24 abril 2017

"A Cabana" é um reencontro com a fé que toca o coração

Octavia Spencer e Sam Worthington interpretam Deus e um pai que perdeu a fé (Fotos: Paris Filmes/Distribuição)

Maristela Bretas


Há semanas em cartaz nos cinemas de BH, somente agora consegui assistir o filme "A Cabana" ("The Shack"), uma adaptação do best-seller mundial de William Paul Young. O livro já vendeu 18 milhões de exemplares e foi escrito há dez anos como um presente do autor para seus filhos. Confesso que sai com certo alívio no espírito. Revendo uma entrevista dada à rede de TV CBN, o escritor explicou que o conto foi a forma que achou para se reencontrar a fé e acertar os pontos negativos de sua vida. 


Também serviu para mostrar aos filhos um Deus diferente, que perdoa e está sempre presente, mas que também não tem como evitar que as coisas ruins aconteçam. No máximo, Ele pode consolar e dar força para tentar superar as perdas ao longo da vida.

William P. Young conseguiu isso em seu livro e agora o diretor Stuart Hazeldine transformou a versão cinematográfica em uma história ainda mais envolvente e emocionante. As colocações e questionamentos sobre a fé em Deus, assim como a escolha de uma mulher (e negra) para o papel de Papa/Deus podem desagradar aos religiosos mais fervorosos. Mas Octavia Spencer está excepcional e como sempre dá um show de interpretação. Assim como Sam Worthington vivendo Mack Phillips, o pai que perde a fé após sofrer uma tragédia familiar.

No elenco estão ainda o israelense Avraham Aviv Alush (como Jesus Cristo), a japonesa Sumire Matsubara (Sarayu, o Espírito Santo), Radha Mitchell (Nan Phillips, mulher de Mack), Megan Charpentier e Gage Monroe (como Kate e Josh, filhos do casal), a brasileira Alice Braga, em ótima participação como a Sabedoria, e Graham Greene, a imagem do Deus homem, com traços indígenas. Várias etnias atuando em perfeita harmonia e mostrando que Deus pode se apresentar das mais variadas formas.

Inicialmente, "A Cabana" aparenta uma história comum, de uma família religiosa, muito unida e que, de repente, sofre uma perda irreparável. A partir daí, ela passa a mesclar um pouco de autoajuda e religiosidade, em que Deus (Spencer) terá de intervir para recuperar a fé de Mack (Worthington) e devolvê-lo à sua mulher e filhos. 

Uma ótima fotografia, com cenários que vão do branco da neve ao colorido do paraíso. Tudo isso ajudado pela bela trilha sonora, com destaque para a música tema "Keep your eyes on me", composta e interpretada por Tim McGraw (que faz o papel de Willie, amigo de Mack) e Faith Hill.

Na história, Mack é um pai atormentado que se culpa por ter perdido a filha caçula num passeio com os filhos. As roupas de Missy, levada por um sequestrador, são achadas numa misteriosa cabana nas montanhas, mas o corpo nunca foi localizado. Quatro anos depois da tragédia sua família está desestruturada e ele recebe um misterioso bilhete para que retorne a tal cabana, onde terá de rever toda sua vida.

O enredo quer mostrar que apesar das coisas ruins que acontecem na vida é possível ver uma luz no fim do túnel e fazer as pazes com o passado. Para alguns, a mensagem pode parecer piegas, mas "A Cabana" é um filme que toca o coração, faz chorar e até repensar na fé em Deus. "Como se fosse uma oração", como disse o autor. Vale a pena assistir, com certeza.



Ficha técnica:
Direção: Stuart Hazeldine
Produção: Summit Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h13
Gênero: Drama /Religião
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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