Mostrando postagens com marcador #DiamondFilms. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #DiamondFilms. Mostrar todas as postagens

09 agosto 2018

"Vidas à Deriva": romance, aventura e superação no balanço das ondas

O longa se passa quase que inteiramente numa embarcação - com direito a paisagens maravilhosas (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Filmes baseados em histórias reais costumam interessar e cativar o público pela possibilidade de verdade e realismo que possam oferecer. Mas esse não é o caso de "Vidas à Deriva" ("Adrift"), dirigido por Baltasar Kormákur, inspirado na saga vivida por um casal de velejadores, que depois foi transformada em livro homônimo. Como o longa se passa quase que inteiramente numa embarcação - com direito a paisagens maravilhosas - e o roteiro foi todo concebido em flashbacks, cria-se uma distância entre a tela e o espectador, dificultando o envolvimento e, de certa forma, travando a emoção.

Aos 24 anos, Tami Oldham, interpretada pela atriz e também produtora do filme Shailene Woodley, da série "Divergente" (2014) - Insurgente (2015), "Convergente" (2016) e "Ascendente" (em breve) vive uma vida errante, meio sem destino, aceitando pequenos trabalhos para custear suas próximas viagens. Voltar para casa em San Diego, na Califórnia, não faz parte dos seus planos.



De passagem pelo Taiti, ela conhece Richard Sharp (Sam Claflin, de "Como Eu era Antes de Você" - 2016 e a franquia "Jogos Vorazes"), jovem velejador tão aventureiro quanto ela e a paixão entre eles é imediata. Até que ambos aceitam o desafio feito por um casal maduro de viajantes: levar a embarcação deles até a Califórnia, com direito a retornar ao Taiti com passagens de primeira classe, além de um bom dinheiro. Era o ano de 1983.

Desafio aceito, os jovens saem velejando em alto mar a bordo do luxuoso Hazaña e, enquanto viajam, vão se conhecendo em longas e amorosas conversas, jantares românticos, juras de amor, tarefas e projetos. Até que são surpreendidos pelo furacão Raymond, que praticamente destrói o barco e fere gravemente Richard. Durante 41 dias, eles ficam em alto mar, literalmente à deriva, enquanto compartilham conhecimentos sobre navegação, suprimentos e amor.


Não dá para dizer que "Vidas à Deriva" é um filme ruim. Há suspense, aventura, romance. Mas, talvez para não cansar tanto o espectador com o balanço contínuo e o vai e vem das ondas do mar, o diretor tenha optado pelos flashbacks para contar como Tami e Richard se conheceram. E isso, de certa forma, atrapalha o ritmo do longa. Vale a pena ir ao cinema, nem que seja para conhecer a história de esforço, superação e amor de Tami Oldham e Richard Sharp.



Ficha técnica:
Direção e produção: Baltasar Kormákur
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h38
Gêneros: Drama / Romance / Aventura
País: EUA
Classificação: 12 anos

Tags: #VidasADeriva, #Adrift, #ShaileneWoodley, #SamClaflin, #historiareal, #superacao, #TamiOldham, #RichardSharp, #drama, #romance, #aventura, #DiamondFilms, #CinemanoEscurinho

23 junho 2018

"Hereditário" foge dos clichês do gênero terror

O filme utiliza de diversos artifícios para despertar medo e evita a conhecida técnica do susto a partir de mudanças abruptas (Fotos: Splendid Films/Divulgação)

Carolina Cassese

         
Considerado pela crítica um dos filmes mais aterrorizantes do ano, “Hereditário” estreou no Brasil na última quinta-feira. O longa é centrado na história de Annie Graham (interpretada por Toni Collette), uma galerista que vive com o marido e os dois filhos. Após a morte de sua mãe, toda a família passa a ser aterrorizada. A filha mais nova, Charlie (Milly Shapiro), é especialmente afetada, já que tinha uma relação próxima com a avó. A narrativa é, sem dúvidas, sobre uma tragédia familiar. 

O filme utiliza de diversos artifícios para despertar medo e evita a conhecida técnica do jump scare (susto a partir de mudanças abruptas). Inova também por evitar utilizar a música para antecipar as ações assustadoras e por não apresentar nenhuma entidade maligna. É um terror inteligente e bem desenvolvido (o chamado "pós-horror"). A ambiguidade é um elemento presente em toda a narrativa. 


O longa é da produtora A24, também responsável pelo filme “A Bruxa”, de 2015. Os dois filmes têm em comum um bom desenvolvimento de trama e um ritmo mais lento, que não dá soluções imediatas ao espectador. Após ser exibido no Festival de Cinema de Sundance, “Hereditário” foi também comparado com o clássico "O Exorcista".  

Sabe-se que o gênero terror é considerado "desgastado" e até mesmo "menor" por boa parte da crítica e do público. "Hereditário", no entanto, foi aclamado justamente por fugir dos clichês. Ocupa um lugar de prestígio entre os críticos, ao lado dos recém-lançados "Corra" (2017) e "Um Lugar Silencioso" (2018). 

O trabalho de Ari Aster na direção não deixa a desejar. A relação estabelecida entre as casas em miniatura, construídas por Annie, e a casa da família Graham é sem dúvidas um acerto, e passa a impressão de que tudo que acontece ali está sendo operado por uma força maior. 

No elenco, que tem ainda Gabriel Byrne (o marido Steve), Alex Wolff (o filho Peter) e Ann Dowd (a amiga Joan), o destaque é a atuação de Toni Collette. A personagem principal é construída com cuidado e complexidade, merecedora de uma indicação ao Oscar pelo desempenho, mas sabe-se que, na história da academia, somente 14 filmes de terror receberam indicações de seus atores.

Tenso e angustiante, especialmente a partir do segundo arco, "Hereditário" tem tudo para ser realmente o filme mais assustador do ano. A premissa de uma família assombrada por forças sobrenaturais está longe de ser inédita, mas o excelente uso da linguagem cinematográfica torna a película inovadora. 
Duração: 2h06
Classificação: 16 anos
Distribuição: Diamond Films



Tags: #Hereditario, #AriAster, #ToniCollette, #GabrielByrne, #terror, #drama, #DiamondFilms, #CinemanoEscurinho

18 abril 2018

"7 Dias em Entebbe" - Mais um (bom) filme de Hollywood

Daniel Brühl e Rosamund Pike formam o casal que sequestrou  um avião de passageiros em 1976 (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Talvez se possa dizer que, com "7 Dias em Entebbe", o brasileiro José Padilha tenha se rendido definitivamente ao chamado cinemão. Esse seu mais recente longa, sobre o sequestro de um avião entre Tel-Aviv e Paris, na década de 1970, coloca o profissional no rol dos diretores assumidamente comerciais.

Isso não significa que o filme seja ruim. Pelo contrário: estão lá todos os elementos esperados em um entretenimento bem feito: muita ação bem distribuída, suspense, política - correta e equilibrada - emoção e até um certo didatismo para quem quiser saber mais sobre o eterno conflito entre Palestina e Israel. 

O voo 139 da Air France foi desviado por um grupo de jovens revolucionários pró-palestina em junho de 1976, pousando em Entebbe, na Uganda de Idi Amin, onde permaneceu uma semana. As tentativas de negociações com o governo israelense, pouco afeito a abrir precedentes, as condições precárias do lugar onde os quase 200 passageiros e tripulantes ficam e as inevitáveis desavenças entre os sequestradores, a maioria jovens e despreparados, vão envolvendo o espectador.

Tudo indica que Padilha teve o cuidado de não tomar partido. No início, o conflito entre árabes e judeus é cuidadosamente explicado. Quase uma aula de história - embora alguns enxerguem, ao final, um discreto favoritismo para Israel.

Entre as atuações, destaques para Daniel Brühl como o jovem alemão idealista Wilfried, e Rosamud Pike como a também revolucionária Brigitte Kuhlmann - outra alemã, mas com discurso mais afiado. Do lado israelense, Eddie Marsan se sai muito bem como o líder Simon Peres. Na trilha sonora, a surpresa fica por conta da autoria: Rodrigo Amarante, do grupo Los Hermanos. Para que o filme ficasse perfeito e digestivo, não faltam crianças e idosos entre os passageiros, o que, fatalmente, enternece o público.

Também estão lá as eternas discussões ideológicas dos jovens que escolheram o caminho da revolução nos conturbados anos de 1970, o engenheiro de voo, que, com sua praticidade e engenho, se contrapõe ao excesso de palavras e ideias, as divergências entre os mandatários do governo de Israel no processo de negociação, as dúvidas de um jovem soldado entre o amor e a pátria e até uma apresentação de dança contemporânea.


Durante todo o longa, as cenas do sequestro e da estada e espera em Entebbe são intercaladas com os ensaios e depois com a estreia do espetáculo - lindo, por sinal. Mas essa não é exatamente uma ideia original. Traz uma certa estética à narrativa pesada, mas não é novidade.

Claro que vale assistir a "7 Dias em Entebbe", até para se lembrar e conferir um pedaço - muito bem contado - dessa história que já dura tanto tempo. Mas é bom que se saiba: trata-se de mais um filme politicamente correto de Hollywood.
Duração: 1h47



Tags: #7DiasEmEntebbe, #DiamondFilms, #DanielBruhl, #RosamundPike, #JosePadilha, #suspense, #biografia, #sequestrodeaviao, #idiAmin, #CinemarkBHSHopping, #CinemanoEscurinho

03 março 2018

Jessica Chastain é "A Grande Jogada" que salva adaptação longa e morna

Produção é baseada no livro de memórias da ex-esquiadora Molly Bloom, conhecida como "Princesa do Pôquer" (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Talvez por eu não conhecer as regras do pôquer, como muitas pessoas que irão ver o filme, "A Grande Jogada" ("Mollys´Game") é uma produção arrastada e morna, salva pela protagonista Jessica Chastain. Novamente a excelente atriz apresenta um personagem que domina toda a ação e conta como funcionam os meandros dos jogos realizados em locais privados. O início tem explicação demais sobre as regras do pôquer e o roteiro só vai melhorando do meio em diante, mas não justifica de forma alguma 2h20 de exibição. 

Ela é Molly Bloom, uma ex-esquiadora que sofre um acidente e não pode mais competir nos Jogos Olímpicos. Ela se torna garçonete e aproveita para conhecer as pessoas certas e as regras (legais e ilegais) do pôquer. O filme é baseado na trajetória de Molly, que narra sua história, os dramas familiares, especialmente com o pai que foi seu treinador, como ela se envolveu com pessoas poderosas do submundo dos jogos milionários e que, mesmo após ser presa, se recusa a entregar os nomes de seus clientes ao FBI.

Além de Chastain, o longa conta ainda com Idris Elba, como o advogado de Molly Charlie Jaffey, que vai defender a empresária do jogo das acusações. Ele tem boa presença e entrega um bom personagem que não concorda com a postura da cliente em assumir tudo sozinha. Kevin Costner faz um papel secundário e pouco expressivo do pai de Molly e seu exigente treinador, que deixou a família. Apesar de serem ótimos atores, eles ficam apagados quando a atriz entra em cena.

Michael Cera é o Jogador X, aquele que provoca os demais para partidas mais arriscadas; Jeremy Strong interpreta Dean Keith, um produtor de cinema que organizava jogos ilegais e que contrata Molly como sua assistente.  Há ainda a turma de jogadores formada por Chris O´Dowd, Bill Camp e Brian d´Arcy James.

O filme é baseado no livro de memórias de Molly Bloom (papel de Jessica Chastain), que ficou conhecida como a "Princesa do Pôquer". 
Ela explica como funcionam os bastidores dos jogos que organizava em sua casa e que contavam com a presença de estrelas de Hollywood e milionários de Wall Street. Tudo ia bem, até que começou a ser investigada pelo FBI sob a acusação de organizar eventos ilegais e de envolvimento com a máfia russa.

Um filme bom apesar de longo demais. Chegou a receber uma indicação ao Oscar 2018 na categoria de Melhor Roteiro Adaptado e duas indicações ao Globo de Ouro - na mesma categoria e na de Melhor Atriz de Filme de Drama para Jessica Chastain, esta muito justa.



Ficha técnica:
Direção: Aaron Sorkin
Produção: Sony Pictures / Pascal Pictures / Mark Gordon Production 
Distribuição: Diamond Films Brasil
Duração: 2h20
Gêneros: Drama / Biografia 
Países: EUA / China
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #AGrandeJogada, #JessicaChastain, #AaronSorkin, #IdrisElba, #KevinCostner, #drama, #biografia, #SonyPictures, #DiamondFilms, #cinemarkoficial, #CinemanoEscurinho