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26 outubro 2023

"Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim", um terror que não dá medo nem assusta

Filme é baseado no videogame criado por Scott Cawthon em 2014, que fez sucesso entre adolescentes
(Fotos: Universal Pictures)


Maristela Bretas


Uma pizzaria abandonada, um agenciador de empregos suspeito, bonecos animatrônicos que ganham vida e um desempregado desesperado para conseguir uns trocados. Tem de tudo um pouco em "Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim", menos terror e suspense. O longa, que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros, apesar da expectativa pode decepcionar. Não causa medo nem assusta.


A narrativa, que tinha tudo para ser um sucesso como o sinistro videogame criado por Scott Cawthon em 2014, tem um roteiro fraco, que derruba a trama logo no início, deixando claro quem é o vilão e qual rumo a história irá tomar. 

O enredo está mais preocupado em explorar um drama familiar e perde o foco de assustar o espectador que foi ao cinema em busca de um bom terror, recheado de perseguições num ambiente sombrio. Até mesmo quem nunca teve contato com a famosa série de jogos que conquistou centenas de fãs adolescentes vai perceber claramente os clichês. 


O ponto positivo e de destaque do filme são os bonecos mecânicos, criados pela Creature Shop, de Jim Henson, que seguem o visual do game e deixaram os personagens mais reais.

Freddy (o urso que dá nome ao lugar), Chica (que parece um canário), Cupcake (um doce), Foxy (o lobo caolho) e Bonnie (a coelha) estão muito bons e chegam a ser até fofinhos, apesar de destruídos pelo abandono. Afinal, um dia eles foram a alegria da criançada no local. Mas a trama perde ao tirar o forte do jogo que é a caçada dos bonecos às pessoas que estão dentro da pizzaria. 

Outro ponto favorável é a ambientação escura e decadente da pizzaria, com luzes piscando e objetos inanimados e mobiliário encostados nos cantos. Isso ajudou a dar o aspecto sombrio que o lugar exigia, além da boa trilha sonora adequada.


O filme acompanha Mike Schmidt (papel de Josh Hutcherson, da franquia "Jogos Vorazes"), um rapaz problemático que não consegue parar em emprego nenhum. No desespero para pagar as contas e sustentar a irmã, ele aceita a proposta de Steve Raglan (Matthew Lillard, o Salsicha do filme "Scooby-Doo") para trabalhar por cinco noites como segurança da abandonada Pizzaria Freddy Fazbear. 

Já no primeiro dia, ele percebe que o turno da noite no Freddy's não será tão fácil assim e vai precisar contar com a ajuda da policial Vanessa (Elizabeth Lail, da série "Once Upon a Time") para entender o que acontece na pizzaria. 

Para piorar, sua irmã Abby (Piper Rubio) tem uma forte ligação com os bonecos. Exceto pela veterana Mary Stuart Masterson, como a tia de Mike, o restante do elenco é formado por atores e atrizes desconhecidos.


Mesmo sendo produzido pela Blumhouse, responsável por ótimos longas de terror, como "M3GAN" (2023), "O Telefone Preto" (2022) e "O Homem Invisível" (2020), a adaptação para as telonas de "Five Nights At Freddy’s - O Pesadelo sem Fim" ficou a desejar e perdeu a chance de ser um dos sucessos deste ano.  

Fica a dica: não saia antes da meteórica cena pós-crédito, que reforça a possibilidade de uma sequência, ainda tentando aproveitar o sucesso da franquia do videogame.


Ficha técnica:
Direção: Emma Tammi
Produção: Blumhouse Productions e Vertigo Entertainment
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h50
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: suspense, terror

18 outubro 2023

"Trolls 3 - Juntos Novamente" revela passado de personagens sem deixar a diversão de lado

Terceiro filme da franquia reúne, após 20 anos, a banda ‘N Sync e Justin Timberlake (Fotos: DreamWorks Animation)


Eduardo Jr.


As criaturinhas coloridas de cabelos arrepiados que vivem para cantar, dançar e abraçar estão de volta! O filme “Trolls 3 - Juntos Novamente” ("Trolls Band Together") estreia nesta quinta-feira (19), distribuído pela Universal Pictures. Este é o terceiro longa da franquia, que segue sob a direção do americano Walt Dohrn e tem produção musical executiva de Justin Timberlake. 

A direção pode até ser a mesma, mas a animação dá um passo adiante em relação aos dois anteriores. A amizade entre Poppy e Tronco (dublados no Brasil por Jullie e Hugo Bonemer) evoluiu e os protagonistas agora são namorados. 

Além disso, o filme revela histórias do passado dos trolls, enquanto eles partem para salvar um conterrâneo que foi sequestrado. A sequência também tem como novidade a participação de Larissa Manoela, interpretando a personagem Viva, uma troll muito carismática e alegre. Confira o vídeo de nossos dubladores clicando aqui.


Diferente de "Trolls 1 e 2", este não começa com a tradicional animação stop-motion com bonecos de feltro. As cenas iniciais mostram Tronco sozinho, ouvindo um disco de vinil de uma boy band. Ali começa a se revelar o passado desconhecido do mais pragmático dos trolls. 

Aliás, a banda é só uma das várias homenagens e referências contidas no filme - que, assim como outras animações, dialoga com as crianças e também com os adultos. Ao longo de uma hora e meia, o público encontra um texto moderno, com algumas piadinhas bem colocadas, pautas contemporâneas e, claro, aventura. 


Outro alicerce do filme é a música. Aí se apresenta algo metalinguístico: as personagens principais receberam, na versão norte-americana, as vozes de Anna Kendrick (“Amor Sem Escalas”, 2009) e Justin Timberlake (“O Preço do Amanhã”, 2011). 

Assim como Tronco vai atrás de sua antiga boy band - a BroZone, Justin Timberlake trouxe de volta o grupo que o projetou ao estrelato, o ‘N Sync - que se reuniu após 20 anos para gravar o single inédito “Better Place” (já disponível nas plataformas de áudio), usado no filme. 


"Trolls" é uma franquia que vem se estabelecendo pela qualidade. Não só por levar a assinatura da DreamWorks, mas porque emplaca grandes sucessos. O primeiro filme, do ano de 2016, tinha entre as faixas a música “Can’t Stop the Feeling!”, que ganhou um Grammy e indicação ao Oscar. O segundo longa deu à canção “The Other Side”, parceria de Timberlake com Sza, indicação ao American Music Award. 

Agora, em “Trolls 3 - Juntos Novamente”, além de “Better Place”, a faixa “It Takes Two” (que reuniu Camila Cabello, Anna Kendrick, Justin Timberlake, Eric Andre, Daveed Diggs, e Kid Cudi) chega com credenciais de peso. Mas, se nenhuma das faixas agradar ao público, o medley usado no filme, que juntou 'N Sync com Bee Gees, já vale o ingresso do cinema só pela criatividade. A trilha sonora, produzida pela RCA Records, já está disponível nas principais plataformas musicais. Confira aqui



Alguns podem achar que a história de “Trolls 3” é menos potente que a do segundo filme. No entanto, as cores e texturas são impecáveis. Há momentos em que o traço dos desenhos muda e descansa o olhar do espectador. E os resgates situam quem não assistiu aos anteriores. 

Essa soma de fatores faz o longa figurar nas prateleiras de cima do ranking das animações. Mas cravar se o melhor filme é o segundo ou o terceiro, fica a cargo do espectador. Inclusive, espectadores, vocês podem esperar sentados enquanto subirem as letrinhas, porque tem cena pós-crédito. Fica a dica!  


Ficha técnica:
Direção: Walt Dohrn
Produção: DreamWorks Animation, Universal Studios
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h30
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: animação, aventura, comédia, família

19 julho 2023

Grandioso em tudo, "Oppenheimer" mostra quem foi o pai da bomba atômica

Cillian Murphy entrega excelente interpretação do famoso físico criador da arma usada na 2ª Guerra Mundial
(Fotos: Universal Pictures) 


Maristela Bretas


Christopher Nolan novamente chega aos cinemas trazendo uma obra grandiosa, tanto no uso de recursos visuais quanto na duração. "Oppenheimer", que estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas, é uma "viagem" à mente inquieta e angustiada do gênio chamado de "pai da bomba atômica". O filme conta, em flashbacks, o que ele sofreu por ser brilhante na ciência, mas ingênuo quanto ao ser humano, em especial, aos políticos.
 


Ambientado durante e após a Segunda Guerra Mundial, "Oppenheimer" conta a vida do físico teórico da Universidade da Califórnia que foi convidado a dirigir o Laboratório de Los Alamos, no Novo México, com a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas dos EUA.

O Projeto Manhattan, como batizado, reuniu um grupo formado pelo físico e grandes cientistas de várias nacionalidades que desenvolveram a arma nuclear responsável pela destruição das cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945, e a morte de mais de 250 mil pessoas.


Roteirista e diretor, Nolan entrega seu 12º longa de uma filmografia que inclui obras como o excelente "Dunkirk" (2017), "Interestelar" (2014), "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (2008) e "Tenet" (2020). Ele não poupa no visual e som, explorando todos os recursos do formato Imax. 

São muitas imagens mirabolantes (e põe muitas nisso) das alucinações de Oppenheimer com fusão de átomos, explosões atômicas e de estrelas, raios e fissão nuclear. São pelo menos 30 minutos do início do filme que poderiam ser resumidos em 10. 


A trilha sonora, entregue a Ludwig Göransson, também está perfeita, proporcionando o clímax certo para aumentar o impacto sobre o espectador. 

Nolan também acerta ao usar cenas coloridas e em preto e branco que reforçam a seriedade dos dois julgamentos do cientista por traição, após ser considerado herói pelos americanos com a criação da bomba que dizimou os inimigos.


Se a parte visual e sonora são destaques, as interpretações não ficam atrás. Nota máxima para Cillian Murphy, como Julius Robert Oppenheimer, e Robert Downey Jr., no papel de Lewis Strauss. 

Murphy incorporou o famoso cientista, especialmente na estrutura física - ele fez uma dieta intensa para perder peso. A história mostra o gênio, que era "fora da caixa" da ciência convencional, e o homem, que vagava entre o egoísmo, o sucesso por dirigir importante projeto da bomba, o amor por duas mulheres, a ingenuidade de achar que seria uma estrela respeitada para sempre em sua nação e o arrependimento pelo uso de sua criação como arma de destruição em massa.


Já Downey Jr. está perfeito como o ex-presidente da Comissão de Energia Atômica dos EUA, figura decisiva na implantação do projeto da bomba. O ator confessou em entrevista recente que foi o melhor filme que já participou em sua vida. Com certeza é um dos melhores papéis (talvez o melhor) de sua carreira.


A maquiagem para envelhecimento dos personagens, bem como o figurino de época também são pontos positivos, muito bem trabalhados, juntamente com a escolha dos personagens coadjuvantes. Muitos ficaram cópias fieis de figuras que marcaram esse período da história, como Gary Oldman, interpretando o presidente Harry Truman, e Tom Conti, como Albert Einstein.


A ala feminina não deixou por menos, com Florence Pugh e Emily Blunt dando show em seus determinantes papéis na vida do cientista. A primeira como a amante do físico, Jean Tatlock, membro do Partido Comunista da América. A segunda interpreta Kitty, bióloga alemã e esposa de Oppenheimer que também integrava o mesmo partido.

Outros nomes famosos do cinema deixaram sua marca no longa: Matt Damon, Rami Malek, Kenneth Branagh, Jason Clarke, Casey Affleck, Josh Hartnett, Matthew Modine, a maioria como integrantes do governo e das Forças Armadas que estiveram por trás do projeto Manhattan.


"Oppenheimer" é baseado na biografia "American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer" ("Oppenheimer: o triunfo e a tragédia do Prometheu americano"), de Kai Bird e Martin Sherwin, publicada em 2006 e vencedora do Prêmio Pulitzer. 

Vale a pena conferir, mais uma grande produção de Christopher Nolan e forte candidato na disputa do Oscar 2024 na principal categoria, além de atores principais, coadjuvantes e parte técnica. Uma ótima oportunidade para conhecer a vida do famoso e polêmico cientista.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Christopher Nolan
Produção: Universal Pictures, Atlas Entertainment, Syncopy
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 3h01
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: biografia, histórico, drama