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25 dezembro 2018

"Bumblebee" confirma porque é o mais fofo e simpático dos "Transformers"

Filme se passa em 1987 e foca na emoção, sem deixar de lado as cenas de ação características da franquia (Fotos: Paramount Pictures/Hasbro)

Maristela Bretas

Quem for hoje ao cinema para assistir ao spin-off "Bumblebee" não vai se decepcionar. O mais simpático e fofo dos "Transformers" ganhou um merecido filme só para ele. E o robozinho amarelo vindo de um planeta de máquinas mostrou porque sempre foi um dos preferidos dos Autobots de uma geração inteira que hoje está na faixa de 20 anos.

O filme aposta na emoção e na amizade entre dois personagens que se encontram e se unem para dividir e superarem suas dores. "Bumblebee" é passado no ano de 1987 e conta a história de como "Bee", como era chamado pelos amigos, veio parar na Terra e conheceu sua dona, Charlie Watson (interpretada pela cantora e atriz Hailee Steinfeld, de "Bravura Indômita" - 2010). Se fossem dois humanos, "Bee" (cuja voz é do ator Dylan O'Brien, da franquia "Maze Runner") e Charlie seriam um lindo casal, tamanha a afinidade entre os dois.

Para aqueles que esperam encontrar o velho Camaro amarelo do primeiro filme - "Transformers" (2007) - podem se preparar para uma grande mudança. Desta vez, nosso herói é um Fusquinha velho (amarelo, claro), que um dia foi um grande guerreiro em seu planeta e que se transforma no maior e mais doce amigo de uma jovem que se isola das pessoas e adora mecânica. Desta vez, Michael Bay, que dirigiu os cinco filmes da franquia, entra como um dos produtores, juntamente com Lorenzo di Bonaventura, Don Murphy e Steven Spielberg.

O diretor é Travis Knight (de "Kubo e as Cordas Mágicas" - 2016) que soube aproveitar a ação dos filmes anteriores, mas focou em "Bumblebee" um lado importante do primeiro filme, dando novamente "sentimentos" às máquinas. Emociona ver a relação de Bee e Charlie, a preocupação de um com o outro quando passam a ser perseguidos e também como isso vai mudar a vida de ambos. Bee é apaixonante quando abraça a amiga ou protegê-la, quando tenta se comportar como um humano dentro de uma casa e até no jeito desajeitado de se transformar.

O elenco secundário formado por nomes poucos conhecidos, exceto o de John Cena, como o agente Burns que persegue Bee desde sua chegada à Terra, cumpre bem seus papéis. Assim como os dubladores dos Transformers - Peter Cullen (Optimus Prime) e Angela Bassett (a vilã Shatter). Na versão dublada em português, a voz oficial da vilã dos Decepticons é da atriz Paolla Oliveira.

Na história, Bumblebee é um fusca amarelo aos pedaços, machucado e sem condição de uso, que está abandonado num ferro-velho numa pequena cidade praiana da Califórnia. Ele é encontrado e consertado pela jovem Charlie, às vésperas de ela completar 18 anos. Mas os dois novos amigos vão enfrentar sérios problemas quando Bee passa a ser perseguido por agentes especiais e inimigos dos Autobots que vêm à Terra para destruí-lo.

"Bumblebee" é a volta ao começo de tudo. Um reboot na franquia e talvez o melhor de todos os filmes desde o primeiro. E que além da dupla principal, tem como destaque a ótima trilha sonora, que inclui sucessos dos anos 80 como "Never Gonna Give You Up" (Rick Astley"), "Everybody Wants to Rule" (Tears For Fears) e "Take On Me" (A-ha) - que recebeu uma versão lenta e maravilhosa em "Deadpool" e "Deadpool 2". Além de "Back to Life", interpretada por Hailee Steinfeld.

"Bumblebee" é um filme que conseguiu reunir ação, emoção, ótimos efeitos especiais (como já era esperado) e boas locações, com destaque para as cenas na parte alta de San Francisco e à beira-mar. Vale muito a pena ser visto, de preferência na versão 3D para aproveitar melhor os recursos visuais da produção.


Ficha técnica:
Direção: Travis Knight
Produção: Paramount Pictures / Hasbro Inc.
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h54
Gêneros: Ação / Aventura / Ficção / Família
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #Bumblebee, #Transformers, @HaileeSteinfeld, @TravisKnight, @JohnCena, @ParamountBrasil, #acao, #aventura, @cineart-cinemas, #espacoZ, @cinemanoescurinho, @CinemaEscurinho

13 dezembro 2018

"Aquaman" tem excelentes efeitos especiais e dá uma nova vida aos heróis da DC

Filme conta a história do integrante da "Liga da Justiça" vindo do mar, interpretado por Jason Momoa (Fotos: Warner Bros Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


"Aquaman" tem furos, sim o que era esperado. Mas o resultado final da nova produção da DC Comics surpreende e agrada como diversão. Acima de tudo, pelos efeitos gráficos, que ficaram tecnicamente excelentes, principalmente nas cenas de diálogos entre os habitantes no fundo do mar. O filme ficou muito bom, mas ainda atrás de "Mulher Maravilha". Também são destaques a trilha sonora e as locações bem escolhidas (como a região da Sicília, na Itália), além da ótima direção e coordenação de roteiro de James Wan, que tem no seu currículo os ótimos filmes de terror "A Freira" (2018) e "Invocação do Mal 1 e 2" (2013 e 2016) e o sucesso "Velozes e Furiosos 7" (2015). 

Jason Momoa (como Aquaman/Arthur Curry) é uma atração à parte, com um corpo esculpido e tatuado para atrair em cheio o público feminino, principalmente por passar a maior parte do filme sem camisa. Cada vez que aparece, o ator musculoso enche a tela e desperta suspiros. Se pode ser chamado de ator, o tempo dirá, mas pelo menos entregou um herói mais simpático (e atraente) do que seus amigos da "Liga da Justiça" (2017) - Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill).

"Aquaman" apresenta diálogos simples, que não exigem muito de seus intérpretes. Mas Momoa tem boa presença, é divertido em alguns momentos (chega a lembrar de Thor em "Ragnarok") e faz o estilo brutamontes que resolve tudo na porrada, mas tem o bom coração e é "menino de família". E de quebra, atrai a mocinha dos cabelos vermelhos vinda do mar, que briga muito, tem super poderes e opinião própria. A mocinha no caso é a bela Amber Heard, que interpreta Mera, a princesa de um dos reinos de Atlântida que, como Aquaman, teve sua primeira aparição em produção da DC Comics/Warner Bros. Pictures em "Liga da Justiça". 

O destaque fica para Patrick Wilson, que deixa pelas mãos de James Wan a pele do bom Ed Warren, da franquia "Invocação do Mal" e "A Freira" para ser um dos vilões da história - o Rei Orm que quer se tornar Mestre dos Oceanos. Ele está bem no papel, mas ainda tem cara de cachorro que caiu da mudança. Mas nas lutas contra Aquaman, mantém o mesmo padrão do super-herói.


Confira a galeria de fotos do filme no Flickr



Nicole Kidman (que interpreta a rainha Atlanna, mãe do Aquaman), apesar de ser nome de peso, aparece pouco. E a maquiagem foi cruel com ela quando é mostrada mais jovem. Pecou feio, melhor teria sido usar computação gráfica no rosto do que fazer o trabalho ruim de rejuvenescimento que fizeram. A maquiagem errou na atriz mas acertou nos atores. Já Temuera Morrison (que faz o pai do Aquaman) ficou bem quando jovem e envelhecido da maneira correta.

O mesmo com Willem Dafoe, que tem boa interpretação de Vulko, conselheiro da rainha. O elenco conta ainda com Dolph Lundgren, também melhorado pela maquiagem para viver o Rei Nereus. E Yahya Abdul-Mateen II, como o pirata David Kane, que se transforma no Arraia Negra, inimigo do Aquaman.

O filme conta a origem de Arthur Curry, como se tornou o super-herói e sua atuação nada discreta como super-herói apesar de viver numa pequena vila costeira. Mas ao ser convocado por Mera para defender e unir terra e mar, ele terá de assumir sua função de herdeiro do trono de Atlântida. E enfrentar seu maior rival, o meio irmão Rei Orm, que quer se tornar o Mestre dos oceanos e dominar os mares a terra, destruindo os humanos que estão acabando com a natureza.

Esta parte da poluição dos mares e rios, o aquecimento global e a destruição da fauna e flora marinha é abordada bem levemente, sem aprofundar. Nas entrelinhas há também uma crítica ao estilo de vida de Atlântida, que usa de regras e controle como o mundo terrestre, além de usar animais para a guerra. A produção também aproveitou ideias de seu concorrente, com a ponte com o portal ligando os reinos aquáticos, bem semelhante a de Asgard, dos filmes de Thor.

"Aquaman" é um bom filme, bem humorado, com muita ação (dentro e fora d'água), que tem na computação gráfica seu forte, apesar do roteiro confuso em algumas partes. Mas cumpre seu papel de contar a história do herói e rei dos Sete Mares, ilustrada pelas cores das milhares de espécies exóticas do fundo do mar e as belas paisagens terrestres. As 2h24 de duração passam rápido. Vale conferir.


Ficha técnica:
Direção: James Wan
Produção: DC Entertainment / Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h24
Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #Aquaman, @JasonMomoa, @AmberHeard, #ArthurCurry, #acao, #superheroi, @WarnerBrosPictures, @DCComics, @EspacoZ, @cineart_cinemas, #LigadaJustica, @cinemanoescurinho

18 agosto 2018

Denzel Washington reforça o lado humano e reduz a ação em "O Protetor 2"

Filme traz de volta o personagem Robert McCall preocupado em ajudar as pessoas sem que elas saibam (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Há quatro anos, quando apresentou o personagem Robert McCall em "O Protetor", Denzel Washington contou um pouco da história do ex-agente especial da CIA que deixou tudo para trás para viver um homem comum preocupado em ajudar as pessoas sem que elas soubessem usando seu treinamento militar. Pegou gosto pela dupla jornada e retorna agora, de novo com direção de Antoine Fuqua, em "O Protetor 2" ("The Equalizer 2"). 


A sequência estreou em 1º lugar no ranking e teve o maior dia de abertura de todos os tempos para um filme do Denzel Washington no Brasil, acumulando R$ 635 mil no 1º dia de exibição (16/08) e é a primeira sequência da carreira de Denzel Washington em 40 anos.

A produção tem menos cenas de ação (mas violentas como as do primeiro filme) e a preocupação com as pessoas ainda maior, o que deixa o longa mais arrastado em alguns momentos e um pouco menos interessante que seu antecessor, que soube equilibrar bem ação e drama.

Novamente como um dos produtores, Denzel faz um McCall mais cansado, solitário como antes e com a amargura de quem não consegue esquecer o passado e a morte da mulher. Em Boston, ele agora é motorista de aplicativo e passa o dia transportando pessoas e escutando suas histórias, tentando sempre ajudar ou fazer justiça pelos passageiros mais próximos e sua comunidade.

O excesso de histórias paralelas acaba fazendo o expectador perder um pouco do foco do filme na trama principal: o assassinato da melhor amiga de McCall, a agente Susan Plummer (Melissa Leo). A partir daí, ele retoma o papel de justiceiro e se une ao antigo parceiro Dave (Pedro Pascal). Com a experiência de ex-agente, ele mata com precisão, empregando os mais variados objetos como armas, especialmente seu TOC para planejar sua defesa ou ataque aos inimigos.


Outros pontos favoráveis são a fotografia, bem explorada tanto nas locações em Boston quanto na área litorânea e a trilha sonora de Harry Gregson-Williams, que cumpre bem o seu papel, com classe e estilos variados, em especial o Rap, bem a cara do ator. Destaque para "In The Name of Love" (Jacob Banks), "Trouble Man" (Marvin Gaye), "In a Sentimental Mood" (Duke Ellington e John Coltrane) e o tema principal "Never Stop ft Jung Youth" (Hidden Citizens).

McCall é frio, mas ainda dá chance a seus oponentes de se arrependerem dos erros. E Denzel Washington está ótimo como sempre, com uma atuação mais confortável de seu personagem, apesar de brigar e matar menos. Só a presença dele já é garantia de um bom filme que merece ser visto. Mas "O Protetor 2" fica atrás do primeiro (imperdível), que pode ser visto na Netflix como "The Equalizer". Recomendo uma maratona no final de semana.



Ficha técnica:
Direção: Antoine Fuqua
Produção: Columbia Pictures / Sony Pictures / Escape Artists
Distribuição: Sony Pictures do Brasil
Duração: 2h01
Gêneros: Ação / Drama
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #OProtetor2, #TheEqualizer2, #DenzelWashington, #AntoineFuqua, #MelissaLeo,  #acao, #Netflix, #drama, #SonyPictures, #EspacoZ, #cinemas.Cineart, #CinemanoEscurinho

13 agosto 2018

"Megatubarão" - Um filme de ação para divertir e chinês nenhum botar defeito

Produção tem ação de sobra, bons efeitos e Jason Statham de mocinho (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Jason Statham está emplacando mais um sucesso sem precisar da ajuda de amigos "Mercenários" ou "Velozes e Furiosos". "Megatubarão" ("The Meg") abocanhou a liderança das bilheterias no seu primeiro final de semana de estreia, levando mais de 442 mil pessoas aos cinemas nacionais e somando uma arrecadação de R$ 7,9 milhões. O elenco principal conta ainda com a premiada atriz chinesa Bingbing Li, completando com Statham e o monstro gigante a receita certa para arrastar o lucrativo público chinês, que ainda aguarda o lançamento do filme nas salas do país.

O longa entrega o que propõe: ação, um pouco de suspense, muitos clichês, efeitos especiais que enchem a tela (literalmente), diálogos divertidos e o romance do par principal. Feito para agradar ao público que vai ao cinema para ver um filme sobre um tubarão gigantesco dado como extinto, situações previsíveis, cenas inacreditavelmente irreais mas muito bem feitas e, claro, Jason Statham.

O ator está bem no papel, nem precisou dar porrada em ninguém, só bancar o mocinho que defende a cientista Suyin (Bingbing Li) que não o tolera e a filhinha dela (interpretada pela fofa Sophia Cai). E ainda faz questão de mostrar o dorso "tanquinho" e totalmente em forma no auge de seus 51 anos.

O megalodon de mais de 20 metros de comprimento é um belo e gigantesco trabalho de computação gráfica. O animal surge do nada, é assustador e provoca até alguns sustos, principalmente quando vai abocanhar alguém ou alguma coisa, como um iate ou um minissubmarino. Cumpriu bem sua função de estrela principal.

Além de Jason Statham e o Megalodon, destaque também para Bingbing Li, que não ficou apenas como coadjuvante, mostrando seu talento (até desperdiçado), que já lhe garantiram bons prêmios. O elenco, apesar de ser composto por muitas caras pouco conhecidas, se mostra bem entrosado e ajuda a entregar uma produção que agrada como entretenimento. Clique aqui para assistir os depoimentos do diretor Jon Turteltaub e sua equipe com detalhes e curiosidades sobre a produção.

Na fossa mais profunda do Oceano Pacífico, a tripulação de um submarino fica presa dentro do local após ser atacada por uma criatura pré-histórica que se achava estar extinta, um tubarão de quase 30 metros de comprimento, o Megalodon. Para salvá-los, oceanógrafo chinês (Winston Chao) contrata Jonas Taylor (Jason Statham), um mergulhador especializado em resgates em água profundas que já encontrou com a criatura anteriormente.

Entre bocadas e ataques a barcos e banhistas, "Megatubarão" não chega aos pés de "Tubarão" (1975), de Steven Spielberg, mas é muito melhor em efeitos que os filmes da franquia "Sharknado" (que são tão surreais que provocam ótimas risadas). Harry Gregson-Williams é o responsável pela trilha sonora, segundo trabalho dele em cartaz nos cinemas desta semana - o primeiro é "O Protetor 2".

"Megatubarão" é para divertir, feito sem pretensão de discutir temas polêmicos ou passar mensagens patrióticas ou lições de moral. Apenas oferecer muita ação. Vale o ingresso e a pipoca com refrigerante.



Ficha técnica:
Direção: Jon Turteltaub
Produção: Warner Bros Pictures / 
Distribuição: Warner Bros. Pictures 
Duração: 1h54
Gêneros: Ação / Suspense
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

08 julho 2018

Efeitos especiais e ligação com "Vingadores 4" sustentam "Homem-Formiga e a Vespa"

Paul Rudd e Evangeline Lilly formam uma boa dupla, com muitos truques de encolher e esticar no combate aos fracos vilões (Fotos: Marvel Studios/Divulgação)

Maristela Bretas

Quando foi lançado em julho de 2015, "Homem-Formiga" surpreendeu e até agradou ao público que estava cético com um filme sobre um dos heróis de segunda linha da Marvel. E agora, para dar um gás no personagem que encolhe e aumenta de tamanho, ele volta, com uma companheira com poderes semelhantes em "Homem-Formiga e a Vespa" ("Ant-Man and The Wasp"). 

A produção chega com uma grande responsabilidade: a de dar sequência a "Vingadores 4", depois do estrondoso sucesso de "Vingadores: Guerra Infinita". Para entender onde este super-herói entra na guerra contra Thanos, só assistindo a primeira cena no início dos créditos.

Paul Rudd interpreta novamente Scott Lang/Homem-Formiga (e ainda é um dos roteiristas desta continuação) e ganhou uma nova parceira, Evangeline Lilly, que retona como Hope Van Dyne, filha do cientista Dr. Hank Pym (Michael Douglas). Só que agora ela usa traje e armamento pesado criados pelo pai e se transformou na super-heroína Vespa.

A parceria deu certo, a dupla tem uma boa química e deixa o filme mais leve, característica do personagem de Rudd, que reforça a relação afetiva entre pai e filha. O mesmo acontece com Hope e Hank, que se unem para resgatar a mãe, Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer), a Vespa original, perdida há 30 anos no Reino Quântico durante suas pesquisas.

"Homem-Formiga e a Vespa" explora o lado cômico de Scott Lang e a ação contínua sustentada pelos excelentes efeitos especiais de encolhe e estica dos heróis. As cenas de perseguições de carros, com direito a balinha de Hello Kitty gigante, ficaram ótimas, assim como as lutas, com a dupla levando grande vantagem sobre seus adversários.

Fraca, inexpressiva, com cara de cachorro que caiu da mudança, a "vilã" Fantasma (papel de Hannah John-Kamen) não impõe medo, nem respeito, entra sem sentido e sai como se não tivesse participado. Até mesmo o bandidão Sonny Burch (interpretado por Walton Goggins) tem mais presença que ela. E para piorar, contracena com Laurence Fishburne (Dr. Bill Foster), que aparece mais que ela. Ambos foram mal aproveitados.

A história começa dois anos após Scott ter lutado ao lado do Capitão América na batalha do aeroporto em "Guerra Civil". Ele é condenado à prisão domiciliar, com tornozeleira de monitoramento, por ter quebrado o Tratado de Sokovia e obrigado a se afastar de todos os super-heróis e parceiros que lhe ajudaram. Scott aproveita para dedicar mais tempo à filha e sua empresa de segurança com Luiz (Michael Peña).

Restando apenas três dias para terminar a prisão, ele é procurado pelo Dr. Hank Pym e a dele filha Hope para ajudá-los a recuperar Janet, que mantém fortes ligações mentais com Scott e está presa no Reino Quântico. Mas o trio vai enfrentar bandidos que querem roubar o laboratório miniaturizado do cientista, além de Fantasma, que tem o poder de se desmaterializar e atravessar paredes.

Divertido, feito pra família, "Homem-Formiga e a Vespa" tem cara de sessão da tarde e mantém a mesma linha do primeiro filme - sem grandes pretensões, explorando efeitos especiais, a simpatia de Paul Rudd e reforçando o universo dos Vingadores, com citações constantes ao que aconteceu em "Capitão América:Guerra Civil". O filme deixa a entender que a salvação para o que aconteceu em Guerra Infinita pode estar no Reino Quântico, onde somente Scott consegue entrar. Resta saber se consegue também sair. Mas isso fica para o tão esperado "Vingadores 4", previsto para 26 de abril de 2019.



Ficha técnica:
Direção: Peyton Reed
Produção: Marvel Studios
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h58
Gêneros: Ação / Aventura / Ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #HomemFormigaeaVespa, #PaulRudd, #EvangelineLilly, #MichaelDouglas, #acao, #aventura, #MarvelStudios, #DisneyBuenaVista, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

28 junho 2018

"Sicário - Dia do Soldado" tem boas atuações mas se perde em roteiro confuso e emotivo

Benício Del Toro e Josh Brolin retornam a seus personagens nesta continuação do sucesso de 2015(Fotos: Richard Foreman Jr./ Studiocanal)

Maristela Bretas


Se em "Sicário - Terra de Ninguém" (2015), o diretor Denis Villeneuve entregou um excelente filme, com roteiro na medida de Taylor Sheridan, expondo a violência e a crueldade do tráfico de drogas, além das ótimas interpretações de Josh Brolin, Benicio Del Toro e Emily Blunt, o mesmo não acontece com "Sicário - Dia do Soldado". Exceto pela ausência da atriz, nem mesmo Brolin e Del Toro conseguem salvar o roteiro confuso desta continuação, que deixa uma série de dúvidas.

O roteirista é o mesmo, mas o diretor Stefano Sollima preferiu fazer uma colcha de retalhos de assuntos, misturando narcotráfico com tráfico de pessoas, terrorismo islâmico passando pela fronteira do México com a ajuda dos cartéis. Depois desfaz tudo, esquece o início e parte para o problema da imigração ilegal e do negócio lucrativo que esta modalidade de crime representa. Mas sem aprofundar no assunto. E para quem não assistiu o primeiro, Sicário, no México, significa assassino de aluguel. Mas só lá no finalzinho o termo vai ter algum sentido no filme.

"Sicário - Dia do Soldado" é um filme de ação, que conta com as ótimas atuações de Benício Del Toro como o misterioso "colaborador" da CIA, Alejandro Gillick, e Josh Brolin, interpretando o agente da CIA, Matt Graver, ambos mais maduros em seus papéis. Mas o roteiro fica "muuuuuuuuito" aquém do primeiro, uma produção tensa, com suspense que prende na cadeira e personagens cruéis na guerra entre os cartéis mexicanos e os EUA.

Este segundo longa tenta mostrar que as decisões políticas é que vão definir os rumos da história, mas o diretor fica batendo cabeça, sem saber como explicar toda a ação. Acaba por usar o sequestro da adolescente Isabel Reyes (papel de Isabela Moner, de "Transformers: O Último Cavaleiro" - 2017), filha de um chefão do narcotráfico, como pano de fundo para justificar a abordagem. Chega num ponto que você fica sem saber qual é o foco do filme - o combate ao narcotráfico, uma apologia à política armamentista norte-americana ou somente um sequestro que toma um rumo não esperado.

Saem as pilhas de corpos espalhados por Juarez, na fronteira do México com os EUA, mas continuam as operações secretas - "agora sem regras", como diz o título, como se isso não tivesse acontecido no primeiro. Mas o que mais pesou (não por culpa dos dois personagens principais que são ótimos) foi o fato do filme ter perdido sua principal característica - a frieza de Graves e Alejandro. Eles se tornam mais humanos e sentimentais, e ganham até um "tiquinho" de escrúpulos com os inimigos.

O pior fica por conta de Alejandro que, de advogado do cartel de Medelin (Colômbia) do primeiro filme, acaba criando uma relação quase de pai e filha com a jovem sequestrada. Graves, mesmo com liberdade para agir como quiser (o que não é verdade), também passa a não aceitar cometer determinados por ordem dos chefões de gabinetes - o secretário de Justiça, James Riley (papel de Matthew Modine) e a chefe da CIA, Cynthia Foards (vivida por Catherine Keener, um desperdício de talento).

Colocados todos estes pontos, mesmo assim recomendo assistir "Sicário - Dia do Soldado" para quem gosta de muito tiroteio,  ação, boas perseguições e emboscadas e da dupla principal. A trilha sonora é boa, mas não tão impactante.  Aconselho ver o antecessor primeiro para entender melhor os personagens e alguns pontos que ficaram no ar no segundo.



Ficha técnica:
Direção: Stefano Sollima
Produção: Lionsgate
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h02
Gêneros: Suspense / Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #SicarioDiadoSoldado, #Sicario, #JoshBrolin, #BenicioDelToro, #acao, #suspense, #Lionsgate, #SonyPictures, #espaçoz, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

19 junho 2018

"Jurassic World - Reino Ameaçado" perde a conexão com "Parque dos Dinossauros"

Chris Pratt e Bryce Dallas Howard se unem a Daniella Pineda e Justice Smith para tentarem salvar os dinossauros da extinção (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Matheus Ciolete



Para quem, assim como eu, cresceu na década de 90 e estava considerando "Jurassic World" uma oportunidade nostálgica de reconexão com o mundo daquele ótimo "Parque dos Dinossauros" (1997), como chamávamos o filme nos corredores da escola, desconsidere. Abandone a hipótese de o longa, fique em casa, abra o baú, busque lá no fundo aquele álbum velho de figurinhas do chocolate Surpresa e gaste as duas horas e dez minutos de duração do filme passando folha por folha relembrando como eram bons aqueles tempos, longínquos, quase jurássicos, onde os filmes de dinossauros eram bons.


Todo o mundo jurássico criado pela “desextinção” dos dinossauros está ameaçado por um vulcão em iminente erupção. A ilha Nublar corre perigo e, portanto, é preciso resgatá-los. Para essa missão a mocinha Claire (Bryce Dallas Howard), ativista de uma sociedade que existe com o intuito de proteger os dinos, tem que retirar Owen (Chris Pratt) de uma espécie de autoexílio para ajudá-la na missão. Esta é a premissa de "Jurassic World: Reino Ameaçado", que estreia oficialmente nesta quinta-feira mas já está sendo exibido em dezenas de salas de BH.


Owen é o corajoso, herói sem medo do perigo, e com sede de aventuras, mas que tropeça às vezes por um excesso de vontade aliado a uma inanição intelectual. Claire é a mocinha piedosa, movida pelos mais sinceros sentimentos de amor e de preservação da espécie (jurássica, no caso). O restante da equipe do bem é formado por Franklin (Justice Smith), o nerd medroso e Zia Rodriguez (Daniella Pineda), uma mistura de Velma do Scooby-Doo com aluna de comunicação, embora nerd, é cool, tatuadinha, corajosa e se impõe no ambiente de trabalho.



E para o lado do mal vão: Eli Mills (Rafe Spall), o traidor ganancioso e Ken Wheatley (Ted Levine), um mercenário que, quem diria, participa de planos maquiavélicos por dinheiro. No meio desses personagens temos Maisie (Isabella Sermon), a neta de Lockwood. Uma personagem criança cuja missão seria desencadear a reflexão profunda sobre manipulação genética versus a ordem natural das coisas. O que não acontece.


É um filme de entretenimento, nos moldes clássicos, que faz de tudo para que o espectador esteja imerso na história, e nesse ponto o trabalho do diretor Juan Antonio García Bayona parece ter surtido algum efeito. Há algumas, raras, sequências que realmente funcionam, gerando certa ansiedade e, às vezes, dando sustos no público apesar do fraquíssimo roteiro. A valer, sequência digna de destaque mesmo, somente a primeira, em que um T-Rex vai se apresentando na tela em meio a raios, pouco antes de começar a perseguir um homem que estava na ilha.


Não há muito mais o que destacar, pois mesmo com o auxílio da tecnologia Imax 3D, que ajuda, e muito, no processo de penetração da audiência no mundo ficcional projetado na tela (tanto pela ilusão de proximidade com as cenas, quanto pela sofisticada dinâmica som-ambiente-imagem). Durante quase todo o filme, a relação de transparência entre espectador e a estória é comprometida pelo irrealismo dos efeitos especiais que têm seu ponto crítico na ligação dos dinossauros com a lei da gravidade, ou melhor, a falta de ligação. Isso incomoda o espectador mais atento e se torna obstáculo para que a conexão aconteça.



Esta opacidade, em oposição à transparência pretendida, se torna um problema ainda maior por se tratar de um filme inserido na tradição clássica do cinema norte-americano, o modo dominante no cinema mundial. Esses filmes se perpetuaram pela predominância de uma espécie de cinema com características bem definidas, fáceis de identificar: narrativa linear, núcleo central definido por um personagem principal ou um casal, coerência e verossimilança dos fatos. Tudo convergindo para o fácil entendimento do público da história que está sendo contada.



Justamente por apostar num cinema já consagrado, com fórmula definida, "Jurassic World: Reino Ameaçado" não poderia pecar onde peca. Não bastasse o problema com a computação gráfica, erra também em aspectos básicos. Como quando Owen, momentos depois de ter sido sedado instantaneamente, aparece em pleno auge da eficiência física, senhor de todas as suas funções motoras, correndo de um bando de dinossauros, numa das muitas perseguições que ocorrem no filme.



Aliás, não é exagero dizer que toda a ação em "Jurassic World: Reino Ameaçado" se resume em alguém fugindo de alguém ou de algo (um dinossauro), da forma mais literal possível. Todas as sequências de ação propriamente ditas são montagens paralelas de um dinossauro perseguindo alguém em alternância com alguém fugindo do dinossauro. Ou seja, todo o drama é mecânico e está diretamente relacionado com o tempo de locomoção dos envolvidos. Basear o drama psicológico da produção em um pega-pega entre dinossauros e humanos seria cômico se não fosse trágico, na verdade, é trágico e simultaneamente risível.




Ficha técnica:
Direção: Juan Antonio Bayona
Produção: Universal Pictures / Amblin Entertainment
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h10
Gêneros: Aventura / Ficção científica / Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos

Tags: #JurassicWorldReinoAmeacado, #JurassicWorldFallenKingdom, #ChrisPratt, #BryceDallasHoward, JuanAntonioBayona, #StevenSpielberg, #acao, #aventura, #ficcao, #UniversalPictures, #EspaçoZ, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

26 maio 2018

"Deadpool 2" é escracho total, censura zero e trilha sonora 10

Ryan Reynolds reúne um grupo de "heróis" nada a ver e resolve ser o mocinho do seu jeito (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


Ele se superou, tira sarro até mesmo da produção, alegando ser "um filme de família" . No Brasil, a classificação etária baixou de 18 para 16 anos para atrair um público mais jovem. Mais crítico que nunca - de tudo e de todos -, abusando nos efeitos gráficos e na violência, Ryan Reynolds está de volta (como ator, produtor e ainda ajudou a escrever o roteiro) em "Deadpool 2".

As piadas estão mais escrachadas, mas o anti-herói também adota uma posição (no estilo dele) de defender as mulheres, o público LGBT, deficientes e vítimas de bullying. Para quem temia que a compra da Fox pela Disney pudesse afetar o estilo do polêmico personagem Marvel, isso não aconteceu neste filme. Ninguém escapa da irreverência de Deadpool, que está tão bom e em alguns itens até melhor que o primeiro.

A excelente trilha sonora é um dos pontos fortes, com gêneros musicais que agradam a todos os gostos, muitas vezes "orquestrados" por Deadpool. Tem Dolly Parton ("9 To 5"), Barbra Streisand ("Papa Can You Hear Me"), AC/DC ("Thunderstruck") , A-ha ("Take On Me"), Peter Gabriel ( "In Your Eyes"), Air Supply ("All Out of Love"), Cher ("If I Could Turn Back Time") e, principalmente, Celine Dion, que canta "Ashes", tema maravilhoso de abertura, que parece a de um filme de 007. Clique aqui para conferir.

Para tornar o pacote completo, muitos tiros, explosões, violência que chega a assustar, efeitos visuais e até cenas românticas de Deadpool/Wade Wilson com a companheira Vanessa, interpretada novamente pela bela brasileira Morena Baccarin. Para ficar ainda melhor, o elenco ganha o reforço de Josh Brolin como Cable, um soldado do futuro que vem ao presente para assassinar o jovem mutante Russell. Este é o segundo papel do ator pela Marvel neste ano - o primeiro foi o excelente vilão Thanos, de "Vingadores - Guerra Infinita".

Alguns personagens de "Deadpool" (2016) retornam nesta continuação, como o Colossus (Andre Tricoteux/ Stefan Kapicic), Megasonic (Brianna Hildebrand), Blind All (Leslie Uggams), a cega dona da casa onde vivia Wade, o taxista Dopinder (Karan Soni) e Weasel (T.J. Miller). E surgem novos, além de Cable, como Dominó/Neena (Zazie Beetz), a garota que tem a sorte como superpoder, Yokio (Shioli Kutsuna), a nerd que fala pouco mas é muito simpática, e Firefist/Russell (Julian Dennison), o adolescente mutante incendiário.

"Deadpool 2" consegue trazer para o universo Marvel discussões de temas atuais e polêmicos que produções com outros heróis do estúdio deixam passar em branco (exceto "Pantera Negra"). Mas sem usar um discurso careta, cheio de frases feitas. Pelo contrário, ele rasga o verbo, esculacha com sua imagem, com a dos outros, com a censura reduzida, com a cegueira da amiga.

Não escapam das piadas de Deadpool nem alguns personagens da Marvel, como Wolverine (seu ídolo), o Professor Xavier, Hulk, Capitão América e até os da DC, como Batman. O mercenário do collant vermelho e preto usa frases famosas de alguns deles, mas também tem seus momentos de "mocinho" e encara uma briga feia para tentar salvar pessoas que ele mal conhece. E para isso vai reunir um grupo totalmente nada a ver, que inclui Terry Crews (Bedlam), Bill Skarsgärd (Zeitgeist) e Brad Pitt (Vanisher) para formar a X-Force, uma turma de X-Men sem regras, que cruza os braços igualzinho o Pantera Negra - "Wakanda Foverer". Hilário.

O filme já começa com muita ação e explosão, numa situação que vai ser explicada voltando no tempo. Tem morte de heróis, prisão de mutantes, mais explosões, tiros a dar com pau e a entrada em cena do super soldado Cable, que está caçando o jovem mutante Russell. O incendiário pode ser a salvação de Deadpool, que vai precisar aprender o que é ser herói de verdade para salvar o adolescente. Para isso, vai precisar da ajuda de Colossus e dos X-Men (o time barato da Marvel, como zoa Deadpool), além dos fiéis amigos Dopinder e Weasel e de um grupo de novos mutantes para formar a X-Force.


Irreverente, cômico, violento, dramático em alguma situações,"Deadpool 2" mantém o humor negro e estilo besteirol do primeiro, mais violento e menos erótico. Vale a pena conferir o novo ótimo trabalho de Ryan Reynolds que está mais a vontade na pele do irônico super-herói. Pecou um pouco no roteiro de qualidade mediana (até o personagem critica), apresentando apenas os novos mutantes como novidades. Vale ficar atento às cenas pré e pós-créditos, que mudam o final do filme.



Ficha técnica:
Direção: David Leitch
Produção: Marvel Entertainment / 20th Century Fox
Distribuição: Fox Films do Brasil
Duração: 2h01
Gêneros: Comédia/ Ação / Aventura
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

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