09 novembro 2017

Comédia "Gosto se Discute", com Kéfera, estreia nos cinemas de BH

A história se desenrola entre um preparo e outro de pratos da alta gastronomia (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Em sua segunda investida no cinema (a primeira foi "É Fada", de 2016), a atriz, vlogueira, apresentadora e escritora Kéfera Buchmann volta às telas com mais uma comédia, desta vez ao lado do veterano ator de novelas Cássio Gabus Mendes. A famosa vlogueira veio a Belo Horizonte na última terça-feira para o lançamento em sessão especial do filme "Gosto se Discute", que conta a história de uma auditora, Cristina Falcão (papel de Kéfera), enviada por um banco para salvar da falência o restaurante do chef Augusto (Cássio Gabus Mendes). Mas a presença dela desagrada tanto ao empresário quanto a seus funcionários.


A produção gastronômica é um deleite para os olhos, apresentando pratos maravilhosos e requintados, dignos de um restaurante de luxo que não abre mão da classe, da qualidade e do sabor. E são de dar água na boca, exceto para em clientes xucros que insistem em estragar a comida acrescentando uma porção de batata frita (que eu adoro mas não combina) e litros de ketchup.


Entre um jantar e outro, o restaurante vai perdendo sua freguesia para a comida rápida vendida no food truck estacionado em frente. O clima vai ficando pesado, com muitas brigas e cortes para equilibrar o orçamento. Cristina passa a cobrar de Augusto mais criatividade e cardápio novo para não fechar as portas. Para piorar as coisas, o estresse leva o chef a perder o paladar. Em compensação, à medida que passam mais tempo juntos, o envolvimento entre ele e Cristina vai crescendo.


Com roteiro e direção de André Pellenz. "Gosto se Discute" é uma comédia sem um público definido, mas recebeu classificação para 12 anos, o que torna a cena de sexo na bancada da cozinha dispensável, apesar de não ficar atrás de muitas que são oferecidas diariamente nas telenovelas. O elenco conta ainda com as participações de Paulo Miklos, Gabriel Godoy e Zéu Britto.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: André Pellenz
Produção: Damasco Filmes
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h20
Gênero: Comédia 
País: Brasil
Classificação: 12 anos

Tags: #gostosediscute, @KeferaBuchmann, @CassioGabusMendes, @AndrePellenz #comedianacional, #gastronomia, @ImagemFilmes, @cinemas.cineart, @EspaçoZ, @CinemanoEscurinho

08 novembro 2017

"Gabriel e a Montanha" - História contada com afeto

Filme de Fellipe Barbosa foi premiado como Revelação na Semana da Crítica do Festival de Cannes deste ano (Fotos: João Pedro Zappa e Caroline Abras/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


O economista carioca Gabriel Buchmann foi encontrado morto em 2009, aos 28 anos, na África, depois de se perder na descida do Monte Mulange, no Malawi, local cercado de misticismo. Antes, ele tinha estado em outros lugares como o Quênia, a Tanzânia e Zâmbia, sempre em estreito contato com a população local, recusando-se a ser um turista típico como os demais. Era afetuoso e comilão e não hesitava em trocar os hotéis pelo desconforto das camas e mesas dos casebres dos amigos que fazia durante a viagem.

Apesar de ser um autêntico "mzungu" - homem branco no dialeto do Quênia - passou a se vestir com roupas coloridas e a calçar sandálias feitas de pneus. Seus últimos 70 dias de vida são contados pelo seu amigo, o cineasta Fellipe Barbosa, na produção franco-brasileira "Gabriel e a Montanha", premiado como Revelação na Semana da Crítica do Festival de Cannes deste ano.

Quem assiste ao filme pode sair do cinema repleto de dúvidas: que homem é esse e o que pretendia da vida? Trata-se de um típico jovem da classe média alta, egoísta arrogante e teimoso? Ou apenas um aventureiro irresponsável que não se negava a enfrentar desafios por mais impossíveis que eles parecessem? 
E mais: o que ele fazia naquele lugar inóspito e exótico, no meio da miséria? Estava simplesmente brincando de pobre antes de se encastelar num escritório luxuoso da Califórnia? Tinha, realmente, preocupações sociais? Ou ainda: por que se embrenhou pela África para pesquisar "políticas públicas em um país em desenvolvimento" se poderia ter feito isso no Brasil, onde se formou em Economia?

Mas, talvez resida aí, na dúvida, o encanto e a mágica do filme. O jovem Gabriel - de forma natural e convincente interpretado por João Pedro Zappa (que fez o personagem Serginho, filho do delegado torturador na série "Os dias eram assim", da TV Globo) - é limitado e contraditório como todo ser humano. É preciso destacar a presença certeira de Caroline Abras no papel de Cris, a namorada brasileira que passa uns tempos com ele na África. Os conflitos que surgem entre os dois podem ser reveladores da personalidade do protagonista.

O que o longa ressalta, o que fica claro, é o carinho e a honestidade com que ele foi feito, intercalando a ficção com depoimentos de gente que conviveu com Gabriel nos seus últimos dois meses de vida - amigos, guias, caminhoneiros... Importante dizer que essas pessoas atuam fazendo o papel delas mesmas, ora dialogando com o ator, ora contando suas experiências com o economista. Esse jeito híbrido de fazer cinema comove e confere ao trabalho uma aura de dignidade, respeito e integridade. E enche a história de afeto. Classificação: 12 anos


Tags: #GabrieleaMontanha, @FellipeBarbosa, @JoaoPedroZappa, @CarolineAbras, #GabrielBuchmann, #drama, #aventura, #Históriacontadacomafeto, #PaguPictures, @CinemanoEscurinho

06 novembro 2017

Belo em fotografia e locações, mas faltou química ao par romântico de "Depois Daquela Montanha"


 Produção tem grande elenco formado por Idris Elba, Kate Winslet e Beau Bridges (Fotos: Fox Film/ Divulgação)


Maristela Bretas


Uma fotografia belíssima, locações bem escolhidas entre geleiras e uma dupla de atores premiada e com público garantido. "Depois Daquela Montanha" ("The Mountain Between Us") seria um dos grandes romances do ano. A história é interessante e as cenas de ação bem feitas, principalmente a do acidente aéreo, com a câmera alternando a posição de visualização da frente para a traseira do avião e vice-versa. Kate Winslet e Idris Elba fazem ótima interpretação de seus personagens, como era esperado, mas a química entre os dois não funcionou, "não tem pegada", é morna, sem calor, quase dois estranhos do início ao fim. 

Se fossem papéis isolados, sem formarem o par romântico vivendo uma situação de risco, com certeza a produção daria muito mais certo. A história é boa, vale ir ao cinema só pela presença dos dois atores, que ainda contam com o apoio de Beau Bridges e Dermot Mulroney no elenco.  Mas o diretor não conseguiu extrair bem o lado emotivo do enredo. Quando estão juntos, a emoção não convence, menos ainda ao romântico.

Num aeroporto, a fotógrafa Alex (Kate Winslet) fica conhecendo o neurocirurgião Ben (Idris Elba) e ambos precisam chegar a seus destinos - ela vai se casar e ele está voltando de um congresso médico -, mas todos os voos estão cancelados devido a uma forte tempestade. A dupla aluga um pequeno avião, pilotado por Walter (Beau Bridges), que sofre uma parada cardíaca e acaba derrubando a aeronave numa região montanhosa deserta, coberta de neve. Feridos, Alex e Ben terão de se unir para sobreviverem e escaparem do local e seus perigos. Ao mesmo tempo começam a se interessar um pelo outro. 

Além dos três atores, destaque para um participante muito simpático e essencial à história, o cachorro (sem nome definido), da raça Labrador (tipicamente americano). Pode neve, tempestade, avião, e ele se mantém lá, sobrevivendo, firme, forte e protetor. 

Fora a questão amorosa, "Depois Daquela Montanha" oferece um visual invejável, de montanhas cobertas de neve, uma imensidão branca que chega a dar medo. Mas ao mesmo tempo atrai, principalmente nas cenas em que Idris Elba está no alto de um dos rochedos procurando ajuda. A trilha sonora também atende bem. Não foi dos melhores filmes de Idris Elba e Kate Winslet, esperava mais, mas não decepciona de todo.



Ficha técnica:
Direção:  Hany Abu-Assad
Produção: Fox 2000 Pictures / Chernin Entertainment
Distribuição:  Fox Film do Brasil
Duração: 1h47
Gêneros: Drama / Ação / Romance 
País: EUA
Classificação: 12 anos 
Nota: 3 (0 a 5) 

Tags: #DepoisDaquelaMontanha, @KateWinslet, @IdrisElba, @BeauBridges, #ação, #romance, #drama, @20thCenturyFox, #FoxFilmdoBrasi, @EspaçoZ, @cinemas.cineart, @CinemanoEscurinho

03 novembro 2017

"A Noiva" é um terror russo fraco que errou do início ao fim

Produção seria baseada em fatos reais de um ritual praticado no século XIX (Fotos: Splendid Film GmbH/Divulgação)

Maristela Bretas


Fraco, sem enredo, atores de atuação questionável, pobre de imagens (uma delas é usada três vezes e não representa nada em nenhuma delas). Enfim, o filme de terror russo "A Noiva" ("Nevesta") é esquecível e marca um início muito ruim do diretor e roteirista Svyatoslav Podgayevskiy. Isso sem falar na dublagem de um filme russo para o inglês com legendas em português, um desencontro total. Pior que telenovela venezuelana.


Se o trabalho do chefe não foi bom, mesmo tendo bom material para explorar, uma vez que foi baseado em fatos reais ocorridos na Rússia, imagine o do elenco, que deixou muito a desejar em interpretação, principalmente o casal principal - Vyacheslav Chepurchenko (que faz o noivo Ivan) e Victoria Agalakova, no papel de Nastya, a noiva escolhida.



Que sofrência ficar no cinema até o final. O que era para ser um terror, se tornou um martírio de lentidão, com pouco suspense e história sem sentido. Nem mesmo o ambiente sombrio ajudou nos sustos, que não acontecem. Só aumentou o sono. Num ano em que o gênero terror apresentou ótimas produções como "It - A Coisa" e "Annabelle 2", colocar nas telas um longa como "A Noiva" é uma estratégia decepcionante. Há até uma expectativa de que o final possa trazer surpresas, mas nada acontece.


Com história confusa, sem impacto e sem ritmo, o filme trata de um ritual macabro praticado no século XIX. Na época acreditava-se que fazendo a fotografia da pessoa morta, a alma seria preservada. E que bastaria usar o corpo de uma virgem num ritual macabro para que a falecida voltasse. Foi pensando nisso que o fotógrafo de mortos resolveu seguir os costumes para tentar reviver sua falecida esposa.

Mas no lugar da morta veio uma entidade que passou a perseguir por várias gerações a família do tal fotógrafo. Na última, já nos dias atuais, um dos herdeiros se recusa a ceder a noiva para hospedar a tal entidade do mal, o que desagrada à família que teme ser punida por não entregar uma vítima para o sacrifício (isso me lembra "King Kong" e "A Múmia"). E só, é essa água morna até o final dos 93 minutos de duração.



Como gosto não se discute, o diretor com certeza ficou feliz por "A Noiva" ter atingido um ótimo público na Rússia. E ainda poderá ganhar uma versão americana sob a direção dos irmãos Chad e Carey Hayes, os mesmos dos dois filmes de "Invocação do Mal". Tomara que este remake seja bem melhor que o original e contar a história como deve. Ou pelo menos oferecer bons efeitos visuais para compensar.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Svyatoslav Podgayevskiy
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h33
Gênero: Terror
País: Rússia
Classificação: 16 anos
Nota: 1,5 (0 a 5)

Tags: #ANoiva, #terrorrusso #terror, @EspaçoZ, @cinemas.cineart, @CinemanoEscurinho

29 outubro 2017

No divertido "Thor: Ragnarok" ação, piadas e um simpático Hulk falante

Nova produção da Marvel Studio é uma das melhores com um dos integrantes dos Vingadores (Fotos: Marvel Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


Ele está mais lindo, poderoso e acima de tudo, engraçado. Com longos cabelos loiros ou usando um corte rente à cabeça, o "deus do Trovão" está de volta em seu terceiro filme - "Thor: Ragnarok", muito melhor que seu antecessor e um dos melhores dos personagens da Marvel. A novidade em relação é o tom divertido e descompromissado dado pelo diretor Taika Waititi. As piadas e comentários engraçados partem de vários personagens, principalmente de Thor (Chris Hemsworth), às vezes em excesso, mas nada que comprometa o enredo.

E para "Thor: Ragnarok" ficar ainda melhor, o poderoso filho de Odin se une a um velho amigo de batalhas, o grandalhão Hulk (novamente interpretado pelo ótimo Mark Ruffalo), que vem com uma ótima novidade: além dos grunhidos conhecidos de seus filmes, o gigante verde prova que sabe falar e até fazer piadas. Claro, continua esmagando e batendo muito, principalmente em Thor, alvo de maioria de suas zoações. Hulk também se mostra quase infantil em algumas situações, com direito a ficar emburrado quando alguém chama sua atenção.

Destaque também para o mentiroso e trapaceiro Loki, papel de Tom Hiddleston, melhor do que nunca. Sempre aprontando e esbanjando charme e ironia, ele completa o trio cômico da produção. E os três estão muito bem e dão uma cara diferente aos super-heróis. A história também explora a relação de desconfiança e "puxadas de tapete" entre os dois irmãos. Loki não perde a característica de personagem de duas caras mas vai precisar se unir a Thor para salvar Asgard. Também o belo filho de Odin terá de deixar a arrogância e descer do pedestal para "apanhar que nem gente grande" e amadurecer, para alegria do irmão adotivo.

Cate Blanchett esbanja sensualidade e poder como a vilã Hela, deusa da Morte, com mudanças de aparências e entradas triunfais, até mesmo nas lutas contra Thor, Loki e os guerreiros de Asgard. Ao mesmo tempo, ela expõe o lado negro de Odin, que usou da violência e crueldade para dominar os reinos e se tornar o grande rei.

Além dos dois vingadores, o grande elenco de "Thor: Ragnarok" conta com nomes famosos e de peso que entregam ótimas interpretações: Idris Elba, volta como Heimdall, o guardião do portal; Jeff Goldblum é o Grão-Mestre, dominador do planeta Sakar; Anthony Hopkins, como Odin; Tessa Thompson, se destaca como a guerreira Valkyrie, e Karl Urban, como o guerreiro asgardiano Skurge.

Doutor Estranho, de Benedict Cumberbatch, faz uma aparição rápida que funciona como uma conexão entre os heróis da Marvel para a esperada estreia de "Vingadores - Guerra Infinita", prevista para 24 de abril de 2018. Stan Lee dá o seu melhor recado aterrorizando Thor e até mesmo o diretor Taika Waititi brincou bem de ator interpretando Korg, o simpático gladiador de pedra.

Preso do outro lado do universo, Thor fica sabendo que o fim de Asgard está próximo e precisa voltar para salvar seu mundo do apocalipse (Ragnarok). Mas terá de enfrentar o pior de seus inimigos, Hela, a Deusa da Morte, que quer dominar o planeta, nem que para isso precise destruir todo o povo. No entanto, Thor é jogado num planeta distante e terá de enfrentar o Grão-Mestre e o maior e mais temível de seus gladiadores. O deus do Trovão vai precisar descobrir novos poderes e contar com a ajuda de velhos e novos amigos, como Hulk, Haimdall e Valkyrie, e do irmão nada confiável Loki para vencer a batalha contra Hela e salvar seu povo.

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Apesar de bem divertido, o que pode parecer estranho para alguns seguidores dos heróis Marvel, não foge do estilo. Tem muita ação, porrada, explosões, batalhas campais, raios de sobra - o Deus dos Trovões gasta bem suas energias -, uma vilã convincente e cruel que luta demais e não tem dó de matar quem se opõe às suas ordens, e um Hulk que continua bruto e destruidor, mas muito mais simpático graças aos excelentes recursos de computação gráfica.

Os efeitos visuais estão ótimos, muita cor, especialmente em Sakar e Asgard, e nas batalhas campais e na arena dos gladiadores. O espectador deve ficar atento às cenas pós-créditos: a primeira é importante e vem logo no início deles - tem a ver com o próximo filme dos Vingadores. A segunda é uma piada boba, dispensável, não compensa ficar no cinema até o final da ficha técnica. "Thor: Ragnarok" vale a pena conferir, diversão garantida.



Ficha técnica:
Direção: Taika Waititi
Produção: Marvel Studios / Walt Disney Studios
Distribuição: Disney / Buena Vista
Duração: 2h11
Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia / Ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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23 outubro 2017

"Tempestade: Planeta em Fúria" é um "puxadinho" de filmes-catástrofe

Produção com cenas absurdas de desastres climáticos e Gerard Butler como mocinho conquista liderança em estreia nas bilheterias brasileiras (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Muitas foram as formas encontradas pelos produtores e diretores para destruir a Terra e o espectador ainda verá outras centenas no cinema, pois a criatividade ainda é grande. Mas este não é o caso de "Tempestade: Planeta em Fúria" ("Geostorm"), primeiro longa dirigido, roteirizado e produzido por Dean Devlin, responsável pela produção de “Independence Day: O Ressurgimento” (2016). Devlin usa e abusa nos efeitos visuais nas cenas de desastres climáticos, o que era esperado para o gênero. 

Mas quando se trata de enredo, este é bem fraco. Nada de novo, pelo contrário, pega um pouquinho de outros antigos sucessos, como "2012" (2009) e "O Dia Depois de Amanhã" (2004) e amplia na destruição sem passar nenhuma mensagem clara. Se o objetivo era só mostrar o estrago que a natureza pode fazer, o diretor foi até além: mostra o Rio de Janeiro assolado por uma onda gelada, o Afeganistão vira uma calota polar, derruba um avião no centro de uma cidade, inicia inúmeros furacões na Ásia. Tudo em enormes proporções.


E esse exagero climático, apresentado no trailer de divulgação, funcionou bem com o público e já no primeiro final de semana de estreia levou o filme à liderança nos cinemas brasileiros. "Tempestade: Planeta em Fúria" foi assistido por quase 290 mil pessoas, com arrecadação de mais de R$ 5,3 milhões em bilheteria. Atingiu seu propósito, mas não quer dizer que seja uma ótima produção. Poderia ter um enredo melhor elaborado. 

Há ainda tem um ponto duvidoso: a escolha de Gerard Butler como protagonista: há momentos em que ele parece incorporar o personagem Milo Boyd, de "Caçador de Recompensas" (2010), e em outros, o agente da CIA Mike Banning, de "Invasão à Casa Branca" (2013) e "Invasão a Londres" (2016). Não combina muito, mas atrai público.

Andy Garcia (o vesguinho mais charmoso de Hollywood) é o presidente dos Estados Unidos, assessorado por Ed Harris, que sempre deixa a dúvida se está na pele de mocinho ou vilão. O elenco conta ainda com Jim Sturgess, Abbie Cornish, Alexandra Maria Lara, Eugenio Derbez e Daniel Wu.


Na história, um acordo entre líderes mundiais cria uma rede complexa de satélites que controla o clima no planeta, após uma série de desastres naturais. Porém, o sistema começa a apresentar falhas, atacando diversas cidades pelo mundo (incluindo o Rio de Janeiro), o que faz os pesquisadores iniciarem uma corrida contra o tempo, antes que o defeito provoque uma devastação total, que eles chamam de Geostorm. 


Para resolver o problema é convocado o criador do programa, o cientista Jake Lawson (Gerard Butler), um cara sarcástico, separado da mulher, que tenta viver bem com a filha adolescente, mas não se dá bem com o irmão Max (Jim Sturgess), funcionário do alto escalão do governo. No espaço, Jake vai ter como aliada a astronauta alemã Ute Fassbinder (Alexandra Lara) que comanda a Estação Internacional, que controla toda a rede.

Na Terra, Max vai precisar provar que os ataques são propositais e só poderá contar com o apoio do amigo e cientista Cheng Long (Daniel Wu) e da namorada e agente do serviço secreto Sarah Wilson (Abbie Cornish) para convencer o presidente Andrew Palma (Andy Garcia) e o secretário de Estado Leonard Dekkom (Ed Harris) sobre o perigo.

Entre explosões, carros voando, aviões e pássaros congelados caindo do céu, calotas polares derretendo, tsunamis gigantescos inundando e destruindo cidades inteiras, "Tempestade: Planeta em Fúria" é para quem gosta muito do gênero filme-catástrofe. Não espere uma boa história, apenas muitas cenas de desastres ambientais, do início ao fim, em proporções tão exageradas que algumas chegam a ser engraçadas.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Dean Devlin
Produção: Skydance
Distribuição: Warner Bros. Pictures Brasil
Duração: 1h49
Gêneros: Ação / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #TempestadePlanetaemFuria, #Geostorm, @GerardButler, @JimSturgess, @EdHarris, @AndyGarcia, @AbbieCornish, #ficção, #ação, @Skydance, @WarnerBrosPictures, @EspaçoZ, @cinemas.cineart, @CinemanoEscurinho

18 outubro 2017

"Uma Razão Para Recomeçar", filme para chorar (e esquecer)

Produção segue o estilo de romance-tragédia do escritor Nicholas Sparks (Fotos: Cineart Filmes/ Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Benjamin Morton - Ben - e Ava Kennedy se conhecem desde pequenos. Na verdade, namoram desde criança, quando foram vizinhos, por volta dos seis, sete anos de idade. São brancos, bonitos e fazem parte de uma típica classe média americana que tem acesso à universidade e ao mercado de trabalho - ele, por exemplo, trabalha no bem-sucedido escritório de arquitetura do pai enquanto ela estuda. Ambos têm amigos tão charmosos quanto eles e, claro, alguns são engraçadinhos e piadistas.

Durante um bom tempo de "Uma Razão Para Recomeçar", o único conflito do namoro de Ben e Ava, interpretados por Jonathan Patrick Moore e Erin Bethea é a falta de tempo dele para se dedicar à relação, o que gera pequenos conflitos, sempre resolvidos rapidamente com conversas, muitas declarações de amor e beijos. Tudo corre maravilhosamente bem na vida deles, como é esperado. Tão maravilhosamente bem que o espectador começa a desconfiar: alegria, amor e equilíbrio não são ingredientes suficientes e nem sustentam um bom filme. O longa só fica aquecido quando, a partir da festejada gravidez de Ava, descobre-se que ela está doente.

Difícil acreditar que o filme tenha sido dirigido pelo mesmo Drew Waters que foi responsável por um dos trabalhos mais duros e realistas da atualidade, a elogiada série "Breaking Bad", exatamente sobre o fascínio e o poder do mal. No longa atual, o que fica é a sensação de que roteiro e direção foram propositadamente elaborados para fazer chorar, para pegar o espectador pelo sentimentalismo e não pela emoção verdadeira. São raras as histórias que efetivamente emocionam o público sem apelar para a música de fundo, a quase pieguice.

Não seria correto dizer que "Uma razão para recomeçar" é um filme ruim. Nada disso. Mas, embora apele para a velha - e verdadeira - premissa de que ninguém está no comando da vida e que tudo pode mudar em questão de segundos, há outras formas - quem sabe mais poéticas e sutis - para se contar uma história de amor.

Como a maioria dos longas americanos do gênero, não faltam as tiradas e piadinhas de sempre que parecem querer dar leveza à dor que está por vir, o que soa um pouco raso, falso, mesmo que a lição final seja edificante. Ou seja: as pessoas chegam facilmente às lágrimas enquanto estão assistindo ao filme, mas se esquecem dele quando saem do cinema e mudam de assunto assim que tomam a primeira cerveja.



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17 outubro 2017

"A Morte Te Dá Parabéns" é terror leve no estilo "déjà vu"

Jessica Rothe convence nos momentos em que é atacada pelo assassino mascarado (Fotos: Patti Perret/Universal Pictures)

Maristela Bretas


Os próprios atores citam a semelhança com a comédia "clássica" Feitiço do Tempo (1993), com Bill Murray e Andy MacDowell. Mas para os dias de hoje, "A Morte Te Dá Parabéns" ("Happy Death Day") está mais para o drama "Antes que Eu Vá" (2017), em que uma jovem vive repetidamente o fatídico dia de sua trágica morte, enquanto tenta descobrir o que precisa consertar na sua vida cada vez que acorda.

Para dar uma animada no filme, o diretor Christopher Landon transformou o que seria mais um romance de adolescentes em um terror leve, que não chega a ser "Premonição" nem "Pânico", mas que apresenta um novo personagem do mal. O  assassino em questão usa roupa preta e uma máscara horrorosa de gordinho tarado, carrega uma faca gigantesca e mata dia após dia a jovem Tree, vivida por Jessica Rothe, que foi coadjuvante em "La La Land". Ela é uma estudante arrogante que trata mal os rapazes, as colegas de fraternidade e não dá atenção ao pai, mesmo no dia do aniversário dela.

Até que é morta pela primeira vez, exatamente nesta data, pelo mascarado bochechudo. Ao acordar, ela descobre que está revivendo o dia anterior, numa sensação de "déjà vu" de sua morte. E ela terá de reviver esse momento, dia após dia, com pequenas variações de armas e locais. Só assim conseguirá descobrir quem é seu assassino e o porquê de ele querer tanto matá-la. Nesse meio tempo, vai conhecer Carter (Israel Broussard), o nerd que vai tentar ajudá-la a desvendar o mistério cada vez que ela despertar e lhe contar a história novamente.

Jessica Rothe está bem no papel, convence nos momentos de suspense e dá credibilidade a seu personagem. Israel Broussard faz o tipo de rapaz de filmes de adolescentes que nunca pegou uma garota e se sai bem. Se o espectador prestar atenção em alguns detalhes, poderá descobrir o assassino bem antes do final. Mesmo com Tree tendo deixado um rastro de inimigos em sua vida escolar, do tipo entra na fila pra me matar.

Apesar de terror, "A Morte Te Dá Parabéns" vale como diversão, é bem conduzido, diálogos simples, alguns sustos e poucas risadas. Diferente de algumas produções da Blumhouse, que se especializou em filmes do gênero, do tipo "Corra!" (2017), "Fragmentado" (2017), "12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição" (2016), "A Visita" (2015) ou "O Presente" (2015). Nada de muito novo, exceto a máscara do gordinho assassino, que deve disputar com a de "Pânico" e a  do palhaço "Pennywise", de "It - A Coisa" (2017) a preferência dos amantes do terror.



Ficha técnica:
Direção: Christopher Landon
Produção: Blumhouse Productions
Distribuição: Universal Pictures Brasil
Duração: 1h36
Gêneros: Terror / Suspense
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #AMorteTeDaParabens, #dejavu, @JessicaRothe, #terror, #suspense, #reviverapropriamorte, @UniversalPicturesBrasil, @BlumhouseProductions, @cinemas.cineart, @EspaçoZ, @CinemanoEscurinho

13 outubro 2017

Fotografia, figurinos e atuações são os destaques do emocionante "Entre Irmãs"

Marjorie Estiano e Nanda Costa formam uma dupla bem entrosada e conquista o público como as irmãs separadas pelo destino (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Uma é Emília, a outra Luzia. Duas irmãs inseparáveis vivendo com a tia, exímia costureira que lhes ensina o ofício. Duas personalidades com desejos diferentes - uma quer ganhar o mundo, se mudar para a capital; a outra, deficiente física desde a infância, deseja apenas manter a pequena família unida. Mesmo com seus caminhos separados, as jovens permanecem ligadas pelo amor de uma pela outra. Esta é a bela história de "Entre Irmãs", filme dirigido por Breno Silveira, o mesmo de "Dois Filhos de Francisco", que volta a investir na relação de família, e na ambientação regional de um Brasil que poucos conhecem.

Desta vez, os locais escolhidos foram o sertão pernambucano, com sua seca e pobreza, e Recife, com sua sociedade rica e preconceituosa. O diretor entrega ao público outro ótimo trabalho na escolha das locações e das protagonistas, além da fotografia impecável. Erra no entanto no enredo detalhista demais, o que deixou a produção longa e desnecessária - 2h40. Talvez porque ela deva ser adaptada para minissérie de TV, como aconteceu com outro trabalho de Breno Silveira - "Gonzaga - De Pai Pra Filho", de 2011, que contou também com as atuações de Nanda Costa e Cyria Coentro.

No longa, Nanda Costa interpreta Luzia, irmã de Emília, papel de Marjorie Estiano. As duas estão excelentes e mostram maturidade e grande sensibilidade que cativa e comove o público. Cyria Coentro, que faz a tia Sofia, merece também destaque, compondo o trio da primeira parte do filme. A chegada de Carcará (vivido por Júlio Machado, de "Joaquim" - 2017) vai mudar a vida das três mulheres para sempre, ao levar Luzia com ele. Baseado no livro "O Cangaceiro e a Costureira", de Frances de Pontes Peebles, "Entre Irmãs" transforma essa união numa versão romanceada da dupla de cangaceiros mais famosa do Nordeste - Lampião e Maria Bonita.

A história está bem distribuída entre a vida das duas irmãs, seus dramas e a relação com as pessoas que as cercam. Com a separação de Luzia, Emília também vai atrás de seu tão desejado sonho de morar na capital, onde irá descobrir que nem sempre o príncipe encantado é tudo aquilo que esperava. A partir da segunda parte do filme, outros bons atores são incorporados à trama, como a bela Letícia Colin, interpretando Lindalva, a amiga confidente de Emília, Rômulo Estrela, como Degas, Claudio Jaborandy e Rita Assemany, pais de Degas, Ângelo Antonio, como Dr. Eronildes, e Fábio Lago, o cangaceiro Orelha, do bando de Carcará.

Passado na década de 1930, o filme faz uma bela reconstituição de época, com figurinos impecáveis. A abordagem de alguns temas são bem atuais, especialmente o preconceito contra a mulher, o maior problema enfrentado por Emília e Luzia. Também a homossexualidade escondida ou vista como uma doença que ser tratada em clínica psiquiátrica bate com a discussão que hoje toma conta do país com a absurda "cura gay". Ou a tragédia na infância, que joga uma criança no mundo do crime e quando adulto age com crueldade contra seus inimigos, mas defende os injustiçados. Algo semelhante ao que acontece com alguns criminosos que controlam comunidades carentes.

"Entre Irmãs" é um belo filme, merece ser visto, apreciado e discutido. Breno Silveira acertou em quase todos os detalhes, errou apenas na duração, o que não compromete a qualidade desta produção nacional. Apesar de ser ambientado no século passado, é bem atual e contra com excelentes interpretações, principalmente de Marjorie Estiano e Nanda Costa, as irmãs costureiras, marcadas pela pobreza do sertão, que ganham o mundo e precisam impor suas personalidades, uma como dama da hipócrita sociedade da capital, e a outra como a mulher que não se dobra ao machismo do cangaço.



Ficha técnica:
Direção: Breno Silveira
Produção: H2O Films / Globo Filmes / Conspiração Filmes
Distribuição: Sony Pictures Brasil
Duração: 2h40
Gêneros: Drama / Nacional
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #EntreIrmas, @BrenoSilveira, @NandaCosta, @MarjorieEstiano, @CyriaCoentro, @JulioMachado, #drama, #nacional, @H2OFilms, @GloboFilmes,  @SonyPicturesBrasil, @cinemas.cineart, @EspaçoZ, @CinemanoEscurinho

12 outubro 2017

"As Aventuras do Capitão Cueca", um bom programa para ser feito em família

Jorge e Haroldo aprontam todas na escola e criam histórias em quadrinhos do super-herói de cuecas (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


E o cinema ganhou uma versão das famosas aventuras do super-herói que usa a cueca por cima da roupa. Não, não é o Super-Homem nem o Batman, este é muito mais divertido e vai fazer a meninada dar boas gargalhadas. Está em cartaz nas salas de BH a animação da DreamWorks, "As Aventuras do Capitão Cueca" ("Captain Underpants: The First Epic Movie"), ideal para uma sessão em família, com os pequenos a partir de cinco anos - a classificação é seis anos, mas um ano a menos não vai ser problema, Valem as aprontações dos dois personagens principais - Jorge e Haroldo e o super-herói trapalhão.

Os dois meninos, amigos desde sempre, são muito criativos e não aceitam o regime rígido da escola onde estudam, para desespero do rabugento diretor Krupp, que tenta pegar a dupla inseparável de todas as formas e aplicar-lhes um pesado castigo. Enquanto ele não consegue, Jorge e Haroldo se tornam os ídolos dos outros alunos cada vez que criam uma "pegadinha" nova contra o diretor e os professores. Nas horas vagas, os dois se reúnem na casa da árvore e se dedicam a escrever histórias em quadrinhos com as aventuras do Capitão Cueca, um super-herói muito atrapalhado, cheio de vontade de fazer boas ações e que veste um cuecão branco e uma capa vermelha.

Ameaçados por Krupp de serem separados de sala, Jorge e Haroldo descobrem o poder hipnotizador de um anel e usam contra ele para que obedeça a suas ordens e se transforme no Capitão Cueca. Mas a mudança não dá muito certa e o trio agora terá de enfrentar um vilão muito doido. Baseado na série mundial de livros e best-seller escritos por Dav Pilkey, "As Aventuras do Capitão Cueca" é para rir e curtir com os filhos as aprontações e aventuras dos personagens. É até um incentivo para que comecem a gostar de ler livros e quadrinhos. Boa opção para o feriado prolongado.



Ficha técnica:
Direção: David Soren
Produção: DreamWorks Animation / Scholastic Productions
Distribuição: Fox Fim do Brasil
Duração: 1h29
Gêneros: Animação / Aventura / Comédia /Infantil
País: EUA
Classificação: 6 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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10 outubro 2017

Confiram o arrasador trailer de "Star Wars: Os Últimos Jedi"



Divulgado na noite de segunda-feira (9), o primeiro trailer completo do "Episódio VIII - Star Wars: Os Últimos Jedi", com fortes revelações. A estreia do filme no Brasil está marcada para o dia 14 de dezembro, nos formatos 3D e Imax.

A saga da família Skywalker continua quando os heróis de O Despertar da Força se unem a lendas da galáxia em uma aventura épica que desvenda antigos mistérios da Força e revelações surpreendentes do passado.

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