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08 novembro 2021

DC fracassa com "Injustice" e desperdiça uma de suas principais sagas

Superman se torna um ditador, lutando inclusive contra os parceiros da Liga da Justiça (Fotos: DC Comics/Divulgação)

Jean Piter Miranda


Em uma terra alternativa, o Coringa engana o Superman e faz com que ele mate a própria esposa, Lois Lane. Isso desencadeia vários outros danos e perdas para o mundo. O Homem de Aço enlouquece, fica furioso e decide controlar o mundo. Ele se torna um ditador que age sem piedade contra vilões, governos e até mesmo contra seus antigos aliados. 

Essa á história de “Injustice”, nova animação da DC Comics. No Brasil, o longa recebeu o título de “Injustiça – Deuses Entre Nós”. A animação pode ser conferida nas plataformas Google Play, Apple TV, Microsoft Store, Playstation Store, Looke, NOW (Claro), SKY Play e Vivo Play.


A saga "Injustice" é um dos maiores sucessos da história da DC. Começou com um jogo de videogame em 2013 e no mesmo ano foi adaptado para os quadrinhos. A história foi desenvolvida ao longo de cinco anos, em mais de 30 volumes de HQs, envolvendo dezenas de personagens. Só aí já dá pra ter ideia da importância. Como eles conseguiram colocar tudo isso em apenas uma hora e 18 minutos? Não conseguiram. E isso compromete tudo. 


A animação segue fielmente o início da trama. Mas depois tem que dar uma acelerada, o que prejudica o desenvolvimento do Superman ditador. Dá a impressão de que ele ficou assim do dia pra noite. E não foi. Batman cria um grupo de resistência para enfrentar o Homem do Aço. Aos poucos, os heróis vão se decidindo se ficam do lado do regime ou da insurgência. É time Batman contra time Superman. 


Nessa guerra, muitos vão morrer tentando parar o impiedoso Super-Homem. A animação dá destaque para o androide Amazo, que se torna o principal vilão. Há um conflito com a tropa dos lanternas verdes e vários heróis vão sendo inseridos na trama. O problema é que tudo é muito corrido, pouco desenvolvido. Para quem conhece o jogo ou os quadrinhos, a decepção é grande. Falta muita coisa que podemos chamar de fundamental pra saga fazer sentido. 


Nas histórias em quadrinhos, os lanternas travam guerras que mudam o destino não só da Terra, mas do universo. Adão Negro, Shazam, Sinestro, Supergirl, Lex Luthor e vários outros têm papeis importantes no desenvolvimento da trama. Há heróis que mudam de lado, deuses do Olimpo fazem batalhas sangrentas com os mortais. Ninguém pode ficar neutro. Cidades são destruídas e há muitas baixas. Uma saga fantástica, provavelmente a melhor já feita pela DC. 


"Injustice" merecia uma série, de pelo menos uns 30 capítulos, para explorar tudo e ainda acrescentar novidades, para não ser uma mera reprodução das HQs e dos jogos. A pressa de colocar mais uma animação no mercado é um fracasso total para a DC. Dificilmente vai agradar algum fã. Parece que a empresa está sem rumo e sem criatividade. E até mesmo desesperada por ver o sucesso monstruoso da concorrente Marvel. Assim, mais uma boa história foi desperdiçada em uma adaptação muito fraca.  

Para maiores de 18 anos


Ficha técnica:
Direção:
Matt Peters
Roteiro: Ian Rodgers, Ernie Altbacker
Exibição: Plataformas digitais
Produção: Warner Bros. Animation e DC Entertainment
Distribuição: Warner Bros. Animation e DC Entertainment
Duração: 1h18
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gêneros: animação / ficção / fantasia / ação
Nota: 2,0 (0 a 5)

30 junho 2021

"Luca" emociona e faz a gente relembrar os prazeres da infância

Animação da Disney/Pixar tem aventura, amizade e a descoberta de um novo mundo (Fotos: Walt Disney Company/Divulgação)


Maristela Bretas


Seria apenas mais uma animação se não fosse feita pela Pixar, estúdio que gosta de mexer com nossas emoções. Várias lágrimas desceram desses olhos com "Luca", em exibição na plataforma Disney+ para assinantes (sem taxa extra), é uma história cheia de aventuras e descobertas, que está arrebatando crianças e adultos, com uma linguagem simples e envolvente.

Como sempre, a Pixar pega a gente pelo coração e "Luca" não poderia ser diferente. Vale lembrar de "Divertida Mente" (2015), "Soul" (2021) e a franquia "Toy Story", iniciada em 1995 e encerrada com "Toy Story 4" em 2019 com muitas lágrimas. Em todos, a abordagem trata de família, transições, incertezas, abandono, sentimentos e, principalmente, amizade.


A nova animação trata de tudo isso, distribuindo os sentimentos entre todos os personagens, especialmente o protagonista Luca Paguro, um garoto de 13 anos que começa a descobrir a adolescência, mas precisa esconder um grande segredo. Com voz de Jacob Tremblay (de "O Quarto de Jack" - 2016, "Extraordinário" - 2017 e "Doutor Sono" - 2019), o jovem que sempre morou com os pais, quer conhecer o mundo da superfície.

Para isso vai contar com a ajuda de um novo amigo, Alberto Scorfano (voz de Jack Dylan Grazer, de "It - A Coisa" - 2017 e "Shazam! "- 2019), um garoto que vive sozinho numa ilha, sempre cheio de histórias e que não tem medo de se aventurar.


Assim como Luca, Alberto também esconde um segredo - ambos são monstros marinhos que adquirem aparência humana quando saem da água. Maior que o medo de serem descobertos é ganhar o mundo na garupa de uma Vespa e a curiosidade de conhecer como vivem os humanos de verdade que habitam a pequena e colorida vila de Portorosso.

Para isso, Luca terá de abandonar a família no fundo do mar e ganhar o mundo ao lado do melhor amigo e conhecerão pessoas "normais" e especiais, como Giulia Marcovaldo (Emma Berman), uma jovem valente, criada pelo pai, um pescador local, que é excluída pelas pessoas da vila. Ela se unirá aos dois amigos, sem conhecer a verdadeira identidade deles. 


Mas a vila também tem seu lado cruel e graças às histórias de ataques de monstros marinhos nas redondezas, os dois amigos terão de fazer de tudo (especialmente fugirem da água) para esconderem seu segredo e não caírem nas redes dos pescadores. Isso sem contar a perseguição dos famosos “valentões”. 

Entre passeios de uma motoneta improvisada, mergulhos escondidos, fartos pratos de uma bela massa ou casquinhas de sorvetes e noites sob a luz do luar, a história de "Luca" traz de volta a infância. Para completar, a história é ambientada nos anos 1970 e teve locação inspirada numa colorida vila na costa da Riviera Italiana, uma das regiões mais atraentes do país.


Tudo isso embalado por uma nostálgica e bela trilha sonora, composta por Dam Romer. Destaque para "Your are my sunshine" (Antonio of Italy), "Mambo italiano" (Dean Martin), "II gatto e la volpe" (Edoardo Bennato), "Never gonna give you up" (Rick Astley), “Viva la pappa col pomodoro” (Rita Pavone), “Andavo a cento all’ora” (Gianni Morandi), entre outros.

O elenco de "Luca" conta ainda com as vozes de Maya Rudolph e Jim Gaffigan, como os pais de Luca, Peter Sohn (Ciccio), Sacha Baron Cohen (tio Ugo) e até mesmo a do diretor Enrico Casarosa, dublando dois personagens. No Brasil, as dublagens de Luca foram feitas por Rodrigo Cagiano (Luca), Pedro Miranda (Alberto) e Bia Singer (Giulia). Claudia Raia, que empresta a voz para a Signora Mastroianni, trabalha ao lado da filha, Sophia Raia, que dubla a personagem Chiara.


Assim como outra animação, "A Pequena Sereia" (1989, dos estúdios Disney) e o longa "Splash - Uma Sereia em Minha Vida" (de 1984, com Tom Hanks e Daryl Hannah), a nova produção Pixar mostra como a superfície pode ser atraente, mas também perigosa e cruel para quem é "diferente". Mesmo assim, vale ganhar pernas e descobrir o mundo e o amor. Encante-se com "Luca" e não esqueça o lencinho para o emocionante final.


Ficha técnica:
Direção: Enrico Casarosa
Produção: Pixar Animation Studios / Walt Disney Pictures
Exibição: Disney +
Duração: 1h36
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: Animação / Fantasia / Aventura
Nota: 4 (de 0 a 5)

24 janeiro 2021

"Soul"´- Animação para adulto que discute o propósito da vida com excelente trilha sonora

Joe e 22 vivem grandes aventuras entre a vida terrena e uma existência espiritual (Fotos: Disney-Pixar/Divulgação)


Maristela Bretas


E se você tivesse uma segunda chance de viver, o que mudaria? Já parou para pensar se fez a escolha certa? Pois foi com esta abordagem e uma ótima trilha sonora que a animação "Soul", da Disney/Pixar foi lançada diretamente na plataforma de streaming Disney Plus.Enquanto "Divertida Mente" (2015) e "Toy Story 4" (2019) foram destinados à criançada, com muita cor e personagens divertidos, mas uma mensagem direta aos públicos jovem e adulto, "Soul" definitivamente foge deste padrão e não é para criança.
 

A animação trata do propósito da vida, as escolhas - certas ou erradas - que fazemos enquanto estamos vivos e que vão ser avaliadas quando passarmos para outro plano. Com direção de Pete Docter e Kemp Powers, "Soul" conta a história de Joe Gardner (voz de Jamie Foxx), um simpático pianista e professor de música do ensino médio que sonha em se tornar um músico profissional e brilhar como os grandes nomes do jazz. Uma paixão aprendida com o pai e que ele considera sua razão de viver.

 


Um passo em falso, no entanto, muda seus sonhos e ele precisará reavaliar tudo o que acreditava e aceitar o que virá pela frente. E ainda ensinar uma alma da pré-vida muito fofa e rebelde - a 22 (voz de Tina Fey) - a gostar e se adaptar à vida terrena. A pré-vida é um lindo e colorido lugar onde as novas almas conquistam suas personalidades, peculiaridades e interesses, antes de irem para a Terra e ocuparem novos corpos. As crianças poderão gostar das "alminhas" da pré-vida que estão esperando sua chance e aprontam todas. Mas só.
 
 


Joe não aceita a morte e menos ainda a incumbência de ser babá e fará de tudo para voltar ao seu antigo corpo. Ele só pensa em música e se cobra por não ter atingido o sucesso que o pai esperava e que a mãe (dublada por Angela Basset) preferia que não existisse. Ele não consegue se ver fazendo outra coisa e não abre seus horizontes, mas também é inconformado com o que conseguiu na vida. 

 
Já 22 é rejeitada por todos em sua dimensão e não consegue descobrir qual a sua missão. E será sua convivência com o mentor que irá lhe ajudar a descobrir respostas para perguntas importantes sobre sua existência.
 

 
Algumas abordagens são complicadas e geram dúvidas até mesmo em adultos.Uma animação boa para ser analisada por psicólogos e psicanalistas. Em meio a aventuras, corpos trocados e a descoberta de prazeres, delícias e também tristezas, Joe e 22 vão entendendo quais os seus propósitos na vida e quais podem ser deixados de lado, por não serem tão importantes quanto esperavam. 
 


"Soul" é bonito e sensível. A trilha sonora, especialmente formada por jazz, fazem o coração da gente bater forte. Mexe com o espiritual e o sentimento ao tratar a aceitação da morte. Oferece um show de sons, imagens e encantamento quando as notas começam a fluir do piano de Joe ou da banda que ele acompanha. Apesar de não provocar risadas ou choro, como alguns sucessos anteriores da Disney/Pixar, a animação é inspiradora e merece ser vista.

 

Ficha técnica:
Direção:
Pete Docter e Kemp Powers
Exibição: Disney+
Duração: 1h40
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: Animação / Aventura / Família
Nota: 4 (de 0 a 5)

22 janeiro 2021

"Batman: Alma de Dragão" poderia ser um pouco se não tivesse o Batman

 O Homem-Morcego se une a velhos amigos das artes marciais para impedir a dominação do mundo (DC Comics/Divulgação)

Jean Piter Miranda


Bruce Wayne e seus antigos companheiros de treino precisam unir forças para enfrentar uma organização secreta que tenta abrir um portal para outra dimensão. É basicamente isso a história de "Batman: Alma de Dragão", nova animação da Warner e da DC, que acaba de ser lançada em DVD e também na versão paga do YouTube.

A produção é ambientada nos anos 1970, em mais uma dessas histórias de universos paralelos da DC. Tudo começa quando Richard Dragon, personagem com muita semelhança ao Bruce Lee, vai atrás de Bruce Wayne para pedir ajuda. Ele descobriu que uma organização secreta está tentando abrir um portal para outra dimensão, conquistar um grande poder com isso e depois dominar o mundo. 
 

 
É claro, como é de costume, Wayne recusa na primeira tentativa. Mas logo acaba aceitando. Aí começam os flashbacks. Vêm as imagens do passado, de quando Bruce passou um tempo em uma espécie de mosteiro, em algum lugar remoto do Oriente, para treinar artes marciais. E foi lá que conheceu Richard Dragon, que também era aluno do mestre O-Sensei.

Os outros personagens também têm ligação com o passado de Wayne. Tigre de Bronze e Lady Shiva, que são introduzidos na história, foram companheiros de treino de Dragon e Wayne. Os quatro vão se unir para deter os vilões, que por sinal também fazem parte do passado de todos eles. E no meio disso tudo, a porrada come. Na mão e na espada. Violência sob medida, pra quem gosta, misturada com muita ação. Não é animação pra criança.
 

As cenas de ação deveriam ser o ponto alto da produção. Até por remeter muito aos filmes orientais antigos de artes marciais. Mas isso deixa a desejar para quem é mais exigente. Acontecem coisas que fogem completamente às leis da física. É claro que sempre são permitidos exageros na ficção. Isso é até esperado. Mas há um limite. E o filme erra a mão.


A animação vai caminhando de forma previsível, cheia de clichês. Faltou explorar a ligação entre o grupo de amigos. Algumas coisas são bem forçadas. Mas isso passa. O desfecho pode ser satisfatório ou bem decepcionante, vai depender do olhar de quem assiste. Parece que falta ação nas batalhas decisivas.


A verdade é que o Batman nem era necessário. Ele não é o líder, não tem planos geniais, não está dois passos à frente como sempre. Não tem essa essência de homem-morcego. Ele é só um do grupo. No fim, os quatro acabam dividindo o protagonismo. Mesmo o autor forçando um pouco a barra para o lado do Batman, dá pra imaginar a história sem ele. Não faria falta. O que leva a crer que ele está lá só pra ter o nome no título e alcançar mais público.


Ficha técnica:
Direção:
Sam Liu
Produção: Warner Bros. Animation / DC Entertainment
Exibição: DVD e Youtube
Duração: 1h23
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Animação / Ação
Nota: 3 (0 a 5)

29 dezembro 2020

"Sapatinho Vermelho e Os Sete Anões" - uma divertida animação para todas as idades

Animação é releitura de "Branca de Neve e Os Sete Anões" com produção feita totalmente por profissionais sul-coreanos (Fotos: Sidus Animation Studios/Divulgação)


Maristela Bretas


A história de Branca de Neve ganhou uma abordagem bem atual e mais divertida. Estreia nesta quinta-feira (31/12) nos cinemas a animação "Sapatinho Vermelho e Os Sete Anões" ("Red Shoes and the Seven Dwarfs"). Inteiramente produzida por animadores sul-coreanos da Sidus Animation Studios, com distribuição da Paris Filmes, a animação tem tudo para agradar a todas as idades.


Aventura, diversão e muita ação estão presentes em todo o enredo, mas o destaque está na abordagem dada pelo diretor e roteirista SungHo Hong à questão da aparência: como nos vemos, como queremos que as pessoas nos vejam e como elas nos veem. O que é mais importante? Saiba mais sobre como foi feita a produção no making off abaixo:


A releitura do famoso conto vem no formato animê e tem Chloë Grace Moretz emprestando a voz para Sapatinho Vermelho. E Sam Claflin como o anão Merlin, que tem poderes mágicos como o mago e joga cartas semelhantes às de Yugi-Oh.

Arthur (voz de Simon Kassianides), aquele que vira rei depois de tirar a espada encantada da pedra, também está na nova animação, e como Merlin, é um dos sete anões. Juntamente com Jack (Frederick Hamel), de "Jack, O Caçador de Gigantes"; Hans (Nolan North), em homenagem ao escritor Hans Christian Andersen, autor do conto de fadas "Os Sapatinhos Vermelhos", e o trio Pio Noki Kio (Frank Todaro), que nem precisa explicar a qual história eles pertencem.


Nolan North ainda faz as vozes do Rei White, pai de Sapatinho e dos gêmeos gigantes que trabalham para o príncipe Tanto Faz (Jim Rash). O elenco conta ainda com Gina Gershon, fazendo a voz da madrasta Regina, e Patrick Warburton, como o espelho mágico. E claro, não poderia faltar a famosa frase: "Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?" e a maçã vermelha envenenada.



O que os espectadores não contavam é que o conto se tornasse uma ótima paródia de filmes, outros contos de fadas e até eventos marcantes. Compensa assistir dublado para não perder a malícia e a ironia dos dubladores brasileiros. 

Não escampam gozações ao filme "Titanic", ao pouso de joelhos dos super-heróis, ao Rei Arthur, e sua espada, à princesa Lea, da saga “Star Wars”. Sobra até para o Bolsa-Família (que aqui vira "Bolsa-Mingau") e os 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil. São muitas situações que provocam boas risadas.



A nova história

Branca de Neve/Sapatinho Vermelho não é a mulher mais bela do reino, segundo os padrões convencionais de beleza. E por isso, encontra na magia dos sapatinhos vermelhos mágicos a transformação que vai atrair a todos, especialmente os sete anões. Apesar da insegurança com a aparência, ela é uma mulher de fibra, briga muito, é carismática e não precisa de homens para resolver os problemas para ela. Na verdade, os anões são meros ajudantes.



Chamados de "Os Sete Destemidos", os anões também querem quebrar uma maldição, uma vez que eram príncipes e agora são pequeninos e verdes que precisam de um beijo de amor de uma princesa para voltarem ao normal. Cada, um, a sua maneira, tenta ganhar uma beleza artificial, mas durante a disputa pelo beijo da princesa vão aprender o verdadeiro significado da beleza.

Isso ajudará a vencer a malvada Regina, que quer os sapatinhos vermelhos para voltar a ser bela e jovem. Para isso ela irá se unir ao príncipe bobalhão Tanto Faz, que na versão em inglês chama Average, para roubar os calçados da enteada. A trilha sonora, a cargo de Geoff Zanelli, dá o toque especial, trazendo três belas composições como "Start of SomethingRight", "Something So Beautiful", "Perfect By" e a música-tema "This is Me".



Experiência sul-coreana

"Sapatinho Vermelho e Os Sete Anões", que levou dez anos para ser feita, contou ainda com a experiência de 20 anos na Walt Disney Studios do diretor de animação e designer de personagens Jim Kim, responsável por sucessos como "Moana" (2016), "Enrolados" (2010), "Frozen - Uma Aventura Congelante" (2013) e "OperaçãoBig Hero" (2014). Vale a pena conferir. Alguns cinemas de BH já estão com sessões especiais, na versão dublada.


Ficha técnica: 
Direção: SungHo Hong 
Produção: Sidus Animation Studios 
Distribuição: Paris Filmes 
Duração: 1h31 
Classificação: Livre 
País: Coreia do Sul 
Gêneros: Família / Fantasia / Aventura / Animação 
Nota: 3,5 (de 0 a 5)

Tags: #SapatinhoVermelhoEOsSete Anões, #ParisFilmes, #fantasia, #RedShoesandtheSevenDwarfs, #CoreiadoSul, #SidunAnimationStudios, #animação, @cinemanoescurinho

19 julho 2020

“O Tempo Com Você”: Animação de Makoto Shinkai tem tudo para agradar aos fãs


Romance anime sobre um jovem que foge de casa para tentar a sorte em Tóquio e conhece uma garota especial (Fotos: Divulgação)

Jean Piter Miranda

Quem gosta de animações e de mangás (histórias em quadrinhos japonesas) certamente já ouviu falar no nome de Makoto Shinkai, artista de mangá, diretor, produtor e roteirista de cinema. O japonês de 47 anos é conhecido mundialmente por suas belas animações, com destaque para “Your Name” (2016). A obra mais recente do autor é “O Tempo Com Você” ("Tenki No Ko" // "Weathering With You"), de 2019, mas que, pra desespero dos fãs, ainda não chegou ao Brasil.

“O Tempo Com Você” conta a história de Hodaka Morishima, um adolescente de 16 anos que morava uma pequena ilha até fugir de casa para tentar a vida sozinho em Tóquio. E se morar em uma das maiores metrópoles do mundo não fosse um grande desafio com essa idade, o rapaz ainda conta com pouco dinheiro. Pra piorar, a cidade é castigada por chuvas ininterruptas. Nesse caos, ele conhece a jovem Hina Amano. E é aí que tudo muda na vida dos dois.


É um romance sim. A história gira em torno do casal na maior parte do tempo. Mas, diferente das outras de Shinkai, nessa outros personagens ganham mais espaço e importância na trama. Hina é órfã e vive com o irmão mais novo, Nagisa. Hodaka vai trabalhar e morar com Reisuke Suga, um homem que ele conheceu no navio quando viajava para Tóquio. Na casa também mora a jovem Natsumi.

O tempo do título não é relativo à cronologia. Todo mundo que já conhece Shinkai vai logo fazer essa associação, uma vez que o tempo é matéria prima e personagem em suas obras. Mas aqui não. Aqui é sobre meteorologia. Uma ambiguidade que não é considerada em outros idiomas. Inclusive, o título internacional ficou como “Wheatering With You”. A mudança de tempo entre sol e chuva é o que dá alma ao filme.


Hina é uma “garota-sol”. Coisa da mitologia japonesa. Ela faz uma prece e o céu se abre onde ela está por um curto período de tempo. Um dom. Algo mágico. Ela e Hodaka se juntam e começam a vender esse serviço de levar o sol para onde as pessoas estão. Como está chovendo sem parar em Tóquio, claro, aparecem muitos interessados, mesmo incrédulos. E o negócio dá certo e a dupla vai juntando seu dinheirinho. Mas claro, usar esses poderes místicos tem um preço. E é aí que mora o problema.



O filme é bem bonito como todas as obras de Shinkai. As cores, os detalhes dos desenhos, tudo bem realista. O sol, a luz, as flores, o vento, a chuva, o barulho dos trens, os prédios, as nuvens, as vidraças... Os movimentos das câmeras. É tudo muito agradável, até quando os ambientes são sombrios.

“O Tempo Com Você” é também mais dinâmico, se comparado com outros filmes do autor. As cenas de silêncio, muito presentes em seus filmes, são mais raras. Nessa nova animação há muito mais diálogos e os acontecimentos são mais rápidos. Tem muito do mundo de hoje e das tradições e lendas japonesas. Passado e futuro. Nada é mais japonês que isso. 


Shinkai trata outra vez de temas comuns em suas obras. A relação do homem com o meio ambiente, as dificuldades dos jovens em relação ao mercado de trabalho, a transição para a vida adulta, a construção de relacionamentos, os medos, anseios e necessidades, o não saber lidar bem com sentimentos. Tudo muito bem explorado de forma sutil no desenrolar da história. Que passa rápido e prende bem a atenção. É um filme gostoso de ver e tem tudo para agradar aos fãs do gênero.

Música
Outro ponto que agrada muito é a trilha sonora de “O Tempo Com Você”, em especial a música tema - “Is There Still Anything That Love Can Do?”, da banda japonesa Radwimps.



Comparações
É inevitável que os fãs que já conhecem as animações de Shikai façam comparações de “O Tempo Com Você” com outras obras do autor, em especial, “Your Name”. Há muitos pontos em comum sim. Qual será o melhor? É uma pergunta que vai ser bem difícil de responder. 

Enquanto o novo filme de Shinkai não estreia no Brasil, vale a pena aproveitar o tempo pra conferir outras produções de Shikai. O curta “Vozes de Uma Estrela Distante” (2002) pode ser visto aqui: https://vimeo.com/156345760

Os outros filmes podem ser encontrados em plataformas de streaming na web:
2016 - Your Name - na Netflix
2013 - O Jardim das Palavras - no Youtube
2007 - Cinco Centímetros por Segundo - no Youtube
2004 - O Lugar Prometido em Nossa Juventude - na Netflix


Ficha técnica:
Direção, roteiro e montagem:
Makoto Shinkai
Duração: 1h52
Exibição: Youtube
Gêneros: Animação / Fantasia
País: Japão
Classificação: 12 anos


Tags; #OTempoComVocê, #MakotoShinkai, #mangá, #animação, #WheateringWithYou, #TrailersBR, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

06 março 2020

E se o Superman tivesse vivido na União Soviética?

"Superman: Entre a Foice e o Martelo" ("Red Son") chegará ao Brasil em blu-ray e serviços de streaming (Fotos: Divulgação)

Jean Piter Miranda


Já pensou como seria a vida do Superman se ele tivesse crescido na União Soviética e não nos Estados Unidos, como a gente conhece em sua história original? Bem, essa realidade alternativa já foi apresentada aos fãs em 2003, escrita por Mark Millar, que integra a série de quadrinhos "Superman: Red Son" ("Superman: Filho Vermelho", em tradução literal). Agora, uma animação chega em blu-ray e em serviços de streaming para mostrar mais um universo paralelo do principal super-herói da DC Comics. No Brasil, a versão ganhou o nome de "Superman: Entre a Foice e o Martelo", mas ainda não tem data confirmada de estreia.


O Superman comunista é apresentado criança, quando ainda esconde seus superpoderes do mundo. Sua melhor amiga o convence a usar seus dons para a defesa do Estado e para o bem do povo soviético. Daí então tudo começa acontecer bem rápido. O filho da URSS se torna uma celebridade, um ícone, um grande servo do governo de Joseph Stalin, a quem o kriptoniano serve com lealdade. 


Stalin é um dos personagens reais que aparece na história. E, claro, não precisa fazer muito esforço para localizar que tudo se passa durante a Guerra Fria. Período pós-Segunda Guerra Mundial, em que as nações estavam divididas em uma disputa ideológica entre dois modelos econômicos: o capitalismo e o comunismo. A princípio, isso parece nortear a trama da animação. Mas logo isso se perde. 


O roteiro acelera acontecimentos, deixa outros bem superficiais e pouco convincentes. Mais do que o super-herói, o Superman se torna o governante da URSS. Do outro lado da disputa, Lex Luthor. Os dois modelos econômicos se chocam e provocam mudanças em todo o mundo, principalmente na corrida armamentista. Os personagens principais vão alternando ações de nobreza e justiça com atos irresponsáveis e pouco inteligentes, dando um equilíbrio à trama. 

O que parecia uma crítica aos comportamentos humanos logo se inclina para um dos lados. Se no início havia uma tendência de qual dos lados era o certo - comunismo ou capitalismo -, do meio da animação em diante, a visão dos autores fica bem clara. E tudo ganha cara de propaganda. Nada mais fica convincente. 


Batman entra na história, sempre muito bem preparado. Enfrenta o Superman de uma forma que já foi mostrada em outras adaptações. Não há surpresa alguma. Mulher Maravilha tem participação importante e o Lanterna Verde não acrescenta muito. É gente demais pra pouca história. É muito incremento para um resultado bem superficial. Não deixa de ser uma obra bem criativa. Mas não tem encanto. É pra assistir e esquecer dez minutos depois. 


Quem leu os quadrinhos vai notar que o final ficou muito diferente. O que é sempre esperado, pra trazer surpresa. Mas o diferente dessa vez é sinônimo de cortes, de ausência. Dá uma sensação de incompletude. A versão da HQ tem proposta crítica à humanidade e posição praticamente neutra sobre política. A animação não. Em tempos de extremismo e polarização, "Superman: Entre a Foice e o Martelo" é bem desnecessário. 


Ficha técnica:
Direção: Sam Liu
Produção: Warner Bros. Animation / DC Entertainment 
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h25
Gêneros: Animação / Aventura / Ficção
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 2,0 (0 a 5)

Tags: #SupermanEntreAFoiceEOMartelo, #SupermanRedSon, @DCAnimation, #DCUniverse, @WarnerBros, #animação, #quadrinhos, @cinemaescurinho, @cineanoescurinho

03 novembro 2019

Sem versão legendada em cinemas de BH, "A Família Addams" vale pela música-tema

Gomez, Mortícia, Wandinha, Feioso, Mãozinha, Tropeço, tio Chico e Vovó Addams estão de volta, agora em animação (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Não tem como não negar: o estalar de dedos da música tema é o principal atrativo da animação "A Família Addams" ("The Addams Family"), ao contrário de outras versões sobre a mais famosa e simpática família de monstros do cinema. Gomez, Mortícia, Wandinha, Feioso, Mãozinha, o mordomo Tropeço (que mais parece Frankenstein), tio Chico e Vovó Addams são inesquecíveis.


E para aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer, estes estranhos vizinhos surgiram com força na série de TV exibida entre os anos de 1964 e 1966, baseada em personagens criados pelo cartunista americano Charles Addams na década de 1930 E foi composta para a série a famosa música-tema, com o estalar de dedos que dá o compasso.


Como não foi possível assistir a versão legendada da animação, uma vez que os cinemas de BH exibiram apenas a dublada, fica difícil dizer se as dublagens de atores famosos ficaram boas. Charlize Theron emprestou a voz para Mortícia, Oscar Isaac fez Gomez, Chloë Grace Moretz dublou Wandinha e Fin Wolfhard deu vida a feioso. 

Na versão em português, os dubladores entregaram um trabalho bom, dentro do texto que receberam, com diálogos pouco criativos e engraçados. Wandinha está mais para uma jovem vivendo a fase adolescente que uma figura sombria, ao contrário do personagem da série, e quer apenas conhecer e conviver com gente de sua idade, mesmo que sejam humanos normais.


Mortícia está uma mãe comum, sem nada de especial, exceto as roupas e o sarcasmo. Gomez mantém a graça e o ar bonachão, sempre de bem com a vida. Feioso dá o tom "explosivo" à família, enquanto Tio Chico, Mãozinha e Tropeço são os personagens mais divertidos da animação. Isso sem contar a menção a filmes de terror famosos, como "It - A Coisa". A vilã, se é que se pode chamar assim, é Margaux Needler e recebeu a voz da atriz Allisson Janney. Ele á uma "perua" de voz estridente que ninguém, não só os Addams, gostaria de ter como vizinha. Até Snoop Dogg e Bette Midler entraram no elenco de dubladores.


Na história, novamente a Família Addams enfrenta problemas com vizinhos que não aceitam morar ao lado e monstros estranhos e sombrios. A narrativa conta como surgiu a família de Gomez, a escolha da mansão assombrada, a vida pouco comum da família, que apesar de tudo tenta conviver bem com todos a sua volta. Uma grande festa reunindo todos os parentes vai colocar a vizinhança em pânico, com a possibilidade de chegada de mais monstros.


Muitas versões

Desde a série dos anos de 1960 foram muitas as versões para as telas de cinema e TV. Algumas contaram com a presença de atores famosos como a de 1991 com Anjelica Huston (Mortícia), Raúl Julia (Gomez), Christopher Lloyd (tio Chico) e Christina Ricci (Wandinha). A Família Addams fez tanto sucesso que ganhou também desenhos animados e videogames. Como diversão para todas as idades e para matar a saudade da música, vale a pena assistir a nova animação, que está em cartaz nos cinemas.


Ficha técnica:
Direção: Conrad Vernon e Greg Tiernan
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h27
Gêneros: Animação / Família
Nacionalidade: EUA
Classificação: Livre
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #AFamíliaAddams, #animação, #família, #Mortícia, #mãozinha, @UniversalPictures, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho