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26 abril 2021

Oscar 2021 consagra "Nomadland" como Melhor Filme e Anthony Hopkins é eleito Melhor Ator


 

Maristela Bretas


Com muitas mudanças neste ano, a 93ª edição do Oscar, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood elegeu "Nomadland" como o Melhor Filme, prêmio entregue por Rita Moreno, de 89 anos, ganhadora de Oscar por "Amor, Sublime Amor", de 1961. O filme ainda conquistou outras duas estatuetas - Melhor Direção e Melhor Atriz.

Frances McDormand - Nomadland (Fox Searchlight/Divulgação)

A escolha de Anthony Hopkins, 83 anos, como Melhor Ator por sua espetacular atuação em "Meu Pai" foi a grande surpresa da noite, desbancando Chadwick Boseman, forte candidato a um prêmio póstumo. Este é o segundo Oscar da carreira de Hopkins - o primeiro foi por "O Silêncio dos Inocentes" (1992). O ator está no País de Gales em quarentena e não quis ir a Londres para participar da transmissão da cerimônia.

Anthony Hopkins -"Meu Pai" (California Filmes/Divulgação)

Frances McDormand confirmando todas as apostas e levou a estatueta, a terceira de sua carreira como Melhor Atriz, desta vez por seu papel em "Nomadland", o grande vencedor da noite. Ela também é uma das produtoras.

A cerimônia do Oscar deste ano, adiada de fevereiro para este domingo, 25 de abril, teve formato diferente das anteriores, não só por causa da pandemia de Covid-19. O número de categorias foi reduzido de 24 para 23, uma vez que a Academia uniu mixagem e edição em Melhor Som.

"Mank" (Netflix/Divulgação)

Também foi a vez de do streaming ganhar mais espaço para mostrar suas produções, uma vez que os cinemas permaneceram fechados em 2020 e grandes produções precisaram ser adiadas ou transferidas para estas plataformas.

Respeitando os protocolos de segurança e evitando a aglomeração, a transmissão da premiação ocorreu em dois locais diferentes: Los Angeles - a estação de trem Union Station e o Dolby Theater -, além de videoconferências feitas com os candidatos e vencedores em seus países. Em cada local, apenas os apresentadores, os indicados e seus acompanhantes e a produção do evento.

"Bela Vingança" (Universal Pictures)

A diretora e atriz Regina King, com estrada triunfal pela Union Station, abriu a premiação. Segundo ela, todos os presentes estavam sem máscaras porque foram testados, vacinados e colocados em mesas com distanciamento. King foi a responsável por entregar o primeiro prêmio da noite, de Melhor Roteiro Original a Emerald Fennell, por "Bela Vingança". Na sequência, anunciou "Meu Pai" como o vencedor de Melhor Roteiro Adaptado.

"Druk - Mais Uma Rodada" (Foto: Henrik Ohsten)

Laura Dern contou sua experiência com o cinema e entregou a estatueta de Melhor Filme Internacional ao já esperado - "Druk - Mais Uma Rodada", representante da Dinamarca. O diretor Thomas Vinterberg fez um discurso emocionante sobre a perda da filha num acidente de carro quatro dias após iniciar as filmagens.

Foi também a atriz que anunciou o Melhor Ator Coadjuvante. O prêmio ficou para Daniel Kaluuya, por sua ótima atuação como Fred Hamptom, o líder dos Panteras Negras, em "Judas e o Messias Negro". O filme também conquistou a estatueta de Melhor Canção Original.

Daniel Kaluuya - "Judas e o Messias Negro" (Warner Bros.Pictures/Divulgação)

"A Voz Suprema do Blues" também saiu da cerimônia com duas premiações já esperadas: Melhor Maquiagem e Penteado e Melhor Figurino, este último dado à figurinista Ann Roth, de 89 anos. Apesar da disputa acirrada, não deu para Viola Davis como Melhor Atriz.

Dois prêmios humanitários foram entregues nesta noite: o primeiro no Dolby Theater, totalmente vazio, entregue pelo ator Bryan Cranston à Motion Picture Television Fund (MPTF), uma organização que oferece assistência e atendimento aos que atuam nos setores de cinema e televisão. Na Union Station, Tyler Perry recebeu das mãos de Viola Davis a segunda premiação, o Jean Hersholt, dado a personalidades por contribuições a causas humanitárias.

"A Voz Suprema do Blues" (Netflix/Divulgação)

Um diretor sul-coreano entregou a estatueta de Melhor Diretor a uma diretora chinesa. Bong Jooh Ho, ganhador do Oscar 2020 por "Parasita", anunciou a vitória já esperada à também roteirista Chloé Zhao como Melhor Diretora, por "Nomadland".

Brad Pitt contou a história de cada uma das candidatas e entregou à sul-coreana Yuh-Jung Youn, de 73 anos, o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por sua interpretação em "Minari - Em Busca daFelicidade". Ela agradeceu por conhecer o ator pessoalmente e disse que todas as candidatas eram vencedoras, mas que ela teve um pouco mais de sorte.

Yuh-Jung Youn - "Minari" (A24/Divulgação)

Angela Basset apresentou o prêmio In Memoriam citando as milhares de vidas perdidas em 2020 pela covid-19, mas também pelo ódio, racismo e pobreza. E apresentou as lendas perdidas no mundo do cinema, nas áreas técnicas e executiva, além de nomes como Sean Connery e Chadwick Boseman.

Veja abaixo os vencedores do Oscar 2021:

MELHOR FILME: "Nomadland"
MELHOR DIREÇÃO: Chloé Zhao - "Nomadland"
MELHOR ATRIZ: Frances McDormand - "Nomadland"

Chloé Zhao - "Nomadland" (Fox Searchlight/Divulgação)

MELHOR ATOR: Anthony Hopkins - "Meu Pai"
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Yuh-Jung Youn - "Minari - Em Busca da Felicidade"
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Daniel Kaluuya - "Judas e o Messias Negro"

A Voz Suprema do Blues (Netflix/Divulgação)

MELHOR FIGURINO: "A Voz Suprema do Blues"
MELHOR FILME INTERNACIONAL: "Druk - Mais Uma Rodada" (Dinamarca)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: "Bela Vingança"
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: "Meu Pai"

"Soul" (Walt Disney Studios/Divulgação)

MELHOR TRILHA SONORA: "Soul"
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL: "Fight For You" - H.E.R - "Judas e o Messias Negro"
MELHOR ANIMAÇÃO: "Soul"
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO: " Se Algo Acontecer, Eu te Amo" ("If Anything Happens I Love You")

"O Som do Silêncio" (Amazon Prime Video/Divulgação)

MELHOR SOM: "O Som do Silêncio"
MELHOR CURTA-METRAGEM EM LIVE ACTION: "Dois Estranhos" ("Two Distant Strangers")
MELHOR DOCUMENTÁRIO: "Professor Polvo" ("My Octopus Teacher")
MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM: "Collete" (Romênia)


"Tenet" (Melinda Sue Gordon/Warner Bros. Pictures)

MELHOR MAQUIAGEM E CABELO: "A Voz Suprema do Blues"
MELHORES EFEITOS VISUAIS: "Tenet"
MELHOR FOTOGRAFIA: "Mank"
MELHOR EDIÇÃO: "O Som do Silêncio"
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO:"Mank"
 
Saiba mais sobre outras produções que disputaram o Oscar e onde estão sendo exibidas nas críticas do blog Cinema no Escurinho.

"Uma Noite em Miami" (Amazon Prime Video/Divulgação)

- Uma Noite em Miami
- Agente Duplo (documentário)
- Era Uma Vez um Sonho
- O Tigre Branco
- Mulan
- Rosa e Momo
- Greyhound: Na Mira do Inimigo
- Relatos do Mundo
- O Céu da Meia-Noite

"Os 7 de Chicago" (Netflix/Divulgação)

Destacamento Blood - Netflix
- Os 7 de Chicago - Netflix
- Judas e o Messias Negro - No cinema
- O Som do Silêncio - Amazon Prime Video




23 março 2021

"Uma Noite em Miami" - Um encontro pelos direitos civis dos negros nos EUA

Através de quatro líderes sociais, diretora expõe a segregação racial nos anos 1960 (Fotos: Amazon Prime Video/Divulgação)

Silvana Monteiro


A premiada atriz Regina King marca sua estreia como diretora de cinema com "Uma Noite em Miami" ("One Night in Miami"), produção original da Amazon Prime Video. Embora já tenha experiência na direção de séries de TV, King abraçou o desafio de dirigir um roteiro adaptado da peça teatral de mesmo nome, de autoria de Kemp Powes, responsável também pelo roteiro do filme, indicado ao Oscar 2021 nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Canção Original.

O enredo prima pela humanização absoluta de quatro líderes sociais da luta pelos direitos civis dos afro-americanos. Nesse quesito, é bem possível que o telespectador fique tentado a fazer uma comparação entre as condutas e diálogos retratados no filme à luta antirracista dos dias atuais. É pulsante na trama a tentativa de individualizar e desmitificar as personalidades.

 

O filme retrata o encontro real entre o pugilista Cassius Clay (que mais tarde mudaria o nome para Muhammad Ali) interpretado por Eli Goree; o cantor de soul, Sam Cooke, vivido por Leslie Odom Jr.; o jogador de futebol americano Jim Brown, representado por Aldis Hodge, e Malcolm X, um dos defensores do Nacionalismo Negro nos Estados Unidos, fundador da Organização para a Unidade Afro-Americana, de inspiração separatista, aqui encenado por Kingsley Ben-Adir .


Esta análise é importante porque transmite uma mensagem social, que parece óbvia, mas que é ainda muito necessária no combate à visão racista. Mesmo que impulsionados por um mesmo ideal, ainda que ativistas na mesma batalha, pessoas negras não são objetos, e muito menos são produtos de uma escala industrial. Cada indivíduo pensa, age, luta e se movimenta de modo diferente ante aos conflitos e gatilhos provocados pelo racismo.

O filme é extremamente discursivo e, por isso, pode cansar o telespectador indisposto a longos e complexos diálogos. São praticamente duas horas de uma imersão psicossocial e histórica na vida dos quatro ídolos, desenvolvida a partir da interlocução entre os personagens retratados.
 

Depois de Cassius Clay (Muhammad Ali) vencer o campeão dos pesos pesados Sonny Liston, no Miami Convention Hall, ele se reúne com Sam Cooke, Jim Brown e Malcolm X no quarto do Hampton House Motel, no bairro de Overtown, em Miami para uma comemoração intimista. 
 
O encontro num local privado não foi uma escolha pura e simples, mas um instinto de sobrevivência. Afinal, por causa das chamadas "leis de Jim Crow" de segregação racial, Cassius Clay não podia ir aos clubes ou bares da região comemorar a vitória nos ringues, por isso o melhor foi se refugiar na hospedagem.

 

Ao mostrar virtudes e fraquezas dos personagens, o autor nos remete a uma experiência de observação e, ao mesmo tempo, à compreensão das marcas deixadas pela segregação e o ímpeto de se manterem vivos na luta contra o preconceito racial.
 
Uma dica para as pessoas mais jovens que desconhecem a história desses ícones, é pesquisar um pouco sobre cada um deles antes de assistirem ao drama, uma vez que o filme se passa no ano de 1964. Sam Cooke foi assassinado 10 meses mais tarde, em incidente suspeito e, no ano seguinte, em fevereiro de 1965, Malcolm X levou 13 tiros enquanto discursava no Harlem. Muhammad Ali morreu em 2016, aos 74 anos, de problemas respiratórios. Jim Brown está vivo e fez 85 anos em fevereiro.


Terence Blanchard ("Destacamento Blood") é o responsável por uma primorosa trilha sonora recheada de black music, sobretudo blues e soul, com destaque para a belíssima canção "A Change Is Gonna Come" e, claro, para “Speak Now”, faixa original escrita por Leslie Odom Jr. e Sam Ashworth. 
 
A fotografia também chama a atenção ao provocar no telespectador a sensação de que está empunhando a câmera e observando os fatos ocorridos naquele encontro noturno de 1964.
 
 

Mais do que nunca, "Uma Noite em Miami" é um filme necessário e mesmo tendo se passado há quase 60 anos daquela reunião, sua temática é real e urgente. E nos leva a desejar tantas noites mais como a mostrada na obra, seja em Miami, Nova York, BH ou em qualquer lugar em que o racismo ainda se mostra uma ameaça sufocante e letal. 
 
Claro, sem romantizar o fato de que ao invés de simplesmente comemorarem livres, leves e soltos, esses homens foram levados a pensar sobre um futuro que mal sabem eles, embora com muitas conquistas, ainda não aconteceu de forma plena.

Ficha técnica:
Direção:
Regina King
Exibição: Amazon Prime Video
Duração: 1h54
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gênero: Drama

14 janeiro 2021

Ótimos filmes exibidos em 2020 que valem a pena ser vistos e revistos

Divulgação
 

Maristela Bretas


Com as salas de cinema fechadas por causa da pandemia de Covid -19 por oito meses, os amantes da Sétima Arte conseguiram assistir apenas alguns dos grandes lançamentos previstos para serem exibidos na telona em 2020. Quem saiu ganhando foram as plataformas de streaming, que conquistaram o público oferecendo uma maneira mais fácil, segura e confortável para curtir ótimas produções.

Não são poucos os sucessos oferecidos, nos mais diversos gêneros - suspense, aventura, drama, romance, animação ou policial. Se você está procurando um bom filme para ver sentadinho no sofá com um balde pipoca, aqui vão algumas indicações dos colaboradores do Cinema no Escurinho que valem a pena.

Tem até ganhadoras do Oscar 2020 que entraram no circuito comercial no início do ano passado e que já estão disponíveis para TV, smartphone ou tablet. Se quiser saber mais sobre algumas produções, clique nos links e confira as críticas. Uma boa diversão!

Divulgação

Jean Piter Miranda

- Ninguém Sabe Que Estou Aqui (Netflix)
- O Caminho de Volta (Google Play Filmes)
- O Diabo de Cada Dia (Netflix) 
- Você Nem Imagina (Netflix)
- Enola Holmes (Netflix)
- Mulher Maravilha 1984 (Cinema/Warner Bros. Pictures)
- Mulan (Disney+) 
- Rede de Ódio (Netflix)
- O Dilema das Redes (Netflix) 
 
Divulgação
 

Mirtes Helena Scalioni

- Os Miseráveis (Cinema/Paramount Pictures)
- Você Não Estava Aqui (Cinema/Vitrine Filmes)
- O Bar (Netflix)
- Adú (Netflix) 
- Rosa e Momo (Netflix) 
- AmarElo (Netflix)

Divulgação

Maristela Bretas

- Jojo Rabbit (Cinema/Fox Films) 
- O Homem Invisível (Cinema/Universal Pictures) 
- 1917 (Cinema/Universal Pictures) 
- O Caso Richard Jewell (Cinema/Warner Bros. Pictures)  
- Adoráveis Mulheres (Cinema/Sony Pictures)
- Umbrella - curta de animação (estará disponível gratuitamente no canal do Youtube da Stratostorm até 21/01/2021)
- Soul (Disney+)
- O Escândalo (Cinema/Paris Filmes)  
- Trilogia do Baztán (Netflix)