26 agosto 2019

O melhor amigo de toda criança está de volta mais violento e sanguinário em "Brinquedo Assassino"

Filme é remake da história do assustador boneco Chucky
(Fotos: Capelight Pictures)

Maristela Bretas 


Ele voltou! Mais violento, espalhando sangue até nas criancinhas, sem dó nem piedade. Tudo para ter um melhor amigo só dele. Chucky, o boneco mais sombrio do cinema retorna no remake "Brinquedo Assassino" ("Child's Play"), em cartaz nos cinemas,
agora dirigido pelo norueguês Lars Klevberg, em seu segundo longa (o primeiro foi "Morte Instantânea", ainda sem data de estreia no Brasil). Apesar de trazer cenas "esmagadoras" literalmente, o novo boneco tem uma cara estilizada e muito menos assustadora que a de seus antecessores. Impossível esquecer a face do mal do boneco original de 1988 - fofinho quando é entregue a Jack e tenebroso quando parte para o ataque.

Chucky, de 1988 (Reprodução: United Artists)

Chucky recebeu continuações anos depois - "Brinquedo Assassino 2 e 3" (1990 e 1991, respectivamente) - e até ganhou uma parceira em "A Noiva de Chucky" (1998), e até outras versões de quinta categoria. Com direções diferentes, as histórias dos três primeiros filmes são continuações, enquanto a nova versão que está em cartaz nos cinemas começa do zero, com uma história diferente. A origem do boneco é outra, o nome do menino é outro, os motivos de ele ter aceitado o brinquedo são outros. Enfim, o mesmo vilão com nova roupagem. Mais ou menos - o macacão jeans e a camiseta listrada ainda são os mesmos.


O Chucky 2019 é tecnológico, adaptado ao novo mundo onde tudo está interligado, inclusive os brinquedos dos filhos, que podem ser controlados por meio de um smartphone. Assim como utensílios da casa como a vassoura elétrica, a televisão, as luzes ou o aparelho de som, todos produzidos pela Kaslan Corporation, uma empresa que trabalha com tecnologia inteligente. O que ninguém imaginava era que Chucky iria assumir o controle de tudo, dentro e fora de casa, e também querer mandar na vida de Andy (interpretado por Gabriel Bateman), a ponto de afastar aqueles que pudessem representar uma "ameaça" a sua amizade com o garoto.


Um a um, o assassino que poucos podiam acreditar se tratar de um boneco, vai deixando um rastro de sangue e terror. Com 90 minutos de duração, "Brinquedo Assassino" vai mostrando como o grau de crueldade de Chucky piora a cada ataque, fruto da violência que aprendeu vendo filmes e programas de TV. Ninguém acredita em Andy quando ele conta que as mortes que estão acontecendo no bairro foram causadas pelo boneco.


O garoto Gabriel Bateman (de "Annabelle") está muito bem em seu papel, Mas o destaque está na voz do boneco, emprestada por ninguém menos que Mark Hamill (o Luke Skywalker da saga "Star Wars"). Tirando a cara pouco convincente, é a voz de Hamill quem dá o tom de terror que Chucky precisa para assustar a plateia. Brian Tyree Henry ("Se a Rua Beale Falasse") também entrega boa interpretação como o detetive Mike Norris que investiga as mortes na vizinhança, assim como Aubrey Plaza, que faz a mãe de Andy.


Na história, Andy e sua mãe se mudam para uma nova cidade em busca de um recomeço. Preocupada com o desinteresse do filho em fazer novos amigos, Karen (Aubrey Plaza) decide dar a ele de presente de aniversário o boneco tecnológico Buddi que, além de ser o companheiro ideal para crianças e propor diversas atividades lúdicas, ele executa funções da casa por comando de voz. Os problemas começam a surgir quando o boneco, batizado por Andy como Chucky, se torna extremamente possessivo em relação a Andy e está disposto a fazer qualquer coisa para afastar o garoto das pessoas que o amam.


"Brinquedo Assassino" também tem cenas de suspense (algumas bem esperadas), mas o que sustenta o filme são os ataques insanos a facadas do boneco (sua especialidade), dando uma variada ou outra entre um enforcamento, um cortador de grama e outras modalidades de assassinatos. Portanto, se pretende assistir ao longa, vá preparado para ter estômago forte em algumas cenas, o que deverá atrair um público mais jovem, possivelmente que nem assistiu aos primeiros filmes.


E para quem não viu, recomendo uma sessão em casa do primeiro e do segundo filmes "Brinquedo Assassino". Não espere deste a mesma história do original, mas vai sabendo que a produção é de Seth Grahame-Smith e David Katzenberg, dupla responsável pelo remake do terror "It: A Coisa", o que já tem boa chance de agradar. No final do filme, o diretor ainda deixa a entender que poderá haver uma continuação. Quem vai ditar as regras será a bilheteria, claro. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos. Confira a nova versão de Chuck e deixe seu comentário no blog.

Ficha técnica:
Direção: Lars Klevberg
Produção: Orion Pictures / Metro-Goldwin-Mayer (MGM)
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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