Mostrando postagens com marcador #artesmarciais. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #artesmarciais. Mostrar todas as postagens

22 janeiro 2021

"Batman: Alma de Dragão" poderia ser um pouco se não tivesse o Batman

 O Homem-Morcego se une a velhos amigos das artes marciais para impedir a dominação do mundo (DC Comics/Divulgação)

Jean Piter Miranda


Bruce Wayne e seus antigos companheiros de treino precisam unir forças para enfrentar uma organização secreta que tenta abrir um portal para outra dimensão. É basicamente isso a história de "Batman: Alma de Dragão", nova animação da Warner e da DC, que acaba de ser lançada em DVD e também na versão paga do YouTube.

A produção é ambientada nos anos 1970, em mais uma dessas histórias de universos paralelos da DC. Tudo começa quando Richard Dragon, personagem com muita semelhança ao Bruce Lee, vai atrás de Bruce Wayne para pedir ajuda. Ele descobriu que uma organização secreta está tentando abrir um portal para outra dimensão, conquistar um grande poder com isso e depois dominar o mundo. 
 

 
É claro, como é de costume, Wayne recusa na primeira tentativa. Mas logo acaba aceitando. Aí começam os flashbacks. Vêm as imagens do passado, de quando Bruce passou um tempo em uma espécie de mosteiro, em algum lugar remoto do Oriente, para treinar artes marciais. E foi lá que conheceu Richard Dragon, que também era aluno do mestre O-Sensei.

Os outros personagens também têm ligação com o passado de Wayne. Tigre de Bronze e Lady Shiva, que são introduzidos na história, foram companheiros de treino de Dragon e Wayne. Os quatro vão se unir para deter os vilões, que por sinal também fazem parte do passado de todos eles. E no meio disso tudo, a porrada come. Na mão e na espada. Violência sob medida, pra quem gosta, misturada com muita ação. Não é animação pra criança.
 

As cenas de ação deveriam ser o ponto alto da produção. Até por remeter muito aos filmes orientais antigos de artes marciais. Mas isso deixa a desejar para quem é mais exigente. Acontecem coisas que fogem completamente às leis da física. É claro que sempre são permitidos exageros na ficção. Isso é até esperado. Mas há um limite. E o filme erra a mão.


A animação vai caminhando de forma previsível, cheia de clichês. Faltou explorar a ligação entre o grupo de amigos. Algumas coisas são bem forçadas. Mas isso passa. O desfecho pode ser satisfatório ou bem decepcionante, vai depender do olhar de quem assiste. Parece que falta ação nas batalhas decisivas.


A verdade é que o Batman nem era necessário. Ele não é o líder, não tem planos geniais, não está dois passos à frente como sempre. Não tem essa essência de homem-morcego. Ele é só um do grupo. No fim, os quatro acabam dividindo o protagonismo. Mesmo o autor forçando um pouco a barra para o lado do Batman, dá pra imaginar a história sem ele. Não faria falta. O que leva a crer que ele está lá só pra ter o nome no título e alcançar mais público.


Ficha técnica:
Direção:
Sam Liu
Produção: Warner Bros. Animation / DC Entertainment
Exibição: DVD e Youtube
Duração: 1h23
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Animação / Ação
Nota: 3 (0 a 5)

10 janeiro 2021

3ª Temporada de "Cobra Kai" não perde o pique e traz mais lutas e novas surpresas e revelações

Daniel LaRusso e Johnny Lawrence vivem momentos de crise, e tentam se reencontrar após o acidente com um dos alunos que encerrou a temporada passada (Fotos: Netflix/Divulgação)


Silvana Monteiro


A terceira temporada de "Cobra Kai" chegou à Netflix e já está no ranking dos títulos mais assistidos. A fase dois terminou com um fato trágico envolvendo os jovens alunos dos dojôs Miyagi e Cobra Kai. A terceira temporada vai muito além da resolução desse conflito e da definição do destino do campeão Miguel Diaz (Xolo Mariduena). 
 

A aposta em transições temporais revela fatos interessantes da vida pregressa dos protagonistas, não só aos telespectadores, mas também aos próprios personagens. Nesse aspecto, Daniel LaRusso/Daniel San (Ralph Macchio) se vê em crise e se joga numa busca profunda em suas raízes Miyagi. De volta ao passado, o sensei LaRusso pode descobrir que nem ele mesmo sabe tudo que achava saber. 
 

Enquanto isso, John Kreeze (Martin Kove) mergulha ainda mais em seu ódio, relembrando os motivos que o levaram a chegar ao dojô Cobra Kai. Por sua vez, Johnny Lawrence (William Zabka) faz definitivamente sua transição do mundo analógico para o digital e, por meio desse universo, vai ser possível conhecer mais sobre sua essência. Nesse ponto, o público vai poder experimentar momentos de leveza, quiçá românticos e até engraçados. 

 
O roteirista explorou bastante os lados de troglodita e de sensei dedicado de Johnny, o que pode garantir boas risadas. Sua relação com Miguel Diaz toma caminhos inusitados que podem fazer o público rir e chorar. Se durante as temporadas 1 e 2 (confira a crítica AQUI) a atuação dos jovens alunos já era algo surpreendente, agora fará uma diferença ainda maior.

 
 
Eles se tornam peças importantes em um jogo arriscado envolvendo Johnny, Daniel San e Kreeze. É o caso de Robby Keene, fillho de Johnny (Tanner Buchanan), o "moicano vermelho" Eli (Jacob Bertrand) e Samantha LaRusso (Mary Mouser), assim como vários outros lutadores.A falta da personagem Aisha Robinson (Nichole Brown) é uma surpresa negativa desta temporada. 
 
A pupila de Johnny Lawrence mostrou uma evolução espetacular nas duas primeiras temporadas, mas não teve a sorte de aplicar seus golpes nesta fase da série. Já Courtney Henggeler, que interpreta Amanda, esposa de LaRusso, ganhou mais espaço na trama. 
 

O telespectador pode se preparar pra ver muita pancadaria, dramas, pesadelos pessoais e novas histórias de antigos personagens da franquia Karatê Kid. Embora todos busquem suas soluções nas lutas e discussões para consertar os erros do passado, o presente mostra que não só o caratê está em risco, mas também a vida, a paz e a sanidade dos envolvidos.
 

Seria uma aliança a solução para salvar o caratê ou acabar com a guerra? Será possível a águia renascer das cinzas e conseguir levantar voo? Cerre os punhos, ou melhor, tente bater as asas. Alguns dojôs te esperam nesta ótima temporada.
 

 
 

Ficha técnica:
Criação, produção e direção:
Josh Heald, Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg
Exibição: Netflix
Duração: média de 30 minutos por episódio (10 episódios)
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: Ação, série de TV, drama, lutas marciais