26 abril 2017

"Paixão Obsessiva" feita de clichês e previsível do início ao fim

Katherine Heigl interpreta a mulher possessiva que não aceita perder o ex-marido para Rosario Dawson (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

A estreia como diretora da conhecida produtora Denise Di Novi, responsável por filmes como "Amor a Toda Prova" e "Um Homem de Sorte", não foi muito feliz em "Paixão Obsessiva" ("Unforgettable"). Como suspense deixou a desejar, uma vez que toda a trama é um conjunto de clichês de produções que exploram o tema: uma mulher ciumenta que vê o ex-marido trocá-la por outra e de quebra a rival ainda conquista a amizade da filha Lily (Isabella Rice). O final era mais que esperado.

Assim é Tessa, interpretada pela bela Katherine Heigl (“Vestida para Casar”), uma mulher que tem dificuldades em aceitar que o ex-marido David Connover (Geoff Stults) planeja se casar com Julia Banks (Rosario Dawson), que deixou o emprego em Los Angeles para viver seu novo amor.  A possessiva e agressiva ex-mulher surta de vez quando percebe que também sua filha também está gostando da noiva atenciosa do pai e os três estão formando uma nova família. Tessa então monta um plano assustador para destruir Julia e tirá-la de circulação.

Katherine Heigl faz bem o papel da loura descompensada e cheia de traumas provocados pela mãe, vivida por Cheryl Ladd. Mas o roteiro a coloca mais como uma boneca Barbie, perfeccionista e com características que a deixam superficial e sem a força que seu personagem exigia. Rosario Dawson também não fugiu do lugar comum e faz uma noiva que esconde um passado sombrio e se sente inferior à ex de David. Ela fica melhor como Claire, a enfermeira das séries dos defensores da Marvel.

As previsíveis cenas finais foram bem feitas, mas os diálogos não condizem com o clima de luta. E David, o motivo da disputa das duas mulheres, passa o filme como um observador de tudo. Bonitinho sem expressão. "Paixão Obsessiva" é um suspense dramático sem novidades. Vale uma sessão de fim de noite no sofá com pipoca para distrair.



Ficha técnica:
Direção e produção: Denise Di Novi
Produção: Di Novi Pictures / Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h40
Gêneros: Suspense / Drama
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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25 abril 2017

Fox divulga trailer oficial legendado de "Kingsman: O Círculo Dourado"



Em "Kingsman: Serviço Secreto", o mundo foi apresentado à Kingsman - uma agência independente de inteligência internacional operando no mais alto nível de discrição, cujo objetivo final é manter o mundo seguro. Em "Kingsman: O Círculo Dourado", nossos heróis enfrentam um novo desafio. Quando seu quartel-general é destruído e o mundo é mantido como refém, sua jornada os leva à descoberta de uma aliada organização de espionagem nos Estados Unidos chamada Statesman, apresentando o dia em que ambos foram fundados. 


Em uma nova aventura que testa a força e inteligência de seus agentes até o limite, essas duas organizações secretas de elite se unem para derrotar um implacável inimigo comum, a fim de salvar o mundo, algo que está se tornando um hábito para o Eggsy. "Kingsman: O Círculo Dourado" tem a direção de Matthew Vaughn e elenco formado por Taron Egerton, Colin Firth, Julianne Moore, Mark Strong, Halle Berry, Elton John, Channing Ttatum e Jeff Bridges.
               

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"Além das Palavras" acompanha o ritmo de vida poético e solitário de Emily Dickinson

Cynthia Nixon e Jennifer Ehle têm ótimas atuações como a poetisa norte-americana e sua irmã Vinnie, que viveram no século XIX (Fotos: Cineart Filmes/ Divulgação)


Maristela Bretas


Com excelente interpretação da atriz Cynthia Nixon, "Além das Palavras" ("A Quiet Passion") estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH, contando a história da celebrada poetisa norte-americana Emily Dickinson. Sempre a mais forte e segura dos três filhos, extremamente ligada à família, cabeça-dura e já uma amante da poesia, assim foi seu crescimento até a idade adulta, quando a solidão e a depressão passam a dominá-la até seus últimos dias. O consolo vinha apenas no formato de belas palavras.

O filme é longo (até mais do que precisava), mas explicável ao acompanhar toda a trajetória de Emily Dickinson. Membro de uma família tradicional muito discreta e fechada, cujos costumes eram considerados inadequados para os padrões do século XIX, a jovem escritora sempre contou com o apoio dos pais e irmãos na sua paixão pela poesia. Uma união da qual ela não conseguia e nem quereria se desfazer e que levou por toda a vida, sem nunca ter se ligado a alguém.

A maior amiga foi a irmã Vinnie (Jennifer Ehle, também ótima no papel), com quem dividiu alegrias e tristezas, na juventude e por toda a sua vida. Também a cunhada Susan (Jodhi May) teve grande importância no trabalho da poetisa, como amiga e após a sua morte, parte que não é mostrada no filme. Outro que surpreende na interpretação quase britânica é Keith Carradine, como Edward Dickinson, pai de Emily. Correto, de poucas palavras, pai e marido amoroso, severo quando necessário, mas que tinha a família como seu universo, assim como a filha.


O roteiro segue acompanhando o crescimento da personagem como jovem, mulher, poetisa, uma pessoa firme em seus princípios de lealdade, respeito, mas que também sofreu com um amor proibido. "Além das Palavras" é uma drama que começa suave, vai se tornando mais denso e depois perde o ritmo, chegando a ter uma narrativa sonolenta. Exatamente onde começa a fase de depressão e solidão de Emily, para depois ganhar fôlego para o final.

Com figurino de época impecável e bela fotografia, “Além das Palavras” foi filmado na Bélgica e em Amherst, Massachusetts (EUA), cidade de origem dos Dickinson, a vida da escritora foi bem retratada no longa de Terence Davies. Desde a jovem estudante tímida, mas com ótimo senso de humor e amizades intensas à artista que termina a vida reclusa, amarga e irreconhecível, que sofreu duramente com a doença que a matou aos 56 anos.


Talento reconhecido após a morte

Devido a seu estilo de vida reclusa e à forte repressão religiosa imposta principalmente às mulheres da época, o talento de Emily Dickinson para a poesia só foi descoberto após sua morte, quando mais de 1.700 poemas foram encontrados. Segundo sua biografia, ela teria escrito praticamente um poema por dia, mas não teve mais do que dez deles publicados, muitos anonimamente. 


Do que se sabe até hoje sobre ela foi descoberto por meio de cartas encontradas, anos após seu falecimento. Estas cartas eram trocadas principalmente com a cunhada e vizinha, Susan Dickinson, e também com alguns escritores e intelectuais, como Samuel Bowles e Helen Hunt Jackson.

"Além das Palavras" é uma boa produção cinematográfica principalmente por causa das atuações e talentos de Cynthia Nixon, Keith Carradine e Jennifer Ehle, que deram a dramaticidade necessária à biografia da escritora. Vale conferir.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Terence Davies
Produção: Hurricane Films
Distribuição: Cineart Filmes
Duração: 2h05
Gêneros: Biografia / Drama
Países: Reino Unido / Bélgica
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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24 abril 2017

"A Cabana" é um reencontro com a fé que toca o coração

Octavia Spencer e Sam Worthington interpretam Deus e um pai que perdeu a fé (Fotos: Paris Filmes/Distribuição)

Maristela Bretas


Há semanas em cartaz nos cinemas de BH, somente agora consegui assistir o filme "A Cabana" ("The Shack"), uma adaptação do best-seller mundial de William Paul Young. O livro já vendeu 18 milhões de exemplares e foi escrito há dez anos como um presente do autor para seus filhos. Confesso que sai com certo alívio no espírito. Revendo uma entrevista dada à rede de TV CBN, o escritor explicou que o conto foi a forma que achou para se reencontrar a fé e acertar os pontos negativos de sua vida. 


Também serviu para mostrar aos filhos um Deus diferente, que perdoa e está sempre presente, mas que também não tem como evitar que as coisas ruins aconteçam. No máximo, Ele pode consolar e dar força para tentar superar as perdas ao longo da vida.

William P. Young conseguiu isso em seu livro e agora o diretor Stuart Hazeldine transformou a versão cinematográfica em uma história ainda mais envolvente e emocionante. As colocações e questionamentos sobre a fé em Deus, assim como a escolha de uma mulher (e negra) para o papel de Papa/Deus podem desagradar aos religiosos mais fervorosos. Mas Octavia Spencer está excepcional e como sempre dá um show de interpretação. Assim como Sam Worthington vivendo Mack Phillips, o pai que perde a fé após sofrer uma tragédia familiar.

No elenco estão ainda o israelense Avraham Aviv Alush (como Jesus Cristo), a japonesa Sumire Matsubara (Sarayu, o Espírito Santo), Radha Mitchell (Nan Phillips, mulher de Mack), Megan Charpentier e Gage Monroe (como Kate e Josh, filhos do casal), a brasileira Alice Braga, em ótima participação como a Sabedoria, e Graham Greene, a imagem do Deus homem, com traços indígenas. Várias etnias atuando em perfeita harmonia e mostrando que Deus pode se apresentar das mais variadas formas.

Inicialmente, "A Cabana" aparenta uma história comum, de uma família religiosa, muito unida e que, de repente, sofre uma perda irreparável. A partir daí, ela passa a mesclar um pouco de autoajuda e religiosidade, em que Deus (Spencer) terá de intervir para recuperar a fé de Mack (Worthington) e devolvê-lo à sua mulher e filhos. 

Uma ótima fotografia, com cenários que vão do branco da neve ao colorido do paraíso. Tudo isso ajudado pela bela trilha sonora, com destaque para a música tema "Keep your eyes on me", composta e interpretada por Tim McGraw (que faz o papel de Willie, amigo de Mack) e Faith Hill.

Na história, Mack é um pai atormentado que se culpa por ter perdido a filha caçula num passeio com os filhos. As roupas de Missy, levada por um sequestrador, são achadas numa misteriosa cabana nas montanhas, mas o corpo nunca foi localizado. Quatro anos depois da tragédia sua família está desestruturada e ele recebe um misterioso bilhete para que retorne a tal cabana, onde terá de rever toda sua vida.

O enredo quer mostrar que apesar das coisas ruins que acontecem na vida é possível ver uma luz no fim do túnel e fazer as pazes com o passado. Para alguns, a mensagem pode parecer piegas, mas "A Cabana" é um filme que toca o coração, faz chorar e até repensar na fé em Deus. "Como se fosse uma oração", como disse o autor. Vale a pena assistir, com certeza.



Ficha técnica:
Direção: Stuart Hazeldine
Produção: Summit Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h13
Gênero: Drama /Religião
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #ACabana #OctaviaSpencer #SamWorthington #StuartHazeldine #TheShack #Keepyoureyesonme #WilliamPaulYoung #TimMcGraw #drama #fé #religiosidade #Deus #JesusCristo #EspíritoSanto #Sabedoria #SummitEntertainment #ParisFilmes #CinemanoEscurinho

23 abril 2017

"Gostosas, Lindas e Sexies" é um tiro no pé como comédia

Cacau Protasio, Mariana Xavier, Lyv Ziese e Carolinie Figueiredo interpretam as quatro amigas plus size inseparáveis (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Um roteiro fraco, uma direção duvidosa, quatro talentos da comédia desperdiçados. "Gostosas, Lindas e Sexies", do diretor Ernani Nunes, em cartaz nos cinemas, é um filme difícil de ver até o final. A proposta seria mostrar que as mulheres que vestem manequim plus size (usando a expressão politicamente correta pra não causar "mi mi mi") podem ser bonitas e charmosas, fugindo dos padrões de beleza (e magreza) impostos pelo mercado. 

Com bom humor, quatro amigas vivem suas vidas e dramas, sempre unidas, dividindo preconceitos contra seu corpo, dando a volta por cima e mostrando que tudo podem. A ideia era ótima, tudo para dar certo. Mas "Gostosas, Lindas e Sexies" deu um tiro no pé. Matou a proposta original do filme, tirou a graça de atrizes como Cacau Protasio (a excelente Terezinha, de "Vai que Cola") e não aprofundou no assunto. Pelo contrário, mostrou uma postura bem conservadora.

Para piorar, quis colocar as quatro amigas superando o preconceito contra as "gordinhas", mas elas mesmo só aceitam ficar com caras sarados e bonitões. Nada de carecas e barrigudos, pois seria antiestético. Que filme é esse? As atrizes até que tentam fazer o máximo e têm boa afinidade entre si, o que impede que a produção fosse uma ruína geral. 

Cacau é Ivone, uma bem sucedida dona de rede de salões de beleza; Lyv Ziese é Tânia, que tenta ser atriz e insiste num casamento acabado; Mariana Xavier interpreta a voraz caçadora de homens Marilu; e por fim Carolinie Figueiredo, que faz o papel de Beatriz. uma jornalista que escreve para uma revista de moda para magras, mas tem um blog para as "gordinhas". 


As personagens de Lyv e Caroline são as mais sem graça - duas mulheres comuns que vivem seus dramas amorosos. Já Cacau, mesmo tolhida de sua graça como escandalosa e barraqueira ainda oferece um ou outro diálogo engraçado. O destaque fica para Mariana, que deita e rola  (literalmente) no papel de Marilu, com falas engraçadas e abusando da sexualidade.

A história tinha tudo para dar certo, aproveitando o talento principalmente de Cacau e Mariana, mas a insistência em repetir a imagem da gordinha boazinha e engraçada (mesmo sem ter graça alguma) e de usar termos pejorativos só reforçaram o lado conservador da sociedade. E colocou as quatro amigas como as "bobas da corte", moradoras do Rio de Janeiro que só pensam em beber, dançar, transar e dizer que são gordas gostosas.


Para completar o enredo sem pé nem cabeça, Beatriz ainda tem uma geladeira gay de nome de Flávio que a impede de comer para não engordar. A geladeira falante fica azarando tanto o namorado dela quanto os outros "bofes" que aparecem. O elenco conta ainda com Andre Bankoff, Marcos Pasquim, Juliana Alves, Eliane Giardini, Paulo Silvino e Márcia Cabrita. 

Pincele algumas coisas, um ou outro diálogo mais engraçadinho e vá assistir sabendo que não dará muitas risadas por a comédia nacional "Gostosas, Lindas e Sexies" é uma produção muito fraca.



Ficha técnica:
Direção: Ernani Nunes
Produção: Santa Rita Filmes / Paramount Pictures / Downtown Filmes
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h50
Gênero: Comédia nacional
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 1,5 (0 a 5)

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22 abril 2017

"Vida" tem bons efeitos visuais, mas oferece suspense de pouco impacto

Jake Gyllenhaal e Rebecca Ferguson protagonizam a ficção científica dirigida pelo sueco Daniel Espinosa (Fotos: Sony Pictures /Divulgação)

Paula Milagres


Nem "Alien - O Oitavo Passageiro", nem "Passageiros". "Vida" ("Life"), do diretor sueco Daniel Espinosa (que tem em seu currículo a direção de "Protegendo o Inimigo" e "Crimes Ocultos") ficou a desejar em alguns pontos, principalmente na abordagem da ficção científica. Se o início tem algum impacto, no decorrer do longa este vai se perdendo. 



O ser alienígena domina as cenas em que aparece, como era esperado, mas não surpreende e nem assusta, comprometendo também o suspense. Se comparado a "Alien - O Oitavo Passageiro", Calvin (nome dado ao ser marciano) perde disparado. Já o elenco do filme faz sua parte e entrega uma interpretação correta mas que não consegue segurar o fraco roteiro de Rhett Reese e Paul Wernick (os mesmos de "Deadpool").


Pelo visto, diretor e roteiristas têm preferência por escalar Ryan Reynolds para suas produções. Mas o ator está bem, fazendo menos gracinhas e adotando uma linha mais séria, como o engenheiro espacial Rory Adams. Destaque mesmo para Jake Gyllenhaal, Rebecca Ferguson e Ariyon Bakare, que interpretam os médicos David Jordan e Miranda North, e o cientista Hugh Derry. Completam o elenco internacional, com bom desempenho, os atores Hiroyuki Sanada, Olga Dihovichnaya e Naoko Mori.


Mas "Vida" tem também seus pontos bons e entre eles as cenas dos astronautas dentro da estação espacial. O diretor corre pelos compartimentos, quase como uma valsa, expondo cada parte. Interessante também a relação paternal do cientista Hugh Derry com Calvin. Além das cenas de ataques no ambiente de gravidade zero, que usam bons efeitos visuais, como a dos corpos explodindo e o sangue flutuando. 




Pena que faltou mais criatividade à produção, que explora ideias de filmes do gênero sem conseguir avançar ou criar algo novo na abordagem. "Vida" usa muitos clichês e não surpreende nem mesmo no final, apesar da atuação de Jake Gyllenhaal e Rebecca Ferguson.




"Vida", tem seu enredo em torno de seis astronautas em uma estação espacial internacional que, em sua missão, descobrem evidências de vida em Marte. Passam a investigar a amostra coletada no planeta e se deparam com uma célula que, com a dosagem certa de oxigênio, consegue se mover e crescer.



Calvin, como é batizado o organismo unicelular, que inicialmente parecia inofensivo, se desenvolve e causa terror na tripulação, que tenta, desesperadamente, conter sua força e ação. O principal objetivo da equipe agora já não é mais salvar a própria vida, mas deter Calvin para que não chegue à Terra e ameace a raça humana. Como distração, o filme agrada, mas a expectativa criada foi maior que a encomenda entregue.



Ficha técnica:
Direção: Daniel Espinosa
Produção: Columbia Pictures / Skydance Productions / Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h44
Gêneros: Ficção Científica / Suspense
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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19 abril 2017

"Joaquim" desmistifica o herói Tiradentes

Júlio Machado interpreta Joaquim José da Silva Xavier no filme de Marcelo Gomes, gravado na região de Diamantina (Fotos: Imovision/Divulgação)

Maristela Bretas e Leandro Borboleta


Herói da Inconfidência ou um homem comum com ambições? Qual imagem deve ser preservada pela história de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que morreu em 21 de abril por lutar pela Independência do Brasil? No colégio, ensinam que ele foi o grande líder e o único sacrificado entre os Inconfidentes Mineiros. Morreu como um mártir.


Mas "Joaquim", filme dirigido por Marcelo Gomes e gravado em Diamantina e na Serra do Espinhaço, em Minas, mostra um homem totalmente diferente. Ou melhor, um homem comum, com ambições, amores, desejos, preconceitos e que, apesar de defender direitos, mantinha escravos e tinha desprezo pelos índios. Um alferes, com conhecimentos de dentista (por isso a alcunha de Tiradentes) que prendia ladrões de ouro das terras Coroa Portuguesa em Minas, mas que sonhava em enriquecer e ocupar um posto mais alto na tropa. Assim poderia comprar a escrava que amava, e torná-la somente sua amante.


Na ficção, o diretor quis mostrar um outro lado de Tiradentes. Do soldado ao revolucionário, seu envolvimento com os aristocratas e intelectuais que planejaram o movimento, mas que na verdade usaram a impulsividade do alferes para transformá-lo em "boi de piranha". Se alguém caísse na rebelião não seriam eles, os nobres, mas o pobre militar, que acabou decapitado, esquartejado e teve seus membros espalhados pelas Minas Gerais.



Marcelo Gomes, também roteirista do filme, usou e abusou da câmera na mão, acompanhando os personagens, o que incomoda em alguns momentos, principalmente quando a cena era feita em terrenos acidentados. O roteiro não se preocupa em dar uma sequência nos fatos, o que deixa às vezes a história um pouco confusa, com cortes e mudanças de cenas bruscas. Outro ponto que deixou a desejar foi o final, que precisava ter avançado um pouco mais na relação de Joaquim com os demais inconfidentes - ficou muito superficial, sem impacto.



Em compensação, a cena de abertura com narração de Joaquim sobre sua história, tendo como fundo a imagem da cabeça dele cravada num poste, debaixo de chuva ficou muito boa. Leva o expectador a achar que será mais um filme sobre o herói. Vai se surpreender e gostar. As falhas não comprometem a ideia do drama, que busca mostrar como surgiu o famoso personagem - de alferes dentista a político e revolucionário. E suas andanças em busca do ouro em terras mineiras no século XVIII. A produção foi feita em conjunto com Portugal e utiliza atores mineiros, como os do Grupo Galpão.



"Joaquim" é um filme didático, mostrando detalhes de como era a vida dos militares a serviço da Coroa, seus anseios, a busca pelo ouro, a disputa pelo comando, a relação com os escravos. Tudo isso passado no seco e árido Cerrado mineiro. Vai das cenas fortes e aceleradas aos momentos de lentidão (às vezes exagerados). O elenco dá um exemplo de belo trabalho de interpretação, principalmente Julio Machado, como Joaquim/Tiradentes, Isabél Zuaa, (a escrava Preta), Rômulo Braga (Januário), Welket Bungué (o escravo João) e Nuno Lopes (como Matias, o militar português).



O filme, que concorreu ao Urso de Ouro do 67º Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro passado, estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH, aproveitando as comemorações do 21 de Abril, Dia de Tiradentes. Vale a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção: Marcelo Gomes
Produção: Ukbar Filmes / Rec Produtores
Distribuição: Imovision
Duração: 1h37
Gêneros: Drama / Biografia
Países: Brasil / Portugal
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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17 abril 2017

Divulgado o trailer oficial de "Bingo – O Rei das Manhãs", que estreia em 24 de agosto

Vladimir Britcha interpreta o palhaço Bingo, que teve sérios problemas com o álcool durante sua carreira (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

A Warner Bros. Pictures divulgou o trailer oficial de "Bingo – O Rei das Manhãs", primeiro longa-metragem de Daniel Rezende como diretor. Ele foi o editor de "Tropa de Elite 1 e 2" e "Cidade de Deus". O longa chega aos cinemas em 24 de agosto e tem o ator Vladimir Britcha no papel do palhaço Bingo, Leandra Leal, Emanuelle Araújo e grande elenco.


O filme traz um retrato da efervescente televisão nacional nos anos 1980, cheio de cores vibrantes e músicas ícones da época. Augusto (Vladimir) é um artista que sonha com seu lugar sob os holofotes. A grande chance surge ao se tornar “Bingo”, o palhaço apresentador de um programa infantil na televisão que é sucesso absoluto.


Porém, uma cláusula no contrato não permite que ele revele quem é o homem por trás da máscara. Augusto, o “Rei das Manhãs”, é o anônimo mais famoso do Brasil. Trata-se de uma cinebiografia de Arlindo Barreto, um dos intérpretes do palhaço Bozo, que alcançou  fama sem jamais ser reconhecido pelas pessoas por estar sempre fantasiado. Isso o levou ao envolvimento com bebida e drogas como a cocaína e crack nos bastidores. Com muita ironia e humor ácido, o filme conta essa incrível e surreal história de um homem em busca do reconhecimento da sua arte.



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"Velozes e Furiosos 8" retoma fórmula com cenas absurdas e diálogos engraçados

Perseguições e efeitos visuais fazem da nova produção uma dos melhores da franquia (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Reunir a "família Velozes", acrescentar velhos e novos inimigos e por fim trair todos eles por causa de uma bela e misteriosa mulher. Tudo isso recheado de muita velocidade, carros possantes e brutos, lutas e explosões (até nucleares) colocaram "Velozes e Furiosos 8" ("The Fate of the Furious") quebrar o recorde de bilheteria mundial e se tornar a maior estreia de toda a história do cinema na sua primeira semana, ultrapassando a cifra de US$ 530 milhões.

E não é para menos. Depois de um sétimo episódio de muita tristeza e incertezas após a morte de Paul Walker em um grave acidente de carro durante as filmagens, a franquia precisava se reencontrar. E os produtores Vin Diesel, Neal H. Moritz e o também roteirista Chris Morgan, aliados ao compositor de sempre, Brian Tyler conseguiram isso. Buscaram as origens do grupo para criar uma produção com muita ação e efeitos visuais de encher os olhos dos fãs. E fazer dela uma das melhores até agora produzidas.

O resultado ultrapassa todas as versões anteriores e chega a surpreender de tão exageradas que são algumas cenas de perseguições e ataques. E desta vez, o bom moço Dominic Toretto (Vin Diesel) se torna um fora da lei. Um ponto que está atraindo a curiosidade daqueles que ainda não viram os trailers divulgados na mídia. A culpada é uma bela mulher, a cyberterrorista Cipher (Charlize Theron), que chega já atrapalhando a lua de mel do moço com Letty (Michelle Rodriguez), sua companheira de equipe.

O estilo de "Velozes e Furiosos 8" não muda. Pelo contrário, melhora. Quem for ao cinema esperando ver mais homenagens póstumas como foi o filme anterior, não vai encontrar. É só tiro, porrada e bomba. E para que isso dê certo, nada como reunir novamente três caras "parrudos" que sempre gostaram de uma boa briga - Vin Diesel, Dwayne Johnson (Luke Hobbs) e Jason Statham (Deckard Shaw, de "Velozes e Furiosos 7"). Só eles já são garantia de boa diversão neste quesito. Sem contar as trocas de ameaças e piadinhas entre Hobbs e Shaw.

A antiga equipe de Dom também está de volta - além de Letty, participam do filme Roman (Tyrese Gibson, sempre muito engraçado), Tej Parker (Ludacris) e Ramsey (Nathalie Emmanuel), além de Kurt Russel como o Sr. Ninguém. As novidades no oitavo filme ficam por conta das participações Charlize Theron (muito bem no papel da poderosa vilã), Scott Eastwood e as rápidas aparições de Helen Mirren e Luke Evans.

Desta vez, Dom Toretto está em lua de mel com Letty em Havana, quando é abordado por Cipher que o obriga a trair sua mulher e amigos. A cyberterrorista quer a participação de Dom no roubo de armas nucleares e o chantageia ameaçando sua família. Ela está na mira do Sr. Ninguém, que convoca Hobbs e a velha equipe de corrida de Dom para capturá-lo e para chegar à poderosa vilã. Para isso, eles terão de trabalhar também com velhos inimigos e confiar na força da família.

Com um bom elenco de músculos e talento ficava difícil não conquistar o público, que também volta ao cinema curioso para saber como a franquia seguiria em frente sem um dos principais protagonistas. E conseguiu. Mesmo exagerando bastante, a ponto de mostrar o ataque a um submarino nuclear, carros raqueados despencando de um prédio ou esportivos andando na neve sem derrapar. Mas de "Velozes e Furiosos 8" pode-se esperar desde situações absurdas e divertidas a grandes "pegas" e personagens carismáticos que sempre reforçam a importância da família. Vale muito a pena conferir, o público não vai se decepcionar.



Ficha técnica:
Direção: F. Gary Gray
Produção: Original Films / One Race Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h16
Gêneros: Ação / Suspense
Países: EUA / Reino Unido / França / Canadá / Samoa
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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13 abril 2017

"Bones" vai deixar saudades

A equipe do Instituto Jeffersonian se despede na 12ª temporada após 246 capítulos (Fotos: Fox Studios/Divulgação) 


Maristela Bretas


Adoro seriados de TV, principalmente os de super-herói e policiais, mas não sou de escrever sobre eles. Deixo isso para meus amigos blogueiros que acompanham com mais frequência o que vai nas emissoras a cabo e Netflix. Mas "Bones" foi uma série dos Estúdios Fox que me agradou desde o primeiro capítulo em 2005 e formou uma legião de fãs, como eu, até seu encerramento na 12ª temporada. 

Mostrou um bom trabalho dos roteiristas na conclusão da história do casal principal - a renomada antropologista forense Dra. Temperance Brennan, também chamada de Bones, interpretada por Emily Deschanel, e o agente do FBI Seeley Booth, vivido pelo ator David Boreanaz. Ao longo dos 246 episódios eles passaram de antagonistas a parceiros inseparáveis de trabalho, bons amigos, amantes, marido e mulher e pais de duas lindas crianças. Uma química perfeita.

Tudo isso sem que perdessem suas características iniciais ou deixassem a série ficar desinteressante. Bones uma mulher direta, sem crenças, que não expressava seus sentimentos, mas ao mesmo tempo fiel e amiga, e uma profissional reconhecida no mundo inteiro. Booth um cara que gosta de todo mundo, boa praça, ex-atirador de elite, amante do basebol e da cerveja e católico fervoroso. Ou seja, totalmente opostos. E os dois dividiam o tempo solucionando crimes complicados com a ajuda dos demais colegas e de alta tecnologia.

"Bones" sofreu também com alguns períodos de crise, baixa audiência e greve de roteiristas, além de gestações no elenco que provocaram hiatos maiores que outras séries, inclusive da própria Fox. Deschanel e Boreanaz assumiram temporadas atrás a produção e coprodução do seriado, juntamente com Ian Toynton e outros e tocaram a história deste simpático e apaixonante casal por 11 anos.

Se já não bastasse o carisma de Bones e Booth, ao longo do tempo o restante do elenco ganhou destaque e se tornou tão essencial quanto os protagonistas, como uma família, deixando a série cada vez melhor de se ver semanalmente. Michaela Conlin (a fotógrafa e especialista em tecnologia Angela Montenegro), T. J Thyne, (o entomologista, botânico e mineralogista Jack Hodgins, também marido de Angela), Tamara Taylor (como a Dra. Cam Saroyan, diretora do Instituto Jeffersonian, onde tudo acontece).

Tem também a turma que entrou, saiu, morreu, fez participações, esporádicas, mas que deixou sua marca. É o caso de Francis Daley, o adorável Dr. Lance Sweets, psicólogo do FBI e parceiro de Booth. Além dele, passaram por "Bones", figuras conhecidas de Hollywood, como a cantora Cindy Lauper, no papel de uma vidente, e o ator Ryan O´Neal, que viveu  Max Keenan, pai de Brennan. Destaque também para John Boyd, que fez o novo parceiro de Booth no FBI, James Audrey, e Patricia Belcher, a promotora de Justiça, Caroline.

Além do elenco fixo, a cada episódio a equipe contava com estagiários de antropologia e autópsia que iam se revezando. E eles também ganharam suas histórias. Afinal, "Bones" acabou se tornando uma grande família, dentro e fora do set de filmagens. Temas como sustentabilidade, direitos humanos e civis, guerras, deficiência física, adoção, família, lealdade, união foram abordados nas histórias e adotados pelos atores em suas vidas.

Na vida real, Emily Deschanel engravidou duas vezes, situação reproduzida na relação de Bones e Booth. O mesmo ocorreu com Michaela Collin e Carla Gallo (a estagiária Daisy), que também engravidaram no seriado. Isso provocou alguns adiamentos maiores na volta ou no decorrer de temporadas. Mas ajudou a aguçar o interesse dos fãs que torciam pelos personagens e seus intérpretes.

Mas uma hora essa aventura romântica familiar iria acabar. E roteiristas, produtores e o diretor e criador da série Hart Hanson conseguiram concluir o trabalho de uma forma muito bacana, com tudo o que tem direito. O final não deixou a peteca cair e precisou ser dividido em duas partes para envolver ainda mais o espectador - casamento, explosões, velhos amigos e inimigos, homenagens e, principalmente, boas memórias. "Bones" não terminou, deixou apenas uma sensação de "a gente se vê em breve". 

Bones, Booth, Angela, Hodgins, Cam, Audrey e toda a equipe do Jeffersonian fizeram muita gente perder boas noites de sono (como eu), mas que valeram demais a pena.



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