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09 janeiro 2024

"Chama a Bebel" convoca o público para uma transformação social

Produção infanto-juvenil estrelada por Giulia Benite usa história comum para conscientizar sobre combate ao preconceito e preservação da natureza (Fotos: Paris Filmes)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Dirigido por Paulo Nascimento e protagonizado por Giulia Benite (a Mônica, de "Turma da Mônica - Laços" - 2019 e "Turma da Mônica - Lições" - 2021), "Chama a Bebel" chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (11) contando a história de uma adolescente preocupada com causas ambientais e sociais. O filme é uma narrativa inteligente com uma mensagem positiva, direcionada especialmente ao público adolescente.

Na trama, conhecemos Bebel (Giulia Benite), uma garota linda e brilhante, cadeirante, que precisa sair do interior com sua mãe e avó para viver na cidade grande com a tia. Nossa protagonista é confiante e sincera, sem medo do perigo, que conquista o público desde a primeira cena. 

Enfrentando um ambiente novo e desconhecido, desafia até mesmo a garota mais popular do colégio e um empresário da cidade que faz testes laboratoriais em animais para defender as causas em que acredita.  


Mariana, a mãe de Bebel, interpretada por Larissa Maciel, e Seu João, o avô vivido por José Rubens Chachá, são doces em atuações graciosas e leves. Os garotos Antônio Zeni e Gustavo Coelho também formam um time de coadjuvantes brilhantes, dando suporte significativo aos personagens Beto e Zico.

Algumas figuras antagônicas, como a tia Marieta, interpretada por Flávia Garrafa, conseguem criar personagens que despertam prazer em ser odiada. A atriz dá um show de atuação, entregando uma pessoa com postura tão arrogante, mesquinha e sempre preconceituosa com a sobrinha que faz o espectador sentir raiva dela. 


Outra odiada até no time dos vilões é Roxxane ou Rox, papel de Sofia Cordeiro. Chata e enjoada, a jovem é a típica patricinha mimada, filha de um magnata importante da cidade. Apesar do personagem estereotipado, a atriz consegue transmitir bem essa característica antipática, embora, em alguns momentos, pareça robótica em seu texto. 

A temática é outro ponto importante a mencionar. Bebel transmite uma mensagem sobre vencer o preconceito, preservar a natureza, cuidar dos animais e criar formas sustentáveis de viver na cidade. 

Ela é a típica mocinha dos filmes, no sentido literal da palavra, defensora da moral e dos bons costumes. Isso incomoda quem é oposto a essas causas, mas também desperta curiosidade. O papel da jovem é gerar transformação em todos ao seu redor e também no público. 


O filme ajuda a colaborar para a conscientização das pessoas sobre a importância em preservar o meio ambiente e a sustentabilidade. Mas a insistência no tema também pode afastar alguns espectadores que vão achar a "protagonista chata" e faz com que os conflitos pessoais dos protagonistas sejam pouco explorados. O longa até termina de maneira interessante, mas poderia entrar mais na história da personagem principal. Não direi muito para não entrar em "spoilers".

"Chama a Bebel" é uma daquelas produções "surpresa" que você não espera nada, mas sai com uma mensagem positiva da sala de cinema. Indico para todos os públicos por abordar a necessidade de inclusão, tanto racial quanto de Pessoas Com Deficiência (PCDs). É bem direcionada e isso, sem dúvida, é mérito do diretor. Um longa para ser visto por toda a família, que leva à reflexão sobre temas que não devem ser deixados de lado em 2024.


Ficha Técnica:
Direção e roteiro: Paulo Nascimento
Produção: Accorde Filmes
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h30
Classificação: 14 anos
Exibição: nos cinemas
País: Brasil
Gêneros: aventura, infanto-juvenil, família