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10 agosto 2022

"Thor: Amor e Trovão" - herói volta às origens em uma jornada de autoconhecimento e diversão

A química entre Chris Hemsworth e Natalie Portman é um dos pontos que agrada no filme (Fotos: Marvel Studios)


Marcos Tadeu
Blog Narrativa Cinematográfica


Amor e Vingança, sem dúvida são as palavras que traduzem o sentimento de "Thor: Amor e Trovão" ("Thor: Love And Thunder"). Nessa nova história, temos o filho de Odin cansado de todas as suas perdas. Isso pode justificar, logo no início da narrativa, o motivo de ele ter se tornando um bêbado (ainda em "Vingadores: Ultimato"- 2019) e a maneira como tenta esconder tudo com o seu humor, criando uma casca para se proteger dos traumas que já passou. 

Mas logo isso é deixado de lado e Thor (Chris Hemsworth) quer dar a volta por cima se unindo aos Guardiões da Galáxia para ajudar a salvar reinos de ameaças intergalácticas. Porém, quando Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale) aparece, o asgardiano precisa buscar reforços para esta batalha, que ele não vai conseguir apenas com o fiel amigo Korg (Taika Waititi).


Um desses reforços é Jane Foster (Natalie Portman), seu grande amor, que enfrenta uma batalha terrível e dura contra o câncer e ainda assim construiu um legado como cientista. Apesar do estágio avançado, ela ainda busca uma cura rápida para a doença. 

Talvez o ponto que mais me incomodou foi justamente a conveniência de roteiro. A solução para Jane é justamente o martelo de Thor, o Mjolnir, que mesmo despedaçado consegue se restaurar e a transforma na Poderosa Thor. 


A partir daí, o ritmo do filme é acelerado ao colocá-la junto ao protagonista. Achei bem apressada a forma usada no roteiro para chegar nesse caminho. A entrada da Poderosa Thor é triunfal, com certeza, mas sem um respiro e completamente previsível. 

Talvez quem mais tenha se surpreendido com ela foi Thor. Jane demonstra aquelas inseguranças do que fazer após se tornar heroína e as dúvidas de enfrentar o primeiro vilão, mas isso ela vai aprender com Thor e a rainha Valquíria (Tessa Thompson).


O humor nessa produção é equilibrado, há algumas piadas fora do tom, mas no todo é um filme que busca ser menos engraçado que o anterior. "Thor: Amor e Trovão" usa do humor, mas não é a base do todo, como em "Thor: Ragnarok" (2017), que decidiu ser humor do inicio ao fim. 

Por isso acho que aqui o filme consegue o equilíbrio em quase toda duração. Exemplo disso são os bodes: eles não são tão engraçados, mas sem dúvida fazem o público dar boas risadas quando aparecem na tela.



Quando Thor e sua equipe vão buscar ajuda dos deuses, existe aquela famosa desconstrução dos personagens, Thor suplica a Zeus (Russell Crowe), um exército de deuses, tipo Vingadores, para combater Gorr. 

Mas ai vemos o deus do Raio e de todos os deuses em uma atitude covarde e egoísta, que se preocupa mais com ele mesmo do que com os próprios deuses e até a humanidade. Crowe dá um show de atuação, apesar de caricata, que cabe muito bem com a proposta. 


É preciso falar de Christian Bale como Gorr. As motivações do vilão são até funcionais e por isso ele parte para a vingança quando pede ajuda aos deuses que ele idolatra e eles deixam sua filha morrer. Gorr parte para a vingança e o desejo de exterminar todos eles. O crescimento do vilão é interessante, ele não aparece tanto, mas quando surge na tela consegue trazer medo e horror ao público. 


O visual ficou condizente e acho que ele tinha mesmo que ser esse vilão. O que deixa a desejar é sua conclusão que acho muito parecida com a de Wanda em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (2022). As cenas de ação acrescentadas com os efeitos visuais funcionam bem, tirando no inicio. As cenas de guerra com crianças, apesar de ser a única alternativa naquele momento, foram meio exageradas e forçadas.

"Thor: Amor e Trovão" é uma aventura engraçada e dramática sobre a busca do herói de Asgard por um propósito para sua vida, que pode estar na volta as suas origens e às pessoas que amou. 

Não podemos esquecer da excelente trilha sonora do filme, sob o comando do excelente Michael Giacchino, que conta também com sucessos do Guns N'Roses, Enya, ABBA, entre outros. Até o momento, o filme arrecadou nas bilheterias mundiais quase US$ 850 milhões, superando "Thor: Ragnarok". 


Ficha técnica:
Direção: Taika Waititi
Produção: Marvel Studios / Walt Disney Company
Distribuição: Walt Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h59
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: aventura, ação, ficção

18 fevereiro 2022

Em "Uncharted: Fora do Mapa", Tom Holland se dá bem como herói de videogame no estilo Indiana Jones

Produção traz muita ação e abre espaço para outros filmes com o personagem Nathan Drake (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Cada vez mais versátil, o ator Tom Holland ("Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa" - 2021) agora encarna uma versão jovem de Indiana Jones na caçada a um tesouro de US$ 5 bilhões. Ele é Nathan (Nate) Drake, o herói de "Uncharted: Fora do Mapa" ("Uncharted: Drake's Fortune"), em cartaz nos cinemas.

Ao lado de Holland está outro conhecido por filmes de muita ação - Mark Wahlberg (de "Transformers - A Era da Extinção" - 2014 e "Infinito" - 2021). Ele interpreta o canastrão Victor "Sully" Sullivan, um ladrão de antiguidades que está atrás das mesmas relíquias de Drake. Mesmo mantendo o estilo de sempre de outras produções, Wahlberg forma uma boa dupla com o herói e convence. 


A produção tem muita ação e aventura do início ao fim, com Nate despencando de um avião, sem paraquedas, ficando pendurado em castiçais ou perseguindo mocinhas em telhados de prédios. Holland está "bombadinho" e mostra boa forma física e mais segurança na interpretação. 

Graças especialmente ao seu papel de super-herói "amigo da vizinhança" e às participações no Universo Marvel. Além não perder a simpatia e o carisma de outros filmes em que participou e que são características do personagem do game.


Coincidência ou não, há cenas em que o público tem a impressão de que vão sair teias de aranha dos pulsos de Nate. Como era esperado, Holland é o destaque e segura bem o papel, semelhante ao de Harrison Ford na franquia "Indiana Jones". Foi uma ótima escolha do ator para interpretar o Nathan Drake dos jogos que ainda fazem sucesso entre jogadores.

No filme, mesmo sendo um pacato bartender, Nate é descendente do grande explorador Francis Drake e grande conhecedor de história e de antiguidades. 


Ele vai usar o que aprendeu para tentar encontrar o irmão Sam (Rudy Pankow) desaparecido há anos enquanto procurava o cobiçado tesouro perdido de Fernão de Magalhães. Mas para isso terá de se unir ao trambiqueiro e mentiroso Victor Sully e à parceira dele, Chloe Frazer (Sophia Taylor-Ali), numa jornada ao redor do mundo.


Claro que não poderiam faltar os vilões. Ponto falho para Antonio Banderas ("Os 33" - 2015, e "Mercenários 3" - 2014) , que repete a forma caricata de atuar neste gênero de filme. Ele faz o papel de Moncada, um colecionador bilionário espanhol bem previsível e bobo, até nas cenas em que deveria ser cruel. O ator está escalado para integrar o elenco de "Indiana Jones 5", previsto para 2023.

Já sua parceira Braddock (Tati Gabrielle), chefe de um grupo de mercenários e velha conhecida de Sully, garante a vilania raiz, com muitos tiros, brigas e facadas.

Game "Uncharted" (Crédito Naughty Dog/Playstation)

Para quem busca entretenimento, "Uncharted: Fora do Mapa" é uma boa opção e vale ser assistido numa sala Imax pelos efeitos visuais e locações paradisíacas. Baseado na série de games "Uncharted", da Sony para Playstation, o filme abre caminho para outras produções e aventuras com os personagens Nathan Drake e Victor Sully, como foi feita na famosa franquia criada em parceria com a Naughty Dog.

Se os próximos forem tão bons como este, poderá conquistar um público fiel e carente de filmes no estilo de Lara Croft e Indiana Jones, cujo último longa foi exibido em 1989 com "A Última Cruzada", dirigido por Steven Spielberg. Vale a pena conferir. Uma observação: não saia da sala de cinema. Há duas cenas pós-créditos, como nas produções da Marvel.


Ficha técnica:
Direção: Ruben Fleischer
Produção: Columbia Pictures / Sony Pictures / Atlas Entertainment / Arad Productions
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: os cinemas
Duração: 1h56
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Aventura / Ação

19 dezembro 2021

"Homem-Aranha - Sem Volta Para Casa" é divertido, nostálgico e o melhor da trilogia com Tom Holland

Filme traz o personagem mais maduro, assumindo seu papel de herói e enfrentando o Multiverso do Doutor Estranho (Fotos: Marvel Studios)


Maristela Bretas e Jean Piter Miranda


O melhor filme da trilogia interpretada por Tom Holland, o super-herói mais jovem dos Vingadores. Esta é a minha opinião sobre "Homem-Aranha - Sem Volta Para Casa" ("Spider-Man: No Way Home") em cartaz nos cinemas de todo o pais. "Tom Holland está incrível, entrega sua melhor atuação. Ator e personagem amadureceram juntos e ficou ótimo. Ele deixou de ser o garoto que tinha medo se ser herói para assumir seu destino", diz meu amigo e colaborador Jean Piter, que também participa dessa crítica..


É lindo também ver Tom Holland formando o par romântico com Zendaya e lutando juntos nas batalhas contra os vilões. A química entre os dois é muito maior e melhor do que a mostrada em "Duna" (pelo menos no primeiro filme), ao lado de Timothée Chalamet. Ela entrega uma MJ simpática e carismática, seja contracenando com o herói ou com Jacob Batalon, no papel de Ned Leeds, o fiel amigo chiclete que nunca desgruda do casal. Um trio verdadeiramente nerd que agrada.


O terceiro filme do Homem-Aranha está atraindo milhares de fãs. Nas sessões de pré-estreia não foram poucos aqueles que se fantasiaram de "Miranha", como é chamado por muitos fãs. Camisetas com as mais diversas estampas dominaram as salas. 

E essa ansiedade continua a mesma, dias depois com os fãs na entrada. E é bom mesmo porque ninguém sai decepcionado da sessão. A sensação que dá é de que valeu a pena esperar e o fillme atendeu muito ao que era esperado!

Além de Tom Holland e Zendaya, o elenco conta novamente com a participação de outros conhecidos da franquia, como Marisa Tomei (tia May) "que ganhou mais espaço neste filme e brilhou", afirma Jean Piter, fã de carteirinha da atriz. Cabe a ela ajudar o sobrinho "aranhudo" a avaliar sua postura diante da vida e das responsabilidades que precisa assumir.


Outro essencial a toda a trama é Benedict Cumberbatch, que também faz uma atuação impecável como Dr. Estranho. Consegue ser um tiozão disposto a puxar a orelha do jovem e impetuoso Homem-Aranha. Mas também tem seus momentos de afagos e de comentários sarcásticos. Ele dará o tom do que podemos esperar para seu próximo filme solo, "Doutor Estranho no Mutiverso da Loucura", previsto para estrear em maio de 2022. 


Difícil falar sobre este terceiro filme do "amigo da vizinhança" sem dar spoiler. A cada cena surge uma surpresa que leva os fãs ao delírio. O multiverso da Marvel, onde tudo é possível, brinca com a nostalgia e com a cabeça do público, que está ansioso desde que começaram a ser divulgados os primeiros trailers do filme apresentando vilões do passado, fora do universo da Marvel, com seus atores originais. 


O que esperar de um filme que reúne Duende Verde (Willem Dafoe), Doutor Octopus (Alfred Molina), Homem Areia (Thomas Haden Church), Lagarto (Rhys Ifans) e nada menos que Electro (Jamie Foxx)? Com isso, criou-se a expectativa de ver juntos os três aranhas que passaram pelos cinemas: Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland. 


O diretor Jon Watts ("Homem-Aranha: de Volta ao Lar" - 2017 e "Homem-Aranha: Longe de Casa" - 2019) soube explorar bem a computação gráfica. Os efeitos especiais são ótimos, as cenas de ação, de luta corporal, explosões e destruição estão muito realistas, completa Jean Piter. 

A trilha sonora não fica para trás, entregue aos cuidados do premiado Michael Giacchino (compositor dos outros dois filmes do Homem-Aranha, das franquias "Jurassic World" - 2015 e 2018 - e "Planeta dos Macacos" 2013 e 2017; de animações como "Viva - A Vida é Uma Festa" - 2017, "Divertida Mente"- 2015, "Os Incríveis 2" - 2018 e dezenas de outros sucessos.


E mesmo com muita ação, um dos pontos fortes foi a emoção: Peter Parker terá de fazer escolhas que vão interferir em sua vida e na de todos ao seu redor. Especialmente após ter tido sua identidade revelada por Mysterio (Jake Gyllenhall) no segundo filme. A partir daí, ele passa a ser perseguido pela morte do alienígena e seu maior acusador é o jornal Clarim Diário, dando início a história deste filme. 


Tratado por alguns como herói e por outros como vilão, Peter pede ajuda ao Doutor Estranho para que use magia e faça com que todos esqueçam sua identidade. Mas o feitiço dá errado e vilões de outras versões são atraídos para a dimensão do atual Homem-Aranha.

 Agora, Peter não só terá de deter estes monstros como fazer com que voltem para seu universo original. E a todo o momento há sempre alguém que aparece para lembrá-lo de que "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades".


Crossover e continuações

Vale destacar também a animação de 2019 “Homem-Aranha no Aranhaverso” (2019), que trouxe seis versões do herói, todas juntas em um mesmo universo. Estória que também ganhou um série de quadrinhos. Isso reforçou a possibilidade de um crossover, os três universos se interligando. Algo jamais visto na história do cinema. 

Até agora, foram três filmes com Maguire “Homem-Aranha 1, 2 e 3” (2002, 2004 e 2007), dois com Garfield “O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2” (2012 e 2014) e seis com Holland “Capitão América – Guerra Civil” (2016), “De Volta ao Lar” (2017), “Vingadores – Guerra Infinita” (2018), “Vingadores – Ultimato” (2019), “Longe de Casa” (2019) e agora em “Sem Volta pra Casa” (2021) vemos todas essas estórias se cruzando. 


O feito cinematográfico da nova produção já é por si enorme, gigante. Com ou sem a presença de Garfield e Maguire são cinco produções do Aranha se ligando a um universo de 29 filmes já produzidos, outros oito que estão em produção, fora as séries de TV e os curta-metragens.

"Sem Volta Para Casa" é acima de tudo um filme nostálgico de super-herói, cheio de grandes emoções, frases e situações que remetem a produções passadas e, claro, muita ação. Mas depois dele, o que podemos esperar para as próximas produções da MCU, especialmente com as distorções provocadas pelo Multiverso? Teremos um filme do Sexteto Sinistro, os principais inimigos do Homem-Aranha? Os heróis e vilões das séries vão para o cinema? 

É aguardar pra ver, com muito otimismo e ansiedade. Até agora, o que foi entregue aos fãs merece todos os aplausos. E pelas duas cenas pós-créditos, o mundo dos super-heróis vai virar de cabeça para baixo e nunca mais será o mesmo.


Ficha técnica:
Direção: Jon Watts
Exibição: Somente nos cinemas
Produção: Marvel Studios / Columbia Pictures / Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h30
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Ação /Aventura
Nota: 4,8 (de 0 a 5)

09 dezembro 2021

“Esquadrão na Moral – Uma Aventura em Natal”, um filme para inspirar empatia em crianças e adolescentes

Produção independente infantojuvenil foi gravada em Jundiaí (SP) em 2020 para ser uma série, que acabou virando um longa-metragem (Fotos: Tiago Braga/Divulgação)

 

 Maristela Bretas 

Inspiração, solidariedade, empatia e superação. Estes são os valores que o longa infantojuvenil “Esquadrão na Moral – Uma Aventura em Natal” mostra a partir desta quinta-feira, nos cinemas. Voltado para a família, o filme conta a história de quatro crianças espertas e aventureiras – Enzo (Felipe Costa, dos musicais “Billy Elliot” e “A Fantástica Fábrica de Chocolate”), Caleb (Agyel Augusto), Ana Victoria (Bebel Aguiar) e Ravena (Lara Vazz) - que recebem uma tarefa diferente da professora Lis (Maressa Manfre) no Natal: fazer o bem e ajudar alguém. Nesse caminho, eles encontram Alice, mais conhecida como “Bolacha” (Yasmin Vertente), uma menina muito alegre e divertida. Um encontro que vai mudar a vida de todos eles.
Com roteiro e direção de Henrique Sattin, produzido pela Belluna Filmes e distribuído pela Cineart Filmes, o longa-metragem conta ainda em seu elenco com vários artistas conhecidos da dramaturgia e cinematografia brasileira: Glauce Graieb (participou de novelas como “Paraíso Tropical“) é a Vó Donis; Paola Rodriguez (Regina); Ernando Thiago (Rômulo); Carlos de Nigro (Sérgio); Ossamá Sato (Iuki); Pedro Pauley (Antônio); Carol Nourane (Martha); Anna Fontanela (Ayla); Victor Sattin (Kauã); Rogério Barbosa (diretor Afonso) e JPeron (o homem misterioso). 
 
 
Gravado no final do ano passado em Jundiaí, interior de São Paulo, o filme utilizou diversos moradores como figurantes, além da Escola La Fontaine, o Boulevard Beco Fino, a Vinícola Saccomani e vários pontos da cidade como cenário. Segundo Henrique Sattin, a ideia desta produção independente e colaborativa surgiu em julho de 2020, em parceria com Isiel Miranda e Maressa Manfre. Seria uma série, para ser exibida no Natal ou no máximo nas férias escolares de janeiro deste ano, em TV, streaming ou no cinema. Mas o roteiro acabou sendo transformado em um longa-metragem.
 
 
“Esquadrão na Moral – Uma Aventura em Natal” é uma estória de aventuras e desafios, com muita superação, coragem, aprendizado, diversão, reflexão e empatia. São valores que as crianças e adolescentes precisam aprender a lidar no seu dia a dia e que vão ajudá-los a enxergar o mundo de uma forma mais humana e social. E na pré-estreia especial para convidados com crianças, em BH, “Esquadrão na Moral” já mostrou que vai agradar bem ao público infantojuvenil. 

A linda Alice Maia, de seis anos, convidada do @cinemanoescurinho, assistiu ao filme junto com os pais Joubert Maia e Nathalia Martins e ainda fez foto com uma das atrizes. Ela deixou um recadinho para a turma. “Adorei o filme, ele me ensinou o que é empatia, que é se colocar no lugar dos outros. No filme, o Esquadrão na Moral pratica empatia ajudando uma menininha, a Bolacha. Eu recomendo o filme pras crianças e pros adultos também”.


E esta proposta foi aprovada pela mamãe da Alice, Nathalia Martins. “Adorei o filme. Eu e Joubert sempre procuramos inserir Alice no mundo cultural e buscamos referências positivas em toda forma de arte. E nesse quesito, “Esquadrão na Moral” me surpreendeu. É um filme leve, divertido e pra toda família. Nos leva a refletir sobre nosso real papel na sociedade e é isso que queremos passar pros nossos filhos. Todo mundo deve assistir! 
 
 
Ficha técnica
Direção e roteiro:
Henrique Sattin
Produção: Belluna Filmes
Distribuição: Cineart Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h10
Classificação: Livre
Gêneros: infantojuvenil / família / aventura

06 dezembro 2021

"Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" coloca mais ação e boas expectativas no Universo Marvel

Disponível na plataforma Disney+, produção é a primeira do MCU que tem um super-herói asiático como protagonista (Marvel Studios)


Jean Piter Miranda


"Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" conta a história do jovem Shang-Chi (Simu Liu), um chinês que vai para os Estados Unidos em busca de uma vida, digamos, normal. Ele é filho de Wenwu (Tony Leung), o líder e criador da poderosa organização Dez Anéis. O jovem acha que está vivendo escondido do pai, mas acaba sendo encontrado e se vê obrigado a voltar para sua terra natal para resolver problemas de família. 


O filme está disponível na plataforma Disney + e chega com uma grande marca: é o primeiro longa do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) que tem como protagonista um super-herói asiático. E tão icônico quanto o “Pantera Negra” (2018), que teve um ator negro no papel principal. Shang-Chi consegue explorar o mundo das artes marciais e a cultura oriental, dos tempos antigos aos dias atuais, sem cair nos clichês.  


Shang-Chi e sua amiga Katy (Awkwafina, de "Oito Mulheres e Um Segredo" - 2018) trabalham juntos e levam uma vida, aparentemente, normal. Até que os soldados da organização Dez Anéis chegam para buscá-lo. Logo, Katy percebe que tem muita coisa que não sabe sobre o amigo. 

O filme então volta no passado para contar como foi a vida de Shang-Chi: como os pais se conheceram, sua infância, adolescência, todo o treinamento que recebeu, até o dia em que fugiu para os Estados Unidos.  


Toda a história é muito bem apresentada. Dá para entender porque Wenwu é tão poderoso e como o filho aprendeu as artes marciais. A mãe também é apresentada, e isso tem grande importância na trama. 

As imagens são muito bonitas, os efeitos especiais estão ótimos e os figurinos são muito bem acertados, desde as cenas que remetem há séculos atrás quando as dos dias atuais. Há, inclusive, várias referências a filmes de Bruce Lee, Jack Chan e Jet Li em lutas muito bem coreografadas.  


O experiente Tony Leung, que brilhou em “O Grande Mestre” (2014), é um dos destaques do filme, com atuação consistente. Simu Liu e Awkwafina têm ótimo entrosamento e garantem boas risadas nas cenas de humor, sem exagerar nas piadas. São simpáticos e bem carismáticos e, com certeza, terão lugar em outras produções da Marvel. 

Michelle Yeoh, do belíssimo “O Tigre e Dragão” (2005) e do ótimo “Memórias de uma Gueixa” (2005) também está no elenco e entrega uma boa interpretação, como sempre. O trabalho dela também pode ser conferido em "Podres de Rico" (2018) e "Mate ou Morra" (2021).


"Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" tem ligação direta com outros filmes do UCM, e isso é mostrado e explicado ao longo da trama. Benedict Wong, de “Doutor Estranho” (2016), participa novamente como Wong, o que mostra que estão no mesmo universo dos demais heróis e que em breve poderão se reencontrar. 

Outra boa surpresa é a atriz Meng'er Zhang, que interpreta Xialing, irmã de Shang-Chi, que entrega ótima interpretação. Tem ainda Ben Kinsley como o “Mandarim”, mesmo papel que fez em “Homem de Ferro 3” (2013).


Consegue ser um filme de ação, com doses de drama e humor, sem ser raso ou cansativo. Ele se encaixa bem no universo da Marvel. Os personagens são bem desenvolvidos e a trama é bem construída. As motivações do vilão não são infantis, do tipo “quero dominar o mundo”, como se vê muitas vezes em filmes de super-heróis. É tudo muito bem feito. 

O desfecho pode não agradar a todos. Mais especificamente as batalhas finais. Mesmo assim, é uma boa obra que deve agradar a muitos fãs.  


Ficha técnica
Direção e roteiro: Destin Daniel Cretton
Produção: Marvel Studios
Exibição: Plataforma Disney+
Gêneros: ação / fantasia / aventura
País: Estados Unidos
Duração: 2h14
Classificação: 14 anos

18 novembro 2021

"Ghostbusters: Mais Além" é saudosismo com muita emoção

Com a famosa mochila de prótons e muitos equipamento do passado, Phoebe e Podcast se tornam verdadeiros caçadores de fantasmas (Fotos: Sony Pictures/Divulgação) 


Maristela Bretas

 
Emocionante, trazendo ótimas lembranças do primeiro e único "Os Caça-Fantasmas", o diretor Jason Reitman brinda os fãs com "Ghostbusters: Mais Além", a melhor sequência da franquia, que estreia nesta quinta-feira. O filme vai mexer com o coração dos mais saudosistas, relembrando o primeiro longa - um clássico da cultura pop, dirigido pelo pai do diretor, Ivan Reitman, em 1984 e que é produtor deste lançamento, juntamente com Dan Aykroyd (um dos antigos caça-fantasmas).


Além de diretor, Jason é o roteirista, juntamente com Gil Kenan. São muitos easter eggs e voltas ao passado para matar a saudade e justificar a aposta no quarto longa dos "Caça-Fantasmas", especialmente depois da versão de 2016, que teve uma bilheteria aquém do esperado. E a família Reitman acertou de novo.

"Ghostbusters: Mais Além" tem muita ação, ótimos efeitos visuais e um elenco conhecido que se mostrou bem entrosado para contar a história de uma nova invasão de fantasmas, desta vez fora de Nova York. Destaque para os jovens Mckenna Grace ("Capitã Marvel" - 2019 e "Maligno" - 2021), como Phoebe, e o estreante Logan Kim, como Podcast, parceiro de aventuras e caçadas. O irmão mais velho de Phoebe, Trevor, é interpretado por Finn Wolfhard ("It - A Coisa" - 2017), em plena adolescência, sem mais a cara de menino da primeira temporada de "Stranger Things".


Na turma dos adultos, Paul Rudd ("Homem-Formiga" - 2015) é o professor Gooberson, que terá papel decisivo na vida dos irmãos e no retorno dos fantasmas. Sem perder o jeito cômico e simpático, ele faz par romântico e assustador com Carrie Coon ("As Viúvas" - 2018), como Callie, mãe de Phoebe e Trevor.

Como era de se esperar, a trilha sonora é um dos destaques, com a canção original "Ghostbusters", na voz de Ray Parker Jr.. A música foi indicada na época ao Oscar e ganhou diversos prêmios, inclusive um Grammy e um Bafta.


O roteiro não foge muito do esperado, mas Jason Reitman soube aproveitar bem os talentos que dispunha e transformou tudo num filme de família para a família. No longa, Callie é uma mãe solteira, com problemas com a bebida e contas atrasadas, que não se dava bem com o pai. Despejada, ela se muda com os dois filhos para uma pequena cidade do interior para tomar posse da fazenda deixada por ele como herança.


Muito inteligente, mas tímida e retraída, Phoebe só possui uma amigo na escola - Podcast e os dois se unem ao professor Gooberson para investigarem estranhos abalos sísmicos que estão ocorrendo na cidade. E acabam descobrindo que o passado da jovem está diretamente ligado aos caça-fantasmas originais e ao legado secreto deixado pelo avô.

 "Caça-Fantasmas" de 1984

Recomendo a quem não viu, assistir o primeiro filme para entender melhor as inserções de objetos, placas, personagens, veículos e armas que vão surgindo ao longo do roteiro. E como elas se encaixam e completam essa história, que ainda atrai um público fiel. Um velho conhecido dos fãs, bem gosmento tem presença garantida, numa versão um pouquinho mais rabugenta, mas engraçada.

Jason Reitman guardou para a segunda metade do filme as grandes surpresas, com direito a uma batalha épica, com muitos raios de prótons, monstros e uma ajudinha extra, no melhor estilo Caça-Fantasmas. Não se envergonhe se escorrerem algumas lágrimas.


Ficha técnica:
Direção: Jason Reitman
Produção: Sony Pictures Entertainment
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h04
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Aventura / Ação / Comédia
Nota: 4,5 (de 0 a 5)

23 maio 2021

"Godzilla vs. Kong" - Batalha de titãs com ótimos efeitos especiais, mas roteiro fraco

Longa dirigido por Adam Wingard oferece grandes batalhas, no mar e em terra (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Um dos blockbusters mais esperados do ano, "Godzilla vs. Kong" entrega ótimas batalhas entre os dois gigantescos monstros, esbanjando em efeitos gráficos, nas cores e na destruição de cidades, como já era esperado. Mas deixou a desejar em roteiro e atuações, ao contrário dos outros três filmes de cada titã que anunciam para este encontro - "Kong - A Ilha da Caveira" (2017) e "Godzilla II: Rei dos Monstros" (2109), que repete parte do elenco nesta versão. E, claro, "Godzilla" (2014), que reforça os dramas pessoais e deixa a grande estrela como coadjuvante.

Este é o quarto filme do Monstroverso da Legendary Entertainment, o 36º filme da franquia Godzilla e o 12º filme da franquia King Kong. Se não fossem os três gigantes (sim são três, mas só assistindo o longa para entender), "Godzilla vs. Kong" não passaria de um filme de monstros gigantes no estilo japonês dos anos de 1970. Como seriados de TV antigos - "Ultraman" e "Ultraseven"-, por exemplo. 


A produção sobrevive graças aos milhões gastos com esses efeitos nos momentos de lutas e ataques grandiosos que acontecem desde o início do filme. São eles que não deixam a história ficar sonolenta. O elenco não tão caro, mas formado por nomes famosos - Millie Bobby Brown, Alexander Skarsgärd, Rebecca Hill e Kyle Chandler - flutua no cenário, como simples coadjuvantes, deixando bem claro quem são as verdadeiras estrelas. 


Brian Tyree Henry faz um papel chato, que chega a ser bobo em algumas cenas. Ele é um técnico em engenharia que vive tentando provar que seu patrão está envolvido em um grande complô mundial. A simpatia do filme fica para Kaylee Hottle, interpretando Jia, a menina que se tornou amiga de Kong e se comunica com ele por sinais. A escolha de uma chinesa foi mais um dos acertos dos produtores, de olho na bilheteira do maior mercado deste gênero.


"Godzilla vs. Kong" divide opiniões e torcidas desde que foi lançado no início de maio. Confesso que sempre simpatizei mais com o gorilão e acho "King Kong: A Ilha da Caveira" melhor que esta nova versão, que mostra o personagem mais triste, desejando voltar para seu lar original. 

Retirado do local onde reinava, ele agora vive dentro de uma área cercada, é estudado por cientistas e convive com humanos, tendo a pequena Jia como sua amiga. Até que Godzilla retorna à superfície e passa a atacar pessoas e cidades, sem motivos aparentes. Kong é usado por seus "protetores" para enfrentar o inimigo poderoso. Por trás dos panos, um empresário da tecnologia tenta encontrar a origem da força do raio de Godzilla.


Nesta versão, Kong apanha muito, mostra suas fraquezas e tem de usar sua força descomunal e o raciocínio para vencer o famoso lagarto gigante, e ainda enfrentar um terceiro inimigo mais forte que ele e Godzilla juntos.

Se o espectador não assistiu aos filmes anteriores terá dificuldade em entender como os titãs surgiram. O longa começa sem explicar nada da origem dos monstros e termina deixando novas interrogações - como começou a rivalidade entre eles se ambos vieram do mesmo lugar? Quem construiu o reino da Terra Oca? Outros monstros podem atacar a superfície?


Ou seja, caso haja um novo crossover do Monstroverso, o roteiro precisa ser mais bem trabalhado, explicar estas dúvidas para se justificar e conectar com as produções anteriores. E apostar forte tanto nos personagens gigantescos quanto no elenco. Inclusive no vilão, que nessa versão é muito fraco e dá a impressão de que só estava lá porque não havia outro para ficar no lugar. 

O elenco em segundo plano dá lugar às locações em paisagens paradisíacas de tirar o fôlego, em sua maioria, no Havaí. Foram usadas as florestas das selvas da ilha de Oahu para criar a reserva ecológica protegida da Ilha da Caveira, onde Kong e Jia residem com pesquisadores da Monarch. 

Praia de Honopu, em Oahu, uma das locações no Havaí (Divulgação)

O Centro de Convenções do Havaí ofereceu alternativas para criar uma ampla variedade de sets tanto para a Monarch quanto para a Apex, empresa do vilão Walter Simmons (papel de Demian Bichir). Houve ainda filmagens em locações como Lanai Lookout, os Palcos Kapolei, o Parque Estadual Sand Island, além de vários endereços na capital de Honolulu e em toda a ilha, além de gravações em Queensland, na Austrália.


Além dos efeitos gráficos e de luz e da fotografia, outro ponto positivo é a trilha sonora, com a música de abertura de Tom Holkenborg causando o impacto no público que o filme precisava e merecia. Cada monstro recebeu uma trilha própria, todas ótimas, mesmo com acordes bem parecidos. 

Achei, no entanto, que ficou deslocada a música de encerramento, que tenta mudar tudo o que foi mostrado nos 110 minutos anteriores. Ela tenta remeter a uma proposta de amizade e preservação ambiental, que só é apresentada nos minutos finais.

Como entretenimento, "Godzilla vs. Kong" vale a pena pelos excelentes efeitos e cumpre sua proposta, fazendo jus à famosa frase do cinema "Luz, câmera, ação". Pena ter deixado o roteiro em segundo plano.


Ficha técnica:
Direção: Adam Wingard
Exibição: Nos cinemas e em junho no HBO Max Brasil para assinantes
Produção: Legendary Pictures / Warner Bros
Distribuição: Warner Bros. Pictures.
Duração: 1h54
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Ação / Aventura / Ficção
Nota: 3,5 (de 0 a 5)