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18 abril 2018

"7 Dias em Entebbe" - Mais um (bom) filme de Hollywood

Daniel Brühl e Rosamund Pike formam o casal que sequestrou  um avião de passageiros em 1976 (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Talvez se possa dizer que, com "7 Dias em Entebbe", o brasileiro José Padilha tenha se rendido definitivamente ao chamado cinemão. Esse seu mais recente longa, sobre o sequestro de um avião entre Tel-Aviv e Paris, na década de 1970, coloca o profissional no rol dos diretores assumidamente comerciais.

Isso não significa que o filme seja ruim. Pelo contrário: estão lá todos os elementos esperados em um entretenimento bem feito: muita ação bem distribuída, suspense, política - correta e equilibrada - emoção e até um certo didatismo para quem quiser saber mais sobre o eterno conflito entre Palestina e Israel. 

O voo 139 da Air France foi desviado por um grupo de jovens revolucionários pró-palestina em junho de 1976, pousando em Entebbe, na Uganda de Idi Amin, onde permaneceu uma semana. As tentativas de negociações com o governo israelense, pouco afeito a abrir precedentes, as condições precárias do lugar onde os quase 200 passageiros e tripulantes ficam e as inevitáveis desavenças entre os sequestradores, a maioria jovens e despreparados, vão envolvendo o espectador.

Tudo indica que Padilha teve o cuidado de não tomar partido. No início, o conflito entre árabes e judeus é cuidadosamente explicado. Quase uma aula de história - embora alguns enxerguem, ao final, um discreto favoritismo para Israel.

Entre as atuações, destaques para Daniel Brühl como o jovem alemão idealista Wilfried, e Rosamud Pike como a também revolucionária Brigitte Kuhlmann - outra alemã, mas com discurso mais afiado. Do lado israelense, Eddie Marsan se sai muito bem como o líder Simon Peres. Na trilha sonora, a surpresa fica por conta da autoria: Rodrigo Amarante, do grupo Los Hermanos. Para que o filme ficasse perfeito e digestivo, não faltam crianças e idosos entre os passageiros, o que, fatalmente, enternece o público.

Também estão lá as eternas discussões ideológicas dos jovens que escolheram o caminho da revolução nos conturbados anos de 1970, o engenheiro de voo, que, com sua praticidade e engenho, se contrapõe ao excesso de palavras e ideias, as divergências entre os mandatários do governo de Israel no processo de negociação, as dúvidas de um jovem soldado entre o amor e a pátria e até uma apresentação de dança contemporânea.


Durante todo o longa, as cenas do sequestro e da estada e espera em Entebbe são intercaladas com os ensaios e depois com a estreia do espetáculo - lindo, por sinal. Mas essa não é exatamente uma ideia original. Traz uma certa estética à narrativa pesada, mas não é novidade.

Claro que vale assistir a "7 Dias em Entebbe", até para se lembrar e conferir um pedaço - muito bem contado - dessa história que já dura tanto tempo. Mas é bom que se saiba: trata-se de mais um filme politicamente correto de Hollywood.
Duração: 1h47



Tags: #7DiasEmEntebbe, #DiamondFilms, #DanielBruhl, #RosamundPike, #JosePadilha, #suspense, #biografia, #sequestrodeaviao, #idiAmin, #CinemarkBHSHopping, #CinemanoEscurinho

18 março 2018

O bom "O Passageiro" é o novo do mesmo, no estilo Liam Neeson

Tensão toma conta de passageiros de um trem ameaçados por uma organização criminosa (Fotos: StudioCanal/Divulgação)

Maristela Bretas


O diretor Jaume Collet-Serra não estava com muita disposição de criar algo novo e aproveitou a linha de suspense e ação, incluindo todos os clichês, de "Sem Escalas" (2014) para fazer "O Passageiro" ("The Commuter"), o novo filme que tem Liam Nesson como protagonista. O ator, novamente um ex-policial,  sai de um avião e da companhia de Julianne Moore e vai para os vagões de um trem suburbano ao lado de Vera Farmiga.

A trama é boa, graças a Neeson, que já trabalhou com Collet-Serra também "Noite sem Fim" (2015). O ator conhece bem o gênero policial, que tem garantido um público fiel aos seus filmes, como a trilogia "Busca Implacável" (2008, 2012 e 2015) e "Caçada Mortal" (2014). A bilheteria de "O Passageiro" deverá ser boa também, apesar da pouca divulgação.

"O Passageiro" conta ainda no elenco com outros nomes conhecidos, como Sam Neill e Elizabeth McGovern, que estão lá para serem meros coadjuvantes. Destaque para Jonathan Banks e Patrick Wilson, cujos personagens poderiam ter sido mais bem explorados por causa da importância que têm no filme. Mas no conjunto, todos fazem a sua parte para entregarem os louros para Liam Neeson, este sim, a verdadeira estrela.

Na história, o vendedor de seguros e ex-policial Michael Mac Cauley (Liam Neeson) faz diariamente o mesmo trecho de casa para o trabalho num trem suburbano até conhecer uma estranha mulher, Joanna (Vera Farmiga). Ela propõe pagar a ele uma grande quantia de dinheiro para que descubra a identidade de um dos passageiros do trem antes da última parada. Michael acaba envolvido numa grande conspiração criminosa que coloca a vida dele e dos demais passageiros em risco.

"O Passageiro" se passa quase todo entre os vagões do trem, mas dá dicas claras desde o início de quem são os vilões e os mocinhos. É um bom suspense, com muita ação, que vale conferir por quem gosta dos trabalhos do ator.



Ficha técnica:
Direção: Jaume Collet-Serra
Produção: Lionsgate / Ombra Films / StudioCanal UK / Gold Circle Films
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h44
Gêneros: Suspense / Ação
Países: EUA / França / Reino Unido
Classificação: 14 anos
Nota: 3,7 (0 a 5)

Tags:#OPassageiro, #LiamNeeson, #VeraFarmiga, #suspense, #açao, #Lionsgate, #CaliforniaFilmes, #ImagemFilmes#cinemas.cineart, #espaçoz, #CinemanoEscurinho

11 dezembro 2017

Kenneth Branagh entrega um "Assassinato no Expresso do Oriente" fiel à obra de Agatha Christie

Elenco de peso, fotografia e figurino foram os pontos principais desta versão cinematográfica adaptada do romance homônimo (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


Agatha Christie é e sempre será uma referência na literatura como romancista policial. E não menos o personagem mais famoso de seus livros, o detetive Hercule Poirot, que ganha ótima interpretação de Kenneth Branagh na nova versão adaptada para o cinema de "Assassinato no Expresso do Oriente" ("Murder on the Orient Express"), também dirigida por ele. O filme consegue captar bem o universo da famosa escritora, com seus personagens, inclusive os mais jovens, entregando boas atuações em papéis recheados de sutilezas e mistério. 

Digno da obra da autora britânica lançada em 1934. Além de Branagh, destaque para Michelle Pfeiffer, Josh Gad, Williem Dafoe, Penélope Cruz, Judi Dench e Daisy Ridley ("Star Wars Episódios VII e VIII"). Johnny Depp deixa seu lado Jack Sparrow, da franquia "Piratas do Caribe", e compõe um personagem marcante e essencial no enredo.

Além das boas interpretações, "Assassinato no Expresso do Oriente" apresenta uma bela fotografia, principalmente por usar locações em regiões cobertas pela neve. Além do próprio trem onde acontece quase toda a ação. O Expresso do Oriente, que começou a circular em 1883, ligando Paris a Istambul, durante décadas foi sinônimo de luxo e glamour, destinado aos mais abastados. Fotografia e figurino, numa excelente reprodução de época, também chamam a atenção na produção.


O ritmo fica lento em algumas partes do filme por causa da forma detalhista como o famoso detetive belga conduz a investigação, que induz a todo o momento um novo suspeito. Tudo começa quando Hercule Poirot embarca de última hora no trem Expresso do Oriente, partindo de Istambul, a convite do amigo Bouc (Tom Bateman), que coordena a viagem. A bordo, ele conhece os demais passageiros, entre eles o gângster Edward Ratchett (Johnny Depp), que deseja contratá-lo para ser seu segurança particular.

Durante a madrugada, um dos passageiros é morto em seu aposento no vagão, sem que ninguém percebesse qualquer anormalidade. Em seguida, um deslizamento de neve cobre os trilhos, impedindo a continuação da viagem. Isso que dará tempo para que Poirot use suas habilidades para investigar os suspeitos, todos um com um passado nebuloso, e desvendar o crime cometido.

Bem apresentado, fiel ao livro na maior parte dos detalhes, mas com toques bem interessantes do diretor com a trama sendo mostrada por diversos ângulos, dentro e fora dos vagões. Uma boa sacada de Branagh na cena em que Poirot reúne os 13 suspeitos na entrada de um túnel, que remete para um famoso quadro de Leonardo Da Vinci. Difícil não reconhecer. "Assassinato no Expresso do Oriente" é um filme que vale a pena ver, principalmente por quem conhece a obra de Agatha Christie. Não vai se decepcionar.



Ficha técnica:
Direção: Kenneth Branagh
Produção: 20th Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil / Scott Free Productions
Duração: 1h49
Gêneros: Suspense / Romance Policial
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #AssassinatonoExpressodoOriente, #AgathaChristie,
@KennethBranagh, @JohnnyDepp, @PenelopeCruz, @JudiDench, @MichellePfeiffer, @JoshGad, @WilliemDafoe, @Daisy Ridley, #suspense, #romancepolicial, @FoxFilmdoBrasil, @cinemas.cineart, @espacoZ, @CinemanoEscurinho

22 abril 2017

"Vida" tem bons efeitos visuais, mas oferece suspense de pouco impacto

Jake Gyllenhaal e Rebecca Ferguson protagonizam a ficção científica dirigida pelo sueco Daniel Espinosa (Fotos: Sony Pictures /Divulgação)

Paula Milagres


Nem "Alien - O Oitavo Passageiro", nem "Passageiros". "Vida" ("Life"), do diretor sueco Daniel Espinosa (que tem em seu currículo a direção de "Protegendo o Inimigo" e "Crimes Ocultos") ficou a desejar em alguns pontos, principalmente na abordagem da ficção científica. Se o início tem algum impacto, no decorrer do longa este vai se perdendo. 



O ser alienígena domina as cenas em que aparece, como era esperado, mas não surpreende e nem assusta, comprometendo também o suspense. Se comparado a "Alien - O Oitavo Passageiro", Calvin (nome dado ao ser marciano) perde disparado. Já o elenco do filme faz sua parte e entrega uma interpretação correta mas que não consegue segurar o fraco roteiro de Rhett Reese e Paul Wernick (os mesmos de "Deadpool").


Pelo visto, diretor e roteiristas têm preferência por escalar Ryan Reynolds para suas produções. Mas o ator está bem, fazendo menos gracinhas e adotando uma linha mais séria, como o engenheiro espacial Rory Adams. Destaque mesmo para Jake Gyllenhaal, Rebecca Ferguson e Ariyon Bakare, que interpretam os médicos David Jordan e Miranda North, e o cientista Hugh Derry. Completam o elenco internacional, com bom desempenho, os atores Hiroyuki Sanada, Olga Dihovichnaya e Naoko Mori.


Mas "Vida" tem também seus pontos bons e entre eles as cenas dos astronautas dentro da estação espacial. O diretor corre pelos compartimentos, quase como uma valsa, expondo cada parte. Interessante também a relação paternal do cientista Hugh Derry com Calvin. Além das cenas de ataques no ambiente de gravidade zero, que usam bons efeitos visuais, como a dos corpos explodindo e o sangue flutuando. 




Pena que faltou mais criatividade à produção, que explora ideias de filmes do gênero sem conseguir avançar ou criar algo novo na abordagem. "Vida" usa muitos clichês e não surpreende nem mesmo no final, apesar da atuação de Jake Gyllenhaal e Rebecca Ferguson.




"Vida", tem seu enredo em torno de seis astronautas em uma estação espacial internacional que, em sua missão, descobrem evidências de vida em Marte. Passam a investigar a amostra coletada no planeta e se deparam com uma célula que, com a dosagem certa de oxigênio, consegue se mover e crescer.



Calvin, como é batizado o organismo unicelular, que inicialmente parecia inofensivo, se desenvolve e causa terror na tripulação, que tenta, desesperadamente, conter sua força e ação. O principal objetivo da equipe agora já não é mais salvar a própria vida, mas deter Calvin para que não chegue à Terra e ameace a raça humana. Como distração, o filme agrada, mas a expectativa criada foi maior que a encomenda entregue.



Ficha técnica:
Direção: Daniel Espinosa
Produção: Columbia Pictures / Skydance Productions / Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h44
Gêneros: Ficção Científica / Suspense
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #Vida #Life #vidaemMarte #alien  #vidaforadaterra #Calvin #extraterrestre #JakeGyllenhaal #RebeccaFerguson #RyanReynolds #AriyonBakare #HiroyukSanada #OlgaDihovichnaya #NaokoMori #ficcaocientifica #suspense #SonyPictures #ColumbiaPictures #SkydanceProductions #CinemanoEscurinho

08 janeiro 2017

Jennifer Lawrence e Chris Pratt não conseguem salvar roteiro de "Passageiros"

Filme mistura romance, ficção científica e efeitos visuais que poderiam ter sido melhor explorados (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


"Passageiros" ("Passengers") tem a seu favor um elenco milionário e carismático - o casal romântico Jennifer Lawrence e Chris Pratt (que não perde o jeitão de "Jurassic World"), uma ficção com cenas que lembram "Gravidade" sem o mesmo impacto do visual espacial e... só. O filme se perde e até os efeitos ficaram aquém do esperado, por mais que seus protagonistas tenham se esforçado em tentar segurar por quase duas horas a história de um romance intergaláctico de 90 anos.

A participação de Michael Sheen, como Arthur, o barman robótico é uma das melhores partes do filme. Laurence Fishburne (tripulante Gus Macuso) faz uma participação relativamente rápida e ajuda a dar uma alavancada na monótona vidinha do personagem de Chris, definindo inclusive o final. A presença de Andy Garcia (capitão Norris) é caça-níquel, do tipo vapt-vupt, mas é sempre bem vinda, mesmo como um coadjuvante quase dispensável.

Faltam explicações para várias dúvidas que surgem ao longo da narrativa - o que aconteceu na Terra para as pessoas deixarem suas famílias? Por que o mecânico Jim Preston (Pratt) consegue desarmar um dos dispositivos de vida e não consegue consertá-lo depois? Por que uma mensagem leva dezenas de anos para chegar à Terra enquanto tudo dentro da nave "brota" em pouco tempo, em condições muito menos favoráveis, como uma floresta? 

O filme narra a viagem de uma equipe de quase cinco mil pessoas, entre trabalhadores e milionários que pagaram pela experiência de conhecer um novo sistema que está sendo povoado com pessoas da Terra. A viagem terá duração de 120 anos, mas o mal funcionamento do sistema desperta dois passageiros 90 anos antes do tempo programado. Sozinhos, Jim Preston (Chris Pratt) e Aurora Lane (Jennifer Lawrence) começam um relacionamento, que tem como testemunha o barman Arthur (Sheen). Mas um grande segredo de Jim e novas falhas no sistema da nave ameaçam o projeto e colocam em risco as vidas de todos os ocupantes. 

Desde o início percebe-se qual o rumo do filme, sem grandes surpresas. Apesar de ter menos cenas de ação do que o esperado, elas são muito boas, proporcionadas por falhas técnicas da grandiosa nave Avalon, que não consegue ser a vilã da história, como aconteceu de forma extraordinária com o computador Hall 9000, de "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Na espaçonave as diferenças sociais são claras, desde os quartos à alimentação - um hotel de luxo para uns, como Aurora (Lawrence) e um alojamento de quinta para outros, como Jim. Mas tem um visual bem futurístico e bacana, além de contar com o computador principal com a voz de Emma Clarke. 


"Passageiros" tem uma boa trilha sonora, que agrada e dá uma revigorada nos momentos monótonos do filme. O que era de se esperar, a partir do momento que o belo casal terá de passar isolado numa nave por 90 anos, sem muita opção de lazer - uma academia, piscina com visão para as estrelas e um robô gentleman, fora o romance o sexo, que deveria render alguma coisa. 

Deixarei para quem assistir dar sua opinião depois se faltou algum detalhe. Esqueça a parte técnica e assista ao filme como distração e pelos atores principais, sem esperar grandes emoções.



Ficha técnica:
Direção: Morten Tyldum
Produção: Columbia Pictures / Lstar Capital / Village Roadshow Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Ficção Científica / Ação / Romance 
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #passageiros, #passengers, #JenniferLawrence, #ChrisPratt, #LaurenceFishburne, #MichaelSheen, #AndyGarcia, #ação, #ficcaocientifica, #SonyPictures, #ColumbiaPictures, #CinemanoEscurinho

27 maio 2014

Toda a sutileza de "O que os homens falam"

 
Luis Tosar e Ricardo Darin: conversas ao acaso na praça (Fotos: Pandora Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Saboroso talvez seja o adjetivo mais eficiente e oportuno para "O que os homens falam", que conta, no elenco, com pelo menos dois nomes conhecidos dos apreciadores de cinema: o argentino Ricardo Darin e Javier Cámara, esse último presente em produções de Almodovar como "Fale com ela", "Má educação" e "Os amantes passageiros".

Dirigido pelo catalão estreante Cesc Gay, o filme, rodado em Barcelona, é um recorte na trajetória de oito homens em difíceis momentos de suas vidas. Mais do que mostrar a fase vivida por eles, a delícia da película é expor, com humor e sagacidade, a forma como lidam com seus problemas.



Estão lá, em capítulos, quase todos os tipos que a gente vê por aí: o quarentão que se separa, perde tudo e volta para a casa da mamãe; o que se arrepende de ter traído a mulher e, dois anos depois, tenta resgatar o casamento; o sedutor no ambiente de trabalho; o traído que quer fiscalizar a mulher; o que aparenta ser tranquilo mas é agressivo em casa; o que sofre com uma inesperada disfunção erétil.

Como a maioria dos filmes feitos em episódios, há histórias melhores do que outras. Mas todas são enriquecidas com diálogos irônicos, que ganham mais brilho e sabor com a atuação sutil e natural de excelentes atores. As mulheres estão presentes, claro. Até porque, são elas o mote. Mas são coadjuvantes.


Originalmente, o nome do filme é "Una pistola em cada mano" ("Uma pistola em cada mão"), delicadeza apropriada para sugerir como os homens costumam se armar para que ninguém perceba que estão sofrendo. Falar não é com eles.

Talvez por ser classificado como comédia romântica, houve quem não gostasse do final, bem diferente dos modelos americanos. Para mim, é exatamente na incompletude, no humor engenhoso e fino, na sagacidade e no não dito que residem a riqueza do filme.  

Tags: Ricardo Darin; O que os homens falam; comédia romântica; filme espanhol; Javier Cámara; Cinema no Escurinho

15 março 2014

"SOS Mulheres ao Mar", uma divertida comédia romântica com cara de novela da 9

Um trio de dar medo em qualquer rival - Giovanna Antonelli, Fabíula Nascimento e Thalita Carauta (Fotos: Buena Vista/Divulgação)

Maristela Bretas

Com cara de série de TV, principalmente pelo elenco, estreia na sexta-feira (20), nos cinemas de BH, a comédia romântica "SOS Mulheres ao Mar". A produção reúne novamente o belo casal Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini em situações bem constrangedoras e muito engraçadas.

Juntos também na novela global "Em Família", a dupla desta vez embarca numa viagem rumo à Itália, que passará por locações apaixonantes e cujo clima poderá mudar a vida de ambos.


Um belo casal nas telas e grandes amigos na vida real

Antonelli interpreta Adriana, uma mulher que é traída e deixada pelo ex-marido. Na tentativa de reconquistá-lo, convence a irmã a embarcar no mesmo cruzeiro que o ex fará com a atual namorada. Gianecchini vive André, um consultor de moda bem-sucedido e muito gato que viaja a passeio.

Repetindo uma fórmula que deu certo com "Meu passado me Condena", a produção de "SOS" também aproveitou o cenário de um gigantesco transatlântico. O escolhido para as gravações, neste caso, foi o MSC Orchestra, com capacidade para 3.200 pessoas, que fazia a rota Rio/Itália. Passageiros e tripulação também foram usados como figurantes.  

A diretora Cris D'Amato foi um pouco além nas locações explorando as belezas de Ibiza, Gênova, Tunísia, Roma, Veneza e Rio de Janeiro.

Além da bela dupla, o elenco reúne outros atores e atrizes conhecidos do público - Fabíula Nascimento (de "Cilada.com"), Marcelo Airoldi (da novela "Salve Jorge"), Thalita Carauta e a veterana Theresa Amayo (ambas do programa "Zorra Total"), além da também cantora Emanuelle Araújo, ex-integrante da Banda Eva e atualmente na Orquestra Imperial.

Trailer oficial em HD




Não bastasse o sorriso de Giane que vai fazer a mulherada suspirar, ainda tem os atores secundários Sergio Muniz e Carmine Signorelli, que interpretam os italianos Franco e Giorgio, respectivamente. Coisa de derreter na cadeira!

Adriana embarca em um cruzeiro decidida a reconquistar seu ex-marido Eduardo (Marcelo Airoldi) que está com uma nova namorada, Beatriz Weber (Emanuelle Araújo), estrela da TV. Adriana leva sua irmã Luiza (Fabíula Nascimento) e a empregada Dialinda (Thalita Carauta) incentivada pelo livro "SOS - Salvando um Sonho". 

No entanto, durante o passeio, essas conhecem novas pessoas e descobrem surpreendentes caminhos e soluções para suas vidas.


Dialinda muda o visual para fisgar um bom partido

Curiosidades

- Com orçamento de R$ 5,5 milhões, as gravações de "SOS Mulheres ao Mar" duraram mais de três semanas a bordo o navio, onde ocorreram 80% das locações.

- O início da produção foi adiado por três meses devido à agenda de gravações de Giovanna Antonelli para a novela "Salve Jorge". A diretora Cris D'Amato não abria mão da atriz no papel principal e que acabou virando coprodutora. 


Veja o depoimento de Antonelli sobre o filme e o elenco






- Os atores nunca haviam feito um cruzeiro num navio tão grande. Alguns comentaram em entrevistas que a viagem foi quase que férias e que se divertiram muito.

- Outros chegaram a enjoar, como Emmanuelle Araújo, que precisou ser atendida no hospital do navio. E Marcello Airoldi, que levou junto a mulher grávida.

Assista ao making off do filme




- Gianecchini optou por deixar o cabelo grisalho por orientação de Antonelli, o que o deixou ainda mais bonito.

- Durante a filmagem no navio, alguns lugares eram fechados para o público. Em outros, a equipe precisava pedir licença aos passageiros para aparecerem como figuração nas cenas.

Ficha técnica:
Direção:
Cris D'Amato
Produção: Miravista, Globo Filmes e Lereby
Distribuição: Disney/Buena Vista

Duração: 1h34
Gênero: Comédia romântica
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: SOS, Mulheres ao Mar, Giovanna Antonelli, Reynaldo Gianecchini, Escurinho, Cinema