19 janeiro 2021

"Bridgerton" - Uma comédia com ares de folhetim novelesco que explora descendências e jogos de interesse

Trama tem como ponto de partida o casal Daphne e Duque de Hasting, que tenta disfarçar uma atração latente entre eles (Fotos: Liam Daniel/Netflix)
 

Silvana Monteiro


"Bridgerton" chegou na Netflix no Natal de 2020 e, deste então permanece entre as séries mais vistas da plataforma. De acordo com estatísticas divulgadas pela própria empresa, o título deve atingir 63 milhões de visualizações até o final do mês, tornando-se o quarto maior lançamento de série original da Netflix de todos os tempos. Alcançou o primeiro lugar no Top 10 da plataforma em 76 países, desde sua estreia e hoje ocupa a quarta posição no ranking da plataforma.


Criada por Chris Van Dusen, baseado na série de livros de mesmo nome escrita por Julia Quinn, a série é produzida pela roteirista, cineasta e produtora de TV Shonda Rhimes, responsável também por outros sucessos como as séries "Grey’s Anatomy" (2005 até hoje), "Private Practice" (2007-2013), "Scandal" (2012-2018) e "How to Get Away With Murder" (2014-2020).


‌Com ares de folhetim novelesco, o enredo tende a agradar a várias idades. A trama se desenvolve a partir da história de Daphne (Phoebe Dynevor) filha mais velha da família Bridgerton que é incentivada pela mãe e pela maioria dos irmãos, especialmente Anthony (Jonathan Bailey), a conquistar um casamento com algum jovem rico e poderoso. 
 
Ao conhecer o Duque Simon de Hasting (Rége-Jean Page), um solteiro convicto, os planos mudam. Ambos decidem fazer um jogo pra enganar a alta sociedade e a família. Esse jogo vai render muitas confusões e, surpreendentemente, paixão e desejo.


A partir daí, a trama revela o trauma familiar que pesa a vida do Duque e, paralelamente, vai intrigando o telespectador com a atração entre ele e a jovem Daphne. Mais que isso, a curiosidade pelos escândalos e fofocas envolvendo a sociedade londrina do século XIX é alimentada pela narração de uma personagem misteriosa. Gravidez indesejada, relacionamentos extraconjugais, separações e possíveis casais.
 

O ponto alto da trama é o desenrolar de histórias a partir da visão de Lady Whistledown (voz de Julie Andrews). Ela é uma espécie de colunista de fofoca que, além de publicar acontecimentos, acaba por manipular e pressionar decisões na moralista sociedade local. Mas quem é ela? Tanto os personagens quanto o público vão ser instigados por essa dúvida.


Aspectos importantes relacionados à diversidade chamam a atenção em "Bridgerton". Os personagens negros são representados fora da senzala e dos papéis de serviçais, o que não é muito comum em produções que retratam a nobreza.

‌Na produção de Shonda Rhimes, eles ocupam cargos importantes na sociedade e até a rainha é negra. Além disso, por mais pressionadas e sob imposição de uma sociedade machista, as mulheres da série, sobretudo as mais jovens, são representadas a partir de suas inquietações e insatisfação com a sociedade da época.


Embora Daphne seja a protagonista da série, a excelente interpretação, mais do nunca a exploração do corpo negro, viril e sensual do Duque de Hasting acabou por torná-lo a estrela da serie. Cenas dos personagens em momentos íntimos e sensuais acabaram se espalhando pelas redes e levando homens e mulheres a buscarem pela obra.

A própria Netflix vem explorando esses aspectos em publicações nas redes sociais. ‌Destaque também para a linda fotografia e as bem escolhidas locações, além da harmoniosa trilha sonora. E, se der, encante-se pelo Duque e pela Duquesa de Hasting. A segunda temporada da série já foi confirmada, mas deverá estrear somente no final deste ano ou início de 2022.


Ficha técnica:
Direção:
Chris Van Dusen / Shonda Rhimes
Exibição: Netflix
Duração: média de 60 minutos por episódio (1ª Temporada - 8 episódios)
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Drama / Romance / Série de TV

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