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03 julho 2023

"Elementos" da natureza se misturam para divertir e emocionar

Faísca e Gota formam o casal da nova animação da Pixar que fala sobre família, relacionamentos e diferenças
(Fotos: Walt Disney Company)


Maristela Bretas


Estou falando da nova animação da Pixar Animation Studios, "Elementos", em cartaz nos cinemas e encantando o público desde a sua estreia. A produção tem história, mensagens fortes e bem atuais, personagens simpáticos, situações engraçadas, e acima de tudo, emociona a ponto de fazer chorar. 

Assim como em outras obras da produtora, como "Divertida Mente" (2015), "Luca" (2021), "Red: Crescer é uma Fera" (2022), além dos curtas "Piper" (2016) e "Bao" (2018), que falam de relacionamentos, família e amadurecimento, "Elementos" foca também nos costumes de outros povos e no preconceito com o imigrante, no caso, o asiático.


Na animação, Bernie Lumen/Brasa (o ator filipino Ronnie del Carmen) e a esposa Cinder/Fagulha (Shila Ommi) deixam sua terra para tentar a sorte em outro lugar, onde pretendem dar uma vida melhor à filha Ember/Faísca (a atriz chino-americana Leah Lewis) que está para nascer. 

Eles chegam à Cidade Elemento, onde vivem diferentes tipos de seres formados por água, terra, ar e fogo. estes últimos, no entanto, não são bem aceitos pelos demais elementos e acabam formando sua própria comunidade, fora da cidade.


Faísca cresce aprendendo com o pai como cuidar da Loja do Fogo, que um dia ele promete que será dela. Pelas características e cultura apresentadas fica claro que a família Lumen é de descendência asiática. 

A jovem nunca sai do bairro e segue à risca a regra principal dos pais: "elementos não podem se misturar". Um bom exemplo do que acontece com muitas comunidades de imigrantes pelo mundo, que não são aceitas por sua cor, raça ou origem diferentes do local. 


Impetuosa e de estopim curto, Faísca tem de conviver com esse preconceito e desconfiança e ainda precisa descobrir o que quer para seu futuro, mesmo que ele tenha sido traçado pelo pai. 

Até que um acidente a coloca frente a frente com Wade/Gota (Mamoudou Athie), que pelo nome já dá para saber que é do elemento água. Ele é um jovem de bem com a vida, muito emotivo que chora a toa e tem uma simpatia contagiante.

Gota vai ajudar Faísca a salvar o negócio do pai e fazê-la repensar seus conceitos, especialmente sobre o amor.


"Elementos" tem várias abordagens numa só história, todas interligadas, que se tornam mais fortes com as cores vibrantes usadas na animação e dos personagens fofos e divertidos, até mesmo quanto têm ataques de fúria, como Faísca (típico da adolescência). Características fortes das produções da Pixar.


Tudo isso é capaz de levar o público a aplaudir de pé ao final do filme e até mesmo chorar de emoção, tanto pelo relacionamento da jovem com Gota quanto com o pai e a mãe. Presenciei isso na sessão que fui em BH, lotada por famílias com crianças.

Somado ao visual temos uma ótima trilha sonora, composta por Thomas Newman ("Procurando Nemo" - 2003 e "Wall-E" - 2008), que conta com 37 músicas, entre elas, "Steal The Show", cantada por Lauv, que toca quando Gota e Faísca estão juntos. Confira abaixo.


Recomendo a versão dublada que está ótima, com vozes de Luiza Porto (Faísca), do mineiro Dláigelles Silva (Gota), Giovanna Antonelli (Sra. Ripple, mãe do Gota), André Mattos (Brasa), Cacau Protásio (Flarietta), Marisa Orth (Fagulha) e muitos outros. A direção de dublagem é de Diego Lima.

"Elementos" é uma animação para todas as idades e merece ser visto em família, com um lencinho na mão. Assim como Gota e sua mãe que choram rios de lágrimas, você também vai deixar escorrer esse elemento por seu rosto sem vergonha de se emocionar.


Ficha técnica:
Direção: Peter Sohn
Produção: Pixar Animation Studios e Walt Disney Company
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: animação, comédia, família, aventura

05 julho 2018

"Os Incríveis 2" - Valeu a pena esperar 14 anos pela continuação

A família Pera está de volta e o destaque agora é o bebê Zezé e seus superpoderes (Fotos: Disney-Pixar/Divulgação)

Maristela Bretas


Eles surgiram em 2004 pelas mãos do diretor Brad Bird e fizeram um sucesso tão estrondoso que garantiram o prêmio de Melhor longa-metragem animado do ano no Academy Award. Agora estão de volta, sob a mesma direção, em "Os Incríveis 2" ("The Incredibles 2"). Além de dirigir a continuação da animação da Disney-Pixar, Bird é também o roteirista e um dubladores. E o resultado deste trabalho ficou ótimo e muito divertido, agradando principalmente aos adultos e à geração que assistiu "Os Incríveis" há 14 anos e esperava ansiosa por esta continuação.

A família Pêra retorna com seus superpoderes e vários problemas domésticos, como qualquer família comum - o pai Roberto/Sr. Incrível (voz original de Craig T. Nelson), a mãe Helena/Mulher Elástica (Holly Hunter), a filha adolescente Violeta (Sarah Vowell), Flecha (Huck Milner), o filho do meio que tem supervelocidade, e a grande estrela desta segunda animação, o bebê Zezé. Sim, ele agora também tem megapoderes diferentes e surpreende a todos cada vez que descobre um novo. Ele é o responsável pelas melhores e mais engraçadas situações.

Um bebê fofinho, simpático, que dá vontade de pegar no colo, e que não sabe do que é capaz. Pode apenas sumir para ganhar um biscoito ou soltar raios pelos olhos e até se incendiar. Zezé deixa a família e os amigos loucos e arranca boas gargalhadas do público. Ele é a reprodução de um bebê normal que usa e abusa de seu poder de "fofice" e "ataques de raiva" para controlar os adultos e fazer com que realizem suas vontades. E é exatamente isso que faz com o pai, que se encanta com o mais novo super-herói da família, e que não percebe que é manipulado por ele para ganhar alguma coisa, seja uma historinha antes de dormir ou o controle remoto da TV.

Mas "Os Incríveis 2" não é só Zezé. Como toda boa animação da Pixar (ainda não vi nenhuma ruim), esta também aposta num tema atual: a descoberta da força e da importância da mulher. O longa inverte os papéis de dominantes e Helena passa a ser a melhor escolha para representar os super-heróis, causando certo ciúme em Roberto, que sempre foi o líder. Ela agora precisa sair para combater o crime e recuperar a confiança da sociedade. Cabe a Roberto, cuidar da casa e das crianças, uma mudança de funções que tem se tornado cada vez mais comum nas relações familiares.

Entre as crises de adolescente de Violeta, os trabalhos de escola de Flecha e as noites mal dormidas por causa de Zezé, Roberto vai descobrindo um poder que nunca usou - o de ser pai em tempo integral. E a função de garantir o sustento agora cabe a Helena, que está sempre dividida entre o trabalho a família. Outra situação vivida por muitas mulheres atualmente. Uma cena que mostra bem isso é quando ela se frustra ao descobrir que perdeu a primeira demonstração dos poderes de Zezé. É semelhante ao que muitas mães que trabalham fora sentem por não verem os primeiros passinhos do filho.

Além de conflitos caseiros e a luta contra o crime, "Os Incríveis 2" traz de volta velhos amigos como Edna Moda (dublagem original feita pelo diretor Brad Bird) e Gelado (voz de Samuel L. Jackson) e ganha um time inteiro de novos super-heróis e dois importantes aliados - os irmãos Wilson (dublado em português pelo apresentador Otaviano Costa) e Evelyn (a atriz Flávia Alessandra) Deavor.


A dublagem em português ganhou também as vozes do apresentador de Tv Raul Gil, como Esguicho, e do jornalista Evaristo Costa, como o apresentador do telejornal Chad. Ah, já ia me esquecendo: o vilão também é meio sinistro - batizado de "O Hipnotizador", mas nada que não dê para saber quem ele é com pouco tempo de filme. Não importa, ele dá conta do recado.

Para fechar o pacote, nada como a sempre excelente trilha sonora de Michael Giacchino, responsável por grandes sucessos de produções como "Jurassic World - Reino Ameaçado" (2018), "Planeta dos Macacos - A Guerra" (2017), o apaixonante "Viva - A Vida é uma Festa" (2018), "Doutor Estranho" (2016) e mais uma infinidade de trilhas, incluindo a do primeiro filme. "Os Incríveis 2" é uma animação imperdível.



Ficha técnica:
Direção: Brad Bird
Produção: Pixar Animation Studios / Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h58
Gêneros: Animação / Família / Ação
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 4,8 (0 a 5)

Tags: #OsIncriveis2, #Animacao, #Familia, #Disney-Pixar, #BradBird, #PixarAnimationStudios,#WaltDisneyPictures, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho