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03 janeiro 2023

Confira os melhores filmes de 2022 escolhidos pela equipe do Cinema no Escurinho

Fotos: Divulgação

 

Equipe Cinema no Escurinho


Alguns dos integrantes do blog Cinema no Escurinho escolheram seus filmes preferidos de 2022. Sem fugir dos blockbusters, fizemos uma seleção do que ainda está no cinema e das produções em exibição nas plataformas de streaming.

Houve um consenso de que os filmes do ano que se encerrou foram bem mais fracos do que se apresentou no passado. A cada dia que passa, as plataformas digitais têm agradado mais ao público, oferecendo horas e horas de entretenimento, com conteúdo nem sempre satisfatório, mas capaz de afastar o espectador das salas de cinema.

O que se constata, no entanto, é que o mercado vem sendo inundado com um grande volume de produções, para os formatos físico e digital, mas que não significam sinônimo de qualidade em muitos casos.


Veja o que nossos colaboradores indicam e saiba onde assistir. Alguns desses longas ainda podem ser conferidos nas salas de cinema, outros nos streamings e o restante aguardando uma chance para ganhar um lugar ao sol nos espaços de exibição. 

Marca aí na sua lista e não deixe de conferir. Tem sugestões para todos os gostos.

Maristela Bretas
- A Mulher Rei - Gina Prince-Bythewood - Google Play, Apple TV, Prime Vídeo, Net/Claro
- Top Gun: Maverick - Joseph Kosinski - Telecine Play
- Doutor Estranho no Multiverso da Loucura - Sam Raimi - Disney+
- Ela Disse - Maria Schrader - nos cinemas
- Elvis - Baz Luhrmann - HBO Max
- Argentina, 1985 - Santiago Mitre - Prime Vídeo
- Pureza - Renato Barbieri - Globo Play
- Enfermeiro da Noite - Tobias Lindholm - Netflix
- Mundo Estranho - Don Hall e Qui Nguyen - Disney+
- Filho da Mãe - Susana Garcia e Ju Amaral - Prime Vídeo



Mirtes Helena
- Argentina, 1985 - Santiago Mitre - Prime Vídeo
- Medida Provisória - Lázaro Ramos - Globo Play
- Elvis - Baz Luhrmann - HBO Max
- Marte Um - Gabriel Martins - AINDA INDISPONÍVEL NO STREAMING
- O Enfermeiro da Noite - Tobias Lindholm - Netflix
- O Milagre - Sebastián Lelio - Netflix

Jean Piter
"Os estúdios de cinema e de streaming estão preferindo mais o volume de produção do que a qualidade. Blockbusters, do tipo "Star Wars", parecem estar perdendo a linha, criando coisas porque sabem que têm um público cativo. Da mesma forma a DC e a Marvel.  

Eles roubam grande parte da audiência, é dinheiro garantido nas bilheterias e isso acaba tirando o espaço de outras produções, interferindo no calendário de lançamentos. E com isso, o público acaba ficando meio refém dessas grandes produções." 


"De forma geral, eu vejo que a gente está tendo muitas produções mas pouca qualidade. foi meio difícil fazer esta lista de 2022. E cada vez mais a gente vai ver grandes produções lançadas diretamente no streaming."

- Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo - Daniel Scheinert e Daniel Kwan - Net/Claro, Claro Vídeo, Apple TV, Google Play e Prime Vídeo
- Top Gun: Maverick - Joseph Kosinski - Telecine Play
- A Mulher Rei - Gina Prince-Bythewood - Google Play, Apple TV, Prime Vídeo, Net/Claro
- O Predador: A Caçada - Dan Trachtenberg - Star+
- The Batman - Matt Reeves - HBO Max
- Pinóquio - Guillermo del Toro - Netflix
- Elvis - Baz Luhrmann - HBO Max
- Argentina, 1985 - Santiago Mitre - Prime Vídeo


Marcos Tadeu
"Assim como Jean Piter, eu também acho que o mercado do cinema está muito inchado, com muitas produções em streaming. Às vezes, fica até difícil de ver tudo e achar filmes que são muito bons, mas que se perdem no volume de opções oferecidas. 

Neste ponto, o cinema ajuda na escolha. Eu também acho que falta qualidade. Não tive tanta dificuldade em escolher, pois meu critério foi mais o que passou no cinema. Se ficasse refém ao streaming, tivesse mais dificuldade."

Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo - Daniel Scheinert e Daniel Kwan - Net/Claro, Claro Vídeo, Apple TV, Google Play e Prime Vídeo
- The Batman - Matt Reeves - HBO Max
- Elvis - Baz Luhrmann - HBO Max
- Top Gun: Maverick - Joseph Kosinski - Telecine Play
- Pinóquio - Guillermo del Toro - Netflix
- Sorria - Parker Finn - Net/Claro, Claro Vídeo, Apple TV, Google Play e Prime Vídeo
- O Predador: A Caçada - Dan Trachtenberg - Star+
- A Mulher Rei - Gina Prince-Bythewood - Google Play, Apple TV, Prime Vídeo, Net/Claro
- Medida Provisória - Lázaro Ramos - Globo Play
- Marte Um - Gabriel Martins - AINDA INDISPONÍVEL NO STREAMING


Carol Cassese
- Triângulo da Tristeza - Ruben Östlund - AINDA INDISPONÍVEL NO STREAMING
O Próximo Passo - Cédric Klapisch - AINDA INDISPONÍVEL NO STREAMING
- O Menu - Mark Mylod - HBO Max
- O Bom Patrão - Fernando León de Aranoa - AINDA INDISPONÍVEL NO STREAMING
- Mães Paralelas - Pedro Almodóvar - Netflix
- O Milagre - Sebastián Lelio - Netflix
- Pinóquio - Guillermo del Toro - Netflix
- Marte Um - Gabriel Martins - AINDA INDISPONÍVEL NO STREAMING
- Noites de Paris - Mikhaël Hers - AINDA INDISPONÍVEL NO STREAMING
- A Acusação - Yvan Attal - AINDA INDISPONÍVEL NO STREAMING


Eduardo Jr.
- Marte Um - Gabriel Martins - AINDA INDISPONÍVEL NO STREAMING
- Medida Provisória - Lázaro Ramos - Globo Play
- The Batman - Matt Reeves - HBO Max
- Respect - A História de Aretha Franklin - Liesl Tommy - Prime Vídeo
- As Verdades - José Eduardo Belmonte - Telecine
- Mães Paralelas - Pedro Almodóvar - Netflix

27 novembro 2022

Quinze anos depois, "Desencantada" é uma continuação que perde o encanto

Novo longa reúne personagens do primeiro filme, com Amy Adams ainda como protagonista (Fotos: Walt Disney Pictures)


Marcos Tadeu
Narrativa cinematográfica


"Desencantada" ("Disenchanted"), o filme mais aguardo da sequência de "Encantada" (2007), que você pode conferir crítica clicando aqui, chegou ao Disney+ no dia 16/11. E veio com a grande promessa que iria manter os moldes do filme anterior, trazendo uma Giselle diferente do que estamos acostumados. Vale lembrar que mais de 15 anos se passaram para o elenco original e seus personagens.

Na trama, continuamos literalmente depois do "felizes para sempre" e de alguns anos. Giselle e Robert (novamente interpretados por Amy Adams e Patrick Dempsey) agora são pais da pequena Sofia, enquanto Morgan (Gabriella Baldacchino) começa a enfrentar a fase da adolescência. 


Nossa protagonista descobre que a vida em Nova York não é um conto de fadas, o que a deixa muito cansada, ainda mais agora que tem que cuidar de uma bebê. Foi aí que teve a ideia de se mudar para Moronvile. 

Nancy e Edward (Idina Menzel e James Marsden, também do primeiro filme) vão visitar a família e deixa uma varinha de desejos de Andalasia. Mas somente quem pode usá-la é uma filha do antigo reino. 

Morgan, por outro lado, questiona por estar longe e não se sentir parte daquele novo lugar. Sua relação com a madrasta também muda.  Robert também sofre por trabalhar em Nova York e ter de se adaptar. 


Talvez o ponto mais positivo seja o primeiro ato do filme, que consegue trazer um contexto sobre o que o público irá esperar. Esses minutos iniciais nos levam a crer que ainda estamos com todos aqueles personagens de 2007. 

Porém, ao chegar na segunda parte, existe uma tentativa tão grande em mudar os rumos da história que tudo fica muito artificial, chato, vira praticamente outro filme.


Notamos que Giselle usou a varinha de Andalasia como forma de voltar a ser o que era antes e, principalmente, para ter um bom relacionamento com Morgan. Nossa protagonista se torna vilã, mas de uma maneira muito forçada. 

Amy Adams transita muito bem entre mocinha e madrasta má, porém isso não é suficiente para que o enredo ande de forma natural.


A desconstrução da personagem parece até interessante em um primeiro momento, mas logo se perde. Talvez fosse mais legal se o filme contasse como Giselle vive sua vida de adulta em Nova York. 

A produção abandona ou torna bobo os personagens e tudo fica muito sem nexo. Até Morgan tem uma mudança radical de comportamento,

Nancy, mostrada em duas ou três cenas, talvez seja a mais coerente em toda a sua história, mas ainda assim, a atriz Indina Mezel é prejudicada pelo roteiro fraco. Edward também é quase esquecido, vemos pouco de suas ações ao longo da trama.


As músicas da trilha sonora não têm a mesma força de ser "chiclete" e grudar na cabeça como o filme original. Também o figurino é bem exagerado, mais do que o comum.

É impossível não fazer comparações com a primeira produção, que teve referências a personagens e objetos da Disney colocadas de maneira pontual. Aqui existe uma necessidade extrema de ficar "arrotando referências" em toda obra, o que a deixa cansativo. 


Num terceiro momento, há outro ponto negativo: a necessidade de esclarecer o porquê Giselle de ela se tornar uma vilã. E ainda canta ao explicar isso ao amigo Pipe, quase chamando o espectador de burro.

Até com relação às vilãs, vemos que existe competitividade entre as mulheres. em "Desencantada" conhecemos Malvina Monroe, interpretada por Maya Rudolph, que está excelente em seu papel. 

Apesar de sua motivação ser apenas a de tomar a varinha do desejo para si e querer mostrar autoridade sobre Giselle, essa rivalidade entre as duas soa fraca e sem graça.


Tanto os cenários como o CGI parecem menos profissionais e mais artificiais. No longa original era possível ver algumas coisas que se misturavam ao cenário real. Mas no novo filme tudo é tão forçado e exagerado ao extremo que fica difícil "comprar a ideia".

"Desencantada" apesar de mágico e fabuloso, não consegue ser uma continuação à altura de "Encantada". Vale a pena conferir se for muito fã de Amy Adams, que também produtora desse segundo longa. Ela sim, carrega o filme nas costas e com classe, fora isso é uma produção que desencanta a quem assiste.


Ficha técnica:
Direção: Adam Shankman
Produção: Walt Disney Pictures / Entertainment
Exibição: Disney+
Duração: 2h01
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: comédia, fantasia, aventura, família

08 novembro 2022

"Encantada" redescobre o "felizes para sempre" com magia e diversão

Live-action traz para os dias de hoje a fantasia do conto de fadas das princesas (Fotos: Walt Disney Studios)


Marcos Tadeu
Blog Narrativa Cinematográfica


Misturar live-action com animações já vinha se tornando uma prática em Hollywood desde "Uma Cilada para Roger Rabbit" (1988'), "Space Jam: O Jogo do Século" (1996) e "Looney Tunes: De Volta à Ação" (2003). Mas foi no ano de 2007, com "Encantada" ("Enchanted") que a Disney decidiu brincar com esse formato em suas princesas e escolheu Gisele para ser a protagonista da história. 

E deu tão certo que a produção faturou US$ 340,5 milhões de bilheteria e o prêmio de Melhor Filme de Família do Critics's Choice Award de 2008.


Na história conhecemos Giselle (Amy Adams), princesa no reino de Andalasia, que sonha em casar e viver o feliz para sempre com seu príncipe perfeito. Já o Príncipe Edward (James Marsden) é um jovem aventureiro que gosta de caçar ogros. Após salvar Giselle de um deles, confessa a seu assistente Nathaniel (Timothy Spall) que deseja se casar com Giselle. 


Tudo parecia perfeito, se o príncipe Edward não fosse enteado da rainha Narissa (Susan Sarandon), que não aceita que ele se case com uma pobre menina que gosta de falar com animais. A rainha então tem a ideia de se disfarçar para enganar a futura princesa, que é lançada em um poço, parando em um bueiro em plena Nova Iorque nos dias de hoje.


É muito interessante como que nessa introdução, todos os elementos de mocinhos, par romântico e vilões são bem apresentados. Giselle tem as mesmas aspirações que princesas clássicas como Branca de Neve, Aurora e Cinderela. 

O príncipe Edward também segue os padrões dos príncipes Encantado, Phillip, Henry.  Até as vilãs são uma singela homenagem à Rainha Má, Malévola e Lady Tremaine.


No mundo real, Giselle é obrigada a viver uma vida mais pé no chão, literalmente. Ela conhece Robert (Patrick Dempsey), que a leva para sua casa. Esse estranhamento da jovem é muito bem colocado na obra. 

As únicas coisas que ela sabe fazer é arrumar a casa, cantar com ratos e pombos para ajudar a limpar a bagunça do local e criar vestidos das cortinas do apartamento. 

Robert, além de ser noivo de Nancy (Idina Menzel) tem uma filha, chamada Morgan (Rachel Covey), que vê em Giselle a possibilidade de criar laços, por causa do falecimento de sua mãe.


O maior barato do filme é ver como Giselle faz com que Nova York. O olhar bondoso e inocente de nossa protagonista faz com que o espectador se apaixone por sua trajetória. Isso se deve muito ao carisma e simpatia de Amy Adams. 

Existem boas cenas como as passadas no parque, no restaurante italiano e no quarto de Edward. Esse bom humor nos desenhos ainda é uma assinatura carimbada do estúdio.


O alívio cômico é dado por Nathaniel, capanga da rainha Narissa, e Pipe, o esquilinho parceiro de Giselle. Enquanto um tenta atrapalhar não deixando que os pombinhos apaixonados se encontrem, o animalzinho faz de tudo para uni-los. 

A jovem passa o tempo tentando reencontrar o príncipe Edward, que também sai em busca dela. Além disso, Robert e Nancy, também começam a questionar seus sentimentos e ele passa a ver Giselle como sua outra metade. 


Na música "How Do She Know You Love Her" a princesa canta exatamente isso para ele questionando se, de fato, existe amor ali ou só uma paixão.  No roteiro ao colocar Edward e Giselle frente a frente, podemos notar que ambos estão em momentos diferentes e a jovem não o ama mais. 

Isso se confirma em mais uma valsa ao som de "So Close" quando Robert e Gisele se deixam levar pelo amor. Há uma quebra ali, um sentimento de não se sentir mais parte daquela pessoa.

Outro grande diferencial da narrativa é que não é a princesa que precisa ser salva. Além de descobrir o amor verdadeiro, ela luta por sua vida ao ser sequestrada pela rainha Narissa. Uma cena muito bem feita e coreografada.


Nos aspectos técnicos do filme temos que destacar a incrível e forte atuação de Amy Adams, que carrega o filme nas costas junto com Indina Mezel. Não menos importante estão as interpretações de Patrick Dempsey e James Mardsen. 

A trilha sonora de Alan Menken, que já assinou grandes obras do estúdio Disney traz canções viciantes que dão vontade de cantar sempre. Os figurinos, assinados por Mona May, também não ficam atrás e reforçam o padrão Disney de princesas, principalmente na cena do baile.


Talvez o único aspecto negativo, é o pouco tempo da história da rainha Narissa. Se a vilã fosse para Nova York durante o andamento da história, talvez fizesse com que o público comprasse suas motivações, mas nada que atrapalhe a experiência da obra.

"Encantada" redescobre o "felizes para sempre" de forma magistral, até sua conclusão. Um filme divertido e cheio de canções que nos inspiram a sonhar, mesmo em meio a uma vida cotidiana cheia de desafios.


Ficha técnica:
Direção: Kevin Lima
Produção: Walt Disney Pictures / Sonnenfeld / Josephson Productions
Distribuição: Walt Disney Pictures
Exibição: TV e Disney+
Duração: 1h51
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: live-action, fantasia, aventura, família

06 dezembro 2021

"Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" coloca mais ação e boas expectativas no Universo Marvel

Disponível na plataforma Disney+, produção é a primeira do MCU que tem um super-herói asiático como protagonista (Marvel Studios)


Jean Piter Miranda


"Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" conta a história do jovem Shang-Chi (Simu Liu), um chinês que vai para os Estados Unidos em busca de uma vida, digamos, normal. Ele é filho de Wenwu (Tony Leung), o líder e criador da poderosa organização Dez Anéis. O jovem acha que está vivendo escondido do pai, mas acaba sendo encontrado e se vê obrigado a voltar para sua terra natal para resolver problemas de família. 


O filme está disponível na plataforma Disney + e chega com uma grande marca: é o primeiro longa do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) que tem como protagonista um super-herói asiático. E tão icônico quanto o “Pantera Negra” (2018), que teve um ator negro no papel principal. Shang-Chi consegue explorar o mundo das artes marciais e a cultura oriental, dos tempos antigos aos dias atuais, sem cair nos clichês.  


Shang-Chi e sua amiga Katy (Awkwafina, de "Oito Mulheres e Um Segredo" - 2018) trabalham juntos e levam uma vida, aparentemente, normal. Até que os soldados da organização Dez Anéis chegam para buscá-lo. Logo, Katy percebe que tem muita coisa que não sabe sobre o amigo. 

O filme então volta no passado para contar como foi a vida de Shang-Chi: como os pais se conheceram, sua infância, adolescência, todo o treinamento que recebeu, até o dia em que fugiu para os Estados Unidos.  


Toda a história é muito bem apresentada. Dá para entender porque Wenwu é tão poderoso e como o filho aprendeu as artes marciais. A mãe também é apresentada, e isso tem grande importância na trama. 

As imagens são muito bonitas, os efeitos especiais estão ótimos e os figurinos são muito bem acertados, desde as cenas que remetem há séculos atrás quando as dos dias atuais. Há, inclusive, várias referências a filmes de Bruce Lee, Jack Chan e Jet Li em lutas muito bem coreografadas.  


O experiente Tony Leung, que brilhou em “O Grande Mestre” (2014), é um dos destaques do filme, com atuação consistente. Simu Liu e Awkwafina têm ótimo entrosamento e garantem boas risadas nas cenas de humor, sem exagerar nas piadas. São simpáticos e bem carismáticos e, com certeza, terão lugar em outras produções da Marvel. 

Michelle Yeoh, do belíssimo “O Tigre e Dragão” (2005) e do ótimo “Memórias de uma Gueixa” (2005) também está no elenco e entrega uma boa interpretação, como sempre. O trabalho dela também pode ser conferido em "Podres de Rico" (2018) e "Mate ou Morra" (2021).


"Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" tem ligação direta com outros filmes do UCM, e isso é mostrado e explicado ao longo da trama. Benedict Wong, de “Doutor Estranho” (2016), participa novamente como Wong, o que mostra que estão no mesmo universo dos demais heróis e que em breve poderão se reencontrar. 

Outra boa surpresa é a atriz Meng'er Zhang, que interpreta Xialing, irmã de Shang-Chi, que entrega ótima interpretação. Tem ainda Ben Kinsley como o “Mandarim”, mesmo papel que fez em “Homem de Ferro 3” (2013).


Consegue ser um filme de ação, com doses de drama e humor, sem ser raso ou cansativo. Ele se encaixa bem no universo da Marvel. Os personagens são bem desenvolvidos e a trama é bem construída. As motivações do vilão não são infantis, do tipo “quero dominar o mundo”, como se vê muitas vezes em filmes de super-heróis. É tudo muito bem feito. 

O desfecho pode não agradar a todos. Mais especificamente as batalhas finais. Mesmo assim, é uma boa obra que deve agradar a muitos fãs.  


Ficha técnica
Direção e roteiro: Destin Daniel Cretton
Produção: Marvel Studios
Exibição: Plataforma Disney+
Gêneros: ação / fantasia / aventura
País: Estados Unidos
Duração: 2h14
Classificação: 14 anos

07 junho 2021

"Cruella" reúne uma dupla espetacular de Emma´s e a melhor trilha sonora do ano

Emma Stone está perfeita como uma das mais famosas vilãs da Disney no novo live-action (Fotos: Disney Enterprises/Divulgação)

 

Maristela Bretas


Sem dúvida, "Cruella", é o melhor live-action da Disney até o momento, com a dupla principal dando show de interpretação - Emma Stone ("La, La, Land" - 2016), no papel de Cruella DeVil, e Emma Thompson ("MIB: Homens de Preto: Internacional" - 2019) como a Baronesa foi uma escolha excelente para esta nova produção da Disney, em exibição nos cinemas e para aluguel na plataforma Disney+ para assinantes, com o valor salgado de R$ 69,90 pelo Premier Access.


E se o elenco da produção dirigida por Craig Gillespie não for motivo suficiente, a trilha sonora, que ficou a cargo de Nicholas Britell, convence qualquer um a assistir esse filme. A começar pela música-tema, "Call Me Cruella", interpretada por Florence + The Machine, que aparece nos créditos finais.


Mas são outros grandes sucessos usados com precisão em cada cena que fazem a gente arrepiar. A playlist traz "Stone Cold Crazy", do Queen; "Perhaps, Perhaps, Perhaps", com Doris Day; "Whisper Whisper", do Bee Gees; "Bloody Well Right", com Supertramp; "Felling Good", com Nina Simone; "Living Thing", com Electric Light Orchestra; "Five To One", The Doors; "Whole Lotta Love" e "Come Together", com Ike & Tina Turner,  e vários outros.


"Cruella" tem como pano de fundo o universo da moda e, claro, o figurino não poderia ser menos que exuberante e exótico, tanto da parte de Cruella quanto da Baronesa. A figurinista Jenny Beavan abusou na criatividade e nas cores usadas nos modelos apresentados, ultrapassando as passarelas e ganham vida nas batalhas entre as duas estilistas. O figurino e o design de produção são fortes candidatos a disputar um Oscar em 2022.


A nova produção da Disney está batendo recordes apesar da pandemia - quase US$ 50 milhões em todo mundo desde a sua estreia simultânea nos cinemas e na Disney+ em 28 de maio. Ambientada nos anos 1970, apresenta Estella (Emma Stone) em sua infância rebelde, a mudança do interior para Londres, a paixão desde pequena pela moda e o trauma pela morte da mãe num acidente. Excelente no traço e na criatividade, ela sonha em trabalhar na Casa da Baronesa, a mais famosa grife londrina.


É nessa relação com a cruel e assustadora Baronesa Von Hellman (Emma Thompson) que Estella descobre coisas do seu passado que vão levá-la a buscar vingança e se tornar a primeira e única, Cruella DeVil. A vilã, de estilo extravagante e extremamente criativo, vai criar o caos e ganhar as manchetes de jornais, abalando o império de sua inimiga com elegância e maldade.

O elenco conta ainda com nomes conhecidos como Mark Strong ("Kingsman: Serviço Secreto" - 2015), como Boris, assessor da Baronesa; Joel Fry ("Yesterday" - 2019) e Paul Walter Hauser ("O Caso Richard Jewell" - 2019), como Jasper e Horádio, parceiros de Cruella; Emily Beecham (a mãe de Estella) e John McCrea (Artie). A conexão com a história original "101 Dálmatas" será feita por Kirby Howell-Baptiste (Anita) e Kayvan Novak (Roger), mas isso fica para as cenas pós-créditos.


Além de Emma Stone, a produção executiva conta também com Glenn Close. A atriz interpretou a vilã, considerada uma das mais marcantes de sua carreira e uma das maiores da Disney, no remake "101 Dálmatas" (1996), e na sequência, "102 Dálmatas" (2000).

Se no live-action "A Dama e o Vagabundo" (2020) a computação gráfica foi o forte para dar vida aos cãezinhos do título, em "Cruella" ela deixa a desejar com os dálmatas, mas não compromete a qualidade da produção. E são exatamente os famosos cães com pintas pretas que vão abrir espaço para uma possível continuação. 

Mas o brilho deste live-action fica mesmo para a atuação impecável das duas Emma´s - a Stone e a Thompson, que disputam em vilania. Glenn Close ganhou uma concorrente à altura. “Cruella” é ótimo e merece muito ser conferido.


Ficha técnica:
Direção: Craig Gillespie
Exibição: nos cinemas e no Disney+ para assinantes pelo Premier Access
Produção: Walt Disney Company
Distribuição: Walt Disney Pictures
Duração: 2h14
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Drama / Família / Comédia
Nota: 4,8 (de 0 a 5)

01 março 2021

Globo de Ouro 2021 confirma favoritismo de "Nomadland" e da série de TV "The Crown"

 


Maristela Bretas


Com uma apresentação online das humoristas Tina Fey (de Nova York) e Amy Poehler (de Los Angeles), ambas de pretinho nada básico e muito lindas, a 78ª edição do Globo de Ouro de 2021 confirmou o filme "Nomadland", dirigido por Chloé Zhao, que também conquistou o prêmio de Melhor Diretora. A série "The Crown" faturou quatro estatuetas, entre elas, a de Melhor Série Dramática de TV.


Os vencedores vão receber seus prêmios por videoconferência, como prevenção ao contágio pelo Covid-19, uma vez que a pandemia atinge números elevados nos Estados Unidos. No palco, apenas os trabalhadores em mesas separadas, todos com máscaras, acompanharam a transmissão.

Dos indicados, 14 filmes estão no catálogo das plataformas disponíveis no Brasil e alguns com estreias previstas no Brasil para março e abril e outros sem previsão de lançamento no país. Como em outras edições, também foi entregue o prêmio Cecil B. de Mille, que desta vez coube à atriz Jane Fonda por sua carreira excepcional.


Para o prêmio Carol Burnett, o homenageado foi o produtor de TV e roteirista Norman Lear, de 98 anos, que agradeceu virtualmente a todos, especialmente à comediante Carol Burnett.

Laura Dern entregou o primeiro prêmio da noite para Daniel Kaluuya - "Judas e o Messias Negro", como Melhor Ator Coadjuvante em Cinema. Na sequência, Angela Basset anunciou John Boyega por seu papel em "Small Axe" como Melhor Ator Coadjuvante em série. O prêmio de Melhor Animação ficou para "Soul", como já era esperado.

Veja abaixo a lista dos vencedores (em destaque) e saiba também onde a maioria dos concorrentes pode ser assistidos.

FILMES



Melhor Filme Dramático
"Nomadland" - 15 de abril nos cinemas
"Mank" (Netflix)
"Bela Vingança" ("Promising Young Woman") - 18 de marços nos cinemas
"Meu Pai" ("The Father") - 11 de março nos cinemas
"Os 7 de Chicago" - Netflix

Melhor Filme Estrangeiro
"Minari" - Em Busca da Felicidade - EUA

Melhor Diretor
Chloé Zhao - "Nomadland"


Melhor Filme Cômico ou Musical
"Borat: Fita de Cinema Seguinte" - Amazon Prime Video
"Music" - Sem previsão para o Brasil
"A Festa de Formatura" ("The Prom") - Netflix
"Hamilton" - Disney+
"Palm Springs" - Sem previsão para o Brasil


Melhor Ator em Filme Dramático

Chadwick Boseman - "A Voz Suprema do Blues" - Netflix

Melhor Atriz em Filme Dramático
Andra Day - "The United States vs. Billie Holiday"

Melhor Ator em Comédia ou Musical
Sacha Baron Cohen - "Borat: Fita de Cinema Seguinte"



Melhor Atriz em Comédia ou Musical

Rosamund Pike - "Eu Me Importo" ("I Care a Lot")

Melhor Ator Coadjuvante em Cinema
Daniel Kaluuya - "Judas e o Messias Negro" - em cartaz nos cinemas

Melhor Atriz Coadjuvante em Cinema
Jodie Foster - "The Mauritanian"

Melhor Canção Original
"Io sì (Seen)" - Laura Pausini, Diane Warren, Niccolò Agliardi

Melhor Trilha Sonora Original
"Soul" - Trent Reznor, Jon Batiste, Atticus Ross

Melhor Roteiro de Cinema
Aaron Sorkin - "Os 7 de Chicago"


Melhor Animação
"Soul"- Disney+
"Wolfwalkers" = AppleTV+
"Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica" - Disney+
"Os Croods 2: Uma Nova Era" = 25 de março nos cinemas
A Caminho da Lua - Netflix

SÉRIES



Melhor Série Dramática de TV
"The Crown"- Netflix
"O Mandaloriano" - Disney+
"Ratched" - Netflix
"Ozark" - Netflix
"Lovecraft Country" - Now / HBO Go

Melhor Série - Musical ou Comédia:
"Schitts Creek" - Now / Amazon Prime Video
"Emily em Paris" - Netflix
"The Flight Attendant" = HBO Max
"The Great" - Amazon Prime Video / Now
"Ted Lasso" - Apple TV+


Melhor Minissérie ou Filme para TV
"O Gambito da Rainha" - Netflix
"Small Axe" - Amazon Prime Video
"Pessoas Normais" - Amazon Prime Video / Now
"Nada Ortodoxa" - Netflix
"The Undoing"- HBO Go / Now

Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV:
Anya Taylor-Joy - "O Gambito da Rainha"

Melhor Ator em Série Dramática
Josh O'Connor - "The Crown"
Bob Odenkirk - "Better Call Saul" - Netflix
Jason Bateman - "Ozark"
Matthew Rhys - "Perry Mason" - HBO
Al Pacino - "A Caçada" ("Hunters") - Amazon Prime Video



Melhor Atriz em Série Dramática
Emma Corrin - "The Crown"
Olivia Colman - "The Crown"
Jodie Comer - "Killing Eve: Dupla Obsessão" - Globoplay
Laura Linney - "Ozark"
Sarah Paulson - "Ratched" - Netflix

Melhor Ator em Série TV – Comédia ou musical
Jason Sudeikis - "Ted Lasso" - AppleTV+
Nicholas Hoult - "The Great" - Amazon Prime Video
Don Cheadle - "Black Monday" - Netflix / Amazon Prime Video
Eugene Levy - "Schitt’s Creek" - Amazon Prime Video
Ramy Youssef - "Ramy" - Não disponível no Brasil

Melhor Atriz em Série de Comédia ou Musical
Catherine O’Hara - "Schitt’s Creek"
Jane Levy - "Zoey e a sua Fantástica Playlist" - Globoplay
Kaley Cuoco - "The Flight Attendant" - HBO
Elle Fanning - "The Great"
Lily Collins - "Emily em Paris" - Netflix



Melhor Ator em Minissérie ou Filme para TV
Mark Ruffalo - "I Know This Much Is True" - HBO
Bryan Cranston  - "Your Honor" - Não disponível no Brasil
Jeff Daniels - "The Comey Rule" - Não disponível no Brasil
Hugh Grant  -"The Undoing" - HBO
Ethan Hawke -“The Good Lord Bird" - Não disponível no Brasil

Melhor Atriz Coadjuvante em Série
Gillian Anderson - "The Crown"

Melhor Ator Coadjuvante em Série
John Boyega - "Small Axe" - Disney+ / Globoplay

                              

24 janeiro 2021

"Soul"´- Animação para adulto que discute o propósito da vida com excelente trilha sonora

Joe e 22 vivem grandes aventuras entre a vida terrena e uma existência espiritual (Fotos: Disney-Pixar/Divulgação)


Maristela Bretas


E se você tivesse uma segunda chance de viver, o que mudaria? Já parou para pensar se fez a escolha certa? Pois foi com esta abordagem e uma ótima trilha sonora que a animação "Soul", da Disney/Pixar foi lançada diretamente na plataforma de streaming Disney Plus.Enquanto "Divertida Mente" (2015) e "Toy Story 4" (2019) foram destinados à criançada, com muita cor e personagens divertidos, mas uma mensagem direta aos públicos jovem e adulto, "Soul" definitivamente foge deste padrão e não é para criança.
 

A animação trata do propósito da vida, as escolhas - certas ou erradas - que fazemos enquanto estamos vivos e que vão ser avaliadas quando passarmos para outro plano. Com direção de Pete Docter e Kemp Powers, "Soul" conta a história de Joe Gardner (voz de Jamie Foxx), um simpático pianista e professor de música do ensino médio que sonha em se tornar um músico profissional e brilhar como os grandes nomes do jazz. Uma paixão aprendida com o pai e que ele considera sua razão de viver.

 


Um passo em falso, no entanto, muda seus sonhos e ele precisará reavaliar tudo o que acreditava e aceitar o que virá pela frente. E ainda ensinar uma alma da pré-vida muito fofa e rebelde - a 22 (voz de Tina Fey) - a gostar e se adaptar à vida terrena. A pré-vida é um lindo e colorido lugar onde as novas almas conquistam suas personalidades, peculiaridades e interesses, antes de irem para a Terra e ocuparem novos corpos. As crianças poderão gostar das "alminhas" da pré-vida que estão esperando sua chance e aprontam todas. Mas só.
 
 


Joe não aceita a morte e menos ainda a incumbência de ser babá e fará de tudo para voltar ao seu antigo corpo. Ele só pensa em música e se cobra por não ter atingido o sucesso que o pai esperava e que a mãe (dublada por Angela Basset) preferia que não existisse. Ele não consegue se ver fazendo outra coisa e não abre seus horizontes, mas também é inconformado com o que conseguiu na vida. 

 
Já 22 é rejeitada por todos em sua dimensão e não consegue descobrir qual a sua missão. E será sua convivência com o mentor que irá lhe ajudar a descobrir respostas para perguntas importantes sobre sua existência.
 

 
Algumas abordagens são complicadas e geram dúvidas até mesmo em adultos.Uma animação boa para ser analisada por psicólogos e psicanalistas. Em meio a aventuras, corpos trocados e a descoberta de prazeres, delícias e também tristezas, Joe e 22 vão entendendo quais os seus propósitos na vida e quais podem ser deixados de lado, por não serem tão importantes quanto esperavam. 
 


"Soul" é bonito e sensível. A trilha sonora, especialmente formada por jazz, fazem o coração da gente bater forte. Mexe com o espiritual e o sentimento ao tratar a aceitação da morte. Oferece um show de sons, imagens e encantamento quando as notas começam a fluir do piano de Joe ou da banda que ele acompanha. Apesar de não provocar risadas ou choro, como alguns sucessos anteriores da Disney/Pixar, a animação é inspiradora e merece ser vista.

 

Ficha técnica:
Direção:
Pete Docter e Kemp Powers
Exibição: Disney+
Duração: 1h40
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: Animação / Aventura / Família
Nota: 4 (de 0 a 5)