20 abril 2018

O que mais intriga em "Arábia" é o incômodo que ele provoca

Filme independente trata com intimidade com o tema dos despossuídos (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Ao acompanhar a saga de um típico brasileiro pobre em busca de um rumo na vida, o espectador se vê diante de uma verdade que machuca e dói. A forma como os diretores mostram essa trajetória em "Arábia", de um jeito quase doméstico de tão simples, parece aproximar mais ainda o público da realidade: é assim que o Brasil trata seus jovens.


É assim, a esmo e sem eira nem beira, que vivem os que não tiveram a sorte de nascer no mínimo, numa família classe média. João Dumans e Affonso Uchoa, os diretores e roteiristas, são de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. E ao contarem, de forma corajosa e quase desajeitada, a história de Cristiano (Aristides de Souza), colocam o dedo na ferida e mostram intimidade com o tema dos despossuídos. Nenhum charme, nada de Hollywood.


Para assoprar uma certa leveza, o filme é todo permeado por canções icônicas que ajudam a contar essa história triste. Apresentados ora pelos próprios atores em seus raros momentos de lazer e descanso, ora por seus intérpretes profissionais, estão lá recados de Raul Seixas, Noel Rosa, Dorival Caymmi, Renato Teixeira. "Amanhecer é uma lição do universo/que nos ensina que é preciso renascer..." Viva o cinema independente.

Arábia ainda pode (e deve) ser conferido nas salas 3 do Belas (sessões de 14h e 17h20) e 7 do Cineart Contagem (18h40). Classificação: 16 anos // Duração: 1h37



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