19 maio 2014

"Praia do Futuro", filme de silêncios e vazios


Jesuíta Barbosa, o diretor Karim Aïnouz, Wagner Moura e Clemens Schick (Foto: Califórnia Filmes/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni - jornalista

"Praia do Futuro" é um filme estranho, diferente, às vezes arrastado e tem mais silêncios do que diálogos. Karim Ainouz, o diretor, privilegia cenas longas que parecem desnecessárias - um dos personagens pilotando uma moto pelas ruas de Berlim, por exemplo - e, em compensação, salta pedaços da história, deixando vazios para que o espectador tire suas próprias conclusões e os preencha.



A relação entre um salva-vidas brasileiro (Wagner Moura) e um piloto alemão (Clemens Schick) é mostrada sem nenhum estereótipo, até porque a paixão entre os dois não é o tema principal da história, que trata de liberdade de escolhas e abandonos. É impossível ser feliz em alguns lugares?

Nem é preciso dizer que Wagner Moura está espetacular. Numa cena memorável, ele e seu companheiro cantam teatralmente, aos berros, e acompanhando o disco, a canção francesa "Aline", imortalizada nos anos 60 na voz de Christophe. Vale o filme.



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 Curta a trilha sonora



Jesuíta Barbosa, que faz o papel do irmão abandonado do salva-vidas prova que não é apenas o queridinho da vez. Dá show. Gostei de ter visto. 

PS: foi a primeira vez que assisti a um filme na sala vip do Ponteio. Fui sem saber. Confortabilíssima e chiquérrima. Só não dá pra ir todo dia. O ingresso custa R$ 44,00.

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