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20 agosto 2025

"Rabia" estreia nos cinemas baseado em relatos reais sobre as esposas do Estado Islâmico

Longa francês da diretora Mareike Engelhardt une pesquisa jornalística com construção ficcional 
(Fotos: Pandora Filmes)


Eduardo Jr.


Chega às telonas a história de um grupo pouco falado no já conhecido conflito religioso do Oriente Médio. O longa francês “Rabia - As Esposas do Estado Islâmico” ("Rabia") é a estreia de Mareike Engelhardt na direção e se baseia em relatos reais para abordar os bastidores das casas de noivas do Daesh. O local recebe mulheres europeias que viajam à Síria para se casar com combatentes, com a promessa de uma vida melhor. 

No longa distribuído pela Pandora Filmes, Jessica (Megan Northam) é uma jovem francesa que, junto da amiga Laila (Natacha Krief), parte para a Síria, onde ambas se tornarão esposas do combatente Arkham. No início as cenas são escuras, como se a vida de Jessica tivesse pontos que não podem ser esclarecidos.


Se os homens que morrerem por Allah são recebidos no paraíso, na viagem Jessica e Laila ganham o céu. Conversam durante o voo como duas adolescentes falariam sobre um crush da escola. 

Mas depois da chegada na “madafa” (uma espécie de casa onde as mulheres esperam para se casar), essa vida em tons de azul perde a cor. Roupas, joias, celulares e documentos são confiscados. 

A casa é comandada pela ambígua “Madame” (Lubna Azabal), uma personagem inspirada em Oum Adam, uma das lideranças femininas mais temidas no grupo jihadista. 

E o que as jovens terão dali pra frente será vigilância constante, violência e condições precárias de higiene. E também incerteza, pois o futuro marido Akhram morre em combate. 


Como a obra une pesquisa jornalística e dramatização, fica difícil definir se pretende assumir um certo tom documental ou se retrata a opinião da diretora sobre o assunto. O que se segue é uma espiral de desilusão e brutalidade. 

À espera das promessas de uma vida melhor, Jessica e Laila  enfrentarão lavagem cerebral, com processos internos de radicalização, submissão e perda de identidade.

A protagonista, rebatizada como Rabia, marcada por um passado de abandono e invisibilidade social, revela a Madame que sua ida para a Síria é menos sobre fé e mais sobre a busca desesperada por pertencimento. 


Sonho de opressor

A frase “Não quero ser escrava do sistema deles” ecoa como um grito de revolta contra uma sociedade que a negligenciou. Mas chega um pouco tarde, talvez propositalmente, pois o público já foi levado a crer que a jovem trocou uma escravidão por outra ainda pior.

A frase de Paulo Freire de que “o sonho do oprimido é ser opressor”, embora cunhada para o contexto educacional, encontra ecos aqui. A transmutação de Jessica, de vítima para cúmplice, incomoda. 

Chega a fazer o espectador mudar sua percepção sobre a garota, até então inocente, sem um norte. Ela delata outras mulheres e até vende uma jovem francesa para o homem que tentou violentá-la.


A chance de redenção surge quando Laila, sua amiga, foge do emir, que se revelou um marido violento e deixa sob responsabilidade dela a filha, fruto daquele relacionamento fracassado. Jessica se vê diante do abismo — uma cidade em ruínas, uma vida despedaçada, e um bebê nos braços como símbolo de uma nova chance ou de um novo ciclo de dor.

"Rabia - As Esposas do Estado Islâmico" é um filme que pode chamar atenção pela ambiguidade do manifesto político com o drama, mas, ao mesmo tempo, não sabe o que pretende ser, e chega impregnado de impressões pessoais.

As camadas do extremismo, do fanatismo religioso, da falta de sororidade, estão ali, emolduradas em uma cenografia dark, sufocante. E o didatismo também. A busca por um lugar onde pertença termina como começou, no vazio. É um filme que incomoda, e talvez por isso mesmo se apresente como necessário.


Ficha Técnica:
Direção: Mareike Engelhardt
Roteiro: Mareike Engelhardt e Samuel Doux
Produção: Arte France, Canal+, Eurimages
Distribuição: Pandora Filmes
Duração: 1h35
Classificação: 16 anos
Países: França, Alemanha e Bélgica
Gênero: drama

10 julho 2019

Comédia romântica "Amor à Segunda Vista" estreia nesta quinta em BH e outras 10 cidades brasileiras

François Civil e Joséphine Japy formam o par separado em universos diferentes (Fotos: Mars Film/Divulgação)

Da Redação


Estrelado por François Civil e Joséphine Japy, estreia nesta quinta-feira (11)  em Belo Horizonte e outras dez cidades brasileiras o longa “Amor à Segunda Vista” ("Mon Inconnue"), de Hugo Gélin (“Uma Família de Dois”).  Além da capital mineira, Florianópolis, Vitória, São Paulo, Santos, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Recife estão na programação de lançamento. Sucesso na França, onde foi visto por mais de 340 mil espectadores, a comédia romântica integrou o Festival Varilux de Cinema Francês encerrado em junho.


O filme conta a história de Raphaël (François Civil), que da noite para o dia, acorda em uma realidade paralela na qual não é mais um escritor famoso e nem é casado com Olivia (Joséphine Japy), uma professora de piano e que foi sua paixão desde a época da escola. Para reconquistar sua mulher, que nesta nova realidade se tornou uma pianista conhecida mundialmente, Raphaël contará com a ajuda de seu melhor amigo Félix (Benjamin Lavernhe). 


Por sua atuação, François Civil ganhou o Prêmio de Interpretação Masculina no Festival Internacional do Filme de Comédia de L´Alpe d´Huez (França, 2019). O filme ganhou ainda o prêmio Swann D'or 2019 de melhor filme no Festival de Cinema de Cabourg, na França. 


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Hugo Gélin
Produção: Zai Films / Mars Films / Chapka Films / France 3 Cinéma
Distribuição: Bonfilm
Duração: 1h58
Gêneros: Comédia / Romance
Países: França / Bélgica
Classificação: 12 anos

Tags: #AmorASegundaVista, #MonInconnue, #Bonfilm, #romance, #cinemaescurinho, #cinemafrances, @cinemanoescurinho