17 novembro 2019

"O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio" - Saudosismo com ótimos efeitos especiais

Arnold Schwarzenegger e Linda Hamilton se reencontram 28 anos depois do segundo filme (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton e James Cameron se reencontram 28 anos depois para concluírem muito bem a franquia "O Exterminador do Futuro". Desde o segundo filme da saga - "O Julgamento Final" (1991), dirigido por Cameron (como no primeiro de 1984) e que contou com os dois atores, que as histórias foram ficando cada vez mais fracas e esquecíveis. Não fizeram jus ao original, um dos grandes sucessos do cinema de ficção científica dos anos de 1980 que mostrava um fim do mundo apocalíptico e dominado pelas máquinas. 


Foi preciso a produção deste sexto filme - "O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio" ("Terminator: Dark Fate") -, reunindo os icônicos personagens Sarah Connor e o robô T-800, além do diretor (que aqui é um dos produtores), para que a saga tivesse uma continuação merecida. E que pode ganhar mais uma sequência com "Terminator 7", sob a direção de James Cameron novamente, ainda sem data de lançamento.


O novo filme, dirigido por Tim Miller, dá uma sensação de saudosismo com o retorno dos dois atores, que não escondem as marcas do tempo em seus rostos. Linda, aos 63 anos, assim como Arnold, de 72, mostra que o talento amadureceu com ela. A atriz está ótima e é, como há 35 anos, o centro de toda a história, agora contando com duas novas atrizes ao seu lado para mostrar a força do elenco feminino. Mackenzie Davis ("Blade Runner 2049", de 2017) é Grave, uma humana aprimorada enviada à Terra para proteger Dani, operária de fábrica vivida por Natalia Reyes, que vai liderar a resistência às máquinas.


E o novo vilão, Rev-9 (Gabriel Luna) está atrás de Dani. Ele é como o T-1000, mas trocando o metal cromado, que encantou a todos, por uma gosma preta semelhante ao piche de "Venom" e um endoesqueleto que consegue se dividir em duas unidades quando a necessidade aparece. Rev-9 tem a capacidade de se moldar ao ambiente, diluir-se em substâncias sintéticas e apresentar sua constituição robótica original. Uma tecnologia diferente e bem mais avançada que a dos ¬ filmes anteriores.


"Destino Sombrio" é como uma volta às origens, com a luta entre velhos e novos inimigos, acertos do passado e avançados efeitos especiais para recontar uma história que muitos que assistiram ao primeiro filme já conhecem. Claro que, para retomar a saga era preciso que o primeiro vilão robótico fizesse parte. Como prometeu no passado - "I' ll be back" -, o Terminator Arnold Schwarzenegger voltou, para desespero de Sarah Connor e alegria dos fãs. Mais humano e charmoso de barba branca, o T-800 aposentou seu lado máquina, mas não esqueceu o quanto ainda pode ser letal. Assim como sua inimiga, a quem terá de se unir contra um inimigo maior para salvar uma jovem que é a chave da nova trama.


Alguns furos no roteiro não tiram o mérito de O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio. Esqueça os filmes 3, 4 e 5, eles são dispensáveis. A Skynet foi derrotada por Sarah Connor e o filho John e deixa de existir no futuro. Mas uma nova ameaça surge no lugar dela, a Legião, que envia Rev-9 para matar Dani. Como a Skynet fez no primeiro filme, enviando o T-800 para acabar com Sarah. Se ainda não viu o primeiro e o segundo longas, assista antes para entender esta luta entre passado e futuro.

Mas uma coisa é fato: faltou uma boa trilha sonora, vigorosa como nas duas primeiras produções. Não tem o rock do Guns N’ Roses e nem a possante e estilosa Harley-Davidson guiada por T-800. Mas tem muitas cenas de ação, bem no estilo "Missão Impossível".


Ficha técnica:
Direção: Tim Miller
Produção: Skydance Productions / Paramount Pictures
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h09
Gêneros: Ação / Ficção
Nacionalidade: EUA
Classificação:  14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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14 novembro 2019

"As Panteras" mostram as garras e a força da mulher na versão 2019

Kristen Stewart, Ella Balinska e Naomi Scott, sob o comando de Elizabeth Banks, entregam uma homenagem à série original (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma versão mais engajada na luta pela valorização da mulher, unindo força, inteligência e beleza. Assim é o terceiro filme de "As Panteras", dirigido, roteirizado, produzido e estrelado por Elizabeth Banks (de "Brightburn: Filho das Trevas" - 2019). Com boas cenas de lutas e de perseguições, a produção que entra em cartaz nesta quinta-feira nos cinemas é uma homenagem à série original de TV, trazendo boas lembranças e surpresas, mas abandonando o lado machista das Charlie's Angels.


A produção tem humor, muita ação, bons efeitos especiais e interpretações que não chegam a ser marcantes, mas surpreendem em alguns casos. Kristen Stewart está muito no papel da pantera Sabina Wilson, uma agente forte, decidida e segura. Ela também é ela a responsável pelos diálogos e situações cômicas. A estrela da franquia "Crepúsculo" perdeu a carinha da inocente Bela e vem se impondo a cada filme que protagoniza. Até os vilões de "As Panteras" reconhecem que ela é uma mulher independente e resolvida.


O mesmo acontece com Jane Kano, personagem da estreante Ella Balinska, parceira de Sabina como uma das agentes do misterioso Charlie. Com pose e estatura de modelo, a jovem se sai muito bem no papel, esbanjando sedução quando dança e mostrando ser a mais experiente agente, tanto como atiradora quanto em lutas. Melhor que muito homem. A mais fraquinha e sem sal do trio é Naomi Scott (a Jasmine, de "Aladdin" - 2018 e também intérprete de Kimberly, a ranger rosa de "Power Rangers" - 2017). No filme ela é Elena Houghlin, uma cientista especializada em tecnologia que precisa ser protegida pelas Panteras, integrantes da Agência Townsend de espionagem.


Da história nascida para a TV - três Panteras, o chefe Bosley e o chefão Charlie (daí o nome "Charlie's Angels") - sobraram a ideia original e, especialmente, a inesquecível e marcante música tema orquestrada. Dezesseis anos depois de "As Panteras Detonando" (2003), a agência cresceu, agora tem atuação internacional e reúne as mais bem treinadas agentes do mundo, que atuam onde são mandadas. Não existe mais um só Bosley, mas várias partes do planeta cada um com sua equipe.


Elizabeth Banks, que tem boa atuação como uma Bosley (ou Boz, numa associação a boss) não perde a cara de vilã e passa sempre a impressão de que vai puxar o tapete de alguém. Como diretora fez um bom trabalho, reforçando do início ao fim a importância das mulheres na trama e na vida real. O roteiro, também dela, tem alguns furos, mas parece ter sido feito por uma fã da antiga série, que resolveu recontar a história das "Anjos de Charlie" numa versão atualizada e "femininamente" correta.

A trilha sonora é um dos destaques do filme. Puxada pela música tema orquestrada - "Charlie's Angel" -, criada para a série de TV, ela marcou a geração entre os anos de 1976 e 1981. Para o filme atual foi chamado um trio da pesada para interpretar a canção "Don't Call Me Angel", - Ariana Grande, Miley Cyrus e Lana Del Rey


Os personagens masculinos são colocados em segundo plano, alguns em papéis dispensáveis e outros fragilizados (como Alexander Brok, papel de Sam Claflin) ou apenas para compor cenário, como o cientista Lasgston (papel de Noah Centineo). Djimon Hounsou ("Capitã Marvel" - 2019) tem participação rápida, mas importante na trama como um dos chefes da agência. Já Patrick Stewart, o Bosley principal, não perdeu o jeito de Professor Charles Xavier, da franquia "X-Men", só que sem a cadeira de rodas.

À esquerda, elenco da série de TV; à direita,as atrizes dos primeiros filmes para o cinema (Foto/Montagem)
Três gerações de Panteras

Para quem está conhecendo agora as poderosas espiãs, vale um pouco de recordação. As primeiras panteras, da clássica série de TV, foram as atrizes Jaclyn Smith, Kate Jackson e a inesquecível loura Farrat Fawcett-Majors. Ao longo das temporadas da série, elas foram sendo substituídas por Cheryl Ladd, Shelley Hack e Tanya Roberts, mas sem o mesmo carisma e glamour das primeiras..


No ano de 2000 o trio de espiãs ganhou a versão cinematográfica com um elenco atraente e de peso - Cameron Diaz, Drew Barrymore (uma das produtoras) e Lucy Liu, na divertida e explosiva produção "As Panteras". Já o segundo filme com elas e Demi Moore -  "As Panteras Detonando" (2003) - foi bem fraquinho. No reboot deste ano, a proposta é uma volta ao passado, com um trio que não é tão carismático como os anteriores, mas dá conta do recado. O blog @cinemanoescurinho recomenda para os saudosistas e quem gosta de um filme de ação com pitadas cômicas.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Elizabeth Banks
Produção: Brownstone Productions / Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h59
Gêneros: Ação / Comédia /Espionagem
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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