Mostrando postagens com marcador #JamesMcAvoy. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #JamesMcAvoy. Mostrar todas as postagens

05 setembro 2019

"It: Capítulo Dois": Pennywise retorna para se vingar do Clube dos Otários

Produção baseada na obra de Stephen King encerra a história explorando principalmente as fraquezas e superações dos personagens (Fotos: Brooke Palmer/Warner Bros Pictures)

Carolina Cassese


Após o sucesso de “It: A Coisa” (longa inspirado na obra de Stephen King), que em 2017 se tornou a maior bilheteria de um filme de terror da história, o argentino Andy Muschietti está de volta na direção de “It: Capítulo Dois” ("It Chapter Two") Dessa vez, ele apostou na abordagem de temas mais densos, como homofobia, relacionamentos abusivos e traumas de infância. “Agora o tom é menos juvenil. Vejo o primeiro filme mais ingênuo, mais leve. Afinal, é contado pelos olhos de crianças”, disse em entrevista publicada no jornal Folha de São Paulo. Nesta sequência, como no filme anterior e em outras obras do autor, o terror é usado como pano de fundo para explorar o lado emocional dos personagens.


Passaram-se 27 anos desde que o “Clube dos Otários”, formado pelos então adolescentes Bill, Ritchie, Beverly, Ben, Mike, Eddie e Stanley, derrotou Pennywise (Bill Skarsgård), um espírito demoníaco que pode assumir muitas formas - inclusive a de um palhaço assustador. Mike, que ainda vive na pequena cidade de Derry, é o único que de fato lembra tudo o que aconteceu. Ele resolve convocar os outros membros do grupo para um encontro quando se dá conta de que Pennywise provavelmente está à solta novamente, caçando crianças e pessoas vulneráveis. Ao se reunirem, os integrantes do clube percebem que a situação é muito mais grave do que eles imaginavam.


A primeira cena, provavelmente a mais assustadora do longa, já consegue passar essa mensagem: logo após saírem de um parque de diversões, um casal de homossexuais é agredido a socos e pontapés por alguns bullies de Derry. Pennywise (com Bill Skarsgård novamente no papel) até aparece no fim da sequência, mas fica em segundo plano: o preconceito do ser humano consegue ser mais assustador do que as horrendas criaturas sobrenaturais criadas pelo palhaço do mal.


Ao longo do filme, acompanhamos as batalhas internas de cada membro do Clube dos Otários. O arco mais emocionante é o de Bev (Jessica Chanstain), que se encontra em um relacionamento violento e ainda precisa lidar com os traumas causados por seu pai abusivo. Os outros personagens principais, interpretados por James McAvoy (Bill), Bill Hader (Ritchie), James Ransone (Eddie), Jay Ryan (Ben), Isaiah Mustafa (Mike) e Andy Bean (Stanley) também são construídos com complexidade e cuidado. 

O elenco se sai muito bem (destaque para Bill Hader e Bill Skarsgård, novamente), ao passo que a produção consegue equilibrar os momentos de tensão com alívios cômicos (algumas piadas soam repetitivas, mas a maioria funciona). Assista no making off abaixo o que Stephen King e os atores falam sobre o filme.


Há transições entre a vida adulta e a adolescência dos personagens. O espectador, então, mergulha na infância do Clube dos Otários a partir de flashbacks. Muitas cenas foram gravadas para o primeiro filme e inicialmente descartadas. O diálogo entre os dois tempos funciona bem, reforçando a conexão do público com os personagens. A duração do filme (quase 3 horas), no entanto, torna a experiência do espectador mais cansativa - e não parece muito necessária.


De certa forma é possível entender esse roteiro longo demais e exagerado, uma vez que as duas produções - "It - A Coisa" e "It - Capítulo Dois") são partes de uma mesma obra, de quase 1.200 páginas, escrita em 1986 por Stephen King. Intencional ou não, o livro, assim como os dois filmes, foi lançado em setembro e completa 33 anos desde sua publicação.


Não é à toa que boa parte da crítica chamou o longa de “um presente para os fãs de Stephen King”: há incontáveis referências à obra do autor (ele mesmo faz uma pontinha no filme). Muito mais do que um simples terror, “It: Capítulo Dois” é sobre amizade, autoconhecimento e superação - e fica difícil não se envolver com as bonitas histórias de cada um dos membros do Clube.


Ficha técnica:
Direção: Andy Muschietti
Produção: New Line Cinema / Lin Pictures / Vertigo Entertainment
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h50
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #IT2, #StephenKing, #JamesMcAvoy, #JessicaChanstain, #terror, #BillHader, #BillSkarsgard, #EspaçoZ, WarnerBrosPictures, #NewLineCinema, ##cineart_cinemas, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

06 junho 2019

"X-Men: Fênix Negra" tem ótimos efeitos especiais, mas roteiro é fraco e confuso

A mais poderosa do grupo de super-heróis mutantes agora está sem controle e ameaça todos a sua volta (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


Dificilmente o expectador poderá falar que "X-Men: Fênix Negra" é um filme sem ação e com efeitos visuais fracos. Ele é exatamente o contrário, do início ao fim, o filme é uma explosão de cores, raios e batalhas. Até mesmo quando a personagem principal - Jean Grey (interpretada novamente pela bela Sophie Turner, de "Game og Thrones") está questionando sua vida e seus poderes, muito superiores aos de todos os demais X-Men, inclusive o Professor Xavier. 



Mas quando peca feio na transformação de alguns heróis, como Mística e Fera, e no roteiro. Se nos filmes anteriores, o resultado da mudança da aparência humana para mutante era um show visual, neste a maquiagem parece coisa de amador, desmerecendo tudo o que foi feito para estes personagens que sempre se destacaram por serem muito diferentes.


Já a história dos X-Men e a trajetória de Jean Grey (interpretada novamente pela bela Sophie Turner), para ser mais bem compreendida, exige daqueles que não são fãs de carteirinha dos super-heróis, uma passada pelos filmes anteriores: "X-Men: Primeira Classe" (2011), "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" (2014) e "X-Men: Apocalipse" (2016). A produção tem buracos que confundem mais que explicam e deixa várias lacunas. 

Se nestes filmes o Professor Xavier (James McAvoy), Magneto/Erik (Michael Fassbender) e Wolverine/Logan (papel inesquecível de Hugh Jackman) foram as grandes estrelas, agora a mutante mais poderosa do grupo tem sua história contada desde criança até se tornar a Fênix Negra. Sophie Turner está muito bem no papel, contando com os ótimos efeitos visuais usados nas batalhas na Terra e no espaço e nos ataques de fúria da mutante. Já em "Apocalipse" ela havia dado uma demonstração do que poderia fazer se despertasse sua raiva.



No novo filme, Jean se transforma numa força descontrolada após adquirir poderes quando uma missão de resgate no espaço, Jean é quase morta quando é atingida por uma misteriosa força cósmica. Ao retornar para casa, essa força não só a torna infinitamente mais poderosa, mas muito mais instável. Lutando com essa entidade dentro dela, Jean desencadeia seus poderes de uma maneira que não pode compreender nem controlar e transforma todos em inimigos, inclusive sua família mutante. 



Para piorar, Fênix Negra, como agora é chamada, passa a sofrer influência da alienígena Vuk (Jessica Chastain, limitada e desperdiçada no papel de uma vilã bem fraquinha) que quer destruir o planeta. Os mutantes precisarão se unir para impedir o ataque.

Este é o 11º e penúltimo filme da saga, que deverá ser encerrada em 2020 com "Os Novos Mutantes" (se não criarem nenhum novo spin-off depois). Mas mesmo com toda a campanha de divulgação para o lançamento, dificilmente "X-Men: Fênix Negra" alcançará o sucesso de "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" e do espetacular "Logan" (2017) - mais informações sobre o último filme de Hugh Jackman como Wolverine você pode consultar no blog parceiro Coisas de Mineira. No elenco temos o retorno também de Jennifer Lawrence (Mística/Raven), Nicholas Hoult (Fera/Hank McCoy), Tye Sheridan (Ciclope/Scott Summers),  Evan Peters (Mercúrio), Kodi Smit-McPhee (Kurt Wagner/Noturno) e Alexandra Shipp (Ororo Munroe/Tempestade - que entrou no lugar de Halle Berry em "X-Men: Apocalipse").


"X-Men: Fênix Negra" deixa uma sensação de que a história foi mal contada e não fechou o ciclo direito, de forma emocionante e inesquecível, como era esperado, diferente do que aconteceu com a franquia "Os Vingadores" em "Ultimato". Se isso tivesse ocorrido, as chances de sucesso seriam bem maiores. O diretor e um dos produtores, Simon Kinberg, se preocupou muito com a ação e os efeitos especiais, mas deixou de lado a emoção e a empatia com o público. Isso pode ser percebido até mesmo na atuação de alguns deles. O filme é bom, vale pela parte visual das batalhas e pela trilha sonora de Hans Zimmer, mas ficou a dever como despedida de muitos de seus personagens principais.


Ficha técnica:
Direção: Simon Kinberg
Produção: 20th Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h54
Gêneros: Ação / Aventura / Ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #XMenFenixNegra, #JeanGrey, #xmenfilmes, @FoxFilmdoBrasil, #JamesMcAvoy, #MichaelFassbender, #JenniferLawrence, #ProfessorXavier, #Magneto, #Mística, #FenixNegra, #EspacoZ, #cinemaescurinho