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14 novembro 2017

"Victória e Abdul - O Confidente da Rainha" - Para rir e pensar

Judi Dench e Ali Fazal interpretam o improvável casal de amigos na Inglaterra de 1887 (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Pelo menos duas curiosidades devem ser ressaltadas sobre "Victoria e Abdul - O Confidente da Rainha". Primeira: esse não é o primeiro filme dirigido por Stephen Frears sobre titulares do trono da Grã-Bretanha. Em 2006, ele fez "A Rainha", com Helen Mirren, sobre as dúvidas e reações de Elizabeth II após a morte da Princesa Diana. Segunda: esse é o segundo filme onde Judi Dench interpreta a Rainha Victoria. 



Em 1997, ela viveu uma monarca irritada e autoritária em "Sua Majestade, Mrs. Brown", sob a direção de John Madden. Vinte anos depois, a atriz retorna ao personagem, desta vez com uma Victoria mais cansada e enfastiada. Parece até uma obsessão, tanto do diretor quanto da atriz, ambos britânicos e súditos do trono.


Catalogado como comédia histórica, "Victoria e Abdul..." é quase isso. Adaptação do livro escrito pelo indiano Shrabani Basu, o filme conta a improvável amizade entre a monarca e um proletário indiano que foi, por acaso, designado para ir a Londres entregar uma importante medalha durante as comemorações do Jubileu de Ouro da Rainha no trono em 1887. Aos 24 anos, com algum atrevimento e muito carisma, o jovem conquista a confiança de Sua Majestade, quebrando protocolos e convenções e provocando a ira e a desconfiança da corte.


A crítica ao excesso de salamaleques e mimos à figura da Rainha e o choque de culturas entre uma Londres poderosa e uma Índia colonizada geram bons momentos, assim como a forma como o diretor escancara o ódio da nobreza quando Victoria exige, por exemplo, aprender o idioma do seu novo amigo e o nomeia seu "munshi" - professor.


Outro ponto positivo é o elenco. Da inigualável Judi Dench, que domina o longa com sua Victoria ranzinza, comilona e cansada, ao talentoso Ali Fazal, que deixa dúvidas ao fazer um Abdul Karim ora matreiro, ora humilde, passando por Eddie Izzard, o irritado e ciumento Bertie, filho da rainha, as interpretações são impecáveis. CLIQUE AQUI para ver a entrevista de atores e diretor sobre a produção. Destaque para Adeel Akhtar, ator que faz Mohammed, amigo mal humorado de Abdul que vai com ele para Londres, em cuja boca o diretor coloca todas as verdades sobre as injustiças e desigualdades da época.



Embora com alguns clichês, e apesar da obviedade a que a história vai levando o espectador, "Victoria e Abdul - O Confidente da Rainha" é um filme bom de se ver. Poderia ser ainda mais profundo, apesar de comédia, mas deve cumprir seu papel de fazer rir. As situações são hilárias, até pelo exagero com que são mostradas. Tomara que sirva também para fazer pensar na eterna divisão de classes, burocracias e preconceitos. Aí sim, terá cumprido completamente o seu papel.
Classificação: 10 anos
Duração: 1h52



Tags: #VictóriaeAbdulOConfidentedaRainha, #RainhaVictoria, @JudiDench, @AliFazal, @StephenFrears, #biografia, #drama, @UniversalPictures, @EspaçoZ, @cinemas.cineart, @CinemanoEscurinho

10 outubro 2017

"Pica-Pau" perde a graça e o sarcasmo que marcaram os desenhos

Filme com o famoso personagem tem história bem simples e elenco fraco (Fotos; Universal Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Era para ser uma boa lembrança de um tempo em que os desenhos eram divertidos, mesmo recheados de sarcasmo e não tão "politicamente corretos", que provocavam risadas e não precisavam de tantos recursos técnicos para fazer um personagem marcar a infância de várias gerações. Esse era o "Pica-Pau", que agora ganhou uma versão em animação computadorizada com live-action, voltado para crianças a partir de seis anos, mas que não consegue ter a mesma simpatia que o original.

Em "Pica-Pau: O Filme", o pássaro falante e multicolorido voa de um lado para outro, apronta com todos, mas é sem graça. Vai divertir algumas crianças desta faixa, que possivelmente nunca viram o desenho, mas os próprios pais, que tiveram a oportunidade de ver o verdadeiro Pica-Pau, vão sentir uma diferença enorme. Além do personagem principal feito em computação gráfica, também os atores reais que contracenam com ele são bem fraquinhos. Timothy Omundson (que tem uma trajetória em séries de TV) faz o papel do arquiteto que Lance Walters, que quer desmatar a floresta onde vive o insano passarinho.

Para atrair o público brasileiro, onde o desenho ainda tem um público fiel que garante audiência, foi chamada a inexpressiva atriz Thaila Ayala (de "Mais Forte que o Mundo - A História de José Aldo" - 2016) para o papel de Vanessa, namorada de Lance. No elenco ainda temos Graham Verchere, como Tommy, filho de Lance, Scott McNeil e Adrian Glynn McMorran, que fazem os irmãos trapalhões Nate e Ottis Grimes.

A história é bem simples, sem mistério, ideal para criança pequena entender sem esforço: Lance quer construir uma mansão no meio de floresta e leva para o lugar sua namorada esnobe e o filho com quem não convive bem. Ao começar o desmatamento, provoca a revolta do travesso Pica-Pau, que parte para o ataque, usando as armas que tem, infernizando tanto os operários quanto os donos da casa. Ao mesmo que trava uma batalha com os desmatadores, a insana ave se torna amiga e defensora de Tommy e juntos vão tentar impedir a destruição do local.

Sem aprofundar muito na questão ambiental e até mesmo no lado de relacionamento entre pai e filho, o filme serve como distração para uma tarde com os pequenos. Eles podem se divertir com as aprontações da famosa ave, as falas e situações engraçadas com muitos tombos na lama, explosões sem ferimentos, picadas na cabeça e mensagens do tipo - "Não faça isso em casa". "Pica-Pau: O Filme" não chega aos pés do personagem louco criado por Walter Lantz em 1940 e único desenho animado a ter uma estrela na Calçada da Fama, em Hollywood.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Alex Zamm
Produção: Universal Animation Studios
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h24
Gêneros: Animação / Comédia / Família
País: EUA
Classificação: 6 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #PicaPauOFilme, #WoodyWoodpecker, @ThailaAyala, @TimothyOmundson, #animação, #comédia, #família, @UniversalPictures, @EspaçoZ, @cinemas.cineart, @CinemanoEscurinho