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28 março 2024

"Godzilla e Kong: O Novo Império" compensa história fraca com ótimos efeitos visuais e grandes batalhas

Longa coloca os monstros mais conhecidos do cinema lutando junto, traz de volta personagens conhecidos e apresenta novos vilões (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


A história é simples (como esperado), mas o CGI e a porrada comendo à revelia fazem de "Godzilla e Kong: O Novo Império" uma ótima distração para quem gosta de filmes do gênero. O longa entra hoje em cartaz nos cinemas e merece ser visto numa sala Imax para aproveitar melhor os ótimos efeitos visuais. 

Adam Wingard assim como em "Godzilla vs Kong", de 2021, é novamente o diretor desta produção, que é quase uma sequência. Neste quinto filme norte-americano do Monsterverse, iniciado em 2014 com "Godzilla" (os demais são "Kong: A Ilha da Caveira - 2017 e "Godzilla II: Rei dos Monstros" - 2019), nossos amigos gigantescos se unem contra um inimigo que coloca os mundos dos seres humanos e dos titãs em perigo.


Godzilla recebeu uma repaginada, ganhou até uma coloração rosa em suas barbatanas lombares (a nova cor é explicada no filme) e continua sua missão de proteger o planeta contra titãs do mal. Mesmo que pra isso precise arrasar cidades inteiras com sua cauda e raios radioativos. O famoso kaiju até escolhe uma nova cama para se sentir mais a vontade quando está na superfície.

Já Kong volta mais simpático, melhor adaptado aos seres humanos e com uma postura de um rei preocupado com seu reino (e os indefesos que nele habitam). Além de estar mais forte e também repaginado pelo CGI, o gorilão ficou mais engraçado e irônico, garantindo momentos bens divertidos. Até mais que os atores. E ainda ganha novos aliados.


Os dois titãs merecidamente são os protagonistas desta história e entregam interpretações melhores que a de alguns atores. O filme é dos monstros e são eles que garantem as melhores cenas de batalhas e destruições absurdas por várias cidades na superfície (incluindo o Rio de Janeiro) e na Terra Oca, o mundo de Kong. 

Três novos personagens entram na franquia para garantir sucesso na bilheteria: King Skar (o nome lembra o do vilão Scar, de "O Rei Leão" - 2019), um gorila gigante do mal que vai enfrentar Kong; Shimu, uma versão pálida (mas poderosa) de Godzilla que emite raios congelantes, e um terceiro conhecido do público que terá papel fundamental na luta dos monstros.


Ganha destaque também a jovem Jia (papel de Kaylee Hottle), amiga de Kong e única sobrevivente da tribo Iwis. Ela teve sua primeira atuação em "Godzilla vs Kong, mas agora fará toda a diferença por sua ligação com os titãs e a Terra Oca. 

Também do primeiro filme retornam Rebecca Hall (a pesquisadora da Monarca, Illene Andrews) e Brian Tyree Henry (Bernie). A novidade é Dan Stevens, como Trapper, veterinário de grandes criaturas e aventureiro. Ele e Bernie ficam tentando ser engraçados, mas as piadinhas bobas não convencem.


A trilha sonora foi novamente entregue ao holandês Junkie XL, responsável pelo filme de 2021, além de "Rebel Moon - Parte 1" (2023), "Liga da Justiça Snider Cut" (2021) e agora "Furiosa: Uma Saga Mad Max", com estreia marcada para o mês de maio deste ano. 

O roteiro de "Godzilla e Kong: O Novo Império" tenta esclarecer pontos sobre a origem e o reino dos titãs. Em parte consegue, mas abre novos furos e continua fraco como no filme de 2021, sustentado pelas lutas dos monstros e os estragos deixados por eles.  

Como diversão e pelos efeitos visuais do orçamento de U$ 135 milhões (diferente de "Godzilla Minus One" que só custou US$ 15 milhões), "Godzilla e Kong: O Novo Império" vale a pena ser conferido. 


Ficha técnica
Direção: Adam Wingard
Produção: Legendary Pictures e Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h55
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, fantasia, ficção

23 maio 2021

"Godzilla vs. Kong" - Batalha de titãs com ótimos efeitos especiais, mas roteiro fraco

Longa dirigido por Adam Wingard oferece grandes batalhas, no mar e em terra (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Um dos blockbusters mais esperados do ano, "Godzilla vs. Kong" entrega ótimas batalhas entre os dois gigantescos monstros, esbanjando em efeitos gráficos, nas cores e na destruição de cidades, como já era esperado. Mas deixou a desejar em roteiro e atuações, ao contrário dos outros três filmes de cada titã que anunciam para este encontro - "Kong - A Ilha da Caveira" (2017) e "Godzilla II: Rei dos Monstros" (2109), que repete parte do elenco nesta versão. E, claro, "Godzilla" (2014), que reforça os dramas pessoais e deixa a grande estrela como coadjuvante.

Este é o quarto filme do Monstroverso da Legendary Entertainment, o 36º filme da franquia Godzilla e o 12º filme da franquia King Kong. Se não fossem os três gigantes (sim são três, mas só assistindo o longa para entender), "Godzilla vs. Kong" não passaria de um filme de monstros gigantes no estilo japonês dos anos de 1970. Como seriados de TV antigos - "Ultraman" e "Ultraseven"-, por exemplo. 


A produção sobrevive graças aos milhões gastos com esses efeitos nos momentos de lutas e ataques grandiosos que acontecem desde o início do filme. São eles que não deixam a história ficar sonolenta. O elenco não tão caro, mas formado por nomes famosos - Millie Bobby Brown, Alexander Skarsgärd, Rebecca Hill e Kyle Chandler - flutua no cenário, como simples coadjuvantes, deixando bem claro quem são as verdadeiras estrelas. 


Brian Tyree Henry faz um papel chato, que chega a ser bobo em algumas cenas. Ele é um técnico em engenharia que vive tentando provar que seu patrão está envolvido em um grande complô mundial. A simpatia do filme fica para Kaylee Hottle, interpretando Jia, a menina que se tornou amiga de Kong e se comunica com ele por sinais. A escolha de uma chinesa foi mais um dos acertos dos produtores, de olho na bilheteira do maior mercado deste gênero.


"Godzilla vs. Kong" divide opiniões e torcidas desde que foi lançado no início de maio. Confesso que sempre simpatizei mais com o gorilão e acho "King Kong: A Ilha da Caveira" melhor que esta nova versão, que mostra o personagem mais triste, desejando voltar para seu lar original. 

Retirado do local onde reinava, ele agora vive dentro de uma área cercada, é estudado por cientistas e convive com humanos, tendo a pequena Jia como sua amiga. Até que Godzilla retorna à superfície e passa a atacar pessoas e cidades, sem motivos aparentes. Kong é usado por seus "protetores" para enfrentar o inimigo poderoso. Por trás dos panos, um empresário da tecnologia tenta encontrar a origem da força do raio de Godzilla.


Nesta versão, Kong apanha muito, mostra suas fraquezas e tem de usar sua força descomunal e o raciocínio para vencer o famoso lagarto gigante, e ainda enfrentar um terceiro inimigo mais forte que ele e Godzilla juntos.

Se o espectador não assistiu aos filmes anteriores terá dificuldade em entender como os titãs surgiram. O longa começa sem explicar nada da origem dos monstros e termina deixando novas interrogações - como começou a rivalidade entre eles se ambos vieram do mesmo lugar? Quem construiu o reino da Terra Oca? Outros monstros podem atacar a superfície?


Ou seja, caso haja um novo crossover do Monstroverso, o roteiro precisa ser mais bem trabalhado, explicar estas dúvidas para se justificar e conectar com as produções anteriores. E apostar forte tanto nos personagens gigantescos quanto no elenco. Inclusive no vilão, que nessa versão é muito fraco e dá a impressão de que só estava lá porque não havia outro para ficar no lugar. 

O elenco em segundo plano dá lugar às locações em paisagens paradisíacas de tirar o fôlego, em sua maioria, no Havaí. Foram usadas as florestas das selvas da ilha de Oahu para criar a reserva ecológica protegida da Ilha da Caveira, onde Kong e Jia residem com pesquisadores da Monarch. 

Praia de Honopu, em Oahu, uma das locações no Havaí (Divulgação)

O Centro de Convenções do Havaí ofereceu alternativas para criar uma ampla variedade de sets tanto para a Monarch quanto para a Apex, empresa do vilão Walter Simmons (papel de Demian Bichir). Houve ainda filmagens em locações como Lanai Lookout, os Palcos Kapolei, o Parque Estadual Sand Island, além de vários endereços na capital de Honolulu e em toda a ilha, além de gravações em Queensland, na Austrália.


Além dos efeitos gráficos e de luz e da fotografia, outro ponto positivo é a trilha sonora, com a música de abertura de Tom Holkenborg causando o impacto no público que o filme precisava e merecia. Cada monstro recebeu uma trilha própria, todas ótimas, mesmo com acordes bem parecidos. 

Achei, no entanto, que ficou deslocada a música de encerramento, que tenta mudar tudo o que foi mostrado nos 110 minutos anteriores. Ela tenta remeter a uma proposta de amizade e preservação ambiental, que só é apresentada nos minutos finais.

Como entretenimento, "Godzilla vs. Kong" vale a pena pelos excelentes efeitos e cumpre sua proposta, fazendo jus à famosa frase do cinema "Luz, câmera, ação". Pena ter deixado o roteiro em segundo plano.


Ficha técnica:
Direção: Adam Wingard
Exibição: Nos cinemas e em junho no HBO Max Brasil para assinantes
Produção: Legendary Pictures / Warner Bros
Distribuição: Warner Bros. Pictures.
Duração: 1h54
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Ação / Aventura / Ficção
Nota: 3,5 (de 0 a 5)