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05 janeiro 2023

"Gato de Botas 2 - O Último Pedido" é aventura, emoção e um olhar de derreter coração

Novamente dublado por Antônio Banderas, o famoso felino enfrenta seu pior inimigo (Fotos: Universal Pictures)


Maristela Bretas


Junte coragem, astúcia, um olhar carente de um felino e temos "Gato de Botas 2: O Último Pedido" ("Puss in Boots: The Last Wish"), que estreou em dezenas de salas de cinemas do país. 

E não é a toa que a mais recente produção da Dreamworks Animation tomou o espaço de vários outros lançamentos. A animação é divertida, emociona, tem aventura, romance, saudosismo e um roteiro que prende do início ao fim, com uma bela mensagem, como deve ser um bom conto de fadas.


Apesar de ser uma continuação, "Gato de Botas 2: O Último Pedido" não requer que o primeiro filme tenha sido assistido. Mas vale a pena conferir o anterior, de 2011, que foi indicado ao Oscar. 

Também vale rever "Shrek 2 e 3", quando o personagem fez sua primeira aparição e ganhou uma legião de fãs. Estas três animações com a presença do Gato de Botas arrecadaram juntas mais de US$ 3,5 bilhões em todo o mundo.


Fanfarrão, destemido, louco por leite, capaz de derreter o mais gélido dos corações, o Gato de Botas usa todas as suas armas para vencer os inimigos, conquistar seguidores e recuperar um grande amor perdido.

Mas tantas aventuras também cobram seu preço (e vidas). Agora, o Gato de Botas (novamente dublado por Antônio Banderas na versão original e Alexandre Moreno, em português) terá que enfrentar seu maior inimigo: a morte. 


E será ela que fará com que o herói reveja tudo o que passou e perdeu em suas andanças. Como todo felino, ele tem nove vidas, mas oito delas já foram perdidas (ou aproveitadas, depende do ponto de vista).  

E é esta última que ele precisa fazer de tudo para preservar, nem que seja se aposentando e virando um gato doméstico. Ou procurando a Estrela do Desejo, escondida na Floresta Sombria. 


Para isso, o destemido fora-da-lei terá de pedir ajuda a novos e velhos amigos, como o tagarela, incansavelmente otimista, Perrito (Harvey Guillen e ótima dublagem em português de Marcos Veras). 

Ele é o mais divertido e mais fofo (mesmo não sendo o mais bonito) da história. Além da ex-parceira e sedutora gata Kitty Pata Mansa (Salma Hayek/Miriam Ficher). 


Mas a Estrela do Desejo também é procurada por antigos inimigos de nosso espadachim de quatro patas e isso vai tornar a jornada bem mais perigosa e emocionante. 

Ótimas lutas, muita cor e adrenalina, a trajetória deste herói é relembrada em flashes de animações passadas que ele participou. Não poderia ser diferente em sua última vida. 

A ótima trilha sonora completa a produção e foi composta pelo brasileiro Heitor Pereira, responsável por sucessos como "Minions" (2015) e "Meu Malvado Favorito 3” (2017). 


Entre os inimigos estão Cachinhos Dourados (Florence Pugh/Giovanna Ewbank), uma engraçada versão dos Três Ursos - Mamãe (Olivia Colman/Isabela Quadros), Papai (Ray Winstone/Ricardo Rossatto) e Bebê Urso (Samson Kayo/Sérgio Malheiros), o gigantesco João Trombeta (Bernardo Legrand) e Lobo Mau (Wagner Moura), um caçador de recompensas.


A animação usa situações engraçadas, com personagens e objetos marcantes de contos de fadas famosos, que fazem o público relembrar a infância, como um certo sapatinho de cristal e um grilo falante.

Mas cuidado, o Gato de Botas tem uma arma capaz de destruir o pior dos inimigos: o arrasador olhar de gatinho pidão, difícil de resistir. Quer saber como? Vá ao cinema e confira esta  emocionante aventura. Uma excelente opção de lazer para a família nestas férias.


Ficha técnica:
Direção: Joel Crawford
Produção: DreamWorks Animation
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: animação, aventura, família, comédia

18 dezembro 2022

"Pinóquio", de Guillermo del Toro, é uma verdadeira obra de arte

Nova versão da história do boneco feito de maneira de pino se aproxima assim da obra original de Carlos Collodi (Fotos: Netflix)


Marcos Tadeu
Blog Narrativa Cinematográfica


A animação mais aguardada do gênio Guillermo del Toro, "Pinóquio" é um dos sucessos em cartaz na Netflix. O novo longa, diferente da versão live-action do estúdio Disney, reconstrói, de forma sensível e tocante, a história do boneco feito de maneira de pino, se aproximando assim da obra original de Carlos Collodi.

Aqui conhecemos Gepeto (voz de David Bradley), um entalhador que perdeu seu filho Carlo na guerra, em uma Itália fascista nos anos 50. O personagem se vê na solidão e começa a criar um boneco de madeira. 

O que ele não imaginava é que este ganharia vida, iniciando assim sua jornada de aceitação do boneco como filho e de busca da ressignificação do luto.


Gepeto tem uma participação incrível em toda a trama. Num primeiro momento, ele rejeita Pinóquio (voz de Gregory Mann) e quer fazer dele uma cópia fiel de seu filho. 

Passada essa fase, ele aprende a lutar e a amar Pinóquio e toda essa jornada ao longo da obra cresce aos olhos do telespectador.

No lugar da Fada Azul temos duas figuras: a Guardiã, cuja missão é cuidar das coisas perdidas ou abandonadas. É ela que concede o dom da vida a Pinóquio para poder alegrar o pai. 

Nas primeiras cenas em que o boneco fala, isso causa espanto em Gepeto, e em sua inocência, por não conhecer nada da vida, acaba destruindo vários objetos da casa. 


Na cena da igreja, por exemplo, quando Pinóquio vai atrás de seu pai, os fiéis começam a ofendê-lo, chamando-o de "demônio" e "bruxaria". A consequência disso, o governo fascista determina que Pinóquio vá para a escola e não cause problemas. 

Outra figura importante é a Morte, que faz com que Pinóquio se descubra imortal e ensina o valor das relações com as pessoas a sua volta.

O famoso Grilo Falante (voz original de Ewan McGregor,de "Doutor Sono" - 2019) agora tem nome e sobrenome, Sebastian J. Cricket. A todo o momento reafirmando que é um romancista, coube a ele narrar a história e de fato isso acontece, quando Gepeto constrói Pinóquio, ele escolhe a árvore em que Sebastian vai morar. 


Nesse longa, sim, Sebastian é uma verdadeira consciência, mesmo que muitas vezes Pinóquio aja com inocência, ele sempre dá um jeito de aparecer. Podemos acrescentar que nesta obra, Cricket interage até com Gepeto no desenvolvimento da obra.

Se no desenho clássico temos Strombolli, aqui o vilão é o Conde Volpe (voz de Christoph Waltz, de "Alita - Anjo de Combate" - 2019) , com praticamente a mesma função. Vale destacar a forma como ele consegue manipular e mostrar sua autoridade para que Pinóquio seja apenas um boneco que dá lucro para seu teatro. Volpe é extremamente ambicioso e coloca o dinheiro acima de qualquer relação.


O pano de fundo político é mostrado todo o tempo, com uma Itália sombria, governada pelo ditador Benito Mussolini. Inclusive a ordem é obedecer cegamente e o slogan que vem junto a isso é “Crer, obedecer e combater”. 

Podesta (Ron Perlman, de "O Beco do Pesadelo" - 2021), um fascista local, enxerga em Pinóquio o potencial para ser usado como soldado, justamente por ele não morrer. 


Já Candlewick, filho de Podesta, (dublado por Finn Wofhard, de "Stranger Things") é um personagem muito profundo e tem tempo suficiente para desenvolver sua honra ao pai. Assim como Pinóquio quer ser o orgulho de Gepeto, Candlewick quer o mesmo com o seu pai fascista. Mas muitas vezes terá de quebrar regras e desobedecê-lo por não concordar com a forma como o pai extermina pessoas.


Os números musicais aqui são todos muito bem coreografados e cantados. Del Toro coloca canções pontuais que, de fato, expressam o que sentem seus personagens, com destaque para Pinóquio, Gepeto e Conde Volpe, que dominam a maioria das performances.

A técnica de stop-motion prova que Del Toro está em cada quadro mostrado ao público. É um desenho tão potente em sua mensagem quanto na forma como foi feito, provando, cada vez mais, que o diretor domina qualquer gênero, inclusive animação.


Talvez um único ponto negativo seja a falta de mais camadas para a Guardiã e a Morte. Uma abordagem mais profunda da origem dessas personagens acrescentaria um algo mais à história. Mas isso não atrapalha a ótima experiência proporcionada pela produção.

"Pinóquio", por Guillermo del Toro, é um filme que fala sobre aceitar quem somos sem que tenhamos de fazer mudanças para agradar outras pessoas. É sobre entender o peso da verdade e suas consequências. Sem dúvida, uma animação que vale a pena ver e rever, para sempre descobrir novas lições.


Ficha técnica:
Direção:
Guillermo del Toro e Mark Gustafson
Produção: Pathé, Jim Henson Productions, Inferno Entertainment
Exibição: Netflix
Duração: 1h57
Classificação: 10 anos
País: EUA
Gêneros: Animação / Fantasia

24 novembro 2022

Explore a emoção e diversidade de um "Mundo Estranho" muito fofo e colorido

Uma aventura recheada de fantasia, seres estranhos e uma família nada convencional (Walt Disney Pictures) 


Maristela Bretas


Quer uma animação que faz toda a família se emocionar e sair se sentindo mais leve do cinema? Então assista "Mundo Estranho" ("Strange Word"), mais uma produção do Walt Disney Animation Studios, que não erra ao juntar numa só história aventura, diversidade, relação familiar inter-racial, personagem com deficiência física e fantasia. Tudo com muita cor e fofurice, sob a direção de Don Hall, vencedor do Oscar com "Operação Big Hero" (2015), e Qui Nguyen.


O longa, em cartaz nos cinemas, encanta a todas as idades e traz, como sempre, uma bela mensagem. Algo que o estúdio do Ratinho mais famoso do mundo tem se aprimorado em suas produções e se tornado cada vez mais atuante para mudar conceitos e acabar com o preconceito. 

No elenco de dubladores norte-americanos temos Jake Gyllenhaal (voz de Searcher Clade), Dennis Quaid (o pai Jaeger Clade), Jaboukie Young-White (o jovem Ethan Clade), Gabrielle Union (como a mãe Meridian) e Lucy Liu (como a guerreira Callisto Mal).


Mas o principal está nos seres do tal "Mundo Estranho". São monstrinhos azuis que parecem gelatinas com braços, seres semelhantes a uma ave de papel cor de rosa que voam e comem o que vêm pela frente, peixinhos voadores, dinossauros nada convencionais, gotas douradas que se transformam em flores. 

Tudo com muita vida, capaz de preencher a tela do cinema de uma maneira emocionante e alegre. Até mesmo os "vilões" mais perigosos são simpáticos. 


A história foca nos Clade, uma família nada convencional cujo pai, Jaeger é um famoso explorador. Ele mora com a mulher e o filho no pequeno vilarejo de Avalonia, localizado entre várias montanhas de onde ninguém nunca conseguiu sair. 

Jaeger, no entanto, nunca desistiu de tentar saber o que há além do vale e vive sua vida para isso. Só esqueceu de perguntar ao filho Searcher se ele queria seguir seus passos. Uma grande descoberta, no entanto, vai separar estes dois.


Anos depois, Searcher, agora um homem casado e pai de um adolescente de 16 anos, está feliz como fazendeiro, é respeitado pela comunidade por seu achado que mudou a vida de todos, abomina a ideia de ser um explorador como o pai, mas ainda vive à sombra dele, mesmo ele tendo desaparecido. 

Mas um fato pode mudar a vida de Avalonia e Searcher terá de deixar sua vida tranquila e caseira para enfrentar um mundo novo, inexplorado e nada seguro. E vai descobrir que, por mais que deteste aceitar, está fazendo com Ethan o mesmo que seu pai fez com ele - tentando definir seu destino.


Na balança para equilibrar as relações familiares entre os homens está Meridian, uma mãe carinhosa, que entende muito de mecânica e é uma excelente piloto de aeronaves. Temos também Callisto, uma velha amiga dos Clade, líder destemida de Avalonia e protetora da comunidade.

Claro que uma família não seria a mesma sem um "bichinho de estimação". Para divertir a garotada temos Lenda, a cadela de três patas dos Clade que apronta todas e é a fiel amiga de Ethan.


A animação tem ainda outro ponto que atrai, desta vez os apaixonados por "Star Wars", como eu. São muitas as referências aos filmes da franquia. A animação é uma mistura de ficção e pura fantasia e lembra, em alguns momentos um dos maiores sucessos do estúdio Disney - "Fantasia" -, criado em 1940, que reúne música, cor e magia. 


As crianças pequenas vão se encantar pelos monstrinhos coloridos, mas serão os mais velhos e, especialmente os pais que irão receber uma aula de relação familiar. Com um final surpreendente e encantador, "Mundo Estranho" é uma animação digna de ser assistida numa tela grande, apesar de já haver boatos de que deverá estrear no canal de streaming Disney+ até o Natal deste ano.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Don Hall e Qui Nguyen
Produção: Walt Disney Animation Studios
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: livre
País: EUA
Gêneros: fantasia, família, animação, ficção

19 setembro 2022

"Dragon Ball Super: Super Hero" é o verdadeiro protagonismo de Gohan e Piccolo

Tratamento na coreografia das lutas e nas cores mais saturadas faz a diferença para o telespectador (Fotos: Bird Studio-Shueisha/Divulgação)


Marcos Tadeu
Blog Narrativa cinematográfica 


Para quem curte a franquia Dragon Ball, uma ótima oportunidade é conferir a nova produção "Dragon Ball Super: Super Hero" que está entre os filmes da Semana do Cinema, com ingressos a preço único de R$ 10,00 até quarta-feira (21). O longa animado da Tôei Animation Company vem agradando aos fãs da franquia, trazendo uma nova temática e novos traços para alegrar o coração dos otakus brasileiros.

Na história somos apresentados à antiga corporação Red Ribbon que ficou debaixo dos panos usando uma farmácia como fachada para conseguir continuar operando. Conhecemos então o comandante Magenta, atual presidente da empresa, que tem como objetivo dominar o mundo e acabar com quem destruiu sua corporação tempos atrás. 


Ele vai atrás do Dr. Hedo, neto do vilão Dr. Maki Gero para construir androides fortes o suficiente para fazerem este trabalho. Hedo, um grande fã de super-heróis, é convencido por Magenta que Goku e sua turma são verdadeiros vilões e precisam ser eliminados.

O mais interessante aqui é que a trama faz questão de deixar Goku, Brolly e Vegeta de lado. Eles aparecem e são reverenciados, mas estão em treinamento no Planeta de Beerus, o deus da destruição O trio até faz parte do alívio cômico, mas não são o todo da obra. É aí que vemos Gohan na Terra estudando e focando em seus projetos, enquanto Piccolo ainda treina com Pan para que um dia ela seja tão forte como seu pai. 


Temos que destacar aqui como Piccolo tem função vital na narrativa e ganha um protagonismo enorme. É ele quem descobre a ameaça dos androides e começa a armar um plano para frustrar o ataque de Magenta e Hedo. Tanto que até alerta Gohan sobre a importância de treinar. 

Para ter força suficiente para vencer Gamma 1 e Gamma 2, Piccolo consegue reunir as Esferas do Dragão e o seu principal pedido é ter o poder do Velho Kaioshin. Só que Shenlong coloca um "extra" na história. 


Gohan é um pai excelente e faz tudo pela filha Pan. O grande diferencial aqui é vê-lo em batalha, sério e responsável. Interessante também é saber quais os objetivos dos androides, especialmente quando Gohan atinge sua nova transformação. Sem dúvida, seu protagonismo nesse longa encanta. 

Pan também é outro personagem que se destaca em meio a cenas pontuais. Ela é a chave para toda essa batalha acontecer e, de alguma forma, interfere para que Gohan desperte todo o seu poder.


Talvez o que deixe a desejar é a conclusão dada aos vilões. Achei uma alternativa muito cômoda, apesar de o Dr. Hedo, mesmo sendo uma boa pessoa ter sofrido um desvio de caráter momentâneo. 

Ele poderia ter atingido mais de sua maldade como um vilão muito inteligente. No fritar dos ovos, acabou tornando-se apenas um vilão fraco, que mesmo com motivações coerentes elas não se sustentaram por muito tempo.


Nos aspectos técnicos aqui temos uma animação mais polida e totalmente em 3D fazendo com que as cenas de ação se destaquem, principalmente pelo cuidado e zelo com cada cena. Existe toda uma direção nas coreografias e nas cores mais saturadas que fazem diferença para o telespectador.

"Dragon Ball Super: Super Hero" é o merecido tratamento a Gohan após anos de esquecimento pelo estúdio e pelos próprios fãs. E, sem dúvida, Piccolo consegue ser a ponte entre os vilões e pai, tudo com muito equilíbrio.


Ficha técnica:
Criador e roteirista: Akira Toriyama
Produção: Tôei Animation Company
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h39
Classificação: 12 anos
País: Japão
Gêneros: animação, ação, fantasia, artes marciais

02 agosto 2022

"Além da Lenda: O Filme" é uma bela mensagem de valorização ao nosso rico folclore

Primeiro longa de animação pernambucano conta com a dublagem de Gabriel Leone e Hugo Bonemer (Fotos: Boulevard Filmes)


Maristela Bretas


Que tal reunir em uma mesma tela grandes lendas do folclore brasileiro, como o Saci, a Cuca, o Boto, Negrinho do Pastoreio e vários outros, numa disputa contra a invasão de personagens de culturas estrangeiras? Pois essa é a proposta de "Além da Lenda - O Filme", uma animação divertida, colorida e com uma importante mensagem para o público infantil. 

Com distribuição da Boulevard Filmes, o longa estreia nesta quinta-feira nas cidades de Belo Horizonte, Recife, Paulistas (PE), São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre, Brasília e Ananindeua (PA).


Com direção de Marília Mafé e Marcos França, este é o primeiro longa de animação pernambucano e reúne o trabalho de 40 profissionais. Eles são os responsáveis em trazer para a telona a série de TV "Além da Lenda", de 13 episódios, exibida desde 2018 na TV Brasil, na TV Globo NE/Pernambuco e em outras emissoras. 

Além do filme, as lendas brasileiras da série estão presentes também em nove livros, redes sociais, podcast e outras plataformas e deverá ganhar um game inspirado no longa, como afirmou em entrevista Ulisses Brandão, produtor executivo e roteirista da série e do filme.


A trama envolve o Livro Sagrado das Lendas Brasileiras, que reúne todas as histórias do folclore nacional e fica escondido na Montanha Coração do Brasil, vigiado pelo engraçado Vaqueiro Misterioso (voz de JR Black). Ele só é atualizado uma vez por ano, no dia do Saci (dublado por Alex Lima), 31 de outubro. 

Porém, um trio que simboliza o Halloween dos norte-americanos (cuja festa é comemorada na mesma data do nosso conhecido personagem de uma perna só) vem ao Brasil neste dia e é recebido como celebridade pelos jovens.


Mas a turnê da gata-bruxa Witchika (Mônica Feijó) e seus comparsas, o macabro espectro Midnight (Anderson Macário) e o atrapalhado espantalho Jerry Moon (novamente Alex Lima) é apenas um despiste para roubarem o livro e acabarem com nossas lendas. 

Apesar dos jovens e crianças de hoje adorarem personagens e super-heróis estrangeiros, ainda existem aqueles que, em algum momento, tiveram contato com nossa cultura e gostaram das histórias. 


Tudo começa quando, durante uma brincadeira, Comadre Fulozinha (Bruna Cortez), Negrinho do Pastoreio (Robson Ugo) e Curupira (Hugo Bonemer) acabam perdendo o livro. Liderados por Cuca (Irina França) e Comadre Fulozinha, Cabra Cabriola /Bicho Papão (Pablo Ferreira), Boto (Marcelo Trigo), Chibamba (também Anderson Macário) e Vaqueiro Misterioso saem à procura do precioso objeto, que precisa voltar à montanha antes da meia-noite. 


O livro sagrado acaba caindo nas mãos de Lucas (Gabriel Leone), um fã de super-heróis, quadrinhos e games, mas desconhecedor das lendas brasileiras. Ele adora desenhar e começa a alterar os personagens do livro, mudando suas histórias. 

Na busca pelo livro, os caminhos de nossos amiguinhos folclóricos se cruzam com os do garoto e o de sua amiga Nicole (Gabriela Melo). Nasce daí uma grande amizade e o respeito à importância de proteger e divulgar a cultura brasileira, reforçada especialmente pelo sotaque nordestino.


"Além da Lenda" traz os dubladores da série de TV e novos nomes, como Hugo Bonemer e Gabriel Leone. O objetivo da produção é mostrar às crianças que também temos super-heróis com poderes bem legais e histórias emocionantes. 

Saci, um dos personagens mais conhecidos, vem com uma linguagem bem atual e vai abrir caminho para outras importantes lendas que precisam ser preservadas. O longa é movimentado, engraçado e uma boa opção para levar as crianças ao cinema nas férias.


Ficha técnica
Direção: Marília Mafé e Marcos França
Produção: Viu Cine
Distribuição: Boulevard Filmes
Duração: 1h26
País: Brasil
Classificação: Livre
Gêneros: animação, aventura

20 julho 2022

"Minions 2 - A Origem de Gru" garante boas gargalhadas, vilões divertidos, ótima trilha sonora e até homenagem ao kung-fu

Os amarelinhos mais divertidos do planeta e seu malvado chefe favorito estão de volta numa batalha divertida contra supervilões (Fotos:Universal Pictures)


Maristela Bretas


Pode até parecer que "Minions 2 - A Origem de Gru" ("Minions: The Rise of Gru"), a nova animação da Universal Pictures, é uma continuação da franquia "Meu Malvado Favorito". Mas o segundo filme com os amarelinhos mais loucos do planeta é tão divertido ou mais que seu antecessor, "Minions", de 2015. Prova disso é o sucesso de bilheteria da produção, que atingiu a casa dos 400 milhões de dólares desde sua estreia no dia 30 de junho, ameaçando inclusive a liderança de "Top Gun: Maverick".


Nossos amiguinhos de olhos grandes estão mais atrapalhados que nunca, especialmente porque finalmente se uniram a seu líder definitivo, Gru (novamente com excelente dublagem em português de Leandro Hassum e na versão legendadas com a voz do indicado ao Oscar, Steve Carell). 

A nova produção dá continuidade à história que começou no primeiro filme. O vilão, com apenas 12 anos, quer provar que pode ser o maior de todos e entrar para uma quadrilha de grandes vilões - a Vicious 6.


Os Minions (cujas vozes inconfundíveis são do diretor da franquia, Pierre Coffin) continuam fofos e encantadores e o enredo do filme foca em quatro deles - Stuart, Kevin, Bob e Otto. Este último é um jovem que usa aparelho nos dentes, se distrai com qualquer coisa diferente ou colorida e tem uma necessidade desesperada de agradar.

Junto com os demais irmãos, eles constroem o primeiro esconderijo de seu adorado chefe, projetam suas primeiras armas e unem forças para executar as primeiras missões sob as ordens do nosso adolescente malvado favorito, que não lhes dá o devido valor.


Gru tem outros planos e tenta se separar de seus aliados para entrar no sexteto de supervilões que tinha acabado de expulsar seu líder Wild Knuckles, considerado muito velho para continuar no grupo. Recusado e humilhado pelo grupo por ser considerado criança e baixinho, ele rouba da gangue um importante artefato que dá poderes a quem o possuir.

Um pequeno "deslize" do inocente, mas divertidamente desastrado Oto faz com que Gru também perca o objeto e tem adiado seus planos de se tornar um supervilão. Para piorar, passa a ser perseguido, junto com seus amiguinhos amarelos, pelos integrantes da Vicious 6.


Essa perseguição é uma das mais loucas e engraçadas e atravessa o país. Gru, separado de seus amigos, procura um mestre que lhe ensine a arte da vilania. Enquanto isso, Kevin, Stuart e Bob tentam achar seu chefe e até kung-fu eles irão aprender. Essa é uma das partes mais hilárias do filme. E o fofo Oto, separado de todos, vai viver inesquecíveis aventuras, enquanto tenta recuperar o objeto que perdeu.

"Minions 2 - A Origem de Gru" explica várias situações do primeiro filme da franquia "Meu Malvado Favorito" (2010) - quem assistiu vai entender. Em meio a situações engraçadas, o filme explora também as fraquezas dos personagens. Especialmente Gru, que sente a falta de uma figura paterna que lhe ensine e o apoie em suas descobertas no mundo das malvadezas.


Já os Minions continuam querendo agradar e proteger seu líder, mas precisam encontrar sua força interior. Para isso vão contar com a acupunturista Master Chow (voz de Michelle Yeoh) os ensinamentos do kung fu. O filme também presta homenagem a esta arte marcial e ao trabalho no cinema de artistas como Jackie Chan, em “O Mestre Invencível”, e Stephen Chow, em “Kung-Fusão” e “Kung Fu Futebol Clube”.

Até mesmo o ex- líder do Vicious 6 sofre por ter sido abandonado por seus antigos comparsas por ser considerado velho. Ele também quer encontrar quem lhe dá valor, apesar da idade e divida os momentos de vilania. Ninguém melhor para dar voz ao personagem Wild Knuckles do que o vencedor do Oscar, Alan Arkin. 

O filme também vai apresentar o jovem Dr. Nefário, aspirante à cientista maluco que ninguém dá crédito, estrelado por Russell Brand, e a atriz vencedora do Oscar, Julie Andrews, como a mãe egocêntrica de Gru, outro de seus traumas.


Na versão legendada de "Minions 2 - A Origem de Gru" o expectador poderá conferir as vozes de grandes astros, emprestadas aos personagens. No Vicious 6, Taraji P. Henson é a líder descolada e confiante Belle Bottom, cujo cinto de correntes funciona como um globo de discoteca letal. 

Jean-Claude Van Damme é o niilista Jean Clawed, armado com uma garra robótica gigante; Lucy Lawless é Nunchuck, cujo hábito de freira esconde seus mortais bastões nun-chuck; Dolph Lundgren é o campeão sueco de patins Svengeance, que elimina seus inimigos com chutes giratórios de seus patins afiados; e Danny Trejo é Stronghold, cujas mãos de ferro gigantes são uma ameaça para os outros e um fardo para ele próprio.


Outro ponto superpositivo é a trilha sonora arrebatadora dos anos 1970, quando a era Disco estava arrasando. A produção musical ficou sob a responsabilidade do vencedor do Grammy, Jack Antonoff. A trilha sonora do filme está disponível nas principais plataformas digitais: Confira um pouco clicando aqui

Diana Ross ft. Tame Impala lidera o álbum com o alegre e dançante primeiro single, “Turn Up The Sunshine”. O clipe da música já está com mais de 3,3 milhões de visualizações no Youtube. 

"Minions 2 - A Origem de Gru" é acima de tudo um filme muito divertido sobre amizade, lealdade e respeito, com vilões e monstros coloridos e personagens engraçados. Uma diversão para a família toda e todas as idades. Imperdível.


Ficha técnica:
Direção:
Kyle Balda e Brad Ableson
Produção: Illumination Entertainment / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h28
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: animação, família, ação

03 julho 2022

"Lightyear" conta a origem do herói do espaço que encantou gerações

O famoso patrulheiro espacial da franquia “Toy Story” ganha filme solo em nova animação (Fotos: Disney/Pixar)


Maristela Bretas


Em 1995, um astronauta com um traje colorido, cheio de marra e dono da verdade, conquistava o coração de Andy e entrava para a coleção de brinquedos do garoto como um de seus preferidos e o de várias crianças pelo mundo. 

Agora Buzz, ganha vida no filme solo "Lightyear", nova animação da Disney/Pixar, que conta como tudo começou. O filme é um spin-off da amada franquia "Toy Story" e já conquistou espectadores de todas as idades desde a sua estreia nos cinemas.


Logo no início surge a explicação de que o boneco Buzz foi criado a partir do filme que era o preferido de Andy sobre o herói. Mas "Lightyear" é mais que isso e, como era de se esperar de uma produção Pixar, tem muita emoção, mesmo fugindo totalmente da fórmula de "Toy Story".

Ele é colorido, tem bichinhos fofos, mas atinge mais aos adultos, como outras produções do estúdio, ao explorar sentimentos como o de perda de pessoas amadas, viagem no tempo, respeito à diversidade e, acima de tudo, amizade sincera e leal.


Claro que a ação não fica de fora. "Lightyear" ainda apresenta vários personagens ligados a Buzz e suas origens, inclusive seu maior inimigo. A cada viagem no tempo, o arrogante e intransigente patrulheiro espacial vai mudando aos poucos sua maneira de ser. Até onde a obstinação de concluir a missão espacial é mais importante que as pessoas? A quem ele quer provar que pode fazer tudo sozinho para consertar um erro do passado?


À medida que o tempo passa, novos personagens vão surgindo, alguns do bem, outros nem tanto. É numa dessas viagens que ele vai conhecer e terá de enfrentar o malvado imperador Zurg (voz de James Brolin), o vilão da capa preta e roxa, líder de um exército de robôs, outro conhecido da franquia "Toy Story". 

No filme é possível relembrar algumas frases do herói e entender como elas surgiram. E é a mais famosa, "Ao infinito e além", que provocará um dos momentos mais emocionantes (e chorosos) do filme.


Também são apresentados o traje espacial do patrulheiro espacial com seus vários dispositivos de combate, a nave espacial de Buzz e o mais fofinho de seus amigos, o gato-robô Sox (voz de Peter Sohn/Cesar Marchetti), seu fiel pet mega inteligente e parceiro nas aventuras. Ele é quase uma versão felina de metal do R2D2 de Luke Skywalker. 

Por falar em amigos, a mais importante em toda a história e na vida de Buzz é a comandante Alisha Hawthorne (Uzo Aduba /dublagem Adriana Pissardini) que o acompanha, lidera e o ensina em toda a missão. Ela dá uma lição de vida ao público ao representar uma personagem gay.


Além de Alisha, temos também os três desastrados recrutas que vão fazer toda a diferença - Izzi Hawthorne (Keke Palmer/Flora Paulita), Darby Steel (Dale Soules/Lucia Helena Azevedo) e Mo Morrison (Taika Waititi/Henrique Reis). Na versão original, o eterno Capitão América, Chris Evans, empresta a voz a Buzz Lightyear (em toda a franquia a voz sempre foi do ator Tim Allen). 

O mesmo ocorreu na dublagem para português. Coube ao apresentador Marcos Mion dar vida ao personagem no Brasil, substituindo Guilherme Briggs, conhecido dublador do herói. Até que Mion se saiu bem.


A animação conta a história de um grupo de colonizadores que está voltando para casa e acaba se perdendo no espaço, caindo num planeta hostil a 4,2 milhões de anos-luz distante da Terra. Um erro de Buzz faz com que o grupo precise ficar mais tempo no local até conseguir criar um dispositivo de hipervelocidade que vai fazer a nave funcionar. E será o experiente piloto quem testará o dispositivo no espaço. Mas essa experiência trará surpresas e grandes mudanças para ele e toda a tripulação.

"Lightyear" tem ação e emoção e é diversão garantida. E ainda conta com uma ótima trilha sonora do premiado Michael Giarcchino. Um alerta: o filme tem três cenas pós-créditos que complementam a história e chamam para futuras produções.


Ficha técnica:
Direção: Angus MacLane
Produção: Pixar Animation Studios / Walt Disney Pictures
Distribuição: Walt Disney Animation Studios
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h34
Classificação: livre
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, família, animação