08 novembro 2015

"Olmo e a Gaivota" vale a reflexão sobre o tabu da maternidade

Documentário acompanha a tragetória da gravidez do casal de atores Olivia Corsini e Serge Nicolai (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Há uma certa complexidade em "Olmo e a Gaivota", filme em cartaz no Cine Belas Artes (16h10 e 20h), que mostra os dilemas e descobertas de um casal de atores que é pego de surpresa com a gravidez dela em pleno processo de ensaio de "A Gaivota", de Tchekov. Advinha quem interrompe o trabalho? A atriz, claro. Proibida de atuar e obrigada a um repouso forçado sob pena de perder o bebê, ela também se vê impossibilitada de viajar com a trupe para se apresentar em uma sonhada turnê em Nova Iorque, enquanto ele segue sua vida e sua carreira. Afinal, a gravidez é da mulher.

Primeiro é preciso dizer que trata-se de um documentário. Aliás, um documentário construído, como gosta de dizer a diretora Petra Costa, belo-horizontina que dividiu o comando das câmeras com a dinamarquesa Lea Glob. A gravidez real do casal de atores do Théâtre du Soleil, Olivia Corsini e Serge Nicolai, é acompanhada durante todo o processo, nos seus nove meses de limitações, direitos e deveres. Em certo momento, aborrecida por ter que passar um longo período em casa, Olivia diz ao parceiro algo como: "O bebê é nosso. Só que, neste momento, é em mim que ele está".

"Olmo e a Gaivota", embora questionador, é delicado. E as duas diretoras participam, em off, fazendo perguntas e questionando a atriz durante todo o filme. Quase uma análise. E caiu muito bem a forma como foi tratado o tema da maternidade, um tabu na nossa sociedade: na fronteira entre ficção e realidade. 

A dubiedade, aliás, está presente em todo o filme. A maternidade seria algo entre o olmo e a gaivota. O primeiro, uma árvore querendo fincar raízes. A segunda querendo voar.




Em tempos de Cunhas e Felicianos, que insistem em politicar, legislar e dar ordens sobre o corpo feminino, vale a reflexão de "Olmo e a Gaivota", que trata do tabu da maternidade, 

O drama documentário foi vencedor dos prêmios Dordic:Dox do Festival de Copenhagen, de Melhor Documentário pelo júri oficial do Festival do Rio e do Júri Jovem Seleção Oficial do 68º Festival del Film Locarno.Em versão legendada, o filme tem duração de 1h27 e classificação de 12 anos.

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06 novembro 2015

"O Último Caçador de Bruxas" é filme para atrair fãs de Vin Diesel


Maristela Bretas


Sem fugir da linha da pancadaria, Vin Diesel se arrisca interpretando um herói imortal surgido na Idade Média em "O Último Caçador de Bruxas" ("The Last Witch Hunter"). Mas o filme é bem fraco de enredo e pega carona no sucesso conquistado pelo ator como Dominic Toretto, da franquia "Velozes e Furiosos", para atrair os fãs ao cinema.

Se aprofundar um pouco, vai ver que a produção deixa muito a desejar e desperdiça o talento de Michael Caine e Elijah Wood, coadjuvantes que dão sustentação a Diesel, um ator que demonstra mais facilidade para cenas de porrada e tiro do que para as que exigem mais falas. Até porque, os fãs que assistem a seus filmes não estão atrás de um ator shakespeariano.

E olha que Elijah Wood (que marcou sua carreira com a franquia "O Senhor dos Anéis") fez um papel tão apagado que só justifica sua presença nas cenas finais. Michael Caine, como sempre, por onde passa, deixa seu toque e se destaca como o padre que sabe dos segredos do personagem de Diesel.

O certo é que "O Último Caçador de Bruxas" está funcionando para o que veio, atraindo milhares de fãs no mundo inteiro que querem ver Vin Diesel de novo na telona. E já que é assim, então o ideal seria explorar os efeitos especiais. Mas não foi o que aconteceu. Um filme com bruxas, caçadores medievais e monstros tem ingredientes suficientes para fazer uma poção de sucesso. Mas até aí faltou mais criatividade do diretor e da equipe responsável. Bola fora.

Mas nem tudo está perdido: tem porrada, sim, tem tiro, sim, tem mulher bonita e o Vin Diesel pega, sim. Falta o que para deixar os fãs satisfeitos e correrem para garantir seus lugares nos cinemas? Uma boa trilha sonora. E Ciara, interpretando “Paint It Black”, dos Rolling Stones, nos créditos finais, ajuda a salvar parcialmente a produção de quase US$ 100 milhões.

Na produção, Vin Diesel é Kaulder, um guerreiro medieval que conseguiu derrotar a poderosa Rainha Bruxa (Julie Engelbrecht). Mas pouco antes de morrer, a Rainha amaldiçoa Kaulder com sua própria imortalidade, separando-o para sempre de sua mulher e filha. Nos dias de hoje, Kaulder é o único caçador de bruxas vivo, tendo passado os últimos séculos caçando seus seguidores. Entretanto, ele terá de enfrentar novamente sua inimiga, que está prestes a voltar do mundo dos mortos e ameaça a raça humana. Para vencer esta batalha, Kaulder terá de contar com o Padre (Caine), a jovem Chloe (Rose Leslie) e o aprendiz de padre Dolan (Wood).




Confira "O Último Caçador de Bruxas" em 20 salas de cinemas de 14 shoppings de BH, Betim e Contagem, em versões legendadas e dubladas.

Ficha técnica
Direção: Breck Eisner
Produção: Summit Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h46
Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2 (0 a 5)

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