28 maio 2025

"Premonição 6: Laços de Sangue" - impecável nos efeitos visuais e na essência aterrorizante da franquia

Produção marca história no Brasil como a maior estreia de um filme de terror com classificação 18+
(Fotos: Warner Bros. Pictures)
  
 

Maristela Bretas

 
Para quem é fã da ensanguentada franquia, o novo capítulo - "Premonição 6: Laços de Sangue" ("Final Destination: Bloodlines") é uma experiência imperdível. O filme já se consagra como um sucesso de bilheteria, tendo levado mais de 1 milhão de pessoas aos cinemas no Brasil. 

Também acumula uma arrecadação de US$ 130 milhões desde o dia 15 quando foi lançado, marcando história como a maior estreia no país de um filme de terror com classificação 18+.

Passados 14 anos desde o último filme e novamente produzido pela New Line Cinema, a trama entrega efeitos visuais impecáveis, com sequências de mortes absurdamente violentas, capazes de gerar muita tensão e sustos na plateia. A criatividade por trás de cada fatalidade é, por vezes, inacreditável. 


A maquiagem e a atmosfera sombria complementam a excelência técnica do filme, transportando o público de volta ao perturbador senso de justiça distorcido da Morte que consagrou a saga.

"Premonição 6: Laços de Sangue" estabelece uma conexão com os filmes anteriores da franquia, explicando a origem das mortes do passado e até mesmo repetindo algumas delas, como muitos fãs deverão relembrar e curtir. 

O filme apresenta uma narrativa envolvente e repleta de reviravoltas, mantendo a essência aterrorizante que tornou a saga um fenômeno mundial.


Atormentada por um pesadelo violento e recorrente, a estudante universitária Stefani (Kaitlyn Santa Juana) volta para casa em busca de sua avó Íris (Gabrielle Rose/Brec Bassinger), que ela nunca conheceu e que é considerada insana pelos familiares. 

Contudo, a reclusa idosa pode ser a única capaz de romper o ciclo fatal que paira sobre sua linhagem e salvar sua família do terrível destino que aguarda todos eles. Afinal, na macabra lógica da franquia, é sempre a Morte quem dita a ordem dos eventos. E, invariavelmente, eles acontecem, manifestando-se das formas mais brutais e inesperadas.


O elenco conta ainda com Teo Briones, Richard Harmon, Owen Patrick Joyner, Rya Kihlstedt e Anna Lore. Uma participação especialmente emocionante é o retorno de Tony Todd no icônico papel de William Bludworth, marcando sua despedida do público em seu último trabalho antes de falecer de um câncer no estômago.

"Premonição 6: Laços de Sangue" honra o legado sangrento da franquia com uma trama que inteligentemente revisita e expande a mitologia estabelecida. Para os apreciadores de um terror visceral e criativo, este novo capítulo é uma jornada aterradora que certamente deixará marcas – e talvez alguns hematomas nos braços de quem se agarra à poltrona.


Ficha técnica:
Direção: Zach Lipovsky e Adam Stein
Produção: New Line Cinema, Dorman Entertainment, Practical Pictures, Freshman Year, Fireside Films
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nas redes de cinemas de BH, Contagem e Betim
Duração: 1h50
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gêneros: terror, suspense

27 maio 2025

Mostra “A Cinemateca é Brasileira” apresenta a história da repressão política do Brasil

Exibição contará com a uma seleção de 16 obras clássicas do cinema nacional (Fotos: Divulgação)
 
 

Da Redação


A partir desta terça-feira (27) até o dia 1º de junho de 2025, o Cine Humberto Mauro, localizado no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, receberá a mostra “A Cinemateca é Brasileira – Resistências Cinematográficas”. 

A programação apresenta uma seleção de 16 obras clássicas e contemporâneas do cinema nacional, abordando os períodos de repressão, resistência e enfrentamento político que marcaram a história do Brasil. 

Entre os filmes clássicos estão “Cabra Marcado Para Morrer”, de Eduardo Coutinho, e “Terra em Transe”, de Glauber Rocha. A iniciativa é realizada em parceria com a Cinemateca Brasileira e integra a segunda edição do projeto itinerante da instituição.

A entrada é gratuita, e 50% dos ingressos estarão disponíveis, de forma on-line, 1 hora antes de cada sessão, no site da Eventim. Já o restante dos ingressos será distribuído presencialmente pela bilheteria, meia hora antes da sessão, mediante apresentação de documento com foto.

"Cabra Marcado Para Morrer" (Eduardo Coutinho)

A mostra homenageia o cinema nacional como um espaço de memória, crítica e resistência frente à luta pela democracia. Reunindo ficções, documentários, animações e curtas-metragens, a programação dialoga com diferentes gerações e linguagens cinematográficas, e promove uma reflexão sobre os desafios enfrentados pela sociedade brasileira ao longo de décadas.

Entre os destaques estão títulos emblemáticos como “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, que reflete as tensões políticas, sociais e culturais da época a partir da fictícia nação latino-americana de Eldorado. 

Também compõem a seleção filmes contemporâneos como “Meu Tio José” (2021), de Ducca Rios, que revisita o sequestro do embaixador Charles Elbrick pela ótica de uma criança. Inspirada no mesmo acontecimento, a obra indicada para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “O Que é Isso, Companheiro?” (1997), de Bruno Barreto, também será exibida. 

"Meu Tio José" (Ducca Rios)

O clássico “Cabra Marcado Para Morrer”, será exibido em homenagem aos 40 anos do filme (1964-1984), aos 100 anos da protagonista Elizabeth Teixeira e aos 10 anos de falecimento do cineasta Eduardo Coutinho. O filme teve suas filmagens interrompidas pelo golpe militar de 1964 e retomadas 17 anos depois.

A curadoria inclui, ainda, filmes que tratam de episódios pouco conhecidos ou silenciados da história brasileira, como “Arara: Um Filme Sobre um Filme Sobrevivente” (2017), de Lipe Canêdo, que denuncia a violência contra povos indígenas. Obras como “Libertação de Inês Etienne Romeu” (1979), de Norma Bengell, e “Torre” (2017), de Nádia Mangolini, abordam a tortura e a repressão política. 

"O Que é Isso, Companheiro" (Bruno Barreto)

Já a luta sindical e os movimentos populares ganham espaço com produções recentemente restauradas pela Cinemateca Brasileira como “Greve” (1979), de João Batista de Andrade; “A Luta do Povo” (1980), de Renato Tapajós; e “ABC da Greve” (1979–1990), de Leon Hirszman, mesmo diretor de “Eles Não Usam Black-tie”, que venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza e também integra a programação.

Outros títulos completam o panorama da mostra, como “A Opinião Pública” (1966), de Arnaldo Jabor, que captura o sentimento da classe média durante o regime militar; “Os Fuzis” (1964), de Ruy Guerra, que trata das tensões entre o Estado e populações oprimidas, e “Manhã Cinzenta” (1969), curta-metragem baseado em conto de Olney São Paulo, com imagens documentais das manifestações de 1968. 

"Eles Não Usam Black-tie" (Leon Hirszman)

A atmosfera de tensão e a mentalidade dessa época são contextualizadas na ironia de “Pra Frente Brasil” (1982), de Roberto Farias, e no sensível “O ano em que meus pais saíram de férias” (2006), de Cao Hamburguer.

Vitor Miranda, gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e programador da mostra, comenta sobre o projeto itinerante. "Assim como a Cinemateca, o Cine Humberto Mauro é uma instituição pública que tem interesse na preservação do cinema brasileiro e que ele seja visto por mais pessoas. A seleção de filmes está impecável, são verdadeiros clássicos nacionais."

Miranda contou ainda que o Cine Humberto Mauro receberá também a mostra "Intérprete do Brasil: Uma Homenagem a Grande Otelo", que acontecerá de 5 a 29 de junho.

"Terra em Transe" (Gláuber Rocha)

SERVIÇO:
Mostra “A Cinemateca é Brasileira – Resistências Cinematográficas”
Data: 27 de maio (terça-feira) a 1º de junho (domingo)
Horários: variados
Local: Cine Humberto Mauro - Palácio das Artes - (Avenida Afonso Pena, 1537, Centro)
Classificação: variadas
Entrada: gratuita; 50% dos ingressos estarão disponíveis, de forma on-line, 1 hora antes de cada sessão, no site da Eventim; o restante dos ingressos será distribuído presencialmente pela bilheteria, meia hora antes da sessão, mediante a apresentação de documento com foto.
Informações para o público: (31) 3236-7307 ou no site www.fcs.mg.gov.br