Mostrando postagens com marcador #IdrisElba. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #IdrisElba. Mostrar todas as postagens

04 setembro 2022

"A Fera" - um thriller de suspense sobre vingança, sobrevivência e família

Idris Elba enfrenta um leão assassino gigantesco durante um safari na África (Fotos: Universal Pictures)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Filmes com animais revidando em uma vingança pessoal é o que mais existe, mas saber contar isso em uma boa história, faz toda diferença. "A Fera" ("Beast") está entre os bons filmes. Com direção de Baltasar Kormákur, tem Idris Elba como protagonista enfrentando um leão gigante e com sede de sangue. 

Um tema semelhante, apesar de um roteiro diferente, de outra produção que fez sucesso em 1996 - "A Sombra e a Escuridão", com Val Kilmer e Michael Douglas, que pode ser conferido no @Telecine.


"Em A Fera" conhecemos o Dr. Nate Daniels (Idris Elba) que faz uma viagem à África do Sul com as duas filhas, Norah (Leah Jeffries) e Mare (Iyana Halley), na tentativa de se conectar com as raízes de sua mulher e apresentar a beleza da África. Ele é guiado pelo amigo da família Martin Battles (Sharlto Copley), responsável por cuidar do bem estar dos animais de uma reserva natural. 

A situação começa a ficar tensa, quando em uma visita a uma aldeia, o grupo  descobre que um leão está matando todos na área por causa de caçadores ilegais que mataram sua família. Um ponto comum entre animal e ser humano - ambos estão focados em suas famílias - um em busca de vingança e outro tentando salvar as filhas.


A obra é muito pontual ao deixar o público quase como um observador passivo e fazer com que, a todo momento, possa esperar mortes sangrentas vindas do felino. É muito interessante como a questão dos caçadores ilegais é um tema pertinente e atual sobre o que acontece no continente africano. 

Por um momento ficamos até contentes de ver o leão com sede de vingança assassinar quem lhe fez mal. Por outro lado, há uma apreensão, já que é o Dr. Nate quem está na reta e precisa enfrentar a fera, salvar a família e o amigo e ainda tentar acertar seu relacionamento com a filha mais velha, Norah. 


A direção foi bem acertada, principalmente quando o leão entra em ação e vai ao ataque de suas presas. O animal é muito maior do que os outros de sua espécie, provocando um visual aterrorizante, principalmente nas cenas à luz do dia. O  CGI foi muito bem empregado, com um cuidado polido e próximo ao real, o que ajudou a dar mais realidade ao filme.

Destaco também para o designer de som, em toda a sua narrativa, principalmente nas cenas noturnas e quando o animal está em combate com Nate. Tudo isso dá ao filme um tom maior de suspense. A fotografia é espetacular, explorando bem as savanas e o ambiente selvagem da África do Sul, que serviu de locação para o filme.


Talvez o único defeito de " Fera" seja não ter explorado mais a questão da África e da cultura negra e do povo africano. Também faltou falar mais da relação de Nate com a ex-esposa, a abordagem ficou numa camada superficial. 

É válido destacar o final, tem uma plot twist interessante, mas bem previsível. Funciona com os conceitos apresentados durante o longa, com uma conclusão que reforça os valores da família. "A Fera" é um thriller de suspense e cumpre o que promete. Vai agradar aos amantes de filmes sobre animais assassinos. Vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção: Baltasar Kormákur
Produção e distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h33
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ação / drama

19 agosto 2021

"O Esquadrão Suicida" faz você esquecer que houve um primeiro filme

James Gunn acerta na direção e no roteiro e na escolha do elenco, respeitando os personagens dos quadrinhos da Dc Comics (Fotos: Jessica Miglio/Warner Bros.)


Maristela Bretas


Violento, com muito sangue, ação do início ao fim e um humor sarcástico, "O Esquadrão Suicida" ("The Suicide Squad"), dirigido por James Gunn ("Guardiões da Galáxia" - 2014) é tudo o que seu quase homônimo - "Esquadrão Suicida" (2916) - não conseguiu ser e ainda está agradando aos fãs da DC Comics.

Graças ao ótimo elenco estrelar (que o outro também tinha, mas não soube aproveitar), a versão em cartaz nos cinemas deve seu sucesso também ao roteiro de Gunn, que respeitou os personagens dos quadrinhos, mas não deixou de torná-los mais bizarros e violentos, amarrando muito bem a história de cada um deles.


Segundo o estilo de "Deadpool", com violência sem medidas, acompanhada de um humor escrachado que agrada apesar da situação, a produção prende o público, mesmo com tanta matança. Cabeças voam, o sangue jorra fácil e tudo acontece como se matar fosse uma coisa corriqueira.

Na verdade, para este grupo de psicopatas assassinos, a violência extrema é normal e o enredo apresenta personagens desprovidos de emoções, sem nada a perder. Não é à toa que estão "hospedados" na pior prisão dos EUA - Belle Reve -, onde morrer é como tomar café da manhã.


Como no antecessor, a diretora da penitenciária, Amanda Waller (a excelente Viola Davis) recruta um novo grupo de supervilões entre seus prisioneiros para destruir um projeto super secreto que ameaça o planeta.

Concluindo a missão eles terão suas penas reduzidas e as famílias preservadas. Enfrentar o exército da pequena ilha de Corto Maltese vai ser o menor dos problemas para o Esquadrão Suicida. O maior vilão está por vir -  o monstro Starro, o Conquistador - digno de um filme de super-heróis.


Apesar do banho de sangue, é impossível não simpatizar com alguns dos integrantes do grupo. E o brilho maior, como no filme de 2016, não poderia ser de ninguém mais que  "Arlequina" de Margot Robbie (que vive a supervilã também em "Aves de Rapina" - 2020). Sádica, bem humorada, violenta, sedutora, mas preocupada com os amigos, ela é um misto de emoções e fúria irresistíveis. 

Até mesmo com uma entrada triunfal, vinda diretamente do banheiro (só assistindo para entender), ela domina as cenas em que aparece - praticamente o filme todo. Ao mesmo tempo que enforca, asfixia ou fatia seus inimigos, exibe um sorriso ingênuo ou um olhar assassino.


Dividindo as atenções  temos a ótima interpretação de Idris Elba como "Sanguinário". O nome já diz tudo. Ele toma o lugar que no filme anterior foi de Will Smith, como "Pistoleiro"  e lidera o grupo na missão. Com ele outro rosto famoso do ringue e das telas, fazendo o estilo fortão sem noção - John Cena interpreta o vigilante "Pacificador". O personagem, inclusive, ganhou uma série na TV solo na HBO Max - "Peacemaker".

Além de "O Esquadrão Suicida", os dois atores estão também "Velozes e Furiosos 9", juntamente com Michael Rooker (Sábio). O elenco conta ainda com os superpoderes de David Bolinha (David Dastmalchian), de Caça-Ratos 2 (a atriz portuguesa Daniela Melchior), o Tubarão-Rei Nanaue (que recebe a voz de Sylvester Stallone). 


No segundo time de super-heróis bizarros temos ainda Capitão Boomerang (Jai Courtney), Caça-Ratos 1 (Taika Waititi ), Pensador (Peter Capaldo), Dardo (Flula Borg), OCD (Nathan Fillion), Doninha (Sean Gunn). A atriz brasileira Alice Braga também tem boa participação como a líder dos rebeldes Sol Soria. Joel Kinnaman ("O Informante" - 2019) volta mais "parrudo", bonito e simpático como o coronel Rick Flag.


Se o elenco e suas interpretações já são motivo de sobra para assistir a "O Esquadrão Suicida", a trilha sonora espetacular arrasa, assim como os efeitos visuais. Destaque para as lutas com espadas, especialmente nas mãos de Arlequina.

Apesar de não ter agradado ao público dos EUA, o mesmo não aconteceu no restante do mundo e garantiu, até o momento, uma bilheteria de quase US$ 120 milhões. O valor ainda não chegou à metade do que foi investido na produção - US$ 285 milhões. Mas vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: James Gunn
Distribuição: Warner Bros.
Exibição: Nos cinemas e HBO Max
Duração: 2h12
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Aventura / Ação
Nota: 4 (de 0 a 5)

01 agosto 2019

"Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw" explora franquia e carisma dos protagonistas para atrair fãs

Dwayne Johnson, Jason Statham e Vanessa Kirby se unem para lutar contra um perigoso vilão mudado geneticamente (Fotos Universal Pictures/Divulgação)

Pedro Santos


Spin-off da famosa franquia de ação, "Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw" ("Fast & Furious Presents: Hobbs & Shaw") aproveita o carisma dos personagens principais, interpretados por Dwayne “The Rock” Johnson (Luke Hobbs), e Jason Statham (Deckard Shaw) para faturar mais uma boa bilheteria até a chegada do nono filme da série, previsto para maior de 2020. Antagonistas nos filmes 5 e 7 (2015) da franquia, eles se reencontraram em "Velozes e Furiosos 8" (2017) e são obrigados a trabalharem juntos pela primeira vez. A química desta divertida dupla de ação foi responsável por uma das melhores sequências do filme e levou os produtores a fazerem esta derivação da franquia.


O longa é estúpido, previsível e bastante exagerado, o roteiro não passa de uma desculpa para termos as cenas de ação. Os diálogos são caricatos e cheios de frases de efeito. Dito isso, ele acaba se tornando uma produção bem divertida, praticamente um desenho animado, levando-se em consideração o rumo que a franquia tomou a partir do quinto filme. Qualquer um que comprar um ingresso para esse "Hobbs & Shaw" sabe exatamente o que esperar: piadas em excesso, tiros e explosões que muitas vezes não fazem sentido (e nem precisam fazer).


Filmes como os da franquia "Velozes e Furiosos" servem para desligar o cérebro e simplesmente aproveitar o passeio. Logo depois que sair do cinema você provavelmente irá esquecer-se da trama e lembrar apenas das piadas e das cenas de ação. O diretor David Leitch está cientes do que o filme é, e não tenta ser diferente. Muito pelo contrário, apela para seu público alvo de uma maneira invejável. Porém há algumas partes que perdem um pouco o ritmo, como no último ato, por exemplo, que começa arrastado e demora bastante para engatar.


Na trama, Hobbs e Shaw são novamente obrigados a trabalharem juntos, apesar de suas personalidades e gostos opostos. A dupla precisa unir forças para enfrentar Brixton (Idris Elba), comandante de uma organização terrorista alterado geneticamente que se tornou uma ameaça biológica global. Para tanto, eles contam com a ajuda de Hattie (Vanessa Kirby), irmã de Shaw, que é também agente do MI6, o serviço secreto britânico.


Os atores não são tecnicamente bons, mas o carisma da dupla principal carrega o filme, que conta ainda com as excelentes participações especiais. A maioria das piadas é boa, porém o filme se apoia muito em referências de outros longas, o que pode ficar um pouco cansativo para quem não gosta desse tipo de humor. Idris Elba, o melhor do elenco, interpreta o vilão e, infelizmente, faz um personagem chato com uma performance igualmente esquecível. Também participam da trama os atores Vanessa Kirby, Helen Mirren, Eddie Marsan, Elza Gonzales e grande elenco.


"Hobbs & Shaw" é um filme que se encaixa nos padrões recentes da franquia e agradará aos fãs pela ação exagerada e pelo humor. Se você está buscando por um filme inteligente ou inovador, procure outra opção no cinema. Entretanto, se quiser deixar o realismo de lado, sente-se e aproveite o filme pelo que ele é. Vai ser um passatempo interessante.Muitos poderão achar que se trata de uma produção trivial e sem substância, mas serão as bilheterias, como sempre, que irão ditar se o spin-off vai merecer ou não uma continuação com a explosiva dupla.



Ficha técnica:
Direção: David Leitch
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h16
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #VelozesEFuriosos, #HobbsEShaw, #Universal PicturesBrasil, #DwayneJohnson, #JasonStatham, #ação, #IdrisElba, #cinemaescurinho

03 março 2018

Jessica Chastain é "A Grande Jogada" que salva adaptação longa e morna

Produção é baseada no livro de memórias da ex-esquiadora Molly Bloom, conhecida como "Princesa do Pôquer" (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Talvez por eu não conhecer as regras do pôquer, como muitas pessoas que irão ver o filme, "A Grande Jogada" ("Mollys´Game") é uma produção arrastada e morna, salva pela protagonista Jessica Chastain. Novamente a excelente atriz apresenta um personagem que domina toda a ação e conta como funcionam os meandros dos jogos realizados em locais privados. O início tem explicação demais sobre as regras do pôquer e o roteiro só vai melhorando do meio em diante, mas não justifica de forma alguma 2h20 de exibição. 

Ela é Molly Bloom, uma ex-esquiadora que sofre um acidente e não pode mais competir nos Jogos Olímpicos. Ela se torna garçonete e aproveita para conhecer as pessoas certas e as regras (legais e ilegais) do pôquer. O filme é baseado na trajetória de Molly, que narra sua história, os dramas familiares, especialmente com o pai que foi seu treinador, como ela se envolveu com pessoas poderosas do submundo dos jogos milionários e que, mesmo após ser presa, se recusa a entregar os nomes de seus clientes ao FBI.

Além de Chastain, o longa conta ainda com Idris Elba, como o advogado de Molly Charlie Jaffey, que vai defender a empresária do jogo das acusações. Ele tem boa presença e entrega um bom personagem que não concorda com a postura da cliente em assumir tudo sozinha. Kevin Costner faz um papel secundário e pouco expressivo do pai de Molly e seu exigente treinador, que deixou a família. Apesar de serem ótimos atores, eles ficam apagados quando a atriz entra em cena.

Michael Cera é o Jogador X, aquele que provoca os demais para partidas mais arriscadas; Jeremy Strong interpreta Dean Keith, um produtor de cinema que organizava jogos ilegais e que contrata Molly como sua assistente.  Há ainda a turma de jogadores formada por Chris O´Dowd, Bill Camp e Brian d´Arcy James.

O filme é baseado no livro de memórias de Molly Bloom (papel de Jessica Chastain), que ficou conhecida como a "Princesa do Pôquer". 
Ela explica como funcionam os bastidores dos jogos que organizava em sua casa e que contavam com a presença de estrelas de Hollywood e milionários de Wall Street. Tudo ia bem, até que começou a ser investigada pelo FBI sob a acusação de organizar eventos ilegais e de envolvimento com a máfia russa.

Um filme bom apesar de longo demais. Chegou a receber uma indicação ao Oscar 2018 na categoria de Melhor Roteiro Adaptado e duas indicações ao Globo de Ouro - na mesma categoria e na de Melhor Atriz de Filme de Drama para Jessica Chastain, esta muito justa.



Ficha técnica:
Direção: Aaron Sorkin
Produção: Sony Pictures / Pascal Pictures / Mark Gordon Production 
Distribuição: Diamond Films Brasil
Duração: 2h20
Gêneros: Drama / Biografia 
Países: EUA / China
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #AGrandeJogada, #JessicaChastain, #AaronSorkin, #IdrisElba, #KevinCostner, #drama, #biografia, #SonyPictures, #DiamondFilms, #cinemarkoficial, #CinemanoEscurinho