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18 fevereiro 2024

"Em Ruínas" - Don Lee solta o braço e pesa a mão com muito prazer

Novo filme de ação sul-coreano se passa num cenário pós-apocalíptico devastado por um terremoto
(Fotos: Netflix/Divulgação)


Silvana Monteiro


Para defender a vida de alguém, você já sentiu vontade de fazer justiça com as próprias mãos? É fato que não é correto, mas quem nunca? A boa notícia é que você vai se sentir como se tivesse realizando esse desejo ao assistir "Em Ruínas" ("Hwang-ya"), o mais recente filme de ação sul-coreano que estreou na Netflix. 

Na trama, somos transportados para um cenário pós-apocalíptico devastado por um terremoto que reduziu Seul a escombros. É nesse ambiente caótico e quase primitivo que testemunhamos a luta pela sobrevivência de um grupo de pessoas corajosas e de outras tantas vitimizadas, não só pelas circunstâncias, mas por sobreviventes sem escrúpulos.


No centro dessa narrativa intensa encontramos Ma Dong-seok, também conhecido como Don Lee ("Eternos" - 2021), interpretando o caçador Nam-San. Com sua presença magnética, ele assume o papel de um verdadeiro açougueiro para os sobreviventes, abatendo répteis e providenciando carne para a comunidade. 

Ao lado de Nam-San, a jovem Han Su-na (No Jeong-ee) busca apoio para alimentar-se e encontrar água para sua avó. Porém, em meio a esse cenário desolador, surge um médico enlouquecido pela perda de uma pessoa muito importante em sua vida, embarcando em experimentos de ressuscitação por meios antiéticos.


O filme nos faz mergulhar em uma montanha-russa de emoções, com sequências ágeis e desfechos pulsantes que combinam pancadaria intensa e momentos sádicos de tirar o fôlego. A direção de Heo Myeong-haeng, aliada ao roteiro habilmente construído por Kim Bo-Tong e Kwak Jae-Min, nos presenteia com uma narrativa coesa e satisfatoriamente sangrenta. 

"Em Ruínas" é uma sequência direta de "Sobreviventes Depois do Terremoto" (2023), trazendo uma continuação empolgante para os fãs do gênero.


A primeira parte do filme estabelece um ritmo cativante, mas é nas cenas envolvendo Lee Jun-young no papel de Choi Ji-wan, um aprendiz do caçador, que encontramos momentos de leveza mesmo em um ambiente inóspito. Ahn Ji-Hye, interpretando a sargento Lee Eun-ho, eleva ainda mais o nível de ação com sua destreza e presença marcantes. 

Juntos, eles se unem na luta contra o médico antiético e seu exército de híbridos quase imortais, não fossem a mão pesada e os tiros certeiros de Nam-San. Os encontros entre o "Caçador" e o "Tigre", chefe de uma milícia, garantem momentos muito satisfatórios no quesito surra das boas.


Com uma duração de pouco mais de uma hora e meia, esse longa-metragem sul-coreano proporciona uma experiência visual deslumbrante. A fotografia é de tirar o fôlego, apresentando uma mescla de imagens densas com visões apoteóticas do pôr do sol e vistas panorâmicas incríveis. Essa estética visual magnífica sugere que os personagens estão olhando para o futuro, o que pode dar pistas de possível sequência.

Se você é fã de uma história emocionante repleta de ação explosiva e zumbis, "Em Ruínas" é a escolha perfeita. Prepare-se para se satisfazer com uma trama envolvente, recheada de tiros, porradas e explosões.


Ficha técnica:
Direção:
Heo Myeong-haeng
Roteiro: Kim Bo-Tong
Exibição: Netflix
Duração: 1h48
Classificação: 16 anos
País: Coreia do Sul
Gêneros: ação, aventura, drama, ficção, suspense

04 janeiro 2024

"Patos!" - Aventura emplumada com gosto de déjà-vu

Uma família decide fazer uma viagem que vai ensiná-la sobre diferenças, amizade, gratidão e as belezas e perigos do mundo (Fotos: Illumination/Universal Studios)


Silvana Monteiro
@SilMontheiro


Deixar a zona de conforto, mudança de vida, aventura inesperada, união, solidariedade e empatia são temas explorados na animação "Patos!" ("Migration"), a mais nova comédia de ação do estúdio Illumination, que estreia nesta quinta-feira (4) nas salas brasileiras. 

Nesta temporada de férias, a produtora, conhecida por produções infantis de sucesso como "Minions" (2015 e 2022), a franquia "Meu Malvado Favorito" (2010, 2013, 2017 e o quarto previsto para este ano), "Sing" (2016 e 2021) e "Pets - A Vida Secreta dos Bichos" (2016 e 2019), convida você a embarcar, com uma família cheia de penas, em uma viagem emocionantemente desbravadora, em busca de "novos ares".


A comédia de ação "Patos!" consegue entreter com seu humor peculiar, personagens diferentes e carismáticos, uma história envolvente e um elenco talentoso. Mas o longa acaba pecando ao repetir algumas abordagens já vistas em outros filmes que exploram a relação entre animais e humanos. 

Alguns pontos dão a sensação de déjà-vu. O roteiro assinado por Mike White, criador da premiada série "The White Lotus" (2021) e roteirista de "Escola de Rock" (2003), "Patos!" lembra um pouco a aventura vivida pela arara azul Blue e sua família em "Rio 2" (2014), de Carlos Saldanha. 


Na história, a família Lospatos vive reclusa em um ambiente selvagem, com aquelas típicas paisagens remotas e bucólicas, onde o perigo e a maldade só existem nas histórias contadas pelo pai. Tudo é muito lindo quando se trata da natureza do local. 

Porém, para os dois jovens patos integrantes desse grupo, questionar o pai é um exercício difícil. Ele mal bate as asas por querer apenas manter sua vida pacata, amedrontando a todos quanto aos riscos de mudar a asa de lugar. 


Enquanto o pai Mack está satisfeito em manter a segurança, flutuando incansavelmente em "seu lago" na Nova Inglaterra (EUA), a mãe Pam anseia por agitar as coisas e mostrar o mundo aos filhos, o adolescente Dax e a patinha Gwen. 

Quando um grupo de patos migratórios pousa no lago com histórias fascinantes de lugares distantes, Pam convence Mack a embarcar em uma viagem em família, passando por Nova York até chegar à tropical Jamaica, destino dos colegas turistas.


No entanto, seus planos bem elaborados logo começam a dar errado quando eles seguem na direção oposta aos patos selvagens durante o inverno. 

Essa experiência improvável levará a família Lospatos a expandir seus horizontes, conhecer novos amigos, aprender mais uns sobre os outros e sobre si mesmos de maneiras inesperadas e alcançar mais do que jamais imaginaram ser possível. 


Entre aprender voar a céu aberto e entre prédios de uma grande cidade, o grupo vai conhecer novas espécies de aves e viver desafios incríveis. 

O medo vai dar lugar à coragem e à união de forças, capazes de fazer a família enfrentar todo tipo de situação, desde um grupo de aves excluídas e em situação de rua até humanos criminosos.

A animação conta com um elenco de comédia de primeira linha, com vozes originais de Kumail Nanjiani ("Eternos" - 2021), no papel de Mack; Elizabeth Banks ("As Panteras" - 2019) como Pam; Danny DeVito ("Dumbo" - 2019), que dá voz ao pato ranzinza Tio Dan.

Temos ainda Awkwafina ("Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" - 2021), a pomba Lelé; Carol Kane, como a garça Erin; Keegan Michael Key, voz de Delroy, um papagaio-da-jamaica, além de Caspar Jennings e a estreante Tresi Gasal, como os filhotes Dax e Gwen.


A dublagem profissional brasileira é encabeçada por Sérgio Stern (Mack), que fez a voz do hamster Norman, em "Pets - A Vida Secreta dos Bichos 2" (2019); Priscila Amorim (Pam), dubladora de grandes atrizes como Scarlett Johansson, Zoe Saldana, Natalie Portman, Anne Hathaway, entre outras; Sam Vileti (Dax) e Melinda Saide (Gwen). 

Completam o time, artistas da TV: Cláudia Raia (Erin), Ary Fontoura (Tio Dan), Danni Suzuki (Lelé) e o chef de cozinha Henrique Fogaça (Chef).

Vale à pena conferir essa aventura emplumada e refletir sobre os temas universais de família, amizade, empatia, solidariedade e descobertas pessoais. Tudo isso ao som de uma animada trilha sonora composta por John Powel.

"Patos!" é uma animação que pode agradar a espectadores de todas as idades e uma boa pedida para uma deliciosa reunião familiar na sala de cinema.


Ficha técnica:
Direção: Benjamin Renner e Guylo Homsy
Roteiro: Mike White e Benjamin Renner
Produção: Illumination Entertainment e Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h22
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: comédia, ação, animação, aventura, família

04 novembro 2023

Festival de Cinema Italiano chega a Minas com exibições gratuitas presenciais e no streaming

Evento exibirá longas em 91 salas espalhadas por mais de 60 cidades do país (Fotos: Divulgação)


Da Redação


Belo Horizonte será uma das cidades brasileiras a receber a 18ª edição do Festival de Cinema Italiano, que começa dia 8 de novembro e se estende até 9 de dezembro. Serão 91 salas espalhadas por mais de 60 cidades em todas as regiões do país e também no streaming. 

Além da capital, receberão o festival as cidades mineiras de Barbacena, Jacutinga, Juiz de Fora, Lavras, Ouro Preto, São João Del Rey, Tiradentes, Uberaba, Uberlândia e Viçosa. 

"Primadonna", de Marta Savina

O festival selecionou 32 filmes, entre longas-metragens inéditos e as comédias clássicas italianas no foco da retrospectiva deste ano. Acompanhe pelos próximos dias as resenhas de alguns dos filmes do festival que o blog Cinema no Escurinho irá postar e que poderão ser conferidos gratuitamente, tanto nas sessões presenciais de 19 produções quanto na programação completa, disponível no site https://festivalcinemaitaliano.com/

Com filmes produzidos entre 2022 e 2023, que estrearam em importantes festivais internacionais como Berlim, Cannes, Veneza e Roma, o público poderá assistir durante um mês, no streaming e em salas de cinema, uma seleção rica e diversificada que explora temas desde a complexidade das relações humanas até as nuances sociopolíticas da Itália contemporânea. 

"Contos de Domingo", de Giovanni Virgilio

Inspirando-se nas paixões intensas, estes filmes não apenas capturam a essência da cultura italiana, mas também lançam luz sobre questões universais, tornando-os relevantes para o público global. 

Uma excelente oportunidade de conhecer produções de renomados cineastas da vanguarda do cinema do país, como Pupi Avati, Gabriele Salvatores, Gianni Amelio, Michele Placido, os novos Riccardo Milani, Paolo Genovese, Daniele Viccari, Luca Lucini, Andrea Di Stefano e Giovanni Virgilio, e os estreantes Marisa Vallone, Gianluca Mangiasciutti, Marta Savina, Emilia Mazzacurati. 

"A Trapaça", de Federico Fellini

A retrospectiva dedicada à "Commedia all'italiana" promete ser o destaque do festival. O público amante do cinema poderá assistir clássicos de diretores como Federico Fellini, Giuseppe Bertolucci, Mario Monicelli, Elio Petri, Dino Risi, Lina Wertmuller, e outros grandes cineastas. 

Também poderá rever atores consagrados, como Vittorio Gassman, Ugo Tognazzi, Alberto Sordi, Giancarlo Giannini, Mariangela Melato, Stefania Sandrelli, Claudia Cardinale, Monica Vitti, Catherine Spaak, entre outros.

Saiba mais sobre cada filme e a programação a partir do dia 8 de novembro clicando aqui.

"Pato com Laranja", de Luciano Salce 

Os filmes inéditos selecionados são:
- Ainda Temos o Amanhã (C'è Ancora Domani, 2023), de Paola Cortellesi
- A Invenção de um Crime (Il Signore delle Formiche, 2022), de Gianni Amelio
- As Minhas Garotas de Papel (Le Mie Ragazze di Carta, 2023), de Luca Lucini
- A Sombra de Caravaggio (L'Ombra di Caravaggio, 2022), de Michele Placido
- A Terra das Mulheres (La Terra delle Donne, 2023), de Marisa Vallone
- A Última Noite de Amore (L'Ultima Notte di Amore, 2023), de Andrea Di Stefano
- A Última Vez que Fomos Crianças (L'ultima Volta Che Siamo Stati Bambini, 2023), de Claudio Bisio
- Billy (Billy, 2023), de Emilia Mazzacurati

"Billy", de Emilia Mazzacurati

- Contos de Domingo (I Racconti Della Domenica, 2022), de Giovanni Virgilio
- Obrigado, Rapazes (Grazie Ragazzi, 2023), de Riccardo Milani
- O Homem na Estrada (L'Uomo Sulla Strada, 2022), de Gianluca Mangiasciutti
- O Primeiro Dia da Minha Vida (Il Primo Giorno Della Mia Vita, 2023), de Paolo Genovese
- O Retorno de Casanova (Il Ritorno di Casanova, 2023), de Gabriele Salvatores
- Orlando (Orlando, 2022), de Daniele Vicari
- Primadonna (Primadonna, 2022), de Marta Savina
- Um Amor de Domingo (La Quattordicesima Domenica del Tempo Ordinario, 2023), de Pupi Avati

"Orlando", de Daniele Vicari

Para a Retrospectiva de comédias clássicas italianas foram escolhidos 16 filmes:
- Amor à Italiana (Amore all’Italiana, 1966), de Steno
- A Propriedade Não É Mais um Roubo (La Proprietà Non È Più un Furto, 1973), de Elio Petri
- Arturo De Fanti Bancário e Precário (Rag. Arturo De Fanti Bancario-Precario, 1980), de Luciano Salce
- A Trapaça (Il Bidone, 1955), de Federico Fellini
- Berlinguer, I Love You (Berlinguer, ti Voglio Bene, 1977), de Giuseppe Bertolucci
- Brancaleone nas Cruzadas (Brancaleone alle Crociate, 1970), de Mario Monicelli
- Esses Nossos Maridos (I Nostri Mariti, 1966), de Luigi Filippo D'Amico, Dino Riso e Luigi Zampa
- Golpe dos Eternos Desconhecidos (Audace Colpo dei Soliti Ignoti, 1959), de Nanni Loy

"Parente é Serpente", de Mario Monicelli

- Mimi, o Metalúrgico (Mimí Metarllugico, Ferito Nell' Onore, 1972), de Lina Wertmüller
- O Gato (Il Gatto, 1977), de Luigi Comencini
- Parente É Serpente (Parenti Serpenti, 1992), de Mario Monicelli
- Pato com Laranja (L'Anatra all'Arancia, 1975), de Luciano Salce
- Pobres mas... Belas (Poveri Ma Belli, 1957), de Dino Riso
- Por um Destino Insólito (Travolti da an Insolito Destino nell'Azzurro Mare d'Agosto, 1974), de Lina Wertmüller
- Rugantino, o Conquistador (Rugantino, 1973), de Pasquale Festa Campanile
- Venha Tomar Café Conosco (Venga a Prendere il Caffè... Da Noi, 1970), de Alberto Lattuada

"Mimi, o Metalúrgico", de Lina Wertmüller

Serviço:
18º Festival de Cinema Italiano
Data:
08/11 a 09/12/2023
Entrada: gratuita
Informações e programação: https://festivalcinemaitaliano.com/
Locais de exibição:
Em BH: - Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes - Av. Afonso Pena 1.537 - Centro)
- Centro Cultural Unimed BH-Minas (Minas I, na Rua da Bahia, 2244 - Lourdes)
- Auditório da Faculdade de Letras da UFMG (Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha)

No interior:
Barbacena: - Cine Plaza
                    - Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais - Campus Barbacena
Jacutinga: Associação Comercial e Industrial de Jacutinga (ACIJA) /Auditório Municipal Josefina Meloni
Juiz de Fora: Museu de Arte Murilo Mendes
Lavras: Centro Cultural UFLA
Ouro Preto: Cine Vila Rica
São João Del Rei: Centro Cultural Solar da Baronesa da UFSJ
Tiradentes: Centro Cultural Yves Alves
Uberaba: Centro Cultural Cecília Palmério
Uberlândia: - Cineteatro Nininha Rocha no Centro Municipal de Cultura de Uberlândia
                    - Museu Universitário de Arte MUnA
Viçosa: Universidade Federal de Viçosa

26 setembro 2023

Inteligência Artificial e efeitos visuais são os destaques de "Resistência"

Ficção dirigida e roteirizada por Gareth Edwards aborda o avanço da nova tecnologia e o temor de que as máquinas exterminem a raça humana (Fotos: 20th Century Studios)


Maristela Bretas


"Um filme que levanta questões sobre inteligência artificial e seu impacto na sociedade, como ética, controle, autonomia e, principalmente a diferença entre criação humana e artificial. A obra é provocativa e estimula o público a refletir sobre o papel da IA em nossas vidas e questionar até que ponto podemos confiar nas informações que encontramos diariamente".

Se você leu esta abertura até o final e não notou nada diferente, então comece a se questionar até onde as informações que chegam ao público por meio de textos e mídias foram produzidas por uma pessoa ou por Inteligência Artificial. Como o parágrafo acima, feito usando uma plataforma simples de IA. E é este o tema do filme "Resistência" ("The Creator"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas. E aí achou válido? 


"Resistência" é um filme que passa a impressão, em alguns momentos, de ter sido feito por meio desta tecnologia, com frases clichês. Já os efeitos visuais são excelentes. Gareth Edwards, que dirigiu "Rogue One - Uma História Star Wars" (2016) e "Godzilla" (2014), usou e abusou da criatividade e da experiência com produções de ficção científica para falar do assunto mais discutido da atualidade - a Inteligência Artificial e como ela está avançando em todos os setores.

O diretor também faz duras críticas à exploração dos povos asiáticos pelas grandes potências, em especial os Estados Unidos, que usa seu poderio bélico para dominar estes povos, que acabam se rebelando, usando seu avançado o conhecimento em tecnologia e IA. Tanto que são eles a aceitarem e conviverem em harmonia e protegerem com os chamados similares - robôs com consciência e aparência humana.


Não faltam cenas ação, explosões, grandes batalhas e caçadas aos robôs e seus aliados, considerados inimigos dos Estados Unidos. John David Washington ("Infiltrado na Klan" - 2018) convence como o ex-agente federal Joshua. Mas esse não é seu melhor papel do ator, falta emoção em seu personagem, apesar de protagonizar os momentos mais dramáticos do filme.

A verdadeira estrela do longa é a jovem Madeleine Yuna Voyles, que faz o papel de Alphie, a criança-robô. A atriz mirim, estreante no cinema, é pura emoção e carisma, o que falta em outros personagens. O elenco reúne ainda grandes nomes, como Gemma Chan ("Eternos" - 2021), Sturgill Simpson, Allison Janney e Ken Watanabe, que interpretam humanos e robôs similares.


A disputa entre seres humanos e máquinas, vai além do uso da tecnologia. Trata-se do controle da Inteligência Artificial, especialmente porque as máquinas passam a ter consciência e querem ser livres. E os humanos temem perder o poder e começam uma matança de inocentes e destruição. Ironicamente, a parte mais humana da história é Alphie, que tenta resolver a crueldade e a natureza bélica do ser humano e de seus similares com atos de amor ao próximo. 


"Resistência" se passa em um futuro distante, em meio a um planeta tomado por uma intensa guerra entre seres humanos e apoiadores da Inteligência Artificial depois que uma ogiva nuclear, disparada por erro, dizimou a população de Los Angeles. O ex-agente Joshua é recrutado para localizar e matar o Criador - um misterioso arquiteto responsável por desenvolver uma arma capaz de acabar com a máquina de destruição dos humanos e pôr fim ao confronto.

Inconformado com a morte da mulher Maya (Gemma Chan), Joshua e sua equipe, sob o comando da coronel Jean Howell (Allison Janney), partem para o território ocupado pela IA em busca desta arma, mas ele acaba descobrindo que uma criança está envolvida com os rebeldes.


O longa é dividido em capítulos, com enredo bem óbvio e alguns diálogos até previsíveis, como se tivessem sido inspirados em filmes anteriores do diretor, como "Rogue One". Mesmo assim são capazes de levar o expectador a pensar até onde os chamados seres humanos estão ficando mais insensíveis que as máquinas criadas por eles e qual o nosso futuro com o avanço da IA. 

A trilha sonora do excelente Hans Zimmer, como sempre é ótima e ajuda a envolver ainda mais o expectador na história. Para alguns críticos, "Resistência" está sendo considerado o filme de ficção científica do ano, comparado a "Blade Runner". Não sei se chega a tanto. 

A produção é bem interessante pelas abordagens apresentadas pelo roteiro e o bom uso de CGI, que empregou imagens feitas em países como Nepal, Tailândia, Japão, Indonésia, Camboja e Vietnã. Posteriormente elas foram usadas para criar os excelentes efeitos visuais. 


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Gareth Edwards
Produção: 20th Century e New Regency Pictures
Distribuição: 20th Century Studios
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h13
Classificação: 14 anos
Países: EUA e Reino Unido
Gêneros: ficção, drama

04 agosto 2022

A bordo de um "Trem Bala", uma matança geral com humor sarcástico, sob o comando de Brad Pitt

Filme tem uma trama com histórias entrelaçadas de vinganças, traições e elenco caro (Fotos: Scott Garfield/Divulgação)


Maristela Bretas


Muito sangue, tiros, porrada e bombas, com piadinhas no estilo americano e um elenco caro. Tudo isso está no filme "Trem Bala" ("Bullet Train"), que traz Brad Pitt ("Era Uma Vez Em... Hollywood" - 2019) como protagonista, comandando quase toda a ação e o Japão como pano de fundo. 

O longa se passa na maior parte do tempo dentro de um trem bala (por isso o nome) japonês, com algumas cenas externas dos trilhos e estações e nos flashbacks que vão explicando a trama. A estreia nos cinemas brasileiros é nesta quinta-feira.


Com uma trilha sonora de canções americanas como "Stayin' Alive", do Bee Gees, cantadas em versão nipônica (que agradam), e piadinhas nem sempre engraçadas, especialmente as de Brad Pitt, "Trem Bala" explora o ritmo frenético para contar várias histórias interligadas, com muita ação, o tempo todo. 

Pitt está muito bem no papel, não tem um momento de sossego. Mas o melhor da trama é a dupla de irmãos Tangerina e Limão, formada respectivamente por Aaron Taylor-Johnson ("Vingadores - A Era de Ultron" - 2015) e Brian Tyree Henry ("Eternos" - 2021). Eles são tão atrapalhados e mortais que conseguem fazer rir até quando estão matando alguém.


Destaque também para as atuações de Joey King "("Despedida em Grande Estilo" - 2017 e da série "The Act"), como a "inocente" Prince, e do ator japonês Hiroyuki Sanada, conhecido do público brasileiro por trabalhos como "Army of the Dead: Invasão em Las Vegas" (2021), "Vingadores: Ultimato" (2019) e a participação em temporadas da série "Westword". 

O elenco conta ainda com Michael Shannon ("Batman Vs Superman - A Origem da Justiça" - 2016) e Logan Lerman, que ganha menções engraçadas de Tangerina e Limão por seu papel nos filmes do herói Percy Jackson ("Ladrão de Raios" - 2010 e "Mar de Monstros" - 2013).


No filme, Ladybug/Joaninha (Brad Pitt) é um assassino azarado, determinado a fazer seu trabalho pacificamente depois de muitas missões saírem dos trilhos. Quase desistindo de sua carreira, ele é recrutado por Maria Beetle (Sandra Bullock) para roubar uma maleta misteriosa em um trem-bala indo de Tóquio para Morioka. 

Porém, nesta última missão, Ladybug terá de enfrentar a bordo do trem, assassinos de várias partes do mundo que querem a maleta e vingança entre eles por crimes passados em que estiveram envolvidos. 


Ou seja, além de muita pancadaria, a matança é geral. E a versão zen de Brad Pitt só quer sair dali e viver em paz, mas terá de descobrir como se manter vivo até o final da viagem, usando seus conhecimentos de matador e sem pegar em armas.

O público pode escolher a modalidade de homicídio, tem um pouco de cada: tiros, espadas, facas, serras elétricas, sufocamento, quedas e muito, muito sangue jorrando. O excesso de violência é aliviado com humor sarcástico. Há sempre uma piada ou um comentário cômico antes de uma luta ou morte. Bem no estilo do diretor David Leitch, responsável por sucessos como "Deadpool 2" (2018), "Velozes & Furiosos - Hobbs & Shaw" (2019) e "Atômica" (2017).


Sandra Bullock tem uma aparição relâmpago no final, apesar de conversar o tempo todo com Brad Pitt ao telefone. Se o público ficar atento e não piscar os olhos poderá perceber que até Ryan Reynolds também surge no longa. Ou seja, muitas estrelas que não foram bem aproveitadas em "Trem Bala", o que deixa a desejar. 

O filme poderá agradar aos fãs do estilo de filme de ação de Leitch. Até mesmo um trailer cômico foi produzido para divulgação da produção com narração do locutor de futebol Silvio Luis. "Olho no lance" e clique aqui para conferir.


Ficha técnica:
Direção: David Leitch
Produção: Sony Pictures / CTB
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h07
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: ação, suspense

02 novembro 2021

Terceiro filme da fase 4 do Universo Marvel, "Eternos" se destaca pela diversidade, efeitos especiais e ótimo elenco

Dez super-heróis alienígenas se unem para proteger a Terra e seus habitantes, na produção dirigida por Chloé Zhao (Fotos: Marvel Studios)


Maristela Bretas

Sem dúvida, "Eternos" ("Eternals") é um filme que merece e deve ser assistido em uma sala especial, nada menos que 3D, de preferência Imax ou D-Box. Com estreia marcada para dia 4 de novembro, o longa tem como um de seus principais atrativos os efeitos especiais, especialmente nas batalhas, que não economizam imagens grandiosas. A diretora Chloé Zhao, ganhadora de dois Oscar por "Nomadland" (2021), usou e abusou de luzes, cores e CGI para entregar uma produção gráfica épica, associada às boas atuações do elenco.


A belíssima fotografia e as locações de "Eternos" também são destaque, além do trabalho de reconstituição de época, em especial na reprodução dos Jardins Suspensos da Babilônia, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Coincidência ou não, além de Londres, o longa foi filmado no Arquipélago das Canárias, onde em setembro passado entrou em erupção o vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma. No filme há cenas bem semelhantes ao que ocorreu.


Além da parte visual, a Marvel Studios apostou na diversidade, com um elenco formado por asiáticos, negros e latinos. Mostra também outros diferenciais como a primeira super-heroína com deficiência auditiva (Lauren Ridloff), inseriu uma cena de sexo (mesmo que curta) e apresenta o primeiro super-herói gay (com direito a beijo), papel de Brian Tyree Henry. Isso inclusive está incomodando muitas pessoas, a maioria criticando antes mesmo de assistir ao filme. Conheça mais da produção clicando aqui.


Angelina Jolie atrai todas as atenções com sua beleza. Combinou bem com o papel de uma quase deusa - a guerreira Thena (da deusa grega Atena). Os outros Eternos são interpretados por Salma Hayek como Ajak, líder do grupo, que tem o poder da cura; Richard Madden é Ikaris (que na mitologia seria Ícaro), um dos mais poderosos, com capacidade para voar e lançar raios dos olhos e Gemma Chan, que faz o papel de Sersi, capaz de manipular materiais, mas é a parte emotiva do grupo.


Completando o grupo estão Kumail Nanjiani como Kingo, o mais engraçado e com o poder de soltar raios pelas mãos; Lauren Ridloff faz a heroína surda Makkari, que tem supervelocidade; Brian Tyree Henry é Phastos, um inventor de armas e tecnologia; Ma Dong-seok interpreta Gilgamesh, o mais forte de todos; Barry Keoghan vive Druig, cuja habilidade é manipular os pensamentos das pessoas; e por fim Lia McHugh como Duende, que apesar de parecer uma adolescente é tão velha quanto os demais e tem o poder de criar ilusões.


No elenco secundário (por enquanto) estão Kit Harington (de "Game of Thrones"), como Dane Whitman, namorado de Sersi, mas que na continuação da franquia deverá assumir seu papel de Cavaleiro Negro. Outro que vai ganhar destaque numa possível continuação é o cantor Harry Styles, que interpretará Eros (na mitologia grega, o deus do Amor), irmão de Thanos.

E se os super-heróis são bacanas com seus superpoderes, os vilões não ficaram para trás. Os Deviantes, uma criação dos Celestiais que não deu certo (não é spoiler, está nos quadrinhos), cumprem bem o papel de inimigos mortais dos Eternos e garantem ótimas batalhas, no estilo "Vingadores". O objetivo deles é eliminar toda a vida inteligente dos planetas por onde passam.


O figurino não foi esquecido, com destaque para os uniformes dos super-heróis que valorizam e dão poder aos personagens, como os de Salma Hayek e Richard Madden, nas cores azul e dourado, o branco com dourado de Angelina Jolie (que aparece de cabelo louro, como nos quadrinhos), o azul e cinza de de Brian Tyree Henry e Kumail Nanjiani e o vermelho e cinza com uma vespa no peito de Lauren Ridloff .

Há também momentos divertidos e citações a dois personagens famosos da concorrência: Superman e Batman. Sem contar que uma das super-heroínas é comparada à personagem Sininho, dos desenhos de Peter Pan. Até mesmo o cinema de Bollywood é lembrado no roteiro. Romance e emoção compõem os diálogos dos personagens e foram bem divididos com a ação.


Outro destaque é a trilha sonora, com a música-tema - "Eternals Theme", composta e produzida pelo vencedor de dois Emmy's, Ramin Djawadi (das séries "Game of Thrones" e "Westworld"). Vários outros sucessos, especialmente do passado, chamam atenção, como "The End of The World" (usada no trailer), na voz original de Skeeter Davis, e "Time", da banda britânica Pink Floyd. Sem esquecer participações como a do grupo pop sul-coreano BTS, com "Friends", das cantoras Lizzo ("Juice") e Celina Sharma ("Nach Mera Hero"). 


A história

Criados pelos Celestiais, os Eternos, formam um grupo alienígena com superpoderes, além da imortalidade, que é enviado à Terra com a missão de guiar os habitantes e proteger o planeta dos Deviantes, seus principais inimigos desde sempre. A história deles vai atravessando milhares de anos, desde a chegada em 5.000 a.C. até os dias atuais, com vários flashbacks que explicam as ações e o comportamento de alguns de seus integrantes.

Após muitas batalhas e acreditando que os Deviantes estavam extintos, eles se separaram e cada um seguiu sua vida, vivendo em segredo por séculos entre os mortais. Até que uma nova ameaça dos monstros, agora mais poderosos, voltar a colocar em risco a Terra e seus habitantes, forçando os dez Eternos a se reunirem para impedir a destruição da humanidade. 


Como aconteceu cinco anos antes (de acordo com a cronologia da MCU), quando Thanos (que também era um Eterno que não deu certo) estalou os dedos em "Vingadores: Guerra Infinita" (2018) e dizimou metade da população do planeta, situação revertida em "Vingadores: Ultimato" (2019). A conexão entre este filme e "Eternos" é citada numa das cenas, reforçando a entrada dos "novos" (mas nem tanto) super-heróis da Marvel, no lugar da turma comandada pelo Homem de Ferro e o Capitão América. 

História dos quadrinhos


Os Eternos foram criados por Jack Kirby nos quadrinhos, no ano de 1976. Desenhista arte-finalista, roteirista e editor de histórias em quadrinhos americano de ascendência austríaca, ele criou, em 1940 com Joe Simon, o personagem de HQ, Capitão América. Outro super-herói importante do Universo Marvel, o Pantera Negra, foi desenhado em 1966 por Kirby, com roteiro de Stan Lee.

"Eternos" é o terceiro longa-metragem lançado da Fase 4 do MCU, com uma abordagem bem diferente, contanto histórias dentro de uma história. O roteiro insere várias referências à mitologia greco-romana e de outros povos antigos, com uma linguagem de fácil compreensão. Não é o melhor da Marvel, mas abriu bem a nova fase no cinema e será importante para os próximos filmes.


Ficha técnica:
Direção: Chloé Zhao
Roteiro: Chloé Zhao e os irmãos Matthew e Ryan Firpo
Exibição: nos cinemas
Produção: Marvel Studios
Distribuição: Walt Disney Pictures
Duração: 2h37
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ficção / fantasia / ação
Nota: 4,5 (0 a 5)

31 outubro 2020

Connery, Sean Connery! Morre o melhor e mais charmoso agente secreto do cinema

O ator em "007 Contra Goldfinger", ao lado do sempre elegante Aston Martin DB5, marca registrada do personagem (Divulgação)


Maristela Bretas


Ele marcou uma época e será lembrado, principalmente, como o primeiro James Bond do cinema. O espetacular Sean Connery morreu na madrugada deste sábado, aos 90 anos, em sua casa nas Bahamas. A família informou apenas que ele não estava bem nos últimos tempos e faleceu enquanto dormia.

James Bond faz parte da minha educação cinematográfica e foi Sean Connery o maior, o melhor e o mais charmoso de todos os intérpretes quem me apresentou, com muito estilo, ao mundo da espionagem. Não foram poucas as sessões da tarde, deitada no sofá da casa de minha mãe e depois da minha casa, vendo e revendo os sucessos deste grande ator. Que provou não ser somente um espião com licença para matar, que dirigia o elegante Aston Martin DB5 e usava a pistola semiautomática Walther PPK.


No cinema não foi diferente, especialmente em filmes como "Caçada ao Outubro Vermelho" (1990), "O Nome da Rosa" (1986) e "A Rocha" (1996). Isso sem falar na parceria com Harrison Ford (outro ator que adoro) no ótimo "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989), quando ele interpretou o professor Henry Jones, pai do herói. Só mesmo Steven Spielberg para formar esta dupla inesquecível. 

O maior e melhor agente 007 do cinema começou sua trajetória vivendo o personagem em 1962, fazendo "007 contra o Satânico Dr. No". Connery interpretou o agente secreto em outras seis produções, todas bem marcantes: "Moscou contra 007" (1963), "007 Contra Goldfinger" (1964), "007 Contra a Chantagem Atômica" (1965), "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" (1967), "007 - Os Diamantes São Eternos" (1971) e "007 - Nunca Mais Outra Vez" (1983).

Apesar de ter se tornado o mais conhecido James Bond das gerações de 60 a 90, Sean Connery também brindou o público com outros grandes papéis, que lhe garantiram mais de 30 premiações em diversos festivais e o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu personagem Jim Malone, um dos detetives de "Os Intocáveis" (1987), filme que dividiu o elenco com Kevin Costner, Andy Garcia e Robert De Niro.


Outras produções de sucesso marcaram a carreira do escocês Sean Connery, condecorado Sir pela Rainha Elizabeth em 2000. Merecem destaque "Marnie, Confissões de uma Ladra" (1964), "A Colina dos Homens Perdidos" (1965), "Assassinato no Expresso Oriente" (1974), "O Homem Que Queria Ser Rei" (1975), "O Vento e o Leão" (1975), "Highlander: O Guerreiro Imortal" (1986), "Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões" (1991) - também com Kevin Costner - , "Armadilha" (1999) - produzido por ele, "A Liga Extraordinária” (2003) e tantos outros.

Alguns de seus grandes sucessos podem ser conferidos no #Telecine, #Netflix, #AmazonPrime, #ClaroVídeo e #YouTubeFilmes. Sean Connery foi um ícone e deixa um legado importante para o cinema mundial. A franquia 007 perde seu maior símbolo, que abriu as portas para tantos outros atores que interpretaram o personagem criado por Ian Fleming. E que após 58 anos ainda se apresentam com classe e força a cada filme como “Bond, James Bond”.



Tags: #seanconnery, #007, #jamesbond, #seanconneyrip, #osintocaveis, #Indianajoneseaultimacruzada, #iconedocinema, #espionagem, @cinemanoescurinho

18 abril 2020

Estúdios de cinema anunciam novas datas de estreias de suas produções

(Montagem sobre fotos de Divulgação)

Maristela Bretas

O risco de contaminação pelo Covid-19 provocou também interrupções nas produções cinematográficas. Vários filmes com estreias previstas para o primeiro semestre deste ano, assim como a finalização de outras dezenas, precisaram ser adiados para os próximos meses, alguns até mesmo para 2021. Os Estados Unidos enfrentam hoje a pior crise na área de saúde de sua história. O país ocupa, até o momento, o primeiro lugar mundial em número de pessoas infectadas e mortas pelo coronavírus.

Com previsões otimistas, apesar de a doença ainda estar fortemente presente em diversos países, como o Brasil, algumas produtoras anunciam o retorno de suas estreias a partir de junho e início do segundo semestre. Já as salas de cinema em Belo Horizonte ainda estão sem data de reabertura por causa da pandemia. Grandes redes como Cineart, Cinemark e Cinepolis, trabalham com a possibilidade de reabrirem suas salas a partir de 30 de julho, mas não há garantias. Veja abaixo as novas datas de lançamentos das produções mais esperadas:

Paramount Pictures

A aguardada continuação "Um Lugar Silencioso - Parte II" ("A Quiet Place - Part II") também ganhou nova data - 3 de setembro de 2020. Novamente com direção e roteiro de John Krasinski, o terror retoma a história logo após os acontecimentos mortais do primeiro filme: Evelyn Abbott (Emily Blunt), seu bebê e os filhos Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe) precisam agora encarar o mundo afora, lutando em silêncio para sobreviverem às criaturas e outras ameaças pelo caminho.


Dia 30 de julho foi mantida a data pela Paramount para a estreia de "Bob Esponja: O Incrível Resgate" ("Sponge Bob Square Pants 3"), apesar de somente em 7 de agosto a animação chegar aos cinemas dos EUA. A animação é dirigida por Tim Hill.

Outra estreia esperada - "Top Gun: Maverick" ("Top Gun: Maverick") teve seu lançamento mudado de 23 para 25 de dezembro de 2020. Tom Cruise vive um de seus mais marcantes personagens, ao lado de Jennifer Connelly, com direção de Joseph Kosinski.


O grupo Disney fez uma reformulação radical na programação de seus lançamentos em todas as suas produtoras por causa do coronavírus. Alguns países onde estavam previstas locações também precisaram ser mudados.

Marvel
Dirigido por Cate Shortland, o filme "Viúva Negra" ("Black Widow"), a grande produção da Marvel Studios para este ano teve nova data de estreia marcada para 5 de novembro. Scarlett Johansson, novamente no papel da vingadora Natasha Romanoff, retorna para seu país de origem e se une a antigos aliados para acabar com o programa governamental que a transformou em uma assassina. O elenco conta ainda com Florence Pugh e David Harbour.

Também ganharam novas datas:
- "Os Eternos” - 11 de fevereiro de 2021
- “Shang-Chi"- 6 de maio de 2021
- “Doutor Estranho 2” - 4 de novembro de 2021
- “Thor: Love and Thunder” - 17 de fevereiro de 2022
- “Pantera Negra 2” - 7 de maio de 2022
- “Capitã Marvel 2” - 7 de julho de 2022


Walt Disney 

Pela Walt Disney Studios, os adiamentos atingiram o live-action "Mulan", que está com data prevista (podendo ser novamente mudada) para 24 de julho de 2020. Já a aventura "Jungle Cruise", estrelada por Dwayne Johnson e Emily Blunt, que recebeu ampla divulgação há dois meses, deverá estrear apenas em 20 de junho de 2021. O mesmo ocorreu com "Indiana Jones 5", com Harrison Ford voltando a viver o papel principal,. A nova data foi marcada para 29 de agosto de 2022.

Algumas datas, de produções Disney foram mantidas, no entanto:
"Soul", animação da Pixar -  25 de junho no Brasil
"Amor, Sublime Amor" - 18 de dezembro. A refilmagem da comédia musical  "West Side Story", de 1961, tem direção de Steven Spielberg e elenco formado por Ansel Elgort, Rachel Zegler e Rita Moreno.
" The Last Duel" (ainda sem título em português) - 25 de dezembro - drama de Ridley Scott, com Matt Damon, Adam Driver, Jodie Comer e Ben Affleck.


Fox e Foz Searchlight também tiveram suas estreias mudadas.
"Free Guy - Assumindo o Controle" com Ryan Reynolds, passou de 3 de agosto de 2020 para 11 de dezembro de 2020.
"The French Dispatch" (também sem título em português), dirigido por Wes Anderson, passou de 24 de agosto para 16 de outubro de 2020.

Warner

A Warner Bros. Pictures alterou com poucos meses de diferença sua grande aposta do ano. Mulher-Maravilha 1984 ("Wonder Woman 1984"), previsto para 4 de junho foi remarcado para estrear em 13 de agosto no Brasil. A produção traz novamente a dupla Patty Jenkins na direção e roteiro e Gal Gadot no papel principal. O elenco conta ainda com Pedro Pascal (Maxwell Lord), Kristen Wiig (Mulher-Leopardo), Robin Wright (Antíope), Connie Nielsen (Hippolyta) e Chris Pine, que retorna como Steve Trevor.


Universal Pictures

Nem o superagente James Bond escapou do coronavírus e precisou ter a estreia de "007 - Sem Tempo Para Morrer" ("No Time To Die") adiada para 19 de novembro de 2020 Daniel Craig retorna ao papel do famoso espião com licença para matar para ajudar seu amigo da CIA, Felix Leiter (Jeffrey Wright) contra o enigmático Safin (Rami Malek) aparece com uma tecnologia perigosa. A direção é de Cary Joji Fukunaga.

Já a animação da DreamWorks e Universal Pictures, “Trolls 2” ("Trolls World Tour") chega aos cinemas brasileiros no dia: 8 de outubro de 2020. Dirigido pela dupla David P. Smith e Walt Dohrn, “Trolls 2” conta com um grande elenco nas vozes originais, que inclui Anna Kendrick, Justin Timberlake, Kelly Clarkson e Jamie Dornan. A versão nacional do longa traz as vozes de Hugo Bonemer (Tronco), Jullie (Poppy), Hugo Gloss (Guy Diamante) e Simone Mendes (Delta D). Assista ao trailer aqui.

A franquia "Velozes e Furiosos", que estrearia o nono filme em maio deste ano, também precisou adiar os planos e divulgou uma nota para os fãs, informando que eles terão de esperar mais um ano para ver Vin Diesel e sua turma. A nova data está prevista para 2 de abril de 2021 nos EUA. E explicam que a mudança foi feita 'pela segurança e em consideração àqueles que acompanham a saga pelo mundo possam assistir o novo capítulo.


Sony Pictures
Também os lançamentos da Sony Pictures ganharam novas datas nos cinemas norte-americanos, mas ainda não foram anunciadas no Brasil.

Fatherhood” – antecipado para 23 de outubro de 2020
Pedro Coelho 2: O Fugitivo” – 15 de janeiro de 2021
Ghostbusters – Mais Além” ("Ghostbusters III) – 5 de março de 2021
Morbius” – 19 de março de 2021
Uncharted” – 8 de outubro de 2021

Diamond Films
Por meio de nota enviada à imprensa, a Diamond Films  informou que atendendo as recomendações nacionais e internacionais relativas aos cuidados para evitar a propagação da Covid-19 e em prol da contenção de riscos, prorrogou seus lançamentos sem data definida.

Distribuidoras brasileiras

No Brasil, a Downtown Filmes e a Camisa Listrada, distribuidora e produtora da comédia “No Gogó do Paulinho”, informaram que o lançamento do longa, marcado para essa quinta-feira, 16 de abril, foi adiado, ainda sem nova data. Mas confirmou que mantém a previsão de estreia para o ano de 2020. A comédia reúne novamente a divertida dupla Maurício Manfrini, como o popular Paulinho Gogó, e Cacau Protásio, como Nega Juju. Em um banco de praça ele narra suas histórias para diferentes ouvintes, enquanto aguarda a chegada da sua amada.


A Distribuidora Pandora Filmes anunciou o adiamento da estreia do longa "Tel Aviv em Chamas" ("Tel Aviv on Fire"), do diretor Sameh Zoabi, premiado no Festival de Veneza com o Interfilm Award de Melhor Filme e representante de Luxemburgo no Oscar 2020. A comédia é ambientada na Palestina sobe um jovem o jovem que trabalha como assistente na produção de uma popular telenovela local.

A Embaúba Filmes também comunicou o adiamento da estreia dos filmes "Vaga Carne" e "Sete Anos em Maio" por causa da crise do coronavírus. E alertou que o momento é de precaução e de diminuição da exposição ao risco de contágio. As novas datas serão anunciadas nas redes sociais da empresa.

A distribuidora Vitrine Filmes informou que ainda continua sem data de estreia o filme "Três Verões", da diretora Sandra Kogut, programado para ser lançado em 19 de março nos cinemas nacionais.

Também a Galeria Distribuidora e a Santa Rita Filmes, para preservar a saúde e o bem-estar do público por causa da pandemia de Coronavírus (Covid-19) adiou o lançamento dos filmes "A Menina que Matou os Pais" e "O Menino que Matou Meus Pais", sobre o caso Von Richthofen. até o momento, as empresas mantêm a estreia dos longas em 2020, mas não há uma data definida.


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