bem construídos e empolgantes. Sem contar a presença de velhos conhecidos da franquia, como o T-Rex e os velociraptors.

"Jurassic World: Recomeço" reúne vários ingredientes para agradar aos fãs: ação, nostalgia, dinossauros impressionantes e uma produção visual de alto nível. 

Não é uma sequência direta de "Domínio" e nem um remake do filme original (ainda o melhor de todos), mas entrega uma experiência digna de ser conferida na telona.


Ficha técnica:
Direção:
Gareth Edwards
Roteiro: David Koepp
Produção: Amblin Entertainment e The Kennedy/Marshall Company
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h13
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura

Nenhum comentário:

Postar um comentário