23 abril 2021

“A Voz Suprema do Blues” é movido pela força de Viola Davis e Chadwick Boseman

A ação se passa dentro de um abafado e quente estúdio onde a banda ensaia para a apresentação (Fotos David Lee/Netflix)


Wallace Graciano

Era meado de 2020. Em meio às manifestações do Black Lives Matter, o diretor George C. Wolfe queria lançar “A Voz Suprema do Blues” ("Ma Rainey's Black Bottom") para reforçar a importância do negro em toda a história norte-americano. Ele foi voto vencido. 

A película só foi ao ar na Netflix em dezembro do mesmo ano. Porém, bem a tempo de consagrar as atuações titânicas de Viola Davis (Ma Rainey) e Chadwick Boseman (Leeve), que, não à toa, foram indicados ao Oscar de melhor atriz e melhor ator, respectivamente.


As quase duas horas de duração do longa, que é baseado na obra teatral de August Wilson, se passam em um pequeno estúdio de Chicago, em 1927. Nele, a já consagrada “Mãe do Blues”, Ma Rainey, está prestes a soltar sua voz em mais um potencial sucesso. Para tal, conta com sua talentosa banda, onde o ambicioso (e talentoso) trompetista Leeve quer dar o salto para outro patamar.


Porém, o abafado e quente estúdio, que sofre com a falta de ventilação, acirra os ânimos de um conjunto que deseja se impor perante uma gerência branca que quer controlá-los a todo custo. E é nesse momento que a trama ganha seu ápice. A atmosfera sufocante e tensa eleva ainda mais a atuação de Davis e Boseman, que roubam a atenção por completo do espectador, deixando o cenário, o figurino e o roteiro em segundo plano.


Para destacar ainda mais esse clima, a direção acertou ao apostar em cores fortes para o cenário que envolve os personagens, fazendo com que a película ganhe um ambiente quente e claustrofóbico, onde a respiração fica ofegante pelo clima e diálogos que a circundam. Somado a isso, essa escolha deu brilho aos protagonistas, que se destacam no cenário vibrante.


Ainda que tenha um roteiro convincente, “A Voz Suprema do Blues” se supera ao trazer ao espectador um filme onde seus protagonistas elevam a dramaturgia ao ápice, fazendo com que as duas horas de duração tenham suas respectivas assinaturas a cada quadro. Davis e Boseman, que infelizmente nos deixou em agosto do ano passado, são gigantes e imponentes.


Ficha técnica:
Direção:
George C. Wolfe
Exibição: Netflix
Duração: 1h34
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Drama / Musical

21 abril 2021

Façam suas apostas - Sete curiosidades sobre o Oscar 2021 que valem uma graninha extra


Da Redação


Os indicados ao Oscar 2021 já são conhecidos e alguns praticamente estão com a estatueta na mão. Agora é sua vez de faturar uma graninha apostando nos candidatos à 93ª edição da maior premiação do cinema mundial, que acontece no próximo domingo (25). 

Neste ano, o formato será diferente dos anteriores, não só por causa da pandemia de Covid-19. Há mudanças no número de categorias, na data, no protocolo da cerimônia e até em critérios para os filmes indicados. E é aí que os cinéfilos ainda podem faturar uma graninha.

Nomadland (Walt Disney Pictures)

Confira abaixo sete curiosidades sobre o Oscar 2021:

1. Apostar no Oscar 2021
Quem sabe tudo de cinema e conhece os critérios e predileções da academia pode lucrar com o Oscar 2021 fazendo APOSTAS ONLINE. Isso porque a Casa de Apostas KTO tem odds para quase todas as categorias da premiação. No momento em que esse texto foi escrito, por exemplo, a odd para Viola Davis na categoria de Melhor Atriz era de 3.0. Isso significa que se você apostar R$ 10,00 nesta opção e acertar, o valor total que você vai ganhar é R$ 30,00.


2. Novidades nas categorias de som do Oscar
Até o ano passado, o Oscar premiava os filmes em 24 categorias diferentes. Neste ano, o número caiu para 23. Isso porque a academia decidiu unir os conceitos de mixagem e edição para definir o filme com melhor som. 

3. Novo critério na categoria de trilha original
A partir de agora, os filmes precisam ter pelo menos 60% de trilha original para concorrer nesta categoria. E nos casos em que a história seja sequência de uma película anterior é necessário que ao menos 80% da trilha seja original. 

Meu Pai (California Filmes)

4. Data da cerimônia do Oscar
O Oscar normalmente ocorre entre a última semana de fevereiro e a primeira semana de março. Contudo, neste ano, foi necessário adiar o evento. Ele será realizado apenas no final de abril. Diferentemente das duas primeiras mudanças, essa alteração foi por causa da pandemia. Vale comentar que a lista dos indicados também demorou mais para sair, sendo divulgada apenas no dia 15 de março.

Mank (Netflix)

5. Como será a cerimônia do Oscar 2021
Para conseguir adotar todos os protocolos de segurança sem abrir mão da cerimônia presencial, o evento vai acontecer em dois locais diferentes de Los Angeles. Além do Dolby Theater, a festa será realizada também na Union Station - estação de trem que fica a 15 minutos de carro da tradicional casa da academia. Somente os apresentadores, os indicados e seus acompanhantes e, é claro, a produção do evento estarão presentes nos dois locais. Não haverá convidados como na edições anteriores.

A Voz Suprema do Blues (Netflix)

6. Streaming é cinema
Uma das maiores polêmicas do Oscar 2021 nem diz respeito às alterações na data e formato. O que está deixando muita gente intrigada é a indicação de filmes da Netflix, Amazon Prime e Disney Plus, que não foram produzidos pensando nas telonas. "A Voz Suprema do Blues" e "Mank", que estão disponíveis no catálogo da Netflix, concorrem em diversas categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Direção.

7. Diversidade no Oscar
Em quase 93 anos de premiação, apenas uma mulher venceu o Oscar de Melhor Direção e cinco foram indicadas até 2020. Neste ano, mais duas estão concorrendo na categoria, sendo que Chloé Zhao é a franca favorita pelo seu trabalho em "Nomadland". Emerald Fennel também se destaca pela forma que conduziu o filme "Bela Vingança". Outro destaque entre as mulheres é Yuh-Jung Youn ("Minari"), sul-coreana que concorre entre as melhores atrizes coadjuvantes.

Minari (Foto: A24)

E além da diversidade de gênero, o Oscar 2021 também conta com três negros indicados na categoria de Melhor Ator Coadjuvante: Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield ("Judas e o Messias Negro") e Leslie Odom Jr. ("Uma Noite em Miami"). Na categoria de Melhor Ator temos a indicação do muçulmano Riz Ahmed ("O Som do Silêncio"), e o ásio-americano Steven Yeun ("Minari"), além do negro Chadwick Boseman, que concorre postumamente à premiação por seu papel em "A Voz Suprema do Blues".

Agora é apostar e torcer para que sua escolha seja a vencedora. Boa sorte.