28 outubro 2014

A fera de cada um

Em algum momento da vida, estamos todos sujeitos a momentos de fúria (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Se for verdade que os filmes de episódios são sempre irregulares, com ótimas e péssimas histórias, o argentino "Relatos Selvagens" ("Relatos Salvajes") veio pra desmentir essa assertiva. Em cartaz no Belas Artes (14, 16h30, 19h, 21h30), na rede Cinemark - BH Shopping (13h10, 16h10, 18h50, 21h30), Diamond (13h10, 15h50, 18h50, 21h30) e Pátio Savassi (16h40, 19h40, 22h20) - e no Cineart Ponteio (13h20, 15h40, 18h10, 20h40), os seis curtas independentes que compõem o longa, que tem feito muito sucesso na América Latina, são todos, no mínimo, bons. A maioria é ótima. 




A ideia não poderia ser melhor: em algum momento da vida, estamos todos sujeitos a momentos de fúria com consequências inimagináveis. E tanto podemos virar feras - selvagens? - quanto podemos subornar vergonhosamente alguém para nos salvar ou livrar da condenação alguém que amamos.

Mesmo que a maioria das histórias esbarre em cenas violentas, o grande segredo do filme, o que dá unidade aos relatos, é o humor cáustico com que os casos são contados. O riso dá uma certa leveza, mesmo quando o sangue escorre pelo chão. 

Não que não seja boa, mas a menos verossímil das histórias é a primeira. Trata-se de um relato de vingança premeditada e se passa dentro de um avião. 

A segunda, também de vingança, é mais, digamos, provável. Fala da garçonete que, por acaso, se vê atendendo o homem que, no passado, desgraçou a vida do seu pai. Agora ela tem a chance de acabar com a vida daquele cliente colocando veneno na comida que vai servir a ele. 

A terceira, bastante real, trata do duelo de dois motoristas que se estranham numa estrada e, a partir daí, ninguém mais controla nada.

O quarto relato, que mostra a que ponto pode chegar alguém cansado da burocracia dos serviços públicos, é, talvez, o que mais nos atinge, comove e - por que não - satisfaz. 

Depois vem o caso do pai muito rico que suborna para salvar o filho e, por fim, a noiva que, em plena festa de casamento, descobre que uma das convidadas tem um caso com o noivo.

Dirigido por Damián Szifrón, "Relatos Selvagens" traz Ricardo Darin entre os atores que, coincidentemente, estrela o caso da ira contra a burocracia, história que cala fundo na alma do brasileiro, cansado de sofrer nas mãos de funcionários públicos e nas relações de consumo.

Os demais atores, embora menos conhecidos por aqui como Rita Cortese e Oscar Martinez, também estão perfeitos e, invariavelmente, levam o espectador a refletir sobre o limite sutil que nos separa da selvageria. Classificação: 14 anos

Tags: Relatos Selvagens; Warner Bros Pictures; Drama; Violência; Damián Szifrón; Ricardo Darin; Cinema no Escurinho

26 outubro 2014

"Tomorrowland", produção de aventura e mistério da Disney com George Clooney

Maristela Bretas

O casadíssimo George Clooney é Frank, um cientista desiludido que embarca numa aventura futurista ao lado de Casey (Britt Robertson) uma jovem otimista. 

Eles vão tentar desvendar os segredos de um local enigmático em algum lugar no tempo e no espaço, conhecido como “Tomorrowland – um lugar onde nada é impossível", que poderá mudar o mundo — e a eles — para sempre. 

A produção é dos estúdios Disney com estreia prevista para o Brasil em 4 de junho de 2015. 




Dirigido pelo ganhador de dois Oscar, Brad Bird, que dividiu o roteiro com o escritor e cocriador de Lost, Damon Lindelof, a partir de uma história de Lindelof & Jeff Jensen e Bird. "Tomorrowland – um lugar onde nada é impossível" promete levar o público em uma viagem eletrizante de muitas aventuras por novas dimensões que só foram vistas em sonhos.



No elenco estão ainda Hugh Laurie, Raffey Cassidy, Thomas Robinson, Kathryn Hahn, Tim McGraw, Keegan-Michael Key, Judy Greer.

Tags: Tomorrowland; Disney; George Clooney; Britt Robertson; aventura; mistério; Cinema no Escurinho

25 outubro 2014

Drácula com outra roupagem e batalhas campais que são verdadeiros "strikes"



Maristela Bretas

Se você curte filmes de vampiros, sobre o Conde Drácula e seus seguidores, com direito a muitas mordidas, talvez fique um pouco decepcionado com "Drácula - A História Nunca Contada" ("Dracula Untold"). Não espere sangue jorrando ou cenas macabras, o filme está mais para aventura e ação que terror. 



Mas nem por isso é ruim. Os efeitos especiais nas cenas de batalhas (o vampiro faz um strike com os soldados) e as transformações do personagem principal compensam a história, que explora como surgiu o vampiro mais famoso do mundo.


Como não poderia deixar de ser, a trama se passa na Transilvânia. Entregue quando criança pelo pai, juntamente com outras crianças, para que a cidade não fosse destruída, Vlad Tepes (Luke Evans) é criado pelos turcos. 

Já adulto e casado com a bela Mirena (Sarah Gadon) com quem tem um filho, ele é temido por seus inimigos por cobrir os campos de batalha com corpos empalados.


Sua bravura e dedicação ao povo o tornam um governante querido e respeitado por todos. No entanto, após dez anos de paz, o reino volta a ser ameaçado pelo rei turco Mehmed (Dominico Cooper). 

Para vencer seus inimigos, Vlad terá de fazer um pacto com um sinistro ser das trevas (Charles Dance), bebendo seu sangue e adquirindo grandes poderes. E acaba se transformando no Conde Drácula.

Sem muito terror, mas com princípio, meio e fim, a trama dá uma nova roupagem para o famoso vampirão e deixa a hipótese de uma continuação.

Ficha técnica:
Direção: Gary Shore
Produção: Legendary Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h32
Gênero: Ação/Terror
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: Drácula - A História Nunca Contada; Luke Evans; terror; ação; Universal Pictures; Cinema no Escurinho

Delicado e vigoroso como uma sinfonia


Filme conta a trajetória de um famoso quarteto de cordas em crise devido à doença de um deles (Fotos: Europa Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Os apaixonados por música erudita têm tudo para gostar de  "O Último Concerto", em cartaz nos cinemas Belas Artes e Cineart Ponteio. E quem não conhece nada ou sabe pouco dos clássicos deve gostar também por um simples motivo: o filme reúne uma boa história muito bem contada e interpretações irretocáveis de belos atores.




Primeiro longa do diretor Yaron Zilberman, "O Último Concerto" se desenvolve como uma sinfonia que começa suave, quase monótona, e vai ganhando, aos poucos, movimentos vigorosos que se repetem e se intercalam. O mundialmente famoso quarteto de cordas de Nova York, "Fugue", se vê diante de um impasse quando um dos integrantes, Peter, se descobre com Mal de Parkinson.

A partir daí, o que seria um problema meramente profissional - como a substituição do violoncelista doente - faz brotar uma profusão de conflitos individuais e coletivos, crises afetivas e até paixões avassaladoras.

Quem não gosta muito do filme - teve gente que o achou exageradamente dramático - tem se perguntado o que levou um elenco tão brilhante a realizá-lo. Realmente, Catherine Keener (Juliette), Christopher Walken (Peter), Philip Seymour Hoffman (Robert) e Mark Ivanir (Daniel) formam um quarteto mais do que afinado. Até a jovem aluna Alexandra, que aparece para aquecer a trama, é feita na medida por Imogen Poots.



A música, claro, presente em todo o filme, ajuda a criar os climas de altos e baixos, num ritmo que embala, envolve e encanta o espectador durante os 105 minutos de duração da história que, ao falar da música como profissão, fala também de individualidades, hereditariedade, liderança, amizade, cumplicidade, vaidades. Enfim, uma reflexão sobre o ofício de músico. Sem nunca perder a afinação.

Um PS para dizer: o nome original do filme é "A Late Quartet". Não se explica por que foi  traduzido como "O Último Concerto".

Tags: O Último Concerto; Catherine Keener; Christopher Walken; Philip Seymour Hoffman; Mark Ivanir , Drama; Europa Filmes; Cinema no Escurinho

24 outubro 2014

Marvel divulga primeiro trailer legendado de "Vingadores: Era de Ultron"



Com estreia marcada para 30 de abril de 2015, foi divulgado pelos Estúdios Marvel o teaser trailer de "Vingadores: Era de Ultron", sequência épica do maior filme de super-heróis de todos os tempos.

Quando Tony Stark tenta reiniciar um programa de manutenção de paz, as coisas não dão certo e os super-heróis mais poderosos da Terra, incluindo Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro, terão que passar no teste definitivo para salvar o planeta. Com o aparecimento do vilão Ultron, a equipe dos Vingadores tem a missão de neutralizar seus terríveis planos.





"Vingadores: Era de Ultron", da Marvel tem em seu elenco Robert Downey Jr., que retorna como Homem de Ferro, ao lado de Chris Evans, como Capitão América, Chris Hemsworth, como Thor e Mark Ruffalo, como Hulk. Do time fazem ainda Scarlett Johansson, como Viúva Negra, e Jeremy Renner, como Gavião Arqueiro, e o apoio de Samuel L. Jackson, como Nick Fury, e Cobie Smulders, como agente Maria Hill. 



A equipe precisa se reunir para derrotar James Spader como Ultron, um vilão tecnológico terrível que busca a extinção da raça humana. 

No caminho, eles terão que enfrentar dois misteriosos e poderosos novatos, Wanda Maximoff, interpretada por Elizabeth Olsen, e Pietro Maximoff, interpretado por Aaron Taylor-Johnson, e encontrar um velho amigo em uma nova forma quando Paul Bettany se torna o Visão.



Escrito e dirigido por Joss Whedon e produzido por Kevin Feige, "Vingadores: Era de Ultron" é baseado na popular série de revistas em quadrinhos da Marvel “The Avengers”, publicada pela primeira vez em 1963. 

Tags: Vingadores: Era de Ultron; Marvel;  Robert Downey Jr.; Homem de Ferro; Chris Evans; Capitão América; Chris Hemsworth; Thor; Mark Ruffalo; Hulk; Scarlett Johansson; Viúva Negra; Jeremy Renner; Gavião Arqueiro; Samuel L. Jackson; Aventura;  Cinema no Escurinho


21 outubro 2014

Nos tempos da ingenuidade

Mario Moreno "Cantinflas" foi o maior ator mexicano de comédia entre os anos de 1940 e 1950 (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Quem não conheceu Cantinflas, personagem mexicano malandro e inteligente criado por Mario Moreno, que sempre conseguia se sair bem das situações mais improváveis, talvez não goste muito do filme que trata da biografia do ator, morto em 1993. O longa, dirigido por Sebastián del Amo, e que entra em cartaz nesta quinta-feira nos cinema de Belo Horizonte, é apenas razoável, quase superficial.




No entanto, os fãs do popularesco desengonçado, sempre com as calças caindo, terão uma boa oportunidade de matar as saudades de um dos maiores mitos do cinema entre os anos 1940 e 1950.

Talvez por soar ingênuo demais nestes nossos tempos de malícia e luxúria, "Cantinflas" não deve agradar os espectadores mais jovens. O humor é quase infantil. 

Tendo o ator espanhol Óscar Jaenada em ótima atuação como protagonista, o filme pode, quando muito, levar às novas gerações algumas histórias sobre a maneira como se fazia cinema naquela época.


O filme começa quando Mario Moreno, já conhecido e reconhecido como Cantinflas, está rodando "A Volta ao Mundo em 80 dias", pelo qual ganhou o Globo de Ouro em 1956. 

A partir daí, flashbacks contam o início da sua carreira em palcos de teatros mambembes e circos, seu casamento com a atriz russa Valentina Ivanova Zuvareff (Ilse Salas) até se tornar o artista mais famoso do México, rico e paparicado em Hollywood.


Óscar Jaenada (direita) e o comediante Mario Moreno "Cantinflas"
Como Cantinflas, Mario Moreno protagonizou mais de 50 filmes e fez fortuna. Fora das telas, não tinha nada de ingênuo. 

Sabia fazer parcerias, como a que fez, por exemplo, com o produtor da Broadway Michael Todd (interpretado por Michael Imperioli), o primeiro marido de Liz Taylor, com o qual realizou "A Volta do Mundo em 80 dias". Exatamente por se tratar de uma época de ouro, a cinebiografia "Cantinflas" merecia mais. 

Veja um dos trailers de "A Volta ao Mundo em 80 dias, de 1956, filme protagonizado por Cantinflas e David Niven.




Uma curiosidade: quase todos os filmes de Mario Moreno foram dirigidos por Antonio del Amo, pai de Sebastián del Amo, que faz agora a cinebiografia. "Cantinflas - a magia da comédia" será o representante mexicano no Oscar 2015 na categoria Melhor Filme Estrangeiro. 

Outra curiosidade: a última cena do filme, quando os letreiros já estão subindo na tela, é impagável. Não saia correndo da sala. Vale esperar.

Tags: Cantinflas - A Magia da Comédia; Mario Moreno; Hollywood; Biografia; Drama; Comédia; Paris Filmes; Cinema no Escurinho

20 outubro 2014

A "Festa no Céu" é mais colorida e animada; a criançada vai adorar

No céu, tudo é mais colorido, os mortos são alegres e tem churros o tempo todo (Fotos: Fox Film do Brasil/Divulgação)


Maristela Bretas

Que tal comemorar a morte com muita festa, cor e alegria? Pois é assim que ela acontece no México. E o Dia de Finados (2 de novembro) é uma data para relembrar aqueles que já se foram, com muita música, flores e boas lembranças. O filme "Festa no Céu" ("The Book of Life"), produção de Guillermo Del Toro, vai mostrar como esta data pode ser bem animada.




Nada para causar sustos ou medo nas crianças. Pelo contrário, o filme é muito colorido, com personagens encantadores e, às vezes, extravagantes, como La Muerte, governante da Terra dos Lembrados. E é para este lugar, que nós chamamos de céu, onde tudo é festa e diversão, que vão as pessoas que fizeram o bem.




A história de "Festa no Ceú" começa nos dias de hoje, com um grupo de alunos rebeldes punidos com uma visita ao museu. Uma guia diferente vai lhes contar uma nova versão sobre vida e morte, segundo as tradições mexicanas. No conto, dois amigos - o destemido Joaquim e o romântico músico Manolo disputam o amor da jovem Maria.



Uma aposta feita entre La Muerte (também chamada de Catrina) e Xibalba, que governa o reino dos Esquecidos, pode mudar toda a história. Se Maria escolher Manolo, Xibalba não poderá mais interferir no mundo dos vivos. Mas se Joaquim for o escolhido, o malvado passará a controlar os dois reinos e a escuridão tomará conta de tudo, acabando com a festa no céu.

Sem saber de nada, os jovens amigos crescem e cada um segue seu rumo, até que Maria volta a sua cidade - San Angel - e desperta o amor dos jovens amigos, colocando em risco a amizade entre eles.




A animação é linda e divertida, com belas mensagens de amor, amizade, respeito aos mortos e, principalmente à família. O diretor Jorge R. Gutierrez usou bem as cores, luzes e a alegria característica do povo mexicano para tratar de uma das festas mais tradicionais de seu país e com certeza vai agradar ao público infantil e também aos adultos.



Atores famosos emprestaram suas vozes para o filme, entre eles Zoe Saldana (Maria), Channing Tatum (Joaquim), Hector Elizondo (Carlos Sanchez) e até o tenor Plácido Domingo, interprete do esqueleto Jorge, que gostava de cantar ópera. Na versão em português, as dublagens foram feitas pelos atores Thiago Lacerda (Joaquim) e Marisa Orth (La Muerte).

Ficha técnica:
Direção: Jorge R. Gutierrez
Produção: 20th Century Fox Animation/Reel FX Creative Studios
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h35
Gênero: Animação/Aventura
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 4,0 (0 a 5)

Tags: Festa no Céu, Guillermo Del Toro; Animação; Aventura; Fox Filmes; México; Dia dos Mortos; Cinema no Escurinho

19 outubro 2014

Robert Duvall e Robert Downey Jr. dão show de interpretação em "O Juiz"

Duelo no tribunal entre dois grandes Roberts - Duvall e Downey Jr. (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Não poderia ser diferente o resultado de uma produção que reúne Robert Duvall e Robert Downey Jr. no elenco principal. "O Juiz" ("The Judge") é um filmaço A força da produção está nos diálogos entre os dois atores, que conseguem transformar uma história comum sobre a relação desgastada entre pai e filho numa produção que prende do início ao fim.

Algumas cenas poderão fazer muita gente no cinema associar com dramas pessoais, com diálogos que chegam a dar um nó no estômago. Brigas, afastamento, mortes, novos velhos relacionamentos e, principalmente, a difícil reaproximação de pai e filho compõem a trama.

Hank Palmer (Robert Downey Jr.), há anos afastado de sua pequena cidade natal, é um advogado de sucesso e sem escrúpulos, que defende somente réus ricos. A morte da mãe força sua volta à cidade, que ele odeia. 

Apesar de anos fora, uma coisa não mudou: a raiva contra o pai (Robert Duvall), Joseph Palmer, juiz da cidade, com quem terá de conviver até o enterro. O rancor e a mágoa se tornam cada vez mais fortes, mas Hank precisará passar por cima de tudo ao ter de defender o pai de uma acusação de homicídio por atropelamento. 

Advogado e réu terão de aprender a conviver e confiar um no outro se não quiserem perder a causa. E são nestes momentos em que estão juntos que saem os melhores diálogos.




Duvall, ganhador de Oscar não é à toa, protagoniza as cenas mais tocantes do filme, dividindo o tempo entre o juiz e pai implacável e o homem que não sabe como viver com a perda e a situação de estar agora no banco dos réus. No elenco estão ainda Vicente D'Onofrio, Vera Farmiga, Billy Bob Thorton, Leighton Meester, Jeremy Strong e Dax Shepard. Vale a pena assistir.

Ficha técnica:
Direção: David Dobkin
Produção: Village Roadshow Pictures/Big Kid Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h21
Gênero: Drama
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 5 (0 a 5)

Tags: O Juiz; Robert Duvall, Robert Downey Jr.; Warner Bros Pictures; Drama; Cinema no Escurinho

18 outubro 2014

Cinema que salva


Mirtes Helena Scalioni


O filme é de ficção, mas podia também ser um documentário, até porque é dirigido por Fernando Grostein Andrade, que tem em seu currículo registros como "Coração Vagabundo" e "Quebrando o tabu". Mas não é só por isso. Baseado em fatos reais, "Na Quebrada" acompanha a trajetória de um grupo de jovens da periferia de São Paulo que, através do cinema, tenta escrever, para suas vidas, uma história diferente da dos seus pais.

Violento na medida certa e muito comovente, esse primeiro longa de Grostein intercala e costura retalhos da vida de cinco jovens de comunidades carentes: um desastrado que adora consertar TVs, um rapaz que testemunhou e foi ferido numa chacina, outro que tem o pai na prisão desde que nasceu, uma moça que nunca soube quem é sua mãe e outra que faz parte de uma família cujos pais e irmãos são deficientes visuais.





A escolha do elenco é um dos trunfos de "Na Quebrada", que tem poucos rostos globais, nenhum deles em papéis principais, como Gero Camilo e Emanuelle Araújo. Os demais - Felipe Simas, Jorge Dias, Eucir de Souza, Jean Luis Amorin, Cláudio Jaborandy, Daiana Andrade e Domênica Dias - são estreantes ou pouco conhecidos. Isso dá veracidade e autenticidade ao filme, o que talvez o diferencie de outros longas da série "movie favela", tão em voga no Brasil.

Até que ponto o passado pode determinar o futuro? É possível sonhar, mesmo tendo nascido pobre? Tenho que repetir a história dos meus pais? São essas três questões que norteiam e permeiam o filme. 

A vida dos cinco jovens que, apesar do cotidiano violento, tentam mudar de rumo buscando apoio e conhecimento na ONG paulista Instituto Crescer, é rica o bastante para gerar um filme emocionante e reflexivo.  E, de certa forma, mostra como a sétima arte pode ser um fator de resistência.

Não tem muita importância, mas não custa registrar: a Ong Instituto Crescer é dirigida por Luciano Huck que, por sua vez, é irmão de Fernando Grostein Andrade.

13 outubro 2014

"Interestelar", com Matthew McConaughey e Anne Hathaway, ganha quarto trailer legendado




A Warner Bros. Pictures divulga novo trailer legendado de "Interestelar", filme escrito e dirigido por Christopher Nolan.  O vídeo mostra o personagem de Matthew McConaughey no início de sua jornada tentando salvar o futuro da humanidade.





Com o nosso tempo na Terra chegando ao fim, um time de exploradores é responsável pela missão mais importante da história da humanidade: viajar além desta galáxia para descobrir se a raça humana tem futuro além das estrelas. Neste novo trailer divulgado pela Warner, o personagem de Matthew McConaughey inicia a jornada para tentar salvar o futuro da humanidade. Veja outros trailers do filme abaixo.






Dirigido por Christopher Nolan (trilogia "Batman: O Cavaleiro das Trevas", "A Origem"), "Interestelar" tem ainda em seu elenco  Anne Hathaway ("Os Miseráveis"),  Jessica Chastain ("A Hora Mais Escura"), Bill Irwin ("O Casamento de Rachel"), Ellen Burstyn ("Alice Não Mora Mais Aqui"), Michael Caine ("Regras da Vida"), Wes Bentley, Casey Affleck, David Gyasi, Mackenzie Foy e Topher Grace.





A trilha sonora é composta pelo também vencedor do Oscar, Hans Zimmer (trilogia "Batman: O Cavaleiro das Trevas"). O filme está previsto para estrear em 6 de novembro de 2014 no Brasil e será distribuído nos formatos 35mm, digital, IMAX e em versões legendadas e dubladas.

Aproveite também para participar do jogo online, crie e personalize seu próprio sistema solar. Basta clicar no link.

Tags: Interestelar; Christopher Nolan; Matthew McConaughey; Anne Hathaway; Warner Bros. Pictures, Ficção; Cinema no Escurinho

Bons filmes e animações para agradar aos pequenos e seus pais, com classificação livre



Maristela Bretas

Aproveitando a semana da criança, uma boa pedida é pegar um cinema com a meninada, regado a pipoca e refrigerante ou um suco. E a telona está cheia de boas produções em cartaz, com destaque para um desenho inspirado num clássico e uma aventura num mundo dos jogos de tabuleiro. Para não ficar muito caro para os pais, fica a dica: as duas produções podem ser vistas na versão normal, não precisa ser em 3D.


O Inventor de Jogos



Produção de tripla nacionalidade - Argentina, Canadá e Itália - "O Inventor de Jogos" ("The Games Maker") conta a história de um menino, Ivan Drago (David Mazouz) que tem paixão por jogos de tabuleiro. Uma competição misteriosa faz com que ele comece a desenvolver games fantásticos, que vão garantindo pontos para uma grande premiação.






O que Ivan não esperava era que seu hobby fosse colocar em perigo sua família e levá-lo ao mundo de um sinistro inventor de jogos - Morodian (Joseph Fiennes), que quer destruir a cidade de Zyl, criada por seu avô.

Apesar de levar a um mundo de jogos e aventura, este filme é mais indicado para crianças maiores, devido aos diálogos - muitas vezes extensos demais para um filme infantil - e a própria duração do filme, de quase 2 horas. Mas a mensagem, como todos os filmes distribuídos pela Disney, reforça a união da família e a lealdade dos amigos.


A Lenda de Oz



Alguns consideram uma continuação de "O Mágico de Oz" ("Legends of Oz: Dorothy's Return"), com a jovem Dorothy voltando ao reino encantado para ajudar seus amigos Leão, Homem de Lata e Espantalho a salvar a cidade do terrível Bufão.




Além sequestrar os líderes de Oz e deixar um rastro de escuridão por todo lugar, o vilão ainda conta com a ajuda de um bando de macacos voadores bem trapalhões. Em sua jornada para ajudar os amigos, a menina e seu cãozinho Totó vão fazer novas amizades para combater o malvado. Os atores Manu Gavassi e Rodrigo Lombardi fazem as vozes da dublagem para o português de Dorothy e Bufão.

E para quem ainda não viu, outras duas ótimas animações também podem ser conferidas com a criançada:


Os Boxtrolls




"A Bela e a Fera"





Tags: O Inventor de Jogos; A Lenda de Oz; Os Boxtrolls; A Bela e a Fera; animação; aventura; Cinema no Escurinho

"Annabelle", a boneca de "Invocação do Mal", ganha seu próprio filme de terror

Annabelle é uma boneca que já assusta pela cara (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Se você gostou de "Invocação do Mal", vai se lembrar e querer conferir a história de "Annabelle", a boneca macabra do filme, que fez tanto sucesso que ganhou sua própria produção. Na verdade, ela é uma versão de vestido de "Chuck, o Brinquedo Assassino", só que sem movimentos e a voz ameaçadora. 



Neste ponto, o horrendo bonequinho de macacão e camisa listrada, ganha disparado de sua nova concorrente no terror. Chuck correndo com a faca na mão é muito mais assustador em alguns momentos do que a boneca (e causa mais impacto em suas aparições).

Sem desmerecer Annabelle, que vai deixar muita gente sem sono ou ouvindo ruídos durante a noite, eu gostaria de saber por que escolheram uma boneca tão macabra para representar a verdadeira personagem. 

Esta, por sinal, vive trancada num museu dos horrores nos EUA pertencente a uma caçadora de fantasmas. A original (foto acima junto com a nova) é uma bonequinha de pano simpática, que qualquer menina iria querer ter em casa e jamais poderia imaginar que ela se tornaria um monstro, como aconteceu em 1970.


A Annabelle atual tem feições que metem medo até em adulto. Que mãe em juízo perfeito colocaria aquela coisa medonha num quarto de bebê ou de uma filha pequena como decoração. Quem inventou o personagem atual queria causar pânico, mas é muito sem noção.

A produção, que vai de carona no sucesso de seu antecessor, conta a história do casal Mia (Annabelle Wallis, que por uma infeliz coincidência tem o mesmo nome da boneca) e John (Ward Horton), que espera o primeiro filho. 

O ataque de membros de uma seita a casa deles e dos vizinhos e a chegada de uma boneca possuída por espíritos do mal para decorar o quarto do bebê, provocam uma série de fatos assustadores. E a vida de todos aqueles que têm contato com o brinquedo macabro, passa a correr risco.

Os principais atores vieram de séries de TV americana, a começar por Annabelle Wallis ("Pan Am") e Ward Horton (de "White Collor" e "CSI Miami"). Além de Alfre Woodward ("Grey's Anatomy"), Kerry O'Malley ("Boardwalk Empire") e Tony Amendola ("NCIS Los Angeles" e "Once Upon a Time").


"Annabelle" garante alguns bons sustos e pode agradar ao público que curte o gênero terror. Mas ainda acho  "Invocação do Mal", "Livrai-nos do Mal" e "Mama" melhores nas cenas de suspense. Mesmo assim, vale ser conferido.

Ficha técnica:
Direção: John R. Leonetti
Produção: New Line Cinema
Distribuição: Warner Bros. Pictures 
Duração: 1h38
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: "Annabelle"; Warner Bros Pictures; terror; suspense; Cinema no Escurinho

08 outubro 2014

"Trash - A Esperança Vem do Lixo", um drama envolvente contra a corrupção e o poder

Raphael, Gardo e Rato, amigos  na miséria, nas aventuras e na busca pela verdade (Fotos; Universal/Divulgação)


Maristela Bretas

O diretor Stephen Daldry acertou novamente na escolha do tema, dos atores e na condução da história. Responsável por sucessos como "Billy Elliott" e "O Leitor", ele chega arrasando com o filme "Trash - A Esperança Vem do Lixo" ("Trash"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros.



Além dos premiados atores brasileiros Wagner Moura e Selton Mello (ótimo como sempre, desta vez no papel do policial do mal), Nelson Xavier e Stepan Nercessian, o grande destaque fica para três adolescentes estreantes no cinema. 

Rickson Tevez (Raphael), Eduardo Luis (Gardo) e Gabriel Weinstein (Rato), todos de 15 anos, foram selecionados pelo diretor entre dezenas de jovens de comunidades cariocas (Rocinha, Cidade de Deus e Inhaúma, respectivamente ) e conduzem a história, nascida no lixão, de forma emocionante, que prende o espectador do início ao fim.

Rickson Tevez, Eduardo Luis e Gabriel Weinstein
Rodado totalmente no Rio de Janeiro, o filme conta a história dos três jovens - Raphael, Gardo e Rato -, que, após encontrarem uma carteira no lixão onde trabalham, passam a ser perseguidos por policiais corruptos e ameaçados de morte.

E eles se envolvem numa louca aventura pelas ruas da cidade, numa fuga constante da polícia e em busca da verdade sobre o que eles encontraram na carteira. 

Nem o medo ou a tortura são capazes de deter estes garotos, que aprenderam a sobreviver na miséria diária, mas não abandonam a amizade e comunidade onde vivem. Como eles mesmos dizem, "fazem isso porque é certo".

O elenco conta ainda com os atores internacionais Martin Sheen e Rooney Mara, como os voluntários estrangeiros que fazem trabalho humanitário e religioso com a comunidade carente do lixão. Um filmaço, imperdível.

O diretor Stephen Daldry e os atores Rooney Mara e Martin Sheen
Ficha técnica:
Direção: Stephen Daldry
Produção: O2 Filmes/PeaPie Films/Working Title Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h34
Gênero: Drama
País: Brasil/Reino Unido
Classificação: 14 anos
Nota: 5 (0 a 5)


Tags: Trash - A Esperança Vem do Lixo; Selton Mello; Wagner Moura; Martin Sheen; Rooney Mara; Stephen Daldry; Drama, Universal Pictures; Cinema no Escurinho

06 outubro 2014

Animação leva Dorothy de volta ao Reino de Oz em musical

Dorothy volta a Oz para ajudar seus amigos contra o vilão Bufão (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)


Maristela Bretas

A famosa história do Mágico de Oz ganhou uma continuação e pode ser conferida a partir desta quinta-feira (09) com a estreia nos cinemas da animação musical "A Lenda de Oz" ("Legends of Oz: Dorothy's Return"). Desta vez, Dorothy terá de enfrentar outro inimigo, logo agora que acabou de voltar para sua casa em Kansas, depois da longa e animada aventura em Oz (sucesso no cinema de 1939, que teve Judy Garland como atriz principal).




Quando achava que tudo poderia ser acertado depois da passagem do grande tornado, a jovem e seus tios correm o risco de perder a fazenda. Para piorar, ela é chamada novamente por seus amigos - o Leão, o Espantalho e o Homem de Lata - para retornar ao reino encantado e enfrentar um vilão ainda mais perigoso - o Bufão e seus macacos voadores.

Dorothy, com seu fiel cãozinho Toto, voltam para Oz e descobre que o Bufão está sequestrando seus líderes e deixando um rastro de escuridão por todo lugar. 

E ela novamente é a única esperança dos moradores para acabar com o reinado do vilão colorido.

Na dublagem em português, o Bufão recebe a voz do ator Rodrigo Lombardi (que fez um ótimo trabalho), enquanto a atriz Manu Gavassi dá vida e voz à menina Dorothy.

Apesar de Dorothy ser a heroína, quem garante a diversão é o vilão com sua fantasia de bufão que ele não pode tirar, além dos atrapalhados macacos voadores. A criançada menor vai gostar.


Ficha técnica:
Direção: Dan St. Pierre, William Finn
Produção: Prana Studios
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h28
Gênero: Animação/Musical
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: A Lenda de Oz; Dorothy; Animação; Musical; Paris Filmes; Cinema no Escurinho