11 junho 2015

“Qualquer Gato Vira-Lata 2” não deveria ter passado do primeiro

Conrado e Tati estão juntos e viajam para Cancun para o lançamento do livro do professor (Fotos Paris Filmes/Divulgação)


Maristela Bretas


Se o primeiro foi fraco, dificilmente a continuação de um filme pode ser melhor. E “Qualquer Gato Vira-Lata 2” não fugiu à regra. A produção não convence como comédia e a história manjada do romance do professor bobão com a aluna gata, que precisa disputar o amor da jovem com o garotão sarado nas praias de Cancun piora a situação. Não passa de mais um filme nacional ruim com muita divulgação, que aproveita atores de novela (não que sejam os melhores) para tentar atrair o público da telinha para a telona. 

É o caso de Cléo Pires, Malvino Salvador e Dudu Azevedo. Cléo, que interpreta Tati está mais madura, com boa voz e belo visual que vai atrair o público masculino. Mas ela ainda tem uma longa estrada até chegar aos pés da mãe, Glória Pires, que com menos idade já era sucesso garantido nas produções.

No filme, Tati (Cléo Pires) e Conrado (Malvino Salvador), que terminam juntos o primeiro, viajam a Cancún, onde ele participa de uma conferência para o lançamento de seu livro. Lá, ela aproveita a ocasião para pedi-lo em casamento, com transmissão via internet para todos os amigos no Brasil. Mas, Conrado responde apenas um “Posso pensar?” e a moça explode em fúria. O ex dela, Marcelo (Dudu Azevedo), aproveita para tentar reatar, enquanto Ângela (Rita Guedes), a ex de Conrado, está na mesma conferência tentando provar que o livro dele é uma furada.

Um momento no filme chama a atenção e chega a ser emocionante – o reencontro e as pazes entre Cléo e Fábio Jr., seu pai na vida real, e de quem a atriz se mantinha afastada há anos. As cenas ficaram bacanas, ele chega a cantar um de seus sucessos a pedido dela, como se fosse uma música para ninar. 

Já Malvino Salvador volta no papel do professor, agora namorado da aluna bonitona, mas continua com cara de bobão em um personagem muito fraco, sem carisma e nem um pouco engraçado. Na disputa pelo coração da jovem está Dudu Azevedo. De onde tiraram que esse menino é ator, só porque fica o tempo todo mostrando músculo? Fala sério, ele é muito ruim!  Desperdício de talento também para Rita Guedes.




Se há atores (de verdade) que provocam algum riso, eles estão no elenco secundário e alguns conhecidos de novelas e programas de TV: Letícia Novaes, como Paula, a amiga encalhada de Tati; Álamo Facó, como Magrão, o melhor amigo de Marcelo e com uma queda forte por Paula; a menininha Me Maia (essa sim tem futuro), que interpreta Júlia, a filha de mentira de Marcelo.

Stella Miranda ta,be´m segura o papel como Gláucia, a sogra de Tati que não vê a hora de transar com um amante latino; e Marcelo Saback, o amante latino que come todas e todos no filme. Sem esquecer do quarteto de mariachis cantando "Cucurucucú Paloma", muito bom.

Resumo da ópera: assistir "Qualquer Gato Vira-Lata 2" é desperdício de dinheiro, não vale o ingresso, a pipoca e o refrigerante.

Ficha técnica:
Direção: Roberto Santucci e Marcelo Antunez
Produção: Globo Filmes
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h44
Gênero: Comédia / Romance
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: Qualquer Gato Vira-Lata 2; Cléo Pires; Malvino Salvador; Dudu Azevedo; comédia; romance; Paris Filmes; Globo Filmes; Cinema no Escurinho

06 junho 2015

Tempo, tempo, tempo, tempo - "A Incrível História de Adaline" encanta como um bom conto de fadas

A bela Blake Lively interpreta Adaline, que nasceu em 1908, torna-se prisioneira do seu destino (Fotos Diamond Films Brasil)


Mirtes Helena Scalioni


Histórias sobre o tempo sempre fascinaram a humanidade, curiosa por decifrar - e dominar? - seus meandros. Da mesma forma, os humanos sempre se encantaram com o destino, intrigados com seus mistérios. Quando os dois temas estão juntos - tempo e destino - está pavimentado meio caminho para o sucesso de uma obra. 


É esse o caso de "A Incrível História de Adaline", filme que conta a longa vida de Adaline Bowman, americana que, ao sofrer um acidente de carro aos 29 anos, passa a sofrer também de um estranho fenômeno de jamais envelhecer.

Em interpretação contida e discreta de Blake Lively, Adaline, que nasceu em 1908, torna-se prisioneira do seu destino. Solitária, não pode criar laços para não revelar seu segredo. Vive fugindo e se mudando, sempre adotando identidades falsas, o que levanta a suspeita da polícia. Ponto para a atriz, que soube emprestar sua indiscutível beleza para que sua personagem se transformasse ao longo do tempo modificando apenas figurinos e penteados.

Mas chega um dia em que Adaline conhece Ellis Jones (Michiel Huisman) e se apaixona. Sim, trata-se de um filme de amor. Na verdade, um conto de fadas onde o príncipe, claro, é rico, lindo, gentil, inteligente e capaz de, pelo amor, libertá-la. E "A Incrível História de Adaline" seria só mais uma fábula romântica não fosse o aparecimento de Harrison Ford na trama. Maduro, o ator permanece com seu charme irresistível e seu personagem é a chave para mudar a vida da bela protagonista.


Há quem não goste de filmes narrados. No caso desse, a narração não compromete. Pelo contrário, complementa os muitos flashbacks necessários para dar ao espectador a dimensão do tempo e da longa vida de Adaline. 

Enfim, a imortalidade e a juventude eterna, velhos mitos que intrigam os humanos, são a grande riqueza do filme que só tem um pecado: tentar explicar com uma ciência que está mais para ficção os fenômenos que poderiam ser simplesmente vistos como magia0
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O filme pode ser visto na sessão de 17h50 da 4 do Cineart Ponteio Lar Shopping, e nas sessões de 13h20, 16 horas e 21h30 da sala 2 do Cinemark Diamond Mall, todas  em versões legendadas. Classificação: 12 anos

O site Por A mais B, de Anna Foureuax e Beth Barra, que está sempre ligado nas tendências de Moda, Beleza, Viagem e Costumes também assistiu "A Incrível História de Adaline". Leia a matéria da jornalista Beth Barra sobre as oito décadas de moda na vida da personagem.


Tags: A Incrível História de Adaline; Blake Lively; Michiel Huisman; Harrison Ford; Kathy Baker; Diamond Films; drama; romance; Cinema no Escurinho