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13 junho 2021

"O Informante" garante muita ação, suspense e roteiro bem amarrado

Thriller de suspense conta com Joel Kinnaman, Rosamund Pike, Clive Owen, Ana de Armas e Common no elenco (Fotos: Road Thunder Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Com um elenco conhecido e entregando boas interpretações, "O Informante" ("The Informer") é uma das produções em exibição na Netflix que vale a pena conferir. A estrela é Joel Kinnaman, no papel de Pete Koslow, um ex-detento e informante da agente Wilcox, do FBI, interpretada por Rosamund Pike, que desta vez não faz o gênero psicopata cruel, como no excelente "Garota Exemplar" (2014), mas não deixa cair a qualidade.

Joel Kinnaman ("Noite Sem Fim" - 2015 e "Esquadrão Suicida" - 2016) está muito bem no papel, é mal quando precisa e um pai e marido amoroso quando não está fugindo da polícia. Desde o início seu personagem conquista o público, mesmo quando mata para sobreviver e defender sua família.


A parceria funciona bem com Rosamund Pike, até melhor do que com Ana de Armas ("Entre Facas e Segredos" - 2019), que faz o papel de Sofia Hoffman, mulher dele, mas que na trama ficou apagada. A trama, que começa mais lenta, ganha vigor na segunda metade, graças ao roteiro bem amarrado e ágil de Matt Cook ("O Dia do Atentado" - 2017) e Rowan Joffe. 

O elenco conta ainda com o premiado Clive Owen ("Projeto Gemini" - 2019) como o agente Montgomery, e Common (detetive Grens), que trabalhou com Joel Kinnaman em "Esquadrão Suicida".


Na esperança de fazer sua última missão como informante do FBI, Pete Koslow já faz planos para mudar para algum lugar com a família, longe do perigo. Mas tudo dá errado e ele é abandonado pelos agentes, tendo que se virar para não ser pego pelos bandidos. 

Com a família ameaçada e um policial da Delegacia de Homicídios na sua cola, Koslow é forçado a continuar trabalhando para o FBI para desbaratar uma quadrilha de traficantes, agora infiltrado na penitenciária onde passou os últimos anos.


As melhores cenas são as de luta, em especial as que acontecem na penitenciária. Uma dela, no entanto teve uma sequência tão rápida que chega a deixar o espectador perdido. Mas nada que comprometa o resultado final. 

Para quem gosta de um bom thriller de suspense, "O Informante" entrega o que propõe: tem boas atuações do elenco, muita ação, clichês em abundância que nunca faltam numa produção do gênero e o final esperado, mas que convence e prende a atenção.


Ficha Técnica:
Direção: Andrea Di Stefano
Produção: Thunder Road Pictures
Exibição: Netflix
Gêneros: Suspense / Policial
Duração: 1h53
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

18 abril 2018

"7 Dias em Entebbe" - Mais um (bom) filme de Hollywood

Daniel Brühl e Rosamund Pike formam o casal que sequestrou  um avião de passageiros em 1976 (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Talvez se possa dizer que, com "7 Dias em Entebbe", o brasileiro José Padilha tenha se rendido definitivamente ao chamado cinemão. Esse seu mais recente longa, sobre o sequestro de um avião entre Tel-Aviv e Paris, na década de 1970, coloca o profissional no rol dos diretores assumidamente comerciais.

Isso não significa que o filme seja ruim. Pelo contrário: estão lá todos os elementos esperados em um entretenimento bem feito: muita ação bem distribuída, suspense, política - correta e equilibrada - emoção e até um certo didatismo para quem quiser saber mais sobre o eterno conflito entre Palestina e Israel. 

O voo 139 da Air France foi desviado por um grupo de jovens revolucionários pró-palestina em junho de 1976, pousando em Entebbe, na Uganda de Idi Amin, onde permaneceu uma semana. As tentativas de negociações com o governo israelense, pouco afeito a abrir precedentes, as condições precárias do lugar onde os quase 200 passageiros e tripulantes ficam e as inevitáveis desavenças entre os sequestradores, a maioria jovens e despreparados, vão envolvendo o espectador.

Tudo indica que Padilha teve o cuidado de não tomar partido. No início, o conflito entre árabes e judeus é cuidadosamente explicado. Quase uma aula de história - embora alguns enxerguem, ao final, um discreto favoritismo para Israel.

Entre as atuações, destaques para Daniel Brühl como o jovem alemão idealista Wilfried, e Rosamud Pike como a também revolucionária Brigitte Kuhlmann - outra alemã, mas com discurso mais afiado. Do lado israelense, Eddie Marsan se sai muito bem como o líder Simon Peres. Na trilha sonora, a surpresa fica por conta da autoria: Rodrigo Amarante, do grupo Los Hermanos. Para que o filme ficasse perfeito e digestivo, não faltam crianças e idosos entre os passageiros, o que, fatalmente, enternece o público.

Também estão lá as eternas discussões ideológicas dos jovens que escolheram o caminho da revolução nos conturbados anos de 1970, o engenheiro de voo, que, com sua praticidade e engenho, se contrapõe ao excesso de palavras e ideias, as divergências entre os mandatários do governo de Israel no processo de negociação, as dúvidas de um jovem soldado entre o amor e a pátria e até uma apresentação de dança contemporânea.


Durante todo o longa, as cenas do sequestro e da estada e espera em Entebbe são intercaladas com os ensaios e depois com a estreia do espetáculo - lindo, por sinal. Mas essa não é exatamente uma ideia original. Traz uma certa estética à narrativa pesada, mas não é novidade.

Claro que vale assistir a "7 Dias em Entebbe", até para se lembrar e conferir um pedaço - muito bem contado - dessa história que já dura tanto tempo. Mas é bom que se saiba: trata-se de mais um filme politicamente correto de Hollywood.
Duração: 1h47



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