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28 março 2018

"Nada a Perder" - A biografia romanceada de um líder evangélico

Produção aborda surgimento da igreja e perseguições de concorrentes para justificar a prisão do bispo em 1992 (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Baseado no livro homônimo, "Nada a Perder - Contra Tudo. Por todos" é a biografia autorizada de um dos mais conhecidos e polêmicos líderes de igreja evangélica no mundo que estréia nesta quinta-feira nos cinemas com forte marketing de divulgação. A produção da Paris Entretenimento se passa nos anos 60 a 90 e é dividida em três etapas a partir da infância cercada pelo bullying de colegas devido a um problema nas mãos.

Já o adolescente é um rapaz comum, com amigos, namorada e emprego, que tem criação cristã com incursões pela umbanda graças ao pai. É nesta fase da vida que começa a questionar sua fé nas demais igrejas e deixa tudo para dedicar seu tempo à evangelização, que começa com uma caixa de som numa praça pública. O filme também exalta a participação de sua mulher Ester, que o acompanha desde o tempo em que era um jovem de classe média baixa e com quem teve duas filhas.


A arrastada história, narrada em primeiríssima pessoa, começa a partir da prisão do bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em 1992 pela Polícia Federal na frente da mulher e da filha mais nova. O roteiro é fraco, com poucas explicações sobre a trajetória e o enriquecimento rápido do personagem e muita exaltação à capacidade dele de pregar o evangelho, segundo o filme, a quem quer que fosse. Ao contrário de seus concorrentes - a Igreja Católica, a quem culpa por sua prisão, e outros líderes evangélicos, como seu cunhado.

As acusações de charlatanismo, curandeirismo e estelionato é sempre colocada na boca dos inimigos, de forma a permitir que o personagem sempre se defenda e seja exaltado pelos fiéis, para quem "Nada a Perder", assim como os livros, são destinados. Muitas passagens ficaram vazias e outras bem romanceadas. 


O intérprete do personagem principal é Petrônio Gontijo, que assimilou bem a postura, o modo de andar e conversar do líder evangélico e entrega uma ótima interpretação. No elenco estão ainda Dalton Vigh (juiz), Beth Goulart (mãe do protagonista), André Gonçalves (o cunhado bispo), Eduardo Galvão (um representante da Igreja Católica), Day Mesquita (Ester Bezerra). Até mesmo o cantor Latino tem uma pequena participação que mostra como era sua vida como morador de rua e que virou seguidor do bispo.

Se o filme peca no roteiro, a reconstrução de época foi bem trabalhada pelo diretor Alexandre Avancini, explorando belas locações em pontos históricos do Rio de Janeiro e São Paulo. A trilha sonora é aplicada em crescente, de forma a envolver o público como acontece em um culto. E é para este público que o filme é direcionado. E, assim como a obra literária, terá uma continuação já confirmada e, possivelmente até uma terceira.


Ficha técnica:
Direção: Alexandre Avancini
Produção: Paris Entretenimento
Distribuição: Downtown Filmes / Paris Filmes
Duração: 2h10
Gêneros: Biografia / Nacional / Drama
País: Brasil


Tags: #NadaAPerderContraTudoPorTodos, #EdirMacedo, #bispo #IURD, #PetronioGontijo, #drama, #biografia, #nacional, #evangelho, #ParisEntretenimento, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

08 março 2018

"Encantados", uma história de misticismo e beleza contada com o coração

A pajé Zeneida Lima é interpretada na adolescência pela atriz Carolina Oliveira no novo filme de Tizuka Yamasaki (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Difícil dizer o que é mais especial na nova produção de Tizuka Yamasaki - a fotografia, a beleza da Floresta Amazônica, o tom poético da narrativa, o enredo baseado numa história real ou tudo isso junto. "Encantados" é uma poesia de imagens, romance e magia que toca o coração e leva às lágrimas. É como se o verde da grande floresta corresse nas veias da pajé Zeneida Lima, autora do livro "O Mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó" e que também participa da produção.

"Encantados" é o 12º longa-metragem da carreira de Tizuka Yamasaki e como em outras produções da diretora trata da força da mulher. E escolheu o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher para fazer sua estreia. Uma data mais que apropriada para apresentar a história real da pajé paraense Zeneida Lima, que enfrentou os pais e a sociedade para seguir seu dom espiritual e levar adiante seus ideais de defesa da natureza. Ela é a fundadora da Instituição Caruanas do Marajó Cultura e Ecologia, que oferece um programa educacional para atender crianças da periferia da região.

A verdadeira pajé Zeneida Lima
O cenário não poderia ser mais belo - a Floresta e o Rio Amazonas, com seus animais, plantas, a força da pororoca e, principalmente, os misticismo das histórias criadas pelos indígenas da região. A maior parte do filme é ilustrada desta forma e encanta o mais cético dos expectadores. Tizuka fez uma livre adaptação da história da pajé Zeneida, focando num momento de transição da menina para a adolescente, em que seus dons para curar com elementos da natureza se afloram em meio a um turbilhão de sentimentos e questionamentos característicos dessa fase da vida, além da descoberta do primeiro amor.

Interpretada com graça e competência pela jovem Carolina Oliveira, Zeneida é a mais velha de nove irmãos, que moram com a mãe Zezé (Letícia Sabatella) e com Cotinha (Dira Paes), uma cabocla, filha de criação da família, em Belém (PA). O pai dela e dos irmãos é o advogado Angelino (José Mayer), amante de Zezé, que manda toda a família para a fazenda dele na Ilha de Marajó, para que sua vida clandestina não prejudique a carreira política.

Zeneida parte de Belém a contragosto, mas é na ilha que a adolescente irá descobrir sua verdadeira vida. E se apaixonar por Antônio (Thiago Martins), um ser da natureza, um encantado, que somente a jovem enxerga e por isso é considerada louca por todos. Para ajudar a resolver seus conflitos e desenvolver suas habilidades de pajé, Zeneida vai contar com a orientação de mestre Mundico (Ângelo Antônio) e de Cotinha, a única na casa que a entende.

Prêmios

"Encantados" foi premiado na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, como melhor filme brasileiro na categoria Festival da Juventude, em 2014, e abriu o Brazilian Film Festival of Miami, em 2016. Tizuka também conquistou o prêmio de melhor diretora no 31º Festival de Cinema de Trieste, na Itália, em 2016 pela harmonia da obra. Estes e todos os outros prêmios que venha a conquistar são muito merecidos. "Encantados" é lindo, envolvente e mágico, mas ao mesmo tempo forte como Zeneida e a fúria das águas do Amazonas. Vale a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção: Tizuka Yamasaki
Produção: Globo Filmes / Scena Filmes
Distribuição: Riofilme
Duração: 1h18
Gêneros: Drama / Nacional / Biografia / Fantasia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #Encantados, #TizukaYamasaki, #pajeZeneidaLima, #CarolinaOliveira, #ThiagoMartins, #LeticiaSabatella, #AngeloAntonio, #DiraPaes, #JoseMayer, #biografia, #drama, #MundoMisticodosCaruanasdaIlhadoMarajo, #CinemanoEscurinho

03 março 2018

Jessica Chastain é "A Grande Jogada" que salva adaptação longa e morna

Produção é baseada no livro de memórias da ex-esquiadora Molly Bloom, conhecida como "Princesa do Pôquer" (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Talvez por eu não conhecer as regras do pôquer, como muitas pessoas que irão ver o filme, "A Grande Jogada" ("Mollys´Game") é uma produção arrastada e morna, salva pela protagonista Jessica Chastain. Novamente a excelente atriz apresenta um personagem que domina toda a ação e conta como funcionam os meandros dos jogos realizados em locais privados. O início tem explicação demais sobre as regras do pôquer e o roteiro só vai melhorando do meio em diante, mas não justifica de forma alguma 2h20 de exibição. 

Ela é Molly Bloom, uma ex-esquiadora que sofre um acidente e não pode mais competir nos Jogos Olímpicos. Ela se torna garçonete e aproveita para conhecer as pessoas certas e as regras (legais e ilegais) do pôquer. O filme é baseado na trajetória de Molly, que narra sua história, os dramas familiares, especialmente com o pai que foi seu treinador, como ela se envolveu com pessoas poderosas do submundo dos jogos milionários e que, mesmo após ser presa, se recusa a entregar os nomes de seus clientes ao FBI.

Além de Chastain, o longa conta ainda com Idris Elba, como o advogado de Molly Charlie Jaffey, que vai defender a empresária do jogo das acusações. Ele tem boa presença e entrega um bom personagem que não concorda com a postura da cliente em assumir tudo sozinha. Kevin Costner faz um papel secundário e pouco expressivo do pai de Molly e seu exigente treinador, que deixou a família. Apesar de serem ótimos atores, eles ficam apagados quando a atriz entra em cena.

Michael Cera é o Jogador X, aquele que provoca os demais para partidas mais arriscadas; Jeremy Strong interpreta Dean Keith, um produtor de cinema que organizava jogos ilegais e que contrata Molly como sua assistente.  Há ainda a turma de jogadores formada por Chris O´Dowd, Bill Camp e Brian d´Arcy James.

O filme é baseado no livro de memórias de Molly Bloom (papel de Jessica Chastain), que ficou conhecida como a "Princesa do Pôquer". 
Ela explica como funcionam os bastidores dos jogos que organizava em sua casa e que contavam com a presença de estrelas de Hollywood e milionários de Wall Street. Tudo ia bem, até que começou a ser investigada pelo FBI sob a acusação de organizar eventos ilegais e de envolvimento com a máfia russa.

Um filme bom apesar de longo demais. Chegou a receber uma indicação ao Oscar 2018 na categoria de Melhor Roteiro Adaptado e duas indicações ao Globo de Ouro - na mesma categoria e na de Melhor Atriz de Filme de Drama para Jessica Chastain, esta muito justa.



Ficha técnica:
Direção: Aaron Sorkin
Produção: Sony Pictures / Pascal Pictures / Mark Gordon Production 
Distribuição: Diamond Films Brasil
Duração: 2h20
Gêneros: Drama / Biografia 
Países: EUA / China
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #AGrandeJogada, #JessicaChastain, #AaronSorkin, #IdrisElba, #KevinCostner, #drama, #biografia, #SonyPictures, #DiamondFilms, #cinemarkoficial, #CinemanoEscurinho

02 fevereiro 2018

Christopher Plummer prova que foi o melhor substituto para "Todo o Dinheiro do Mundo"

História conta o sequestro do neto do  maior bilionário dos anos 70 que se recusou a pagar o resgate (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Passados quase 45 anos, o diretor Ridley Scott reconta uma história que em 1973 movimentou os noticiários norte-americanos e internacionais: o sequestro de um dos netos do homem mais rico do mundo, que se negou pagar o resgate exigido. Se a história de "Todo o Dinheiro do Mundo" ("All The Money In The World") já não é tão impactante quanto foi à época, pelo menos os escândalos de assédio sexual de Kevin Spacey anunciados durante as filmagens que provocaram a sua troca por Christopher Plummer vão atrair público e indicações a prêmios. Como aconteceu com a indicação a Melhor Ator Coadjuvante no Globo de Ouro deste ano.

Excelente, como sempre, no papel do bilionário John Paul Getty. Christopher Plummer dá um banho de interpretação como o homem mais rico e sovina do mundo, que mantém família (e seus problemas) à distância; E que se recusa a pagar o resgate do neto que leva seu nome, John Paul Getty III, sequestrado na Itália em 1973 aos 16 anos. O diretor Ridley Scott precisou praticamente refazer o filme, uma vez que o papel era de Spacey trocado por causa das denúncias. E Plummer mostrou o grande ator que sempre foi, dominando as cenas cada vez que aparecia.


Por coincidência e nada de parentesco, o outro papel de destaque na história foi entregue a Charlie Plummer, o jovem ator que interpreta John Paul Getty III, o sequestrado. Não é nada excepcional, mas o ator dá conta do recado. Também no elenco estão Michelle Williams, no papel de Gail Harris, mãe de J. Paul Getty III, divorciada e que cria o filho sozinha.

Mark Wahlberg não está ruim, mas apenas completa o elenco, sem destaque, como Fletcher Chase, homem de confiança e segurança do magnata do petróleo. Papel que poderia ter sido feito por qualquer ator menos conhecido de Hollywood ou que Wahlberg talvez não tenha sabido aproveitar para mostrar que pode fazer mais que apenas o "bombadão" de blockbusters como "Transformers: A Era da Extinção" (2014) e "Transformers: O Último Cavaleiro" (2017).


A história se passa em 1973 na Itália, onde John Paul Getty III vive com a mãe, separada do pai dele, filho do bilionário. Considerado um jovem problemático, sem freio e vivendo uma vida desregrada, , ninguém dá atenção quando ele desaparece. Dois dias depois, a mãe Gail recebe um telefonema de que ele havia sido sequestrado e o pedido de resgate de US$ 500 mil. Ninguém acredita, uma vez que o jovem era herdeiro do homem mais rico do mundo.

Dias depois os sequestradores mudam de ideia e aumentam o valor para US$ 3 milhões. Gail pede ajuda ao octogenário patriarca da família que se recusa com um comunicado: "Tenho 14 netos, se pagar resgate, terei 14 netos sequestrados". Frio, manipulador e mesquinho, Getty irá encarregar o ex-espião Fletcher Chase, seu homem de confiança, de descobrir quem e o que está por trás do crime, solucionando o problema sem o desperdício de nenhum centavo de sua fortuna.

Após cinco meses em cativeiro, os sequestradores se cansam da história e enviam uma parte da orelha e cachos dos cabelos ruivos de Getty III à imprensa. O avô decide pagar parte do sequestro com seu dinheiro e empresta o restante ao filho, pai do jovem, cobrando juros, para que pague o restante. O jovem é devolvido à família.

Boa ambientação de época, boas locações, principalmente na Itália, "Todo o Dinheiro do Mundo" vale por Christopher Plummer e pela direção de Ridley Scott, além de contar uma história que aqueles que tem menos de 60 anos desconhecem e que marcou de tragédias a trajetória de toda uma família até os dias de hoje, a começar por Getty III.



Ficha técnica
Direção: Ridley Scott
Produção: STX International / Imperative Entertainment / Scott Free / TriStar Pictures
Distribuição: Diamond Films
Gêneros: Suspense / Drama
País: EUA
Classificação:16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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14 novembro 2017

"Victória e Abdul - O Confidente da Rainha" - Para rir e pensar

Judi Dench e Ali Fazal interpretam o improvável casal de amigos na Inglaterra de 1887 (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Pelo menos duas curiosidades devem ser ressaltadas sobre "Victoria e Abdul - O Confidente da Rainha". Primeira: esse não é o primeiro filme dirigido por Stephen Frears sobre titulares do trono da Grã-Bretanha. Em 2006, ele fez "A Rainha", com Helen Mirren, sobre as dúvidas e reações de Elizabeth II após a morte da Princesa Diana. Segunda: esse é o segundo filme onde Judi Dench interpreta a Rainha Victoria. 



Em 1997, ela viveu uma monarca irritada e autoritária em "Sua Majestade, Mrs. Brown", sob a direção de John Madden. Vinte anos depois, a atriz retorna ao personagem, desta vez com uma Victoria mais cansada e enfastiada. Parece até uma obsessão, tanto do diretor quanto da atriz, ambos britânicos e súditos do trono.


Catalogado como comédia histórica, "Victoria e Abdul..." é quase isso. Adaptação do livro escrito pelo indiano Shrabani Basu, o filme conta a improvável amizade entre a monarca e um proletário indiano que foi, por acaso, designado para ir a Londres entregar uma importante medalha durante as comemorações do Jubileu de Ouro da Rainha no trono em 1887. Aos 24 anos, com algum atrevimento e muito carisma, o jovem conquista a confiança de Sua Majestade, quebrando protocolos e convenções e provocando a ira e a desconfiança da corte.


A crítica ao excesso de salamaleques e mimos à figura da Rainha e o choque de culturas entre uma Londres poderosa e uma Índia colonizada geram bons momentos, assim como a forma como o diretor escancara o ódio da nobreza quando Victoria exige, por exemplo, aprender o idioma do seu novo amigo e o nomeia seu "munshi" - professor.


Outro ponto positivo é o elenco. Da inigualável Judi Dench, que domina o longa com sua Victoria ranzinza, comilona e cansada, ao talentoso Ali Fazal, que deixa dúvidas ao fazer um Abdul Karim ora matreiro, ora humilde, passando por Eddie Izzard, o irritado e ciumento Bertie, filho da rainha, as interpretações são impecáveis. CLIQUE AQUI para ver a entrevista de atores e diretor sobre a produção. Destaque para Adeel Akhtar, ator que faz Mohammed, amigo mal humorado de Abdul que vai com ele para Londres, em cuja boca o diretor coloca todas as verdades sobre as injustiças e desigualdades da época.



Embora com alguns clichês, e apesar da obviedade a que a história vai levando o espectador, "Victoria e Abdul - O Confidente da Rainha" é um filme bom de se ver. Poderia ser ainda mais profundo, apesar de comédia, mas deve cumprir seu papel de fazer rir. As situações são hilárias, até pelo exagero com que são mostradas. Tomara que sirva também para fazer pensar na eterna divisão de classes, burocracias e preconceitos. Aí sim, terá cumprido completamente o seu papel.
Classificação: 10 anos
Duração: 1h52



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