14 fevereiro 2017

"Cinquenta Tons Mais Escuros" é uma aula fraca de sexo e submissão

Christian Grey e Anastasia voltam em performances mornas, diferentes do livro, que podem agradar apenas aos fãs da franquia (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Se o primeiro filme - "Cinquenta Tons de Cinza" -, apesar da bilheteria milionária, foi muito ruim, o segundo da série "Cinquenta Tons Mais Escuros" ("Fifty Shades Of Grey 2: Fifty Shades Darker") conseguiu ser "um pouquinho melhor", mas nada que valha a pena. Só salva a beleza de Dakota Johnson e o tanquinho de Jamie Dornan. Porque o resto é difícil demais de assistir. Pelo menos no primeiro havia insinuações de cenas mais picantes graças ao estilo sadomasoquista do personagem Christian Grey.

Já nesta produção, até as cenas que deveriam ter tons mais "escuros" como afirma o título, não passa de um papai e mamãe pela metade. Fraco, sem clímax, com um ator bonitinho mas ruim de serviço. E Dakota, que teve uma interpretação mais convincente como Anastasia Steele no primeiro filme, parece que está cumprindo contrato, sem pique e sem graça.

De drama não tem nada, a categoria erótico ficou a desejar e o romance é bem água com açúcar, com direito a flores e declarações de amor. Pode deixar muita "donzela" cheia de esperança de encontrar um Christian Grey pela vida, mas vamos ser sinceras: na base da chicotada, submissão e sendo tratada como objeto de posse de um bilionário todo poderoso cheio de neuras?

Pior foi ver Kim Basinger, a grande estrela de "9/2 Semanas de Amor" (aquele sim foi um clássico em erotismo) acabada, num papel ridículo. A impressão que passa é que ela foi usada para fazer com que as pessoas associassem a atriz a seu personagem do passado, o que seria um tiro no pé. Não tem mais nada que lembre, nem mesmo a sensualidade.

O diretor James Foley não consegue salvar o que já nasceu perdido. A história é fraca, com o personagem de Dornan que trata mulheres com desprezo e as torna submissa, tentando mudar seu "jeitinho de ser" para recuperar Anastasia, que o abandonou no primeiro filme. Ele tenta ser o bom moço, mas deixou um rastro de submissas tão doidas quanto ele por seu caminho.

Anastasia, que seguiu sua carreira, continua a ser procurada pelo galã e para que o aceite de volta exige mudanças em seu comportamento. Ela passa a ditar as regras e a ser a dominadora nos jogos sexuais. Ao mesmo tempo, consegue que Grey passe a se abrir para outras pessoas e para um relacionamento. Nada muito diferente de um romance no estilo "Sabrina". O sexo voraz que o livro insinua passou loooooooonge.

O pior é saber que ainda haverá um terceiro filme para completar a franquia. O certo disso tudo: a bilheteria será novamente milionária, como foi a venda dos livros. E as versões cinematográficas continuarão censuradas e muito mais fracas que novelas da 9.

Um ponto positivo é a música tema "I Don't Wanna Live Forever", interpretada por ZAYN e Taylor Swift e outras composições que compõem a trilha sonora, como "Hellium", de Sia, e "One Woman Man", de John Legend. Recomendo o filme apenas para fãs da obra literária e que queiram ver a continuação. Mesmo assim, podem ficar decepcionados com as cenas eróticas, novamente suavizadas.



Ficha técnica:
Direção: James Foley
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h58
Gêneros: Drama / Romance / Erótico
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2 (0 a 5)

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12 fevereiro 2017

"Lego Batman: O Filme", o mais divertido e inteligente de todos os tempos

Animação com o Homem-Morcego é uma aventura com heróis e vilões para agradar crianças e adultos (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Nem Ben Affleck, Christian Bale ou menos ainda Val Kilmer. Homem-Morcego mesmo é o de "Lego Batman: O Filme" ("The Lego Batman Movie"), com a voz original de Will Arnet e a dublagem em português de Duda Ribeiro. Se estiver procurando diversão, daquela de dar boas gargalhadas, então não pode deixar de assistir a essa animação do herói mais sombrio da DC Comics feita com os famosos bloquinhos.


A criançada vai delirar com todos os super-heróis e vilões em ação, mas os diálogos são para adultos. E para quem tem mais de 50 anos, o filme ainda traz boas lembranças de séries passadas. Coringa (voz de Marcio Simões) é um malvado, quase favorito, que tem trauma por ser desprezado por Batman e nunca ter sido reconhecido por ele como seu maior arqui-inimigo. Os diálogos são dignos de uma sessão de terapia com muito riso.


Por sua vez, o morcegão, que apareceu a primeira vez em "Uma Aventura Lego" (2014), também é um cara cheio de problemas de relacionamento, adora ser tratado como herói de Gotham City, não pode ver um flash piscando, mas vive isolado em sua batcaverna ou na mansão Wayne, com seus brinquedinhos e veículos tecnológicos, tendo apenas a companhia do mordomo Alfred, além dos fantasmas de seu passado.



Até que um dia um jovem órfão (não estou dando spoiler, tudo mundo sabe da história de Robin) aparece na vida de Batman e vai fazer o egocêntrico e mal-humorado super-herói reavaliar seu comportamento. Até mesmo com a paixão de sua vida, Bárbara Gordon, que depois irá se tornar Batgirl (a voz original é de Rosario Dawson, com dublagem em português de Guilene Conte).


Quando o comissário Gordon, pai de Bárbara, se aposenta, ela assume em seu lugar com a proposta de tornar a polícia mais eficiente e independente do Homem-Morcego, o que o não o deixa nada satisfeito. Enquanto isso, Coringa tem um mega-plano que irá envolver todos os inimigos do herói, incluindo Arlequina, Duas Caras, Senhor Frio, Charada e Pinguim. Na turma dos super-heróis estão o Super-Homem, Lanterna Verde, Mulher-Maravilha e até o Flash.


Nessas idas e vindas, "Lego Batman: O Filme" envolve o espectador numa divertida aventura, com muitas explosões de bloquinhos, veículos irados, uma boa trilha sonora e um elenco caro fazendo as dublagens originais, como Mariah Carey (prefeita de Gotham), Zach Galifianakis (Coringa), Michael Cera (Robin), Ralph Fiennes (Alfred), Channing Tatum (Super-Homem) e Jonah Hill (Lanterna Verde).


O filme é uma sátira desde o começo, com o herói zoando a abertura de filmes tradicionais e segue essa linha em todo o enredo. Este Batman não é para ser levado a sério, é para ser curtido como uma animação com diálogos inteligentes, com ótimos efeitos visuais aplicados em blocos de Lego, Vale conferir.


Ficha técnica:
Direção: Chris McKay
Produção: Warner Animations / DC Comics / Lego
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h45
Gêneros: Animação / Aventura / Família
Países: EUA / Dinamarca
Classificação: Livre
Nota: 4,5 (0 a 5)

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