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27 julho 2025

Mostra Stephen King exibe 19 obras do escritor adaptadas para o cinema em sessões gratuitas

“O Iluminado”,“Carrie”, “It – A Coisa” e outros sucessos poderão ser conferidos no Cine Humberto Mauro,
de 27 de julho a 13 de agosto
 
 

Da Redação

 
O Cine Humberto Mauro exibe, de hoje ao dia 13 de agosto, a mostra “Stephen King: Do Terror ao Drama”, com 19 filmes feitos por grandes cineastas ao longo de quatro décadas, tendo como base contos, novelas e romances do autor. 

A mostra tem entrada gratuita, e a retirada de até 1 par de ingressos por CPF pode ser feita exclusivamente pela plataforma Eventim, a partir de 1 hora de cada sessão. A programação pode ser conferida no site

"Christine, o Carro Assassino"
(Crédito: John Carpenter)

“Carrie, a Estranha” (1976), “O Iluminado” (1980), “Christine, o Carro Assassino” (1983), “Louca Obsessão” (1990) e “It – A Coisa” (2017) estão entre os sucessos no cinema baseados na obra do famoso escritor. Mas, para além das tramas de horror, essas histórias trazem fortes abordagens de dilemas humanos. 

Além das adaptações cinematográficas que ajudaram a consolidar Stephen King como o “Mestre do Terror”, a programação traz ainda longas-metragens fora do gênero, mas que lidam com os horrores internos de personagens facilmente identificáveis: “Conta Comigo” (1986) e “Um Sonho de Liberdade” (1994) são exemplos representativos. 

"O Nevoeiro" (Crédito: Frank Darabont)

A curadoria propõe, assim como a obra do autor, uma travessia guiada por temas atemporais como o medo, a infância, a morte e a redenção. Da ameaça primal em “Cujo” (1983) à sensibilidade inesperada em “Doutor Sono” (2019), da violência corporal em “O Nevoeiro” (2007) à dor emocional em “Cemitério Maldito” (1989), a obra de Stephen King é um longo corredor onde portas se abrem para lugares sombrios e, por vezes, para recantos estranhamente esperançosos. 

A programação reúne filmes que, embora nascidos de um mesmo manancial literário, percorrem caminhos cinematográficos muito distintos sob direção de nomes incontornáveis da sétima arte. Como Brian De Palma, Stanley Kubrick e John Carpenter, além de pioneiras como Mary Lambert – uma das poucas mulheres a dirigir filmes de horror na década de 1980 – e cineastas contemporâneos em ascensão, caso de Mike Flanagan. 

"Doutor Sono" (Crédito: Mike Flanagan)

Além das exibições, haverá sessões comentadas, nos dias 1º/8 (“It – A Coisa”, com Yasmine Evaristo) e 5/8 (“Conta Comigo”, com Antônio Pedro de Souza). No dia 2 de agosto, o projeto “Cinema e Piano” traz uma ação especial: uma roda de conversa com apresentação ao vivo de trilhas sonoras de filmes inspirados nas obras de Stephen King.

Imagens quebradas, mas sempre familiares

Em “Carrie, a Estranha”, primeiro livro publicado por Stephen King, o autor se vale do enredo sobrenatural para tematizar o bullying na adolescência e os impactos irreversíveis que essa prática pode gerar em toda uma comunidade. No filme homônimo, Brian De Palma mantém as discussões e as amplifica por meio de uma direção estilizada e de cores fortes, montagem ritmada e trilha sonora grandiosa. 

"Carrie, a Estranha" (Crédito: Brian de Palma)

Já em “O Iluminado”, clássico do horror, Stanley Kubrick constrói uma atmosfera sufocante a partir da trama de uma família presa em um hotel abandonado durante uma rigorosa temporada de inverno. Stephen King criticou a adaptação, mas o filme se tornou um dos mais aclamados dentre as obras baseadas em suas histórias. 

Em “Christine, o Carro Assassino”, por sua vez, o escritor volta a abordar os percalços da adolescência em meio à trama de um veículo com uma consciência maligna. John Carpenter, “Mestre do Terror” no cinema, torna crível a trama inusitada, em um filme no qual a trilha sonora é o destaque.


"Cemitério Maldito" (Crédito: Mary Lambert)

Obras como “Cujo” e “Cemitério Maldito” tencionam ainda mais elementos da vida cotidiana: o primeiro, com sua claustrofobia ensolarada, transforma um cão em máquina de destruição, e a culpa em combustível narrativo. 

O segundo, talvez um dos mais perturbadores do universo criado pelo escritor, confronta o tabu definitivo — a morte de uma criança — e o desejo impossível de reversão, a partir do impulso que leva os personagens a profanar a natureza em nome dos laços afetivos. 

“Louca Obsessão” intensifica o suspense ao trazer a história metalinguística de um escritor acidentado que é mantido em cárcere por sua “fã número 1”. A interpretação de Kathy Bates, que protagoniza o filme, foi premiada com o Oscar de Melhor Atriz, feito raro para adaptações de Stephen King no cinema. 

"Louca Obsessão" (Crédito: Rob Reiner)

Entrando nos anos 2000, “O Nevoeiro”, dirigido por Frank Darabont, reintroduz o horror explícito, sendo uma adaptação célebre por seu final chocante e pessimista, e também por, como é comum no cinema baseado em Stephen King, usar do sobrenatural e do macabro para abordar as tensões em microcosmos sociais. 

Já em “It – A Coisa”, o terror é evidente e ganha uma forma monstruosa, que se esconde nos subterrâneos da cidade, mas é alimentado por algo mais real: o medo que cresce com as crianças e permanece nelas, adultas, como uma sombra persistente. A obra foi adaptada para o cinema em 2017, e ganhou sequência em 2019, com "It: Capítulo Dois", ambos dirigidos por Andy Muschietti.

"It -A Coisa" (Crédito: Andy Muschiettl)

“Doutor Sono”, por sua vez, traz o retorno do cinema e da literatura ao clássico “O Iluminado”, e as obras resultantes acabam por ser uma crônica tanto da evolução dos personagens e seus traumas permanentes quanto à proposição de um olhar cinematográfico diferente e contemporâneo ao universo de Stephen King.

Para além do cinema de gênero, as criações do autor deram origem também a adaptações como “Conta Comigo”, no qual quatro garotos partem em busca de um cadáver e acabam encontrando o fim da infância, e “Um Sonho de Liberdade” (1994), em que a prisão torna-se espaço de resistência e imaginação.

"Um Sonho de Liberdade" (Crédito: Frank Darabont)

Vitor Miranda, Gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e curador da mostra, explica que Stephen King não escreve apenas sobre monstros literais, mas também sobre o Mal que está nas entrelinhas, rondando famílias frágeis, amigos inseparáveis e cidades apodrecidas. “Seus contos e romances são como espelhos rachados que devolvem imagens deformadas, mas sempre muito reconhecíveis. E são esses reflexos que o cinema — em seus melhores momentos — também consegue mostrar com igual ou maior intensidade".

Miranda afirma ainda que "essa mostra é um convite para que o público observe como o cinema se contamina ao tocar a literatura de King — não apenas nos temas, mas na atmosfera, na ambiguidade moral e na sugestão de que o extraordinário está sempre à espreita no cotidiano”.

A mostra “Stephen King: Do Terror ao Drama” é realizada pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado. 


SERVIÇO
Mostra “Stephen King: Do Terror ao Drama”
Datas:
De 27 de julho a 13 de agosto
Horários: Variáveis
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte)
Classificações indicativas: Variáveis
Entrada: gratuita, com retirada de até 1 par de ingressos por CPF, exclusivamente pela plataforma Eventim, a partir de 1 hora antes de cada sessão
Programação: https://www.cinehumbertomauromais.com/