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19 abril 2023

Expedição do Dr. Lund pelo Brasil é contada em "O Homem de Lagoa Santa"

“Docudrama” gira em torno da trajetória do paleontólogo pelo interior do país no século XIX (Fotos: Leonardo Barcelo/ Helvécio Martins e Divulgação)


Da Redação


Estreia nesta quinta-feira (20), às 19 horas, no Una Cine Belas Artes, a exibição inédita do longa-metragem "O Homem de Lagoa Santa". O “docudrama” é roteirizado e dirigido pelo diretor Renato Menezes.

Com produção do Grupo Novo de Cinema e TV, Tarcísio Vidigal e Lúcia Fares, o longa ficará em cartaz até o dia 26 de abril, sempre no mesmo horário.

O filme reproduz a trajetória do naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, interpretado pelo experiente ator mineiro Chico Aníbal. As pesquisas do paleontólogo, que viveu no Brasil durante 45 anos, abriram caminho para Charles Darwin dar prosseguimento à teoria da origem das espécies. 


As semelhanças físicas de Chico Aníbal e Luiz Hippert com Lund e seu secretário Andreas Brandt são surpreendentes. Coube a Helena Penna o papel de Luzia, cozinheira do pesquisador.

Também estão no elenco outros atores conhecidos do teatro mineiro como Carl Shumacher, Célio Scarpa, Neuza Rocha, Rafael Neumayr, Charles Fagundes, Gercino Alves.


As grutas Rei do Mato, em Sete Lagoas, e Maquiné, em Cordisburgo, além de Ouro Preto, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Matozinhos foram utilizadas como locações. 

O documentário recebeu assessoria técnico-científica de Rosângela Albano, diretora do Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire (Caale), de Lagoa Santa, e do professor e paleontólogo da PUCMinas, Castor Castelle.


Os fósseis de Lagoa Santa

Misto de obra ficcional e documentário, o filme gira em torno da expedição botânica que Peter Lund realizou ao interior do Brasil, em 1833. 

No trajeto, ele se encontrou com o também dinamarquês Peter Claussen e o norueguês Andreas Brandt levando uma amostra de fósseis encontrados em rochas calcárias da região de Lagoa Santa (MG). 

Lund acreditava que esses ossos poderiam ter sido contemporâneos dos animais da Megafauna que há muito pesquisadores acreditavam terem sido extintos durante o dilúvio da Arca de Noé.


Em 1840, a descoberta do “Homem de Lagoa Santa”, o hominídeo mais antigo da América do Sul, derruba as convicções científicas do pesquisador. Elas eram fundamentadas em anos de estudos ao lado de George Cuvier – fundador da paleontologia.

O achado inaugurou o debate e as contradições entre ciência e religião. Colocava em xeque a teoria cristã de que o dilúvio havia dizimado todos os seres vivos na Terra. A teoria de Lund, porém, só chegou a ser confirmada muito tempo depois, em 2002, com base em análises das ossadas.


Filmado em Super 16mm e finalizado em digital, "O Homem de Lagoa Santa" tem direção de arte de Sergio Silveira. Ele reconstitui a arquitetura de meados do século XIX e cenários repletos de detalhes. Entre eles, fósseis originais, as gravuras de Brandt e objetos levados pelos tropeiros da época.

A equipe de produção foi formada por 50 técnicos do Grupo Novo de Cinema e TV e mais de 60 figurantes. 

Com narração de Marcos Caruso e Otávio Augusto, a equipe técnica conta ainda com Silviano Santiago, no texto; Luis Abramo, na fotografia; Marta Luz, na montagem, e música de Guilherme Vaz.


SERVIÇO
Data: 20 a 26 de abril
Horário: 19 horas
Local: Cine Belas Artes – Rua Gonçalves Dias, 1581, Lourdes, BH
Duração: 1h12
Classificação: Livre

27 fevereiro 2023

Documentário “Muribeca” mostra a destruição de uma comunidade

Filme distribuído pela Descoloniza Filmes chega às telas após rodar por festivais nacionais e internacionais (Foto: Alcione Ferreira)



Eduardo Jr.


“Muribeca é memória; porque não volta, não existe mais”. A definição na voz de uma das pessoas ouvidas no documentário de mesmo nome não é exagero. O bairro, localizado em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, vive um processo de apagamento e resistência.

Este é o ponto de partida da produção encabeçada por Alcione Ferreira e Camilo Soares, que chega às telonas no dia 2 de março. 

(Foto: Alcione Ferreira)

O espectador não precisa esperar imagens exuberantes. As cenas do grande conjunto habitacional deteriorado dialoga com a tristeza dos depoimentos. E a essa combinação se somam gravações antigas de uma comunidade festiva. 

Está posto o contraponto e o incômodo: como um bairro de periferia, em que as pessoas se reuniam nas ruas para curtir o carnaval e jogos de copa do mundo, se transforma em uma cidade fantasma?       

(Foto: Alcione Ferreira)

Momentos significativos

A produção de 1 hora e 18 minutos responde a essa questão, mas não sem antes colocar na tela momentos significativos. Como a cena de um céu com nuvens anunciando tempo ruim, enquanto, ao fundo, um berimbau chama para a luta. 

E também a saudade de pessoas pobres que foram forçadas a abandonar amigos, seus lares, toda uma vida construída ao longo de décadas.   

(Foto: Alcione Ferreira)

Entre os depoimentos, colhidos em 2018, estão os do quadrinista Flavão, que também atuou como produtor local no documentário, e de outros moradores. 

Com a demolição de um dos prédios, caem também as lágrimas e vem à tona o desespero de quem viu a vida ruir e de quem tenta, melancolicamente, resistir em um cenário de problemas estruturais, especulação imobiliária e insegurança jurídica. 

Camilo Soares e Alcione Ferreira (Foto: Rafael Cabral)

Contadores de histórias

Se aproximar de pessoas e contar histórias junto delas não é novidade para os diretores. A jornalista Alcione Ferreira foi fotojornalista e videorrepórter do Diário de Pernambuco, onde conquistou o prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Camilo Soares é um dos fundadores da produtora de cinema Senda, e participa do coletivo de fotógrafos CRIA. 

(Foto: Shilton Araújo)  

“Muribeca” foi realizado com poucos recursos, mas ainda assim conquistou espaço em diversos festivais, como o Toronto Lift-Off (Canadá), Fidba (Argentina), Cine Del Mar (Uruguai), Aubervilliers (França), GBiennale (Austrália), Metrópolis (Itália), Cine PE, Festival de Santos, Mostra de Ouro Preto e Cine Sesc. 

A distribuição é da Descoloniza Filmes, que nasceu com o propósito de equiparar a distribuição de filmes dirigidos por mulheres, e que já codistribuiu, com a Vitrine Filmes, a produção “Carta Para Além dos Muros”. 


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Alcione Ferreira e Camilo Soares
Produção: Senda Produções
Distribuição: Descoloniza Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h18
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gênero: documentário

30 dezembro 2022

"Filho da Mãe" é divertido, emocionante e frenético, como Paulo Gustavo

Documentário acompanha o comediante em sua turnê musical com a mãe, Déa Lúcia, pelo Brasil
(Fotos: Amazon Prime Vídeo)


Maristela Bretas


Para rir muito. Mas infelizmente faz chorar também. Assim é o documentário "Filho da Mãe", último projeto assinado pelo comediante Paulo Gustavo antes de falecer em 04/05/2021 por complicações causadas pela Covid-19. 

Em exibição na Amazon Prime Vídeo, o longa era para contar as peripécias desse que foi uma das maiores revelações dos últimos tempos da TV e do teatro, onde sua carreira começou.

Mas a doença, que ele tanto temia contrair durante a pandemia em 2020/2021, o levou mais cedo e a história, que diverte até mais da metade do filme, se torna triste e saudosista. Tanto para aqueles que com ele conviveram quanto para seus milhares de fãs.  

"Minha Mãe é Uma Peça 3" (Divulgação)

O longa é recheado de depoimentos de amigos, integrantes da banda e de familiares, especialmente sua mãe, dona Déa Lúcia. "Filho da Mãe" é a homenagem de Paulo Gustavo a ela, sua inspiração para o maior e mais conhecido personagem - Dona Hermínia, dos filmes "Minha Mãe é Uma Peça" - 1 (2013), 2 (2016) e 3 (2020) . 

O ator também participou de outras produções de sucesso, como "Os Homens são de Marte e é prá lá que Eu Vou" (2014) e "Minha Vida em Marte" (2018), ambos com a amiga inseparável Mônica Martelli. Além do papel como Valdomiro, em "Vai que Cola", série de TV exibida pela Multishow que originou o filme homônimo.


Da infância sempre muito ativa ao sucesso no cinema, palcos de teatro e programas de TV, Paulo Gustavo sempre era o centro das atrações onde chegava. 

Nos depoimentos do documentário, amigos, pais, madrasta e tias contam como ele iluminava e tornava os momentos mais alegres e divertidos, com humor ácido e crítico, mas também afetuoso. 

Uma alegria que se tornou ainda maior com o casamento e o nascimento dos dois filhos, Gael e Romeu.


Imagens inéditas de arquivos familiares e das apresentações nos palcos pelo país mostram, na maior parte do longa, o comediante fazendo piadas, imitando a mãe, contando casos passados dela e de suas amigas, dos amigos próximos e de sua equipe. 

Dona Déa e Paulo Gustavo protagonizam a história e mostram como o amor e o orgulho de um pelo outro era grande.

Paulo Gustavo com Mônica Martelli em
"Minha Vida em Marte" (Divulgação)

A intimidade do comediante com a mãe, o pai, o marido e os filhos também não foi esquecida, sem esquecer os amigos mais próximos, que deram depoimentos de antes e após a morte do ator. 

Os bastidores do espetáculo, com algumas músicas e falas improvisadas pela dupla, as viagens, o que agradava e o que desagradava a ambos. Tudo era motivo para uma boa risada.

Paulo Gustavo e Susana Garcia (Divulgação)

"Filho da Mãe" é um documentário que merece ser visto e revisto, para matar a saudade de Paulo Gustavo e de seus maiores personagens, com boas risadas e muita emoção por esta triste perda prematura. 

Em breve, poderemos ter mais deste completo ator. Em entrevista ao portal Terra, a diretora Susana Garcia afirmou que outras produções sobre o comediante devem chegar pela Amazon Prime Vídeo. 

Segundo ela, há ainda muito conteúdo para aproveitar das 130 horas do material bruto feito pela equipe. Vamos esperar com ansiedade.


Ficha técnica:
Direção: Susana Garcia e Ju Amaral
Produção: Amazon Prime Video
Exibição: Amazon Prime Vídeo
Duração: 1h15
Classificação: livre
País: Brasil
Gênero: Documentário

03 junho 2022

“Lei da Selva – A História do Jogo do Bicho” é um quebra-cabeças do crime organizado onde tudo se encaixa

Documentário de Pedro Asbeg em quatro episódios  tem excelente narração do ator Marcelo Adnet (Fotos: Canal Brasil)


Mirtes Helena Scalioni


Não seria exagero se o documentário “Lei da Selva – A História do Jogo do Bicho”, de Pedro Asbeg (“Democracia em Preto e Branco” – 2014, “Geraldinos” – 2016, “América Armada” – 2018) se chamasse simplesmente “De Vila Isabel a Brasília”. De forma didática e cirúrgica, a série mostra, em quatro episódios, como foram construídas e celebradas as relações entre um inocente sorteio com nomes de animais e o crime organizado, com direito à participação da máfia italiana e dos poderes constituídos. Tudo a céu aberto, a olhos vistos, com o consentimento e a conivência de policiais, juízes, políticos, governos e imprensa.


Quando o Barão de Drummond criou o jogo do bicho em 1892, com a prosaica intenção de ajudar na manutenção de um jardim zoológico no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, não imaginava que sua criação chegasse tão longe e tivesse tanto poder 130 anos depois. É justamente esse passo a passo que a série mostra. E faz isso de um jeito tão envolvente que prende o espectador do começo ao fim, como se fosse uma obra de ficção.


Só que “Lei da Selva...” não é ficção. Os caminhos escolhidos pelo crime organizado – que muitos preferem chamar de contravenção para amenizar – passam por uma disputa sangrenta de espaço, muita violência, sangue e mortes, tudo acontecendo enquanto os donos da banca dançam, sambam e são chamados de “patronos”. 

Escolas de samba e times de futebol foram, no início, os truques que ajudaram a lavar o nome e o dinheiro dos chefões, que se tornaram celebridades ao ponto de posarem ao lado de poderosos diretores de TV e de gente graúda da imprensa e da política.

Marcelo Adnet (Divulgação)

Foi dessa forma que o Brasil conheceu e aprendeu a aplaudir nomes como Castor de Andrade, Miro, Luizinho Drummond, Capitão Guimarães, Anísio Abrahão David e outros. Foi assim também que o país tomou conhecimento de uma juíza chamada Denise Frossard que, a certa altura, quis acabar com aquela farra. Com narração acertada do humorista Marcelo Adnet, uma das grandes riquezas da série, além do roteiro bem amarrado, está na lista de entrevistados. 

Castor de Andrade (Divulgação)

Estão lá, para falar das sutilezas que foram transformando um simples jogo numa máfia, acadêmicos do porte de Marco Antônio Simas e Michel Misse, entre outros, passando pela urbanista e vereadora carioca Tainá de Paula, além de Marcelo Freixo e muitos jornalistas que viveram as transformações. Devagar, o movimento ia sendo aceito pelo Rio de Janeiro e, de certa forma, pelo Brasil. Como se tudo fosse legal.

Numa espécie de evolução natural, com o jogo do bicho vieram o samba, o futebol, o tráfico de drogas, as milícias, a política, o escritório do crime e o surgimento de nomes como Ronnie Lessa, Anderson Nóbrega, Álvaro Lins, Fabrício Queiroz e outros muito conhecidos das páginas dos jornais brasileiros.

Carnavalesco Milton Cunha (Divulgação)

E a série não poupa ninguém. Estão lá registradas a conivência de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e outros quando da construção do sambódromo e a oficialidade que se deu à criminalidade com a criação da Liesa – Liga das Escolas de Samba. 

Sem falar na expansão dos territórios dos bicheiros até o domínio de uma região do Rio de Janeiro chamada Rio das Pedras, que se formou a partir do crescimento da Barra da Tijuca. Foi lá que viveu e militou a vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em março de 2018. 


Um verdadeiro quebra-cabeças onde as peças se encaixam com justeza e perfeição. Imperdível para quem quer conhecer um pouco mais da História do Brasil que não é contada em livros oficiais, “Lei da Selva – A História do Jogo do Bicho” é uma coprodução da Kromaki e Canal Brasil e está em cartaz nas plataformas Globoplay +, Now e no próprio Canal Brasil.


Ficha técnica:
Direção: Pedro Asbeg
Locução: Marcelo Adnet
Produção: Kromaki e Canal Brasil
Exibição: Globoplay + / Now / Canal Brasil
Duração: quatro episódios, com duração de 43 e 60 minutos cada
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gêneros: Documentário / Crime

04 novembro 2021

16º Festival de Cinema Italiano retoma sessões presenciais e mantém formato online

(Fotos: Divulgação)


Da Redação


O 16º Festival de Cinema Italiano traz mais uma vez para o público o melhor do cinema italiano. Neste ano, o Festival retoma as sessões presenciais em salas de cinema, mantendo também o formato online, que fez tanto sucesso na edição de 2020. O evento será presencial entre 05 e 12 de novembro nas salas de cinema do Petra Belas Artes, em São Paulo, com exibição de 16 longas inéditos no país.

Já o formato online, com sessões gratuitas, acontecerá de 05 de novembro a 05 de dezembro, por meio do site do festival, com uma seleção de 16 filmes inéditos e 16 clássicos, este último com a retrospectiva “As mais belas trilhas sonoras do cinema italiano”.   

"Quanto Basta"

A mostra de filmes contemporâneos conta com trabalhos de veteranos, como Pupi Avati (“Ela Ainda Fala Comigo” - "Lei Mi Parla Ancora"), e jovens estreantes, como Stefano Sardo (“Uma Relação' - "UnaRelazione"). 

Os 16 filmes transitam em temas e gêneros, abordando questões como relações familiares, como “Deixe-me ir" ("LasciamiAndare")”, de Stefano Mordini, protagonizado pelos astros Stefano Accorsi e Valeria Golino; "Blackout Love", de Francesca Marino. 

"Lasciami Andare"

E comédias como "Os Nossos Fantasmas" ("I Nostri Fantasmi"), de Alessandro Capitani. Haverá uma apresentação especial da comédia "QuantoBasta (Tempero do Chef)", do diretor Francesco Falaschi, coprodução Itália/Brasil (92 min).

Ou releituras de personagens clássicos, como “Todos por 1 – 1 Por Todos” (Tutti Per 1-1 Per Tutti), que retoma os famosos mosqueteiros de Dumas, numa versão cômica, e trazendo Pierfrancesco Favino e Margherita Buy, no elenco. 

Também faz parte do festival “Com Todo O Coração” ("Con Tutto IlCuore"), de Vincenzo Salemm, um dos filmes mais vistos na Itália este ano. Os longas inéditos concorrem ao Prêmio Pirelli, concedido ao filme mais visto pelo público.

"La Terra Dei Figli"

O cinema de gênero também está no festival, como o apocalíptico “A Terra dos Filhos” ("La Terra Dei Figli"), dirigido por Claudio Cupellini, a partir da famosa HQ homônima de Gian Alfonso Pacinotti, um dos principais quadrinhistas italianos. Confira abaixo a lista dos longas do Festival

Mostra Contemporânea
- "Lasciami Andare" ("Deixe-me Ir"), de Stefano Mordini, 98 min., drama
- "La Terra Dei Figli" ("A Terra dos Filhos"), de Claudio Cupellini, 120 min., drama
- "Blackout Love", de Francesca Marino, 95 min., drama/comédia
- "Con Tutto Il Cuore" ("Com todo meu Coração"), de Vincenzo Salemm, 90 min., comédia
- "Una Relazione" ("Uma Relação"), de Stefano Sardo, 105 min., drama/comédia
- "Ezio Bosso - Le Cose Che Restano" ("As Coisas que Restam"), de Giorgio Verdelli, 104 min., documentário
- "Come un Gatto in Tangenziale - Ritorno a Coccia di Morto" ("Como um Gato na Marginal – Retorno a Coccia di Morto"), de Riccardo Milani, 110 min., comédia

"Lei Mi Parla Ancora"

- "Tutti Per 1-1 Per Tutti" ("Todos Por 1 – 1 Por Todos"), de Giovanni Veronesi, 90 min., comédia
- "Lei Mi Parla Ancora" ("Ela Ainda Fala Comigo"), de Pupi Avati, 100 min., drama
- "Il Silenzio Grande" ("O Grande Silêncio"), de Alessandro Gassmann, 106 min., comédia
- "Ariaferma" ("Ar Parado"), de Leonardo Di Costanzo, 117 min.
- "Governance" ("Governança"), de Michael Zampino, 88 min., drama
- "Welcome Venice" ("Bem-Vindo à Veneza"), de Andrea Segre, 100 min., drama
- "Morrison" (Morrison Café"), de Federico Zampaglione, 99 min., drama
- "I Nostri Fantasmi" ("Os Nossos Fantasmas"), de Alessandro Capitani, 105 min., comédia
- "Lovely Boy" ("Lovely Boy"), de Francesco Lettieri,, 105 min., drama
 
"L'uccello Dalle Piume Di Cristallo"

Já a retrospectiva exclusivamente online “As mais belas trilhas sonoras do cinema italiano” permitirá ao público de todo o país (re)visitar filmes e trilhas que se tornaram clássicas, compostas por Ennio Morricone, Nino Rota, Nicola Piovani, Ritz Ortolani, Andre Guerra, Valerio Vigilar e Piero Piccioni. 

O destaque da seleção deste segmento são obras de mestres como Federico Fellini (“Os Palhaços”), Sergio Leone (“Era Uma Vez na América”), Dario Argento (“O Pássaro das Plumas de Cristal"), Lina Wertmüller (“Mimi, O Metalúrgico” e “Amor e Anarquia”), e Damiano Damiani (“Advertência”). 

A mostra inclui um filme com acessibilidade, a comédia dramática "Viva La Libertà" ("Viva a Liberdade"), de Roberto Andò, com música de Marco Betta (94 min). Veja abaixo a lista da Mostra online, retrospectiva “As mais belas trilhas sonoras do cinema italiano”

"C’era Una Volta in America"

- "L'uccello Dalle Piume Di Cristallo" ("O Pássaro com Plumas de Cristal), de Dario Argento, música: Ennio Morricone, 1970, Itália/Alemanha Ocidental, 96 min, horror/suspense
- "C’era Una Volta in America" (Era Uma Vez na América), de Sergio Leone, música: Ennio Morricone, 1984, EUA/Itália, 229 min, crime/drama
- "Il Prefetto Di Ferro" ("O Prefeito de Ferro"), de Pasquale Squitieri, música: Ennio Morricone, 1977, Itália, 110 min, drama/suspense
- "Mimi Metallurgico Ferito Nell'Onore" ("Mimi, O Metalúrgico"), de Lina Wertmüller, música: Piero Piccioni, 1972, Itália, 121 min, comédia/drama
- "L’Avvertimento" ("Advertência"), de Damiano Damiani, música: Ritz Ortolani, 1980, Itália, 108 min, suspense/drama
 
"I Clowns"

- "I Clowns" ('Os Palhaços"), de Federico Fellini, música: Nino Rota, 1970, Itália, 92 min. comédia/pseudodocumentário
- "Respiro", de Emanuele Crialese, música: Andre Guerra, 2002, Itália, 95 min., drama
- "O’ Re" ("Rei de Nápoles"), de Luigi Magni, música: Nicola Piovani, 1989, Itália, 90 min. drama
- "Addio Fratello Crudele" ("Adeus, Irmão Cruel"), de Giuseppe Patroni Griffi, música: Ennio Morricone, 1971, Itália, 105 min., drama
- "Storie Di Vita e Malavita" ("Histórias do Submundo'), de Carlo Lizzani, música: Ennio Morricone, 1975, Itália, drama, 93 min
- "Speriamo Che Sia Femmina" ("Tomara que seja mulher), de Mario Monicelli, música: Nicola Piovani, 1986, Itália, 120 min., comédia
-
"Speriamo Che Sia Femmina"

- "Film D'Amore e D'Anarchia" ("Amor e Anarquia"), de Lina Wertmüller, música: Nico Rota, 1973, Itália, 125 min., comédia
- "Il Medico e Lo Stregone" ("O Médico e o Charlatão"), de Mario Monicelli, música: Nico Rota, 1957, Itália, 102 min, comédia/romance
- "Amori Che Non Sanno Steare Al Mondo" ("Histórias de Amor Que Não Pertencem a Este Mundo"), de Francesca Comencini, música: Stelvio Cipriani, 2017, Itália, 92 min., drama
- "L'Attentato" ("O Atentado"), de Yves Boisset, música: Ennio Morricone, 1972, França, 124min., suspense/thriller
- "Anonimo Veneziano" ("O Anônimo Veneziano"), de Enrico Maria Salerno, música: Stelvio Cipriani, 1970, Itália, 84 min, drama romântico


Serviço:
16º Festival de Cinema Italiano
Data: 05 de novembro a 05 de dezembro
Exibições: online e gratuitas
Site: https://festivalcinemaitaliano.com/

02 setembro 2021

"Ziraldo – Uma Obra Que Pede Socorro", um documentário para não deixar a arte morrer




Da Redação


O documentário "Ziraldo – Uma Obra Que Pede Socorro", do diretor Gustavo Dannemann, com produção da Multiphocus Arte & Comunicação, terá premier mundial na 25ª edição do Miami Brazilian Film Festival, que acontece de 4 a 18 de setembro, em Miami. Além do festival internacional, o filme também participará da 44º Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. 

A produção traz um importante relato pelo olhar do próprio Ziraldo sobre o descaso com a preservação da arte no Brasil. Em especial, o mural de 32 metros de comprimento por seis metros de altura, criado por ele em 1967, na antiga casa de shows "Canecão", no Rio de Janeiro, e batizado de “Santa Ceia”. Fechado há mais de dez anos, o prédio se encontra abandonado e a obra pode ser perdida por falta de recursos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dona do terreno, para recuperar o imóvel. 

Mural "Santa Ceia" (Reprodução)

O documentário, gravado no Rio de Janeiro e em São Paulo, foi realizado ao longo de cinco anos. Com narração de Gracindo Jr., a produção conta com depoimentos de artistas, escritores e cartunistas como Aroeira, Guilherme Rodrigues, Jaguar, Juarez Machado, Lan, Luiz Fernando Dannemann, Paulo Caruso, Ricardo Cravo Albin, Thereza Miranda, Zuenir Ventura, além da participação especial do próprio Ziraldo.

Segundo o diretor Gustavo (Guga) Dannemann, a proposta é lançar "Ziraldo – Uma Obra Que Pede Socorro" no circuito comercial. As negociações para o lançamento também em plataformas de streaming estão avançadas e sendo feitas pela distribuidora Elo Company.


Ficha técnica
Direção: Guga Dannemann
Roteiro: Guilherme Rodrigues, Guga Dannemann, Luiz Fernando Dannemann
Produção: Fernanda Dannemann
Duração: 1h12
Produção: Multiphocus Arte & Comunicação
Distribuição: Elo Company
Classificação: Livre

08 agosto 2021

Documentário “Elvis Presley – The Searcher” mostra por que o ídolo continua vivo

Série em dois episódios mostra a influência de diversos gêneros musicais nos sucessos do inesquecível Rei do Rock (Fotos: Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Diversos provavelmente vão se queixar: faltou intimidade, novidades sobre o homem, fofocas, segredos. Mas basta um olhar mais atento para entender e aceitar de cara boa a série documental “Elvis Presley – The Searcher” (2018), da HBO Documentary Films, em exibição na Netflix. A começar pelo título, faz todo o sentido chamar o artista de “buscador”, “pesquisador”. Afinal, em sua curta carreira, ele nunca deixou de procurar influências, recriar e inovar.

Dirigida por Thom Zimny, a série de dois episódios tem pouco mais de três horas de duração, tempo necessário para contar, principalmente, a infância do menino pobre que nasceu em Tupelo, no Mississipi, e que, ainda adolescente se mudou para Memphis, no Tennessee, onde foi praticamente descoberto cantando numa festa de colégio.


O doc não deixa dúvidas sobre as primeiras influências do Rei do Rock. Definitivamente, ele era um cantor de “alma negra gospel'', por mais estranho que isso possa soar hoje. A cantoria dos pretos nas igrejas da sua infância foi fundamental na carreira do cantor de voz possante e de longo alcance. 

Do gospel ao country, passando pelo autêntico blues, ele cantou, exaustivamente, pelo simples prazer de cantar, na Beale Street, a famosa rua de bares em Memphis. E haja blues.


É possível que o documentário tenha se prendido mais à infância do cantor, mas os fãs vão adorar saber, por exemplo, que ele foi um filho exemplar, eternamente amoroso e cuidadoso com sua mãe, Gladys. Na verdade, a série deixa transparecer que Elvis foi um bom rapaz, mesmo no seu auge, nos anos de 1960, quando o mundo vivia as rebeliões raciais e sociais e o boom das drogas.


A maior rebeldia do Rei do Rock foi a sensualidade, arma que ele soube usar naturalmente, mas que não serviu de nada quando ele foi convocado pelo Exército norte-americano, no auge da fama, para servir na Alemanha. Há quem diga que foi uma retaliação do governo aos requebros e ao som negro que ele fazia. Resignado, Elvis interrompeu a carreira por dois anos. Os fãs, pacientemente, esperaram.


A resignação, aliás, parece resumir bem a carreira de Elvis Presley, que fez dezenas de péssimos filmes sem querer, se matava em turnês desumanas e foi explorado por um agente que nunca permitiu que ele saísse dos Estados Unidos. O palco, onde ele exercia com maestria, talento e carisma – com resposta sempre apaixonada do público -, parece ter sido seu suficiente lugar.


Jornalistas, produtores, engenheiros de som, amigos e artistas como Bob Dylan e Bruce Springsteen enriquecem, com seus depoimentos, o documentário muito bem amarrado pelo roteiro de Alan Light. A ex-mulher Priscila Presley, claro, também comparece, com entrevistas e filmes caseiros da possível vida doméstica do ídolo, falecido no dia 16 de agosto de 1977.


Saber de Elvis Presley é sempre bom. Melhor ainda é ver imagens inéditas, rever pedacinhos de seus mais de 30 filmes e 1.600 shows e ouvir, de novo, pelo menos 18 dos sucessos mais conhecidos desse artista impecável que gravou – em algumas edições definitivas - mais de 750 canções. Deve ser por isso que dizem que ele não morreu.


Ficha técnica:
Direção: Thom Zimny
Produção: HBO Documentary Films (2018)
Exibição: Netflix
Duração: 3h35 (em dois episódios)
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: documentário / série / biografia

02 junho 2021

“Cine Marrocos”: quando a decadência pode virar esperança e arte

Bonito e melancólico, documentário prende a atenção do espectador até o final (Fotos: Loiro Cunha/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


A princípio, é preciso dizer que Ricardo Calil, que roteirizou e dirigiu o documentário “Cine Marrocos”, teve uma sacada genial: transformar – ou tentar transformar – um grupo de sem-teto em atores e atrizes, talvez fazendo-os viver, por momentos, como reis, rainhas, milionários, saltimbancos, divas e vilões e, a partir daí, compreenderem suas próprias vidas. 

O filme, que estreia nesta quinta-feira (03/06) nos cinemas, é mais do que isso quando se sabe que essas pessoas eram invasores e ocupavam, há algum tempo, o charmoso e chique cinema Marrocos, ícone das artes nos anos de 1950 no centro de São Paulo e que completou 70 anos em janeiro último.


Quem acompanhou o noticiário da época vai se lembrar da rumorosa invasão do Cine Marrocos, em 2013, por mais de dois mil sem-teto de 17 países, moradores de rua, imigrantes, refugiados e toda sorte de gente que, de alguma forma, perdeu o vínculo com a família ou com a vida. De latino-americanos a africanos, de franceses a nordestinos, cada um tem sua história para contar e é essa diversidade que enriquece o filme. 

Capitaneada por um líder do MSTS - Movimento dos Sem-Teto de São Paulo - essa turma viveu ali entre cadeiras quebradas, pedaços de filme, tapetes rasgados, refletores e velhos projetores até 2016, quando a prefeitura da capital ganhou a reintegração de posse na Justiça.


Talvez para juntar o real com a ficção, Ricardo Calil tratou de organizar uma espécie de oficina de artes cênicas entre os moradores, levando-os a interpretar partes de filmes que foram sucesso naquele velho cinema. O Cine Marrocos chegou a ser o melhor e mais luxuoso da América Latina e o primeiro a sediar o festival internacional de cinema do Brasil, com a participação de astros famosos de Hollywood. Diferentemente do que sempre acontece, esse cinema não virou igreja sabe-se lá por quê. 


Com a ajuda de dois preparadores de elenco – Ivo Müller e Georgina Castro – o diretor ensinou, ensaiou, repetiu e filmou aquelas pessoas em cenas de filmes como “Crepúsculo dos Deuses”, de Billy Wilder; “A Grande Ilusão”, de Jean Renoir; “Noites de Circo”, de Ingmar Bergman; “Júlio César”, de Joseph L. Mankiewicz e “Pão, Amor e Fantasia”, de Luigi Comencini.

E é assim, entre depoimentos dos moradores contando suas próprias histórias e insistentes ensaios e filmagens, que transcorrem os pouco mais de 70 minutos de “Cine Marrocos”, que vai, devagar, ganhando humanidade. 


Os motivos que levaram aquelas pessoas até aquele lugar são tão tristes quanto diversos. Na edição do longa, a ligação entre os depoimentos parece ser feita pelo líder do MSTS, que faz tudo o possível para convencer que tudo naquele lugar transcorre às mil maravilhas, onde tudo funciona, todos se comportam bem e a organização é nota 10. Ele é também o responsável pela arrecadação do dinheiro dos moradores para, segundo diz, manter o local habitável e pagar o advogado na intensa batalha judicial travada com a prefeitura de São Paulo.


Por mérito da direção, o documentário prende a atenção do espectador até o final, bonito e melancólico, mesmo que, às vezes, se torne um pouco arrastado. Parênteses para dizer que quem não é cinéfilo de carteirinha não consegue identificar todos os clássicos do cinema citados no longa sem uma colada no Google. Talvez fosse mais prático ter colocado, na tela, o nome dos filmes, seus diretores e épocas em que foram exibidos. Soltos, sem identificação e aos pedaços, essas obras-primas acabam perdendo um pouco o valor. 


Outra ressalva: faltou contextualizar datas. O público pode não se lembrar de quando foi que a ocupação do cinema aconteceu e quanto tempo ela durou. Mais uma vez, quem se interessar em saber, tem que recorrer ao Google. 

O longa venceu a Mostra É Tudo Verdade em 2019. Também foi premiado com o Golden Dove na categoria Next Master no DOK Leipzig, festival de documentários mais antigo do mundo, na Alemanha, em 2018; Melhor Documentário no FICG - Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, no México, em 2019; e selecionado para o Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, em Havana, e o DocAviv – Festival Internacional de Documentários de Tel Aviv, em Israel, em 2019.   


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Ricardo Calil
Produção: Muiraquitã Filmes / Olha Só / Globo Filmes / GloboNews / Canal Brasil
Distribuição: Bretz Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h16
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gênero: Documentário