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05 fevereiro 2024

“Wish - O Poder dos Desejos” homenageia 100 anos da Disney com uma história de sonhos

Asha é a jovem e determinada protagonista que luta para que as pessoas possam realizar seus desejos
(Fotos: Walt Disney)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Desde a sua estreia nos cinemas no início deste ano, o longa “Wish: O Poder dos Desejos” deixou claro que foi criado para homenagear e reverenciar os 100 anos da Walt Disney Company (completados em 16 de outubro de 2023). A animação instiga o público a acreditar que é possível realizar seus desejos. 

Na história somos transportados para Rosas, um reino mágico comandado pelo Rei Magnífico, um feiticeiro responsável por guardar e realizar os desejos das pessoas. Mas só quando são de seu interesse e não provoquem revoluções ou questionamentos.


A voz original do rei feiticeiro é de Chris Pine, de "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" (2023), que também interpreta as músicas. Já a versão brasileira foi entregue a Raphael Rossatto, dublador do herói Peter Quill, de "Guardiões da Galáxia" (2014 a 2023) e Kristoff, de "Frozen" (2013 e 2020), que faz seu primeiro vilão.

Conhecemos Asha (voz de Ariana DeBose, do filme "Argylle - O Superespião" e dublagem de Luci Salutes), que tem a chance de se tornar aprendiz do feiticeiro, mas descobre que ele só quer acumular os desejos para si e não tem a intenção de realizar os sonhos da protagonista e das pessoas do reino.


São inúmeras as referências no longa a sucessos e personagens da Disney como Branca de Neve e o espelho mágico, Peter Pan, Sininho, Pinóquio, Meu Irmão Urso, Bambi, Procurando Nemo, A Bela e a Fera, Rapunzel, Pocahontas e dezenas de outros conhecidos.  

Até mesmo a música-tema dos filmes da Disney é lembrada, assim como o símbolo de abertura das animações do estúdio, com seus fogos. Tudo isso acontece dentro do Reino de Rosas, criando um show de easter eggs para os fãs das produções do centenário estúdio. 

Um ponto positivo, juntamente com a bela trilha sonora entregue a David Metzger, com canções compostas por Julia Michaels e Benjamin Rice. O álbum completo da trilha sonora de "Wish" em português já está nas principais plataformas de streaming pela Universal Music.


Os destaques vão para Asha, uma jovem negra e determinada de 17 anos, que luta para que os desejos cheguem às pessoas e que elas possam realizá-los. 

Em um momento de preocupação, ela faz um apaixonado pedido ao céu e é atendida por uma bola de energia ilimitada chamada de Estrela. Juntas elas vão enfrentar o rei feiticeiro, uma criatura gananciosa e agressiva cujo verdadeiro propósito é fazer com que tudo gire em torno dele.

Como em toda boa história da Disney temos a magia como destaque, tanto a encantadora quanto a ruim, a chamada "magia negra", que já foi tabu no Brasil anos atrás na casa do Mickey. Não contarei mais para que você fique ligado na história.


O que deixa a desejar é que nenhum animal coadjuvante de "Wish" tem o brilho ou carisma de outros criados pela Disney, como o macaquinho Abu ("Aladdin"), o alienígena Stitch ("Lilo & Stitch"), o pássaro Zazu ("Rei Leão"), ou o Grilo Falante ("Pinóquio").  

O personagem da nova animação, a cabra Valentino (voz de Alan Tudyk, com dublagem em português do humorista Marcelo Adnet) parece mais um alívio cômico do que um verdadeiro companheiro da protagonista.


“Wish: O Poder dos Desejos” é uma história que incentiva a sonhar. Foi lindo ver como a criançada viveu as reviravoltas em uma sessão cheia, com aplausos e gritos de satisfação. 

No entanto, a produção perde ao ser comparada a animações anteriores do estúdio e não é forte o suficiente para representar os 100 anos da Disney. De toda forma, vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção: Chris Buck e Fawn Veerasunthorn
Produção: Walt Disney Animation Studios
Distribuição: Walt Disney Studios BR
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: fantasia, família, aventura

03 abril 2023

"A Elefanta do Mágico" é uma animação digna de sessão da tarde em família

Peter e sua amiga criam um profundo laço de carinho e confiança que contagia uma cidade (Fotos: Netflix)


Marcos Tadeu 
Blog Narrativa Cinematográfica


Do livro para a tela. O sucesso "A Elefanta do Mágico" ("The Magician’s Elephant"), da escritora Kate DiCamillo, é a mais nova animação produzida e exibida pela Netflix. Dirigida por Wendy Rogers, a obra está no ranking de top 10 da plataforma.

A produção tem entre seus destaques o elenco estelar de dubladores, entre eles, Noah Jupe ("Um Lugar Silencioso" - 2021), Brian Tyree Henry ("Trem-Bala" - 2022), Benedict Wong ("Doutor Estranho" - 2016), Mandy Patinkin ("Extraordinário" - 2017) Sian Clifford (série "Fleabag" - 2016 e 2019) e Miranda Richardson ("Malévola" - 2014).


Na obra conhecemos Peter (Jupe), um garoto que sonha reencontrar a irmã, que todo mundo diz que morreu há muito tempo. Um dia ele visita uma vidente que avisa que, por uma moeda, ela poderá responder apenas uma pergunta. 

Peter faz seu pedido e é avisado pela vidente que será preciso achar uma elefanta, algo que ninguém nunca viu no reino de Baltese, onde se passa a história, e que ela o levará a seu destino.


Enquanto isso, do outro lado da cidade, um mágico (Wong) se apresenta para uma plateia sonolenta. Sem querer, provoca um acidente ao fazer uma mágica e uma elefanta cai sobre uma idosa, Madame LaVaughn (Richardson). 

Peter fica sabendo da existência do animal e que ele está ameaçado de ser sacrificado pelo rei. O garoto fará de tudo para mantê-lo vivo para encontrar sua irmã, como garantiu a vidente. 


Para isso terá de cumprir três tarefas impossíveis impostas pelo monarca: lutar contra o melhor soldado, voar e fazer a condessa que deixou de sorrir, dar uma gargalhada sincera. 

O filme tem até uma proposta interessante, mas que pouco inova. Tudo é muito rápido e com pouco desenvolvimento. 

Como o drama do ex-soldado Vilna Lutz (Patinkin) aposentado que salvou Peter da guerra e o adotou, mas o obriga a se comportar como um soldado. 


Um ponto negativo é a falta de antagonismo. O rei (voz de Aasif Mandvi), que propõe desafios totalmente fúteis, que até podem soar encorajadores e bonitos, mas ele não convence como vilão. 

É uma pessoa preocupada somente em se divertir, curtir a vida e ter ideias absurdas. Está mais para bobo da Corte, que acha que está agradando aos súditos com suas bobagens. Só que não.


A personagem da elefanta também foi pouco explorada. Por ela não falar e só se comunicar como um animal normal, sem exageros, deu seu recado apenas no olhar e na confiança em Peter. Pouco sabemos sobre seu mundo e de onde veio, apenas que deseja rever sua família.

Como em outras animações, há também a mensagem filosófica e bonita: "é preciso ter esperança e acreditar que é possível". 

Mas os desafios soam fracos no decorrer da história e, em nenhum momento, conseguimos ver mudanças no protagonista.


Mesmo não tendo a profundidade e o desenvolvimento de "Pinóquio", de Guillermo del Toro, "A Elefanta do Mágico" é uma animação ótima para uma tarde em família, especialmente com filhos pequenos.

Tem final bonito, colorido, com os clichês comuns de um conto de fadas e sem reviravoltas. Agora é aguardar as próximas produções da diretora Wendy Rogers.


Ficha técnica:
Direção: Wendy Rogers
Produção: Netflix e Animal Logic
Exibição: Netflix
Duração: 1h43
Classificação: 10 anos
País: EUA
Gêneros: animação, fantasia, aventura, família

21 outubro 2019

Well, well! "Malévola" volta a ser a Dona do Mal

Com Angelina Jolie novamente no papel da rainha das Trevas, história deixa de ser um simples conto de fadas e aborda família, poder e diversidade (Fotos: Walt Disney Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


Encantador, alegre, colorido (e também tenebroso), "Malévola - Dona do Mal" ("Maleficent - Mistress of Evil") é mais do que um conto de fadas. Ele é sobre e para a família, explorando as fraquezas e as virtudes de cada personagem. Especialmente as três principais - Malévola, rainha Ingrith e a princesa Aurora.

A fada do mal é novamente interpretada por Angelina Jolie, reinando poderosa e absoluta no papel, que parece ter sido feito sob encomenda pra ela. Sem perder o sarcasmo e o poder de sedução, a atriz ainda é uma das produtoras executivas do novo filme. Mas desta vez ela encontra a opositora perfeita para seu personagem - a espetacular Michelle Pfeiffer, que interpreta a rainha Ingrith. Ela faz toda a diferença no longa, que ainda tem a princesa Aurora, vivida por uma Elle Fanning mais madura e sempre linda, cinco anos depois de interpretar a personagem em "Malévola" (2014).


O embate entre as duas rainhas do mal é o diferencial deste roteiro, mudando a tradicional narrativa de um conto de fadas (que ficou excelente no primeiro filme) para uma trama que aborda disputa pelo poder, preconceito contra o que é diferente - os seres das trevas e os do reino dos Moors - e relações familiares conflituosas. Malévola tem um grande sentimento de posse pela afilhada, Aurora está crescida e quer escolher seu próprio destino e a rainha Ingrith passa por cima de quem quer que seja para conseguir o trono,com a desculpa que está garantindo o futuro do filho.


Do primeiro encontro até o final, as cenas com as duas grandes atrizes (juntas ou separadas) dão vida e energia à produção, uma verdadeira guerra de talento com muitas batalhas e explosões. Elle Fenning entra para fazer a ligação e tentar colocar panos quentes no conflito entre a madrinha e a sogra para viver feliz com seu amado Phillip. Sua personagem ganha destaque no final, mostrando que está pronta para deixar de ser a afilhada/filha de Malévola e provar que é a grande rainha do reino dos Moors e que pode ser mais que a futura mulher de um príncipe nada encantado.


Na ala masculina, esta sim, em segundo plano, os destaques ficam para Chiwetel Ejiofor (sempre atuando muito bem), no papel de Conall, Sam Riley (Diaval, o corvo), que ganha um espaço maior que no filme anterior, e Ed Skrein, como Borra. Harris Dickinson é o novo príncipe Phillip e em fevereiro de 2020 ele estreia "Kingsman: A Origem", terceiro filme da franquia - os dois primeiros filmes foram estrelados por Taron Egerton, o mesmo de "Rocketman".


No primeiro filme, Malévola passa da fada apaixonada que se torna do mal ao ser enganada pelo homem que amava e desconta na filha dele sua vingança. Mas o destino amolece seu coração e ela acaba se tornando protetora de sua vítima, a princesa Aurora. Em "Malévola - Dona do Mal", a relação das duas se tornou mais forte, mas um fator pode abalar tudo isso: o casamento de Aurora com o príncipe Phillip. 


É nesta hora que o conto de fadas ganha nova roupagem. Entra em cena a rainha Ingrith, que não tem chifres, mas desde o primeiro momento não esconde seu lado cruel. Michelle encarna bem esse papel de bonitinha, porém malvada. E será sua personagem que fará com que Malévola volte a ter um lado sombrio e "maleficent", com poderes ainda maiores, capazes de aniquilar todo um reino.


"Malévola - Dona do Mal" novamente altera fatos da história original - "A Bela Adormecida" -, explica situações do passado e reforça, em mais uma produção dos Estúdios Disney, o poder da mulher. Arrasou no conjunto da obra - elenco, figurinos perfeitos de Jolie e Pfeiffer, maquiagem, colorido acertado das cenas (inclusive nos ambientes escuros), fotografia, trilha sonora. As locações parecem uma extensão do reino de "Avatar", mas também ficaram muito boas, com o ótimo recurso de cenas aéreas. Mas o maior brilho da produção, depois do elenco feminino, fica para as batalhas. Um excelente trabalho, melhor ainda se assistido em 3D para não perder nenhum detalhe ou efeito especial. Imperdível e encerra com muito brilho a trajetória de Malévola.


Ficha técnica:
Direção: Joachim Rønning
Produção: Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h59
Gêneros: Fantasia / Aventura
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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