11 dezembro 2020

Espaço do Conhecimento UFMG lança hoje o documentário "Inconfidências" sobre a mineração nas Gerais

Produção será disponibilizada no Youtube e em breve exibida no Planetário do Museu (Reprodução/Espaço do Conhecimento UFMG)
 

 Maristela Bretas

 
Sob a direção do professor Maurício Gino, da Escola de Belas Artes, e produção da equipe de Audiovisual do Espaço do Conhecimento UFMG, será lançado nesta sexta-feira (11), no canal de Youtube, o documentário "Inconfidências". O filme propõe uma reflexão sobre a atividade mineradora no Estado de Minas Gerais e seus impactos ao longo dos anos.

Por causa da pandemia de Covid-19, o lançamento do documentário será disponibilizado a partir das 18h30, como parte da comemoração virtual dos dez anos do Espaço do Conhecimento UFMG, que se encerra no dia 12 de dezembro. A programação completa está disponível em https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/acontece/10anos/

Foto: Valéria Amorim

A partir das 19h30 haverá uma roda de conversa sobre o filme com a participação dos seguintes convidados: professoras Cláudia Mayorga, Pró-Reitora de Extensão da UFMG e Sara del Carmen Rojo de la Rosa (FALE/UFMG); professor Fabrício Fernandino, diretor do Centro Cultural UFMG, e Paulo Henrique Silva, jornalista, crítico de cinema e ex-presidente da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). A mediação ficará a cargo do professor André Mintz (EBA/UFMG). 
 
O filme e a roda de conversa estarão disponíveis no canal do Espaço do Conhecimento UFMG no Youtube pelo link www.youtube.com/espacoufmg.

A produção

 

Sobre a parte técnica, o diretor Maurício Gino explica que para a produção de algumas imagens de "Inconfidências" foi usada uma lente olho de peixe, que dão o formato arredondado ao vídeo. As demais foram feitas com câmera 360 e objetivas normais. Como na sequência de fotos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo.
 
 
Foto: Valéria Amorim

O vídeo contou com a colaboração da fotógrafa Valéria Amorim que acompanhou por anos o desastre da Samarco e cedeu as fotos de seu trabalho. A equipe de Audiovisual do Espaço do Conhecimento UFMG fez a adaptação para fulldome. De acordo com o diretor, a escolha desse formato foi para que o filme seja veiculado em telas hemisféricas como a do Planetário do Espaço do Conhecimento UFMG.

Com o distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, o vídeo precisou ser adaptado para a mídia plana. "Assumimos a deformidade da imagem, necessária ao planetário, mas por outro lado pudemos trabalhar com a textura da tela plana e inserimos uma janela com interpretação em Libras, o que não tem na versão do planetário", explicou Maurício Gino.
 


A produção começou no segundo semestre de 2019 com a gravação dos depoimentos dos entrevistados. O cronograma previa a gravação das imagens de cobertura de diversas localidades do Estado em janeiro e fevereiro de 2020, com o lançamento do vídeo no final de março. As fortes chuvas no início do ano atrasaram as expedições. 
 
Mas foi a pandemia que mais dificultou a produção, adiando a estreia no planetário neste ano. "Por outro lado, foi um desafio para que pudéssemos editar com as imagens que tínhamos em mãos e nos instigou a pensar em alternativas ao lançamento do filme no planetário, que está fechado em decorrência das medidas sanitárias. Essa versão para qual pensamos o filme será lançada quando possível, e contribui para a imersão do espectador não apenas no tema do documentário, como também nas diversas paisagens representadas”, concluiu o diretor.
 

O vídeo contou com o apoio do Sindicato dos Professores de Universidades Federais (APUBH-UFMG), por meio do Edital Arte e Cultura, e foi produzido no Espaço do Conhecimento UFMG para veiculação no Planetário do Museu.
 


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08 dezembro 2020

"Ava" se vende como inovador, mas é mais do mesmo

 

Jessica Chastain é a assassina profissional que passa a ser caçada por sua organização por causa
de um erro (Fotos: Netflix)



Jean Piter Miranda


Uma agente super bem treinada no uso de armas e nas artes marciais. Mais que isso. A melhor de todas. Que executa perfeitamente as missões em que é ordenada. Até que um dia ela comete um erro e passa a ser perseguida pelos integrantes da própria equipe. Parece familiar, não? Essa é trama de "Ava", novo filme estrelado por Jessica Chastain, disponível na Netflix.

Ela é Ava, uma assassina profissional sedutora que trabalha para uma organização secreta. Ela recebe ordens para executar pessoas em troca de dinheiro e não hesita, vai lá e faz. Assim ela fica “famosa” por ser a melhor de todas as agentes. Mas claro, isso tem um preço: Ela precisou ficar distante da família pra seguir essa “carreira” e usar o codinome Ava. Até que infringe as “regras de conduta” do seu trabalho e passa a ser perseguida pelos próprios colegas.


Olhando assim, dá pra pensar em outros filmes com enredos parecidos: "John Wick" (2014), com Keanu Reeves, "Jason Bourne" (2002), com Matt Damon, e até alguns dos muitos 007 que tivemos. Quando pensado em uma mulher como protagonista, saindo na porrada, num roteiro semelhante, lembramos de "Salt" (2010), com Angelina Jolie, "Atômica" (2017), com Charlize Theron, e "Operação Red Sparrow" (2018), com Jennifer Lawrence. Sendo assim, "Ava" já começa não trazendo nada de novo.

O roteiro também não apresenta novidade. A agente precisa voltar para a cidade natal, reencontrar a família e tentar consertar os problemas de relacionamento que ficaram para trás com a mãe e a irmã. É bem legal rever Geena Davis em um filme. Ela é Bobbi, a mãe de Eve. Fica muito naquela de “você sumiu e reaparece do nada”. A irmã Judy (Jess Weixler) é ressentida com isso, a mãe é do tipo que apazigua as coisas, pois entende bem a vida que a filha mais velha leva, mesmo não dizendo nada.


Tem o guru de Ava, Duke (John Malkovich), mais um veterano que abrilhanta o elenco. Mas, a participação dele é bem clichê e previsível. É o cara que recrutou e treinou a assassina, e meio que a considera como uma filha, apesar de tudo. O que soa como algo bem forçado. O filme não mostra nada que possa sugerir essa ligação afetiva entre os dois.

Ava começa a ser perseguida pela própria organização, que tenta matá-la. A razão pela qual vão atrás dela é de cair o queixo. Você pensa: estão querendo matar a melhor agente deles por esse motivo? É o maior furo no roteiro. Se ficar atento a isso, todo o resto da história fica sem sentido e muito forçado. Mas pelo menos, quando a ação ocorre ela garante boas cenas e muitos truques de câmera.
   


Vendo o trailer, o ponto alto do filme, o que normalmente se espera, são as cenas de luta, porrada comendo. No trailer, tudo muito legal. Na obra completa, a coisa não fica muito boa. As cenas são um tanto lentas. Jessica Chastain dá o seu máximo e até vai bem. Mas certamente não convence aos espectadores mais exigentes ou aqueles que fizerem comparações com outros filmes de ação. Ou seja, o que era para ser o destaque se torna, com muita boa vontade, a parte mediana da produção.


O elenco tem ainda Colin Farrell como vilão. Ele manda bem, como é de costume. Nos diálogos, nas cenas de ação e em tudo mais. É até bem pouco aproveitado. Quando aparece, cumpre muito bem seu papel. O melhor do filme, por sinal.  O ator Common, que interpreta Michael, o ex de Eve, assim como Farrell, teve uma participação quase dispensável, um desperdício de talento.


Para quem assistir "Ava" como mero entretenimento, tudo bem, dá pra passar. É de mediano a igual a muitos outros. Com um olhar mais crítico fica claro que se trata de uma produção fraca, melhor nem ver. Com um grande detalhe: o filme deixa em aberto uma possível continuação. Pra quem gosta do gênero e não é muito exigente, é uma boa pedida.



Ficha técnica:
Direção:
Tate Taylor
Exibição: Netflix
Duração: 1h37
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Ação / Suspense / Drama

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