17 outubro 2016

"Inferno" é boa distração mas fica a dever para obra original

Tom Hanks interpreta novamente o professor de simbologia Robert Langdon, em parceria com Felicity Jones (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


O diretor Ron Howard e o ator Tom Hanks estão juntos novamente na terceira adaptação para o cinema de um best seller do escritor Dan Brown. Depois de "O Código Da Vinci" e "Anjos e Demônios" está em cartaz nos cinemas "Inferno", uma trama que toma como base o texto da terceira parte da obra "A Divina Comédia", de Dante Alighieri. E claro, nada como chamar o professor Robert Langdon (Tom Hanks), conhecido dos filmes anteriores, para ajudar a solucionar os enigmas.

Apesar de oferecer muita ação, boas perseguições e um elenco convincente, "Inferno" segue a mesma fórmula de "O Código Da Vinci", mas a adaptação foi a mais fraca das três até agora. Ainda bem que muitos detalhes do livro são suprimidos da versão cinematográfica, senão ficaria extremamente chata e arrastada.

Se Paris foi pouco mostrada no primeiro filme e a Praça de São Pedro, no Vaticano, concentrou as atenção no segundo, "Inferno" brilha ao explorar muito bem as belas paisagens de Florença, Veneza e Istambul. Só isso já vale o ingresso, que não precisa ser para uma sala 3D.

A adaptação de "Inferno" também se atualizou no tempo e usa tecnologia de ponta, como os drones na caçada ao simbologista e sua amiga. Tom Hanks incorpora um Langdon mais maduro e se mostra mais à vontade com o personagem. Ele é a aposta dos produtores de atrair um público que vai ao cinema só para ver o ator, mesmo que o filme não seja bom. Se Dan Brown aumentou em alguns milhões de dólares sua fortuna com os três livros adaptados, deve ao Robert Langdon vivido por Hanks.

Desta vez, o famoso simbologista acorda em um hospital  de Florença (Itália), com um ferimento na cabeça provocado por um tiro de raspão. Muito tonto, desmemoriado e tendo alucinações, ele é tratado pela médica Sienna Brooks (Felicity Jones), uma admiradora de seu trabalho desde que era criança. Langdon não se lembra de nada do que lhe aconteceu nas últimas 48 horas, nem mesmo o porquê de estar na cidade italiana.

Subitamente, ele é atacado por uma mulher misteriosa e, com a ajuda de Sienna, escapa do hospital. Ela o esconde em sua casa para tratar do ferimento. Mas Langdon encontra no bolso de seu paletó um frasco lacrado que somente ele poderá abrir. O professor e sua amiga acabam descobrindo que o estranho artefato é tão poderoso que poderá acabar com mais da metade da população da Terra.

A dupla passa a ser perseguida por quadrilhas de  criminosos internacionais e agentes da Organização Mundial de Saúde e precisará decifrar códigos e anagramas ligados ao universo de Dante Alighieri para evitar que a perigosa arma caia em mãos erradas.

Hanks é o destaque novamente, ao contrário de Felicity Jones que não convence muito como sua parceira, bem diferente da personagem do livro. Já o premiado Omar Sy, que faz o papel do agente Christophe Bruder, merecia mais destaque. Outro ponto que ficou muito a dever foi o final, bem aquém da obra original. 

Em compensação, a trilha sonora ficou a cargo do experiente Hans Zimmer, que entrega um bom produto. Mesmo com a história dando a sensação de "dèjá vu", "Inferno" convence, principalmente pelos cenários, e é uma boa distração.



Ficha técnica:
Direção e produção: Ron Howard
Produção: Columbia Pictures / Imagine Entertainment
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h02
Gêneros: Suspense / Policial
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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