16 dezembro 2016

"Sully", herói do Rio Hudson por perícia ou imprudência?


Tom Hanks interpreta o piloto de um avião que salvou 155 pessoas ao fazer um pouso forçado no Rio Hudson, em 2009 (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Aquele seria apenas mais um voo doméstico como centenas de outros saindo de Nova York. O que o comandante  Chesley "Sully" Sullenberger (ótima interpretação de Tom Hanks)  e o copiloto Jeff Skiles  (Aaron Eckhart) não esperavam era que a tranquilidade daquele 15 de janeiro de 2009 poderia se transformar na data mais marcante e perturbadora de suas vidas e de outras 153 pessoas. 


Assim começa o drama biográfico "Sully - O Herói do Rio Hudson", baseado em fatos reais que foram contados no livro "Highest Duty", escrito pelo próprio Sully. Porém, o diretor Clint Eastwood resolveu contá-la a partir do final, explorando principalmente o processo jurídico enfrentado pelos dois pilotos após um salvamento heroico e extremamente arriscado. E por meio de flashbacks e pesadelos do comandante Sully, além dos fatos que vão surgindo no decorrer das investigações,  o quebra-cabeças  da quase tragédia vai sendo montado. 


Ao decolar do aeroporto em Nova York, o Airbus A320 pilotado por Sully e Skiles é atingida por uma revoada de pássaros, que são sugados pelas duas turbinas, causando sérios danos. Imediatamente os pilotos começam tomam as medidas de emergência, mas o comandante percebe que não terá tempo de retornar ao aeroporto ou seguir para outro próximo, apesar da ordem do controlador de voo.

Sully só tem como alternativa o pouso nas águas geladas do Rio Hudson, que corta a cidade. E apesar da manobra nunca ter sido tentada ele consegue sucesso, salva todos os 155 ocupantes, vira herói nacional, mas  passa a sofrer uma dura investigação da agência de regulação aérea nos Estados Unidos, que tenta provar que seu ato foi arriscado e imprudente e que poderia ter dado errado.

Tom Hanks está ótimo no papel do experiente piloto Sully e prova que sua parceria com Eastwood é sucesso garantido de bilheteria. A história não é novidade para quem acompanhou o fato que ganhou as manchetes pelo mundo há oito anos. Mas o diretor soube explorar bem o processo de investigação para contá-la, auxiliado pela interpretação de Hanks, que apresentou o personagem como um profissional sério, sem intenção de se tornar um herói com seu ato. E que ao longo de todo o processo judicial chegou a ter dúvidas se havia tomado a decisão certa ou não.

Além de Tom Hanks, o restante do elenco de "Sully - O Herói do Rio Hudson" também segurou bem seus papeis, como  Aaron Eckhart , como o copiloto, e  Laura Linney, vivendo a esposa de Sully, Lorrie Sullenberger. Aliado a isso,  o drama ainda conta com efeitos visuais bem realistas (que me perdoem os pilotos da minha família se estou falando bobagem) que ajudam a prender o público, não só nos momentos de tensão do ousado pouso quanto nas cenas de interrogatório e julgamento. Um filme que vale a pena ser visto.


Ficha técnica:
Direção e produção: Clint Eastwood
Produção: Warner Bros. Pictures / Malpaso Productions/ Village Roadshow
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h36
Gêneros: Biografia / Drama
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota:  4 (0 a 5)

Tags:
#sullyoheroidoriohudson, #Sully, #TomHankes, #ChesleySullySullenberger, #JeffSkiles, #Aaron Eckhart, #LauraLinney, #LorrieSullenberger, #RioHudson, #AirbusA320, #pousoforcado, #NovaYork, #drama, #biografia, #WarnerBrosPictures, #CinemanoEscurinho

Nenhum comentário:

Postar um comentário