10 maio 2020

O que seria do cinema se não fossem as mães


Maristela Bretas


Ela nos guia e dá força, chama nossa atenção e mesmo quando tudo parece impossível, a saudade aperta ou a solidão bate forte, é com nossa mãe que podemos contar. No abraço apertado, no colo quentinho, no caldo preparado à noite para aquecer a alma ou curar as feridas do dia a dia.

Mães são temas de livros, temas de conversas de bar e reuniões de família e também dominam o mundo do cinema. Claro, elas nunca poderiam ficar de fora. Animações, blockbusters, dramas, romances, suspenses, aventuras. Até mesmo no terror elas surgem para explicar o inexplicável. Sempre acham um jeito de ficar de olho ou de fazer parte da vida dos filhos. 

Nem os super-heróis, com suas capas, armaduras ou martelos poderosos, escapam de um carinho ou de um puxão de orelha quando pisam na bola. Para elas não importa se são vilões ou mocinhos, cor, gênero, raça, religião ou time de futebol, todos são filhos e amados. E é para todas essas pessoas que interpretam diariamente o grande o papel de mãe para nos tornar seres humanos melhores que o @cinemanoescurinho dedica o post de hoje. Parabéns mamães, estejam vocês perto ou longe, até mesmo numa galáxia muito distante. Vocês são o maior presente que um filho pode ter. 

Entre as milhares de produções - nacionais e internacionais - escolhemos algumas, de alto astral, que podem ser conferidas nos canais Telecine, Netflix, Amazon Prime Video, HBO e Youtube Filmes. As opções vão desde filmes exibidos gratuitamente a grandes sucessos disponíveis para aluguel ou compra. Na lista estão duas das animações mais lindas e apaixonantes dos últimos tempos, ambas da Pixar e ganhadoras de Oscar como Melhores Curtas de Animação - "Piper", de 2016, exibido antes de "Procurando Dory" e "Bao", de 2018, apresentado antes de "Os Incríveis 2". 

Piper (Youtube Filmes)
É a história de um pequeno pássaro que vive próximo a praia e, incentivado pela mãe, se aventura pela primeira vez a sair do seu ninho e ir atrás de comida, seguindo o exemplo do bando.


- Procurando Dory (2016) - Netflix - Agora é a vez de a peixinha azul procurar por sua família com a ajuda os amigos 
- Hotel Transilvânia (2012), 2 (2015) e 3 ( 2018) =  Telecine /Netflix / HBO / Prime Video - Drácula é um superpai que tenta evitar  que sua filhinha vampira namore com um humano
- Meu Malvado Favorito 1 (2010), 2 (2013) e 3 (2017) - Netflix - O maior vilão de todos os tempos conhece e adota três órfãos e muda completamente sua vida.
- Malévola (2014) - Netflix / Telecine / Prime Vídeo - De rainha das fadas a vilã, Malévola não resiste à pureza e bondade de Aurora e passa a cuidar dela como filha
- Malévola - Dona do Mal (2019) - Telecine / Prime Vídeo - O casamento de Aurora com o filho de uma rainha má desagrada Malévola que vai tentar impedir
- Bao (2018) - Telecine
Uma mãe chinesa-canadense sofre com o seu "ninho vazio" após o filho sair de casa e ganha uma nova oportunidade quando um de seus bolinhos artesanais (guiosa) ganha vida. Mas ele também vai crescer e conquistar sua independência.


Uma Lição de Amor (2001) - Netflix - Um adulto com sofrimento mental cria sua filha sozinho, mas o conselho tutelar o julga incapaz e tenta tirar a menina dele
- Mama Mia!-  O Filme ( 2008) - Netflix / Telecine - A jovem Sophie vai se casar e precisa que a mãe (Meryl Streep) conte qual dos ex-namorados é seu pai 
- Mama Mia!-  Lá Vamos Nós de Novo (2018) - Telecine - Cinco anos depois, Sophie está grávida e quer reencontrar os pais
- Os Incríveis (2004) - Netflix / Prime Vídeo - Uma família nada normal se transforma em super-heróis para salvar o mundo
- Os Incríveis 2 (2018) - Prime Video 


- Superação: O Milagre da Fé (2019) - Telecine - Somente o amor de uma mãe e a fé de uma comunidade pode salvar a vida de um jovem que se acidentou
- Perfeita é a Mãe! (2016) - Netflix / HBO - Três mães se juntam e resolvem jogar tudo para o alto em busca de diversão
- Perfeita é a Mãe 2 (2017) - Prime Video / HBO - Ainda sobrecarregadas com as tarefas, as três amigas agora vão enfrentar os preparativos do Natal com suas mães
Minha Mãe é Uma Peça - 1, 2 e 3 - Telecine - Dona Hermínia dispensa apresentações desta possessiva  e cômica mãe e sua relação nada normal com os três filhos





- O Milagre da Cela 7 - (2019) - Netflix - Um pai com sofrimento mental cria a filha junto com a avó até ser condenado por um crime que não cometeu
Fala Sério, Mãe! (Telecine) - Comédia nacional sobre o relacionamento entre uma mãe (Ingrid Guimarães) e a filha adolescente (Larissa Manoela)
- Tal Mãe, Tal Filha (2017) - Prime Video / Telecine - Mãe dependente financeira da filha, descobre que ambas estão grávidas
- Star Wars VII, VIII e IX (2015, 2017 e 2019) - Prime Vídeo - A última trilogia da grande saga reforça nos três episódios a forte relação entre a Princesa Lea e o filho Kylo Ren que lutam em lados opostos


- Guardiões da Galáxia (2014) e Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017) - Prime Vídeo -  Peter Quill perdeu a mãe muito cedo, mas o Vingador guarda como lembrança dela um Walkman e uma fita cassete com os sucessos dos anos 70 e 80.
- The Flash (Série de TV) - Warner / Netflix - o super-herói  mais rápido do planeta está sempre em busca do responsável pela morte da mãe quando garoto
- Batman X Superman - A Origem da Justiça (2017) - Netflix - A trajetória do amargo e vingativo Homem Morcego cruza com a do Homem de Aço numa luta de morte.  Até ambos descobrirem que suas mães chamam Martha




Supergirl (Série de TV) -Warner / Netflix - A jovem prima do Superman tem ótima relação com a mãe terráquea mas não esquece a que ficou no seu planeta destruído
- Mulher Maravilha (2017) - Telecine - Diana é filha da rainha Hipólita, uma grande guerreira que tenta proteger a filha e ensiná-la a ser uma grande e forte mulher
- Thor: O Mundo Sombrio (2013) e Vingadores: Ultimato (2019) - Ambos mostram a bela e carinhosa relação entre o Deus do Trovão e sua mãe, a rainha de Asgard
- O Espetacular Homem-Aranha (2012) - Telecine - Peter Parker perdeu os pais ainda menino e foi criado por sua tia May que não sabe que ele é o Homem-Aranha


Tags: #DiaDasMaes, @SonyPictures, @PixarAnimation, @Disney, @MarvelStudios, @WarnerBrosPictures, @Telecine, @AmazonPrimeVideo, @HBO, @Netflix, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

30 abril 2020

"As Telefonistas": figurino impecável, roteiro mirabolante e uma paciência de quarentena

Blanca Suárez é uma das protagonistas da série da Netflix ambientada na Espanha dos anos 1920 (Fotos: Manuel Fernandez-Valdez/Netflix)

Mirtes Helena Scalioni


Talvez o maior atrativo da série espanhola "As Telefonistas" ("Las Chicas del Cable") seja exatamente a forma como construíram os chamados ganchos. O espectador quer sempre ver o que vem no próximo capítulo, exatamente pela maneira com que cada um é finalizado, sempre criando expectativa, mesmo que sem muita coerência. Não fosse isso, dificilmente alguém conseguiria chegar até o fim dos seus intermináveis 37 capítulos disponíveis, muitos deles sem pé nem cabeça, mal costurados em cinco temporadas no Netflix.


O argumento da história é maravilhoso, não se pode negar: quatro jovens se conhecem trabalhando como telefonistas da recém-criada Companhia Telefônica da Espanha. É ambientada numa Madrid provinciana, burguesa e sedenta de modernidade, e começa em 1928, época de mesuras e reverências ao rei. Em tempo de machismo absoluto e total submissão das mulheres, as quatro criam um bonito laço de afeto e cumplicidade que, aos poucos, revela-se capaz de justificar, inclusive, crimes. Não parece instigante?


Uma pena que um roteiro tão rico esteja sendo tão mal desenvolvido. Há momentos em que a trama fica inverossímil e soa falsa, forçada. Os personagens também não são bem construídos e, até o momento, o perfil de alguns deles não fica claro. Não se trata de preferir maniqueísmos de heróis contra vilões. Mas todo personagem precisa de um mínimo de coerência para sobreviver em qualquer enredo que se preze. Essa falha torna ainda mais confusa as intrigas de "As Telefonistas". Para completar, a série deixa buracos e muitas perguntas sem respostas, mesmo que tenha se passado mais de dez anos na história. 


Com argumentos tão ricos como a luta pela emancipação das mulheres, o final da monarquia e os horrores da Guerra Civil que estraçalhou a Espanha entre 1936 e 1939, era de se esperar uma obra mais consistente. Em certos momentos, a história fica cansativa como se os autores tivessem sido obrigados a estendê-la ou não soubessem como terminá-la. 

A voz em off da personagem principal, a telefonista Lídia, também se revela inútil, como se ela quisesse explicar o inexplicável ou justificar o injustificável. Ao final de quase todos os capítulos, ela decreta algo como: e o pior ainda está por vir. É como se estivessem num campeonato mundial de desgraças. E dá-lhe novas tramas e novos personagens, tudo muito mal costurado, carecendo solidez.


O elenco de "As Telefonistas", com raríssimas exceções, merece aplausos. Até por conseguir dar sequência a um roteiro inconsistente, atores e atrizes seguram, com galhardia, os papéis que carregam, mesmo que, por vezes, incoerentes. Blanca Suárez é a protagonista, fazendo a líder do grupo Alba Romero, que depois vira Lídia Aguiar - e não se fala mais nisso -, sempre em dúvida entre o amor de Francisco Gómez (Yon González) e Carlos Cifuentes (Martiño Rivas). 


Ao redor dela gravitam Ángeles Vidal (Maggie Civantos), abusada pelo marido, a romântica Marga Suárez (Nadia de Santiago) e a rebelde e ousada Carlota (Ana Fernandez). Destaques para Ana Polvorosa, que interpreta a ambígua Sara Milán/Oscar e Concha Velasco, que brilha como a senhora Carmen Cifuentes. Há outros nomes, mas são tantos, devido às mirabolantes viradas e pegadinhas da história, que não precisam ser citados. A direção também é conjunta: Gema R. Neira, Ramón Campos e Teresa Fernandez-Valdés.


É possível que grande parte dos telespectadores chegue ao término. Afinal, até a curiosidade de saber onde isso tudo vai parar pode ser um bom motivo. Outra motivação - embora não suficiente - é o figurino. Rico, fiel e impecável, revela a beleza e o refinamento das roupas, calçados e, principalmente, a elegância dos chapéus. Para quem chegou ao trigésimo sétimo capítulo de "As Telefonistas", só resta esperar que, nos próximos, ainda inéditos, algo de brilhante justifique tantos dramas, tragédias e vinganças. 


Ficha técnica:
Série: 5 temporadas/ 8 capítulos por temporada
Distribuição: Netflix
Duração: 50 minutos em média
Classificação: 18 anos
Gênero: Drama

Tags: #AsTelefonistas, #LasChicasDelCable, #Netflix, #drama, #série, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho