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| Nathália Reyes interpreta personagem inspirada em Clara Helena Enciso, única sobrevivente do grupo guerrilheiro M-19 (Foto: Divulgação/Vulcana Cinema)s |
Silvana Monteiro
“Novembro”, longa-metragem dirigido e roteirizado por Tomás Corredor, mergulha na dolorosa história recente da Colômbia ao revisitar um de seus episódios mais sombrios: o cerco ao Palácio da Justiça, ocorrido em Bogotá, em novembro de 1985.
A obra reconstrói, com intensidade e fusão internarrativa, a invasão do grupo guerrilheiro M-19 ao edifício da Suprema Corte. A resposta militar desencadeou um confronto devastador, que destruiu paredes e provocou dezenas de perdas humanas.
O filme entrelaça imagens de arquivo e cenas gravadas em locações no México, recriando o ambiente interno, opressivo e aterrorizante vivido por 35 reféns, entre guerrilheiros, juízes e civis, por mais de 27 horas no interior de um banheiro da corte judicial, naquele 6 de novembro.
A fotografia aposta em tons densos e em uma luz rarefeita: há pouco ar, há muito suor, tensão, gente tentando sobreviver ao caos de uma invasão, choro e diálogos violentos.
Esses elementos narrativos constroem uma atmosfera de asfixia, espelhando o medo e o desespero compartilhados por guerrilheiros, reféns e militares.
Com atuações de Natalia Reyes (também produtora executiva do filme), Santiago Alarcón, Juan Prada e Max Durán, "Novembro" é uma coprodução internacional da colombiana Burning, da mexicana Piano, da norueguesa Tordenfilm, e coprodução internacional com a produtora brasileira Vulcana Cinema.
O longa, que chega nesta quinta-feira (30) aos cinemas brasileiros, teve estreia mundial, em setembro, na Discovery Section do 50º Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF) e foi selecionado para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Destaque mais que merecido para Reyes que interpreta Clara Helena, "La Mona", uma personagem inspirada em Clara Helena Enciso, a única sobrevivente do grupo guerrilheiro M-19. Justamente por isso é perceptível sua ótica na história.
A atuação de Santiago Alárcon no papel do magistrado Manuel Gaona Crus, também é outro ponto forte da obra.
A narrativa que se estende em alguns trechos que poderiam ser mais dinâmicos, no entanto, enfraquece a trama. Ainda assim, no conjunto, trata-se de uma excelente opção para quem aprecia docudramas, filmes de guerrilha e produções de caráter sociopolítico.
Especialmente no momento que estamos vivendo com a situação de caos e mortes no Rio de Janeiro após a megaoperação contra o narcotráfico.
Ficha técnica:
Produção: Burning, Piano, Vulcana Cinema, Tordenfilm
Distribuição: Vulcana Cinema
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h18
Classificação: 14 anos
Países: Colômbia, Brasil, Noruega e México
Gênero: drama histórico
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