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06 junho 2025

Mostra “Intérprete do Brasil" comemora os 110 Anos de Grande Otelo

Programação acontece no Cine Humberto Mauro e contará com quase 40 filmes, sessões comentadas, exibições em película e de cópias restauradas (Fotos: Divulgação)


Da Redação


Nos 110 anos de Grande Otelo, o Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, revisita e celebra a filmografia desse que é um dos maiores atores do cinema brasileiro, com a mostra “Intérprete do Brasil – Uma Homenagem a Grande Otelo”. 

Até o dia 29 de junho, o público poderá assistir gratuitamente a quase 40 filmes, sessões comentadas, exibições em película e de cópias restauradas em DCP, cursos, debates, um catálogo exclusivo a partir da curadoria feita pelo crítico, programador, pesquisador e diretor baiano Fabio Rodrigues Filho. Além da presença de especialistas de relevância nacional. Acompanhe a programação clicando aqui.

"O Assalto ao Trem Pagador" (Crédito: Roberto Farias)

A trajetória de Grande Otelo se entrelaça com a história do cinema brasileiro. O ator e também cantor, compositor e poeta deixou uma marca permanente na cultura nacional. A iniciativa é uma parceria da Fundação Clóvis Salgado (FCS) e o Ministério Público de Minas Gerais, no âmbito do programa antirracista “Sobre Tons”.

Como parte das atividades culturais em diálogo com os filmes, o encerramento da mostra contará com o Grupo de Choro do Cefart interpretando clássicos de Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Joaquim A. Callado, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e muitos outros artistas que atravessaram a trajetória musical de Grande Otelo. A direção artística da mostra é da produtora e curadora Layla Braz.

"Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia"
(Crédito: Hector Babenco)

“Grande Otelo é um símbolo da luta e da resistência negra no campo artístico. Seu precioso legado, para além de ser preservado e difundido, também serve de alerta e reafirma a urgência de políticas reparatórias e de valorização da nossa história. Esta homenagem é parte de uma série orquestrada de ações que visam à difusão de uma cultura antidiscriminatória em favor da qual o MPMG tem trabalhado por meio do programa antirracista Sobre Tons", celebra a coordenadora de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação do MPMG, a promotora de Justiça Nádia Estela Ferreira Mateus.

"Carnaval Atlântida" (Crédito: José Carlos Burle)

Vitor Miranda, gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado, afirma que, “a mostra ‘Intérprete do Brasil: Uma Homenagem a Grande Otelo’ reafirma o interesse e a dedicação do Cine Humberto Mauro e da Fundação Clóvis Salgado com a preservação da memória audiovisual e com a valorização de figuras históricas cuja complexidade artística muitas vezes foi marginalizada por leituras estereotipadas e reducionistas. Revisitar sua obra, hoje, é abrir espaço para o debate sobre representação, identidade e as múltiplas camadas do Brasil retratado nas telas”, aponta. 

"Rio Zona Norte" (Crédito: Nelson Pereira dos Santos)

Múltiplos olhares sobre Otelo

A presença multifacetada de Grande Otelo vai da chanchada à sátira política, do drama à comédia popular, sempre com uma atuação carregada de inteligência cênica. Destaques da programação são os filmes “Carnaval Atlântida” (1952), “Matar ou Correr (1954), “Rio, Zona Norte” (1957), “Macunaíma” (1969), “Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia” (1976), entre outros. 

Incluindo mais de 30 filmes estrelados pelo ator, a curadoria da mostra reúne ainda documentários que lançam luz sobre a vida e a obra de Grande Otelo, muitas vezes através da experimentação. 

"Macunaíma" (Crédito: Joaquim Pedro de Andrade)

Dois dos filmes da programação, os curtas-metragens “Tudo Que é Apertado Rasga” (2019), e “Não Vim no Mundo Pra Ser Pedra” (2021), foram dirigidos pelo próprio curador, Fabio Rodrigues, que destaca o quanto sua relação com Otelo – tanto na pesquisa acadêmica quanto na realização cinematográfica – impactou na seleção dos filmes que compõem a mostra. 

"A mostra reúne diferentes estágios com obras que foram me atravessando ao longo das etapas, e eu considero que ela faz jus à complexidade do Grande Otelo, introduzindo um artista muito plural – em termos de regime de atuação, quantidade de filmes e presença cênica – a uma nova geração, com momentos de conversa, formação e discussão, em um esforço de apresentá-lo de forma digna, contraditória e multifacetada", explicou o curador. 

"Amei Um Bicheiro (Crédito: Jorge Ileli
e Paulo Wanderley)

Fábio Rodrigues ressalta que "tem também o ponto decisivo de realizar a mostra em 2025, celebrando os 110 anos do Otelo, no estado em que ele nasceu, com uma robusta retrospectiva em torno desse ator em um cinema público como o Cine Humberto Mauro. Sinto que é como se o próprio estado de Minas Gerais estivesse homenageando um de seus filhos mais prodigiosos".

Destacando o caráter formativo e reflexivo da programação, a mostra reúne diversos pesquisadores, curadores, críticos e pensadores em atividades que procuram trazer outro olhar sobre Grande Otelo: Diego Souza, Ewerton Belico, Fabio Rodrigues Filho, Kariny Martins, Leda Maria Martins, Luis Felipe Kojima Hirano e Tatiana Carvalho Costa vão comentar sessões de filmes emblemáticos na trajetória do artista.

"Não Vim ao Mundo Pra Ser Pedra
(Crédito: Fábio Rodrigues)

Já os três cursos que acontecem ao longo da mostra serão ministrados por Deise de Brito, Fabio Rodrigues Filho e Luis Felipe Kojima Hirano, e tratam tanto da presença cênica de Grande Otelo enquanto intérprete quanto da história do cinema brasileiro à luz de atrizes e atores negros representativos. 

A diretora artística da mostra, Layla Braz, explica que a mostra "Intérprete do Brasil" propõe um mergulho na obra e na trajetória de um dos artistas mais completos e fundamentais da história cinematográfica do Brasil. "Rever seus filmes hoje é também revisitar os modos como o cinema representou – e ainda representa – questões de raça, classe, gênero. Mais do que uma homenagem, a mostra é um convite à reflexão crítica e ao reposicionamento histórico de um artista negro que atravessou linguagens e resistiu a apagamentos”, exalta a diretora.

"Matar ou Correr" (Crédito: Carlos Manga)
 
Serviço
Mostra “Intérprete do Brasil"
Data: até 29 de junho de 2025
Horários: Variados
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte)
Programação: https://www.cinehumbertomauromais.com/programacao
Classificações indicativas: Variadas
Entrada: gratuita; 50% dos ingressos estarão disponíveis, de forma on-line, 1 hora antes de cada sessão, no site da Eventim; o restante dos ingressos será distribuído presencialmente pela bilheteria, meia hora antes da sessão, mediante a apresentação de documento com foto. 

28 abril 2025

Cine Humberto Mauro celebra a sétima arte com a mostra "Os Trabalhadores vão ao Cinema"

São 130 anos de história, apresentados em mais de 40 filmes que serão exibidos entre os dias
29 de abril e 18 de maio (Crédito: Charlie Chaplin)
 
 

Da Redação

 
Ao longo de 130 anos, o cinema vem refletindo sobre a relação atemporal da humanidade com o trabalho. E será com produções focadas neste tema que o Cine Humberto Mauro exibirá, entre os dias 29 de abril e 18 de maio, a mostra inédita “Os Trabalhadores vão ao Cinema”. 

São mais de 40 filmes de diversas épocas, sessões comentadas por especialistas e obras na plataforma CineHumbertoMauroMAIS, que refletem sobre as várias dimensões do trabalho. A programação completa pode ser conferida clicando aqui.

Entre as produções, de curtas e longas-metragens, estão clássicos como “Tempos Modernos” (1936), “As Vinhas da Ira” (1940) e “Sindicato de Ladrões” (1954). Além de “A Greve” (1925) e “A Negra de…” (1966) e títulos modernos, como é o caso de “Como Enlouquecer Seu Chefe” (1999) e “O Diabo Veste Prada” (2006). 

"As Vinhas da Ira" (Crédito: John Ford)

A Mostra terá entrada gratuita, com retirada de 1 (um) ingresso por pessoa a partir de meia hora antes de cada sessão, na bilheteria do cinema, mediante apresentação de documento de identificação com foto.

A partir do dia 6/5/2025, 50% dos ingressos estarão disponíveis, de forma on-line, 1 hora antes de cada sessão, no site da Eventim. O restante dos ingressos será distribuído presencialmente pela bilheteria, meia hora antes da sessão, mediante a apresentação de documento com foto.

“A Negra de…” (Crédito: Ousmane Sembène)

A história

Em 22 de março de 1895, o curta-metragem “A saída dos operários da fábrica Lumière”, dos irmãos Auguste e Louis Lumière, foi exibido para um pequeno grupo de pessoas em Paris. Já a célebre primeira projeção pública, incluindo este e outros pequenos filmes, aconteceu em 28 de dezembro do mesmo ano, no salão de um restaurante da capital francesa. 

A maior parte da mostra acontece justamente ao longo do mês que celebra lutas e conquistas dos trabalhadores, tendo como marco o feriado de 1º de maio. 

A programação propõe um mergulho nas múltiplas formas através das quais o cinema retratou o universo do trabalho, desde as fábricas do século XIX até os dilemas contemporâneos, passando por questões urgentes que continuam a ecoar na sociedade. 

“Cedo Demais, Tarde Demais”
(
Crédito: DanièleHuillet e Jean-Marie Straub)

Além das exibições tradicionais, a curadoria traz duas sessões comentadas: a primeira acontece no Dia do Trabalho, quando o crítico de cinema e pesquisador Renan Eduardo falará sobre o filme “Cedo Demais, Tarde Demais” (1982), de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet. 

A segunda, por sua vez, ocorre no dia 14/5, com o filme “A Classe Operária vai para o Paraíso” (1971), de Elio Petri, comentado pelo curador da mostra, Júlio Cruz. 

Complementando a programação presencial, a plataforma CineHumbertoMauroMAIS contará com uma seleção de nove filmes que também colocam o foco nos trabalhadores, suas lutas e desejos, tais quais “Metrópolis” (1927), “Um Homem com uma Câmera” (1929) e “A Pequena Loja dos Horrores” (1960).

"A Dupla Jornada" (Crédito: Helena Solberg)

Curtas, cinema brasileiro e infantil

O trabalho através de diversas lentes – O cinema brasileiro terá espaço de destaque, com uma seleção que inclui o clássico curta-metragem “A Mão do Homem” (1969), de Paulo Gil Soares, e “As Aventuras de Paulo Bruscky” (2010), um dos filmes do início da carreira de Gabriel Mascaro, diretor recentemente premiado no Festival de Berlim. 

Também integram a seleção o documentário “A Dupla Jornada” (1975), de Helena Solberg, “O Bem Virá” (2021) – longa-metragem inédito em Belo Horizonte –, de Uilma Queiroz, e o aclamado “Sinfonia da Necrópole” (2014), de Juliana Rojas, um dos filmes nacionais mais relevantes da última década, entre outras obras importantes da cinematografia nacional.

A Pequena Vendedora de Sol
(Crédito Djibril Diop Mambéty)

Já as sessões de curtas-metragens prometem surpreender: a primeira, no dia 1º de maio, revisita “A Saída dos Operários da Fábrica Lumière”, explorando seu impacto na história do cinema e elaborando uma ideia de desconstrução do curta pioneiro; 

A segunda, no dia 6/5, celebra a produção do cineasta mineiro Humberto Mauro no Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE); e a terceira, no dia 17/5, apresenta três obras contemporâneas que usam o Machinima – técnica que utiliza os videogames como cenário –, explorando o universo do trabalho nos tempos atuais.

Para o público infantil, destaca-se a exibição de “A Pequena Vendedora de Sol” (1999), do senegalês Djibril Diop Mambéty, exibido com dublagem realizada pelo projeto Versão Brasileira, primeira iniciativa cultural que promove a acessibilidade e a exibição, nas periferias de Belo Horizonte, de filmes estrangeiros com pouca circulação no Brasil. 

"O Bem Virá" (Crédito: Uilma Queiroz)

O projeto é idealizado por Luísa Lanna e a coordenação da dublagem foi realizada por Flora Maurício e Maru Arturo. A obra foi dublada por moradores do Morro do Papagaio, em Belo Horizonte. 

O curador da mostra, Júlio Cruz, ressalta que o trabalho é um dos elementos que acompanham a humanidade desde sempre, e com o cinema não poderia ser diferente. “Cada cineasta é atravessado em seu cinema pelas contradições e conflitos materiais e históricos de seu tempo e lugar. Mas o que permanece é esse desejo de pensar sobre a realidade que todos vivemos, a luta por melhores condições de trabalho e como populações específicas enfrentam desafios diferentes”.

Cine Humberto Mauro
(Crédito: Fundação Clóvis Salgado)

Serviço
Mostra “Os Trabalhadores vão ao Cinema”

Datas: 29/4 (terça-feira) a 18/5 (domingo)
Horários: Variados
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes
(Avenida Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte)
Classificação indicativa: Variadas
Programação completa: clique aqui
Informações: (31) 3236-7378 | (31) 3236-7381