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26 junho 2025

"F1 - O Filme" é velocidade, adrenalina e realismo que aceleram o coração

Produção é quase como assistir uma corrida real, porém com mais emoção e tensão em disputas eletrizantes (Fotos; Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


Os motores já estão roncando à espera o sinal verde para a grande largada de "F1: O Filme" nos cinemas nesta quinta-feira. O público (e não só os fãs de Fórmula 1) pode separar seu lugar no cockpit da sala IMAX do Cineart Boulevard e nas salas 3D. O longa, produzido com este sistema de resolução, entrega tudo o que os amantes da velocidade e do cinema de ação poderiam desejar. 

Ele merece ser visto com a melhor qualidade de som e imagem disponíveis. Desde o preparo dos carros com o ronco dos motores, passando pelas grandiosas pistas dos icônicos circuitos mundiais, até os acidentes cronometrados com precisão assustadora. 


O diretor Joseph Kosinski (o mesmo de "Top Gun: Maverick" - 2022) não teve dó em destruir carros contra guard rails e encenar espetaculares capotamentos, reproduzindo com fidelidade impressionante o que realmente acontece nas corridas. Até mesmo os "toques propositais" para tirar adversários da competição são retratados com destaque. 

Todo esse realismo contou com a consultoria do heptacampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton, que também atua como produtor executivo do filme e faz participações especiais interpretando a si mesmo.


A trama conta com duas estrelas do cinema: Brad Pitt, que também é um dos produtores executivos, e Javier Bardem. A dupla dá show de interpretação e charme, aquecendo até mesmo os motores dos fãs mais exigente. 

Pitt é o piloto veterano Sonny Hayes, que após abandonar a Fórmula 1 e se tornou um nômade que não obedece a regras e participa de competições aleatórias das mais diversas categorias, movido unicamente pelo prazer da velocidade.


Ele é convencido a retornar às pistas de F1 para apoiar um velho amigo de equipe, Ruben Cervantes, papel de Bardem, que agora é um empresário e proprietário da fictícia escuderia ApexGP. 

No entanto, Ruben enfrenta sérios problemas financeiros, já que seus carros não conseguem se classificar, colocando em risco o futuro da empresa. Ele pede que Sonny ajude a equipe a garantir a classificação nas últimas provas do campeonato, uma missão quase impossível, como diria Tom Cruise. 


A tarefa é ainda mais desafiadora porque seu companheiro de equipe é Joshua Pearce (Damson Idris em ótima atuação), um piloto-revelação arrogante, que só se preocupa com o marketing pessoal e o glamour que a categoria proporciona.

A função de Sonny, além de unir a equipe e torná-la vitoriosa, é transformar Joshua em um piloto ousado e campeão. Mas os dois não se dão bem e, a partir deste ponto, começa uma dura disputa entre a experiência e falta de regras do veterano piloto e a imprudência e prepotência do novato, ameaçando ainda mais a estabilidade física e financeira da escuderia. 


Além de Lewis Hamilton, "F1: O Filme" conta com a participação de alguns dos novos campeões e pilotos, interpretando a si mesmos, como Max Vestappen, Charles Leclerc, Carlos Sainz Jr., Lando Norris, Pierre Gasly, Kevin Magnussen, entre outros. 

A equipe de produção realizou as gravações com eles e suas escuderias durante os finais de semana nas pistas de Grandes Prêmios reais no ano passado, em circuitos como Silverstone (Inglaterra), Monza (Itália), Las Vegas (EUA), Spa-Francorchamps (Bélgica), entre outros. Até mesmo o nosso maior ídolo, Ayrton Senna é lembrado em diálogos e cenas.


No elenco estão também Kerry Condon, Callie Cooke, Sarah Niles, Tobias Menzies, Kim Bodnia, Abdul Salls, Samson Kayo, entre outros. A ótima trilha sonora composta pelo premiado Hans Zimmer é outro destaque, incluindo sucessos como "We Will Rock You", do Queen, e "Highway To Hell", do AC/DC, que aceleram o sangue nas veias do espectador.

O público que busca ação não terá do que reclamar. O diretor não economiza em cenas de acidentes, alta velocidade e ótimos efeitos visuais de tirar o fôlego. 

A adrenalina toma conta das 2h35 de duração do longa, que passam voando, e ainda oferece uma pequena amostra dos bastidores desta categoria esportiva que atrai milhares de fãs pelo mundo.


"F 1" é um filme autêntico, quase como assistir uma corrida real, porém com mais emoção e tensão elevadas por disputas eletrizantes e dramáticas. 

Uma produção de peso, com um custo superior a US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,50 bilhão) de orçamento, que tem tudo para agradar não só os amantes deste esporte, mas o público em geral. Pode ser considerado como um dos maiores lançamentos deste ano.


Ficha técnica:
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Ehren Kruger
Produção: Plan B Entertainment, Apple Original Films, Monolith Pictures, Jerry Bruckheimer e Dawn Apollo Films
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h35
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: corrida, ação

23 maio 2023

“A Pequena Sereia” traz para o live-action o encanto e a magia dos desenhos

A jovem cantora e atriz Halle Bailey interpreta Ariel, com carisma e simpatia, além da belíssima voz
(Fotos: Disney Studios)
 

Maristela Bretas


Pura magia, cor e encanto. Esse é o tão esperado live-action “A Pequena Sereia” (“The Little Mermaid”), que estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas, reunindo jovens e experientes atores nos principais papéis. 

Além de ótimos efeitos visuais, bem associados à trilha sonora de Alan Menke, que utilizou sucessos do desenho e algumas novidades para dar mais vida à história.


A protagonista Ariel é vivida pela cantora Halle Bailey, cuja belíssima voz é quase a de uma sereia, além do carisma da jovem. Uma escolha bem acertada. A dubladora brasileira é a cantora Laura Castro, do grupo BFF Girls. 

O britânico Jonah Hauer-King interpreta o príncipe Eric, com simpatia e uma química que funciona bem com Bailey. Muito boa também a dublagem nacional do personagem feita por Ítalo Luiz.


A turma de peso conta com o ótimo Javier Bardem, firme e forte no papel do rei Tritão, pai de Ariel. Já Melissa McCarthy é Úrsula, a bruxa do mar que faz uma vilã quase assustadora e divertida, que ganha a voz de Andrezza Massei na dublagem brasileira. 

Apesar de reunir pessoas e personagens de animação, o longa está mais para um romântico musical com muita aventura. A participação humana é maior, com algumas poucas espécies do mar animadas, que não ficaram nem um pouco naturais. 


Mesmo assim, entregam os momentos mais divertidos da história. É o caso da gaivota Sabidão, amigo de Ariel. Totalmente sem noção e muito avoada, cuja voz é da atriz Awkwafina.

Já Sebastian (voz original de Daveed Diggs e de Yuri Chesman, em português) deixou de ser uma lagosta (no desenho) e virou um siri. Ele convence, mas não tem a mesma simpatia, mesmo quando tem ataques de rabugice e passa grandes apertos para vigiar Ariel. A limitação nos movimentos faciais ainda é um problema recorrente nos live-actions da produtora.


O exemplo mais cruel com um personagem foi o peixinho Linguado (na voz de Jacob Tremblay em inglês e do ator-mirim Pedro Bugarelli em português), um dos mais adorados do desenho, que está mais para Minguado. Sem expressão, plastificado, conseguiu ser pior do que os animais do live-action de “Rei Leão” (2019).  

Linguado do desenho e o do live-action (Montagem)

A nova produção acerta em cheio ao entregar um balé de imagens e uma computação gráfica invejável. Como no dueto de Sebastian tentando convencer Ariel a não sumir, ou na serenata no lago para a jovem com o príncipe. Tudo com muito movimento, cor e música em perfeita sincronia, como no desenho. 


As imagens lembram o belíssimo “Fantasia”, longa-metragem lançado pela Disney em 1940 que reúne animação e música clássica. O live-action segue a história do conto de fadas escrito em 1837 por Hans Christian Andersen e reproduzido pela Disney no encantador desenho de 1989.

Ariel é uma bela sereia adolescente com sede de aventura. Desejando descobrir mais sobre o mundo além do mar, ela visita a superfície e se apaixona pelo arrojado príncipe Eric ao salvá-lo de um naufrágio. 


Mas para se aproximar dele no mundo dos humanos, ela faz um pacto com Úrsula: aceita ceder sua voz para que a feiticeira lhe dê pernas. Essa troca, no entanto, tem um preço: Ariel precisa ser beijada pelo príncipe em até três dias para não se tornar escrava da bruxa do mar e ser afastada de todos que ama.


“A Pequena Sereia” traz diversidade no elenco, reunindo várias etnias, como é o caso de Ariel e suas irmãs sereias e a população do reino de Eric, além de um par romântico de conto de fadas. 

Indicado para todas as idades, o longa, mesmo com alguns “defeitos especiais”, merece ser conferido no cinema, se possível em Imax, para aproveitar melhor as belas imagens. 


Ficha técnica
Direção:
Rob Marshall
Produção e distribuição: Walt Disney Pictures
Duração: 2h15
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: romance, aventura, família

01 abril 2021

Plataformas digitais apresentam, pela primeira vez, títulos da coleção "Cores de Almodóvar"

Pacote reúne dez filmes remasterizados do aclamado diretor espanhol (Fotos: Divulgação)

Da Redação


A partir desta quinta-feira (1º de abril) o público poderá conferir em diversas plataformas digitais a coleção "Cores de Almodóvar". São dez títulos do aclamado diretor espanhol Pedro Almodóvar ainda inéditos para aluguel e compra. A seleção conta com “Má Educação”, “Maus Hábitos”, “De Salto Alto”, “Kika”, “A Lei do Desejo”, “Carne Trêmula”, “Fale com Ela”, “A Flor do meu Segredo”, “O Que Fiz Eu para Merecer Isso?” e “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”. Os filmes estão disponíveis no Now, Vivo Play, iTunes / Apple TV, Google Play e YouTube Filmes individualmente.

Com mais de 30 anos de carreira e dezenas de longas aclamados pelos fãs e pela crítica, o premiado cineasta espanhol dirigiu, em filmes sempre provocadores e muitas vezes polêmicos, estrelas do cinema como Antonio Banderas, Javier Bardem, Carmem Maura, Penélope Cruz e Gael Garcia Bernal. Algumas dessas parcerias podem ser conferidas na coleção lançada pela Synapse Distribution, empresa do Grupo Sofa Digital.

Confira a lista completa:

Maus Hábitos (Foto: Divulgação)

“Maus Hábitos” (1983)
Sinopse: Procurada pela polícia após a morte de seu namorado por overdose, uma cantora de boate se esconde em um convento. Aos poucos, ela percebe que as freiras são mais excêntricas do que imaginava.
Elenco principal: Marisa Paredes, Carmen Maura, Julieta Serrano, Chus Lampreave.

“O Que Fiz Eu para Merecer Isso?” (1984)
Sinopse: Gloria mora com o marido motorista de táxi em um prédio multifamiliar com os filhos e uma sogra folgada. Ela trabalha limpando a casa de outras pessoas enquanto tenta manter sua sanidade tomando anfetaminas.
Elenco principal: Carmen Maura, Verónica Forqué, Chus Lampreave, Luis Hostalot.

“A Lei do Desejo” (1987)
Sinopse: Um diretor de cinema sofre com o fim de um relacionamento e envolve-se com o filho de um importante político. Mas o novo amante revela uma perigosa personalidade controladora e tudo fica mais complicado.
Elenco principal: Antonio Banderas, Carmen Maura, Eusebio Poncela, Miguel Molina e Rossy De Palma.

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (Foto: Divulgação)

“Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” (1988)
Sinopse: Nesta comédia clássica da filmografia de Pedro Almodóvar, uma famosa atriz de televisão é abruptamente largada por seu amante e não descansará até descobrir o verdadeiro motivo desse abandono.
Elenco principal: Carmen Maura, Antonio Banderas, Verónica Forqué, Julieta Serrano, Rossy De Palma e María Barranco.

“De Salto Alto” (1991)
Sinopse: Depois de anos focada na carreira, a famosa cantora Becky del Páramo volta para casa para se reunir com sua filha. Para sua surpresa, a jovem está casada com seu ex-amante. Quando ele aparece morto, o caos se instala.
Elenco principal: Victoria Abril, Marisa Paredes, Miguel Bosé e Javier Bardem.

“Kika” (1993)
Sinopse: Kika é uma maquiadora muito doce e otimista que se envolve com o fotógrafo Ramón. Ele é um cara muito fechado, mas eles se apaixonam. O único problema é que Kika era amante do padrasto de Ramon.
Elenco principal: Verónica Forqué, Rossy de Palma, Peter Coyote, Victoria Abril e Àlex Casanovas.

“A Flor do meu Segredo” (1995)
Sinopse: Cansada de escrever livros sem sentido e prestes a se separar do marido, uma escritora famosa vai trabalhar em um jornal. Lá, ela é convidada a criticar seu próprio romance.
Elenco principal: Marisa Paredes, Juan Echanove, Carme Elias e Rossy de Palma.

Carne Trêmula (Foto: Divulgação)

“Carne Trêmula” (1997)
Sinopse: Victor é um adolescente que acaba na prisão após uma briga na rua. Ao ser solto, ele quer se vingar dos policiais que o trancaram, mas descobre que a garota que ama casou-se com um dos agentes.
Elenco principal: Javier Bardem, Francesca Neri, Penélope Cruz e Liberto Rabal

“Fale com Ela” (2002)
Sinopse: Um enfermeiro se apaixona por uma dançarina que acaba sob seus cuidados após um acidente. No hospital, ele conhece um homem que também está acompanhando a mulher que ama e os dois começam uma estranha amizade.
Elenco principal: Javier Cámara, Darío Grandinetti, Leonor Watling e Rosario Flores.

“Má Educação” (2004)
Sinopse: Um cineasta recebe um roteiro de um amigo de infância, escrito com base na adolescência que passaram juntos. Ele começa a lembrar dos tempos no internato católico e entender os abusos e a repressão sexual que sofreu.
Elenco principal: Gael García Bernal, Fele Martínez, Daniel Giménez Cacho e Lluís Homar.


21 fevereiro 2019

"Todos Já Sabem" é um suspense que entrelaça vidas e expõe segredos de família

Penélope Cruz e Javier Bardem protagonizam este drama espanhol que aborda principalmente a relação familiar (Fotos: Memento Films Distribution)

Maristela Bretas


Muitas são as produções espanholas que dão prazer em assistir. "Todos Já Sabem" ("Todos lo Saben") é um exemplo disso, principalmente por reunir um elenco renomado com nomes como Penélope Cruz, Javier Bardem e Ricardo Darín. O suspense explora as relações entre os membros de uma família e o pequeno vilarejo onde vivem. E como são vistos (e tratados) aqueles que deixaram o local. Quem ficou e quem quer sair também, como encaram a rotina diária e como "aceitam" a volta, mesmo que temporária, daqueles que partiram. 


Velhos rancores, inveja, ganância, ciúme se misturam com saudade, carinho e amor para contar a história de Laura (Penélope Cruz) que retorna à sua cidade natal na Espanha para acompanhar a cerimônia de casamento de sua irmã mais nova, Anna (Inma Cuesta). Por motivos de trabalho, Alejandro (Ricardo Darín), o marido argentino dela, não pode acompanhá-la. 


Na cidade, Laura reencontra o ex-namorado, Paco (Javier Bardem), que não via há muitos anos e que agora está casado com Bea (Bárbara Lennie). Durante a festa de casamento, uma pessoa é sequestrada e toda a família precisa se unir para tentar resolver o caso, enquanto se questionam se o culpado estaria entre eles. Na busca por uma solução, segredos e mentiras são revelados e pode mudar a vida de todos eles.


"Todos Já Sabem" trata-se de um filme sobre gente, mas é a preocupação com detalhes nas imagens de objetos e rostos que dão o maior peso à narrativa. Com diálogos curtos e densos, mas marcantes, o diretor e roteirista Asghar Farhadi aposta num tema comum para mostrar a complexidade das relações familiares. A narração não fica lenta, mas se mostra confusa às vezes por causa das várias histórias inseridas, abordando segredos que dificilmente permanecem guardados e são explorados nas mais diversas situações, especialmente porque todas envolvem dinheiro. 


O destaque na narrativa fica para o casal Cruz/Bardem, com uma atuação mediana de Darín, que ficou à sombra dos dois, mesmo com o diretor dando a cada integrante do elenco o peso que a trama exige. Participam também do filme Eduard Fernández (Fernando, cunhado de Laura), Elvira Mínguez (Mariana, irmã mais velha de Laura e casada com Fernando), Sara Sálamo (Rocio, sobrinha de Laura), Roger Casamajor (Joan, marido de Anna), José Ángel Egido (investigador) e Jaime Lorente (Luis, namoradinho da filha de Laura).

Um drama com pinceladas de romance policial, "Todos Já Sabem" é uma produção que merece ser conferida pela história e pelas belas paisagens. Filmado inteiramente em espanhol, foi rodado na cidade espanhola de Torrelaguna, além de Madri e Guadalajara, exibe também costumes de comunidades locais, especialmente as festas familiares, com muito vinho, comida e canções.



Ficha técnica
Direção e roteiro: Asghar Farhadi
Produção: Memento Films Productions / Morena Films / Lucky Red / France 3 Cinéma / Rai Cinema
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h12
Gêneros: Drama / Suspense
Países: Espanha / França / Itália
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #TodosJáSabem, #PenelopeCruz, #JavierBardem, #RicardoDarín, #drama, #suspense, @ParisFilmes, @cinemanoescurinho

28 agosto 2018

Javier Bardem e Penélope Cruz brilham em "Escobar - A Traição"

Filme é adaptação do livro escrito por Virginia Vallejo, amante do narcotraficante na década de 1980 (Fotos: Califórnia Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


A história de Pablo Escobar já foi contada e recontada inúmeras vezes, nos mais diversos idiomas, cada versão sob um ponto de vista. "Escobar - A Traição" ("Loving, Pablo") é mais uma delas. Adaptado da obra literária "Amando a Pablo, Odiando a Escobar", a escritora e apresentadora de TV Virginia Vallejo narra seu período como amante do narcotraficante colombiano que comandou o Cartel de Medelín nos anos de 1980.

Claro que Virgínia alivia sua imagem, como alguém que sabia de onde vinha toda a fortuna de Escobar, tirou proveito disso, mas seria uma pessoa inocente em meio a toda a violência do mundo do tráfico de drogas. E Penélope Cruz está excelente (e lindíssima) no papel de Virginia Vallejo, a amante cara e elegante, odiada pela esposa e considerada um perigo pelos parceiros do traficante.

Javier Bardem, claro, entrega uma ótima interpretação, como na maioria de seus trabalhos, assumindo de corpo, alma e aparência o personagem Pablo Escobar. Um homem com olhar frio e ameaçador, temido até mesmo por outros líderes do tráfico, mas que tinha na família seu ponto fraco. O ator assimilou as características do famoso traficante: engordou, ganhou um cabelo emplastado e deixou temporariamente de lado a beleza e o charme que fazem tanto sucesso com o público feminino.

No entanto, o roteiro desta produção espanhola, que tem Bardem como um dos produtores, não expande muito na história de Escobar. Uma falha que compromete um pouco o filme e não aproveita mais o talento das duas grandes estrelas. Apesar das mais de duas horas de duração, ele passou superficialmente por alguns pontos importantes, até mesmo no romance entre Pablo e Virgínia. O personagem de Bardem somente aparece mais quando não contracena como o de Cruz.

A traição citada no título ficou mal explicada e as cenas apenas deixam a entender que Virgínia teria entregado Escobar para os agentes federais dos EUA, mas não contam como isso aconteceu. Vou ter de ler o livro para saber, se é que ele conta. Também alguns fatos mais marcantes da trajetória do narcotraficante, especialmente as mortes encomendadas, foram só pincelados.

"Escobar - A Traição" é um filme feito sob a ótica de Vallejo, que apresentou um homem poderoso preocupado com os mais pobres e idolatrado por eles. Se elegeu como deputado prometendo casas e armas, quando na verdade estava apenas evitando ser extraditado para os EUA onde seria julgado por seus crimes. Os jovens carentes que ele dizia ajudar eram transformados em sicários (assassinos do tráfico).

Virginia Vallejo sabia dos crimes, mas segundo a obra, teria se separado do amante somente quando estes começaram a afetar sua carreira e ela passou a temê-lo. Ou seja, era uma apresentadora de TV famosa, se uniu a um chefão do tráfico poderoso, ganhou joias, roupas caras e muito luxo, era respeitada como "segunda dama" e fingia que nada daquilo era com ela. Quando a corda apertou, mudou de lado. E sempre insistiu que amava Pablo, mas odiava Escobar. 

Se o expectador quiser saber mais sobre a vida do narcotraficante mais temido da Colômbia vale conferir outros filmes como "Feito na América" (2017), com Tom Cruise, "Conexão Escobar" (2016), "Escobar: Paraíso Perdido" (2014), além da famosa série da Netflix, "Narcos" (2016/2017), com o ator brasileiro Wagner Moura no papel de Escobar

"Escobar - A Traição" tem também tem boa fotografia e trilha sonora que agrada, belo figurino, em especial o de Penélope Cruz, e a reconstituição de época foi bem feita. Mas o forte mesmo é a dupla principal, que tem no elenco de apoio o ótimo Peter Sarsgaard, como o agente Shepard, do DEA, e o ator espanhol Óscar Jaenada, que faz o papel de Santoro, braço direito do narcotraficante. Trata-se de um filme que vale a pena ser visto, principalmente pela atuação do casal principal.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Fernando León de Aranoa
Produção: Millennium Films / DNP Productions / Pinguin Films
Distribuição: Califórnia Filmes
Duração: 2h03
Gêneros: Drama / Biografia
País: Espanha
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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