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19 janeiro 2021

"Bridgerton" - Uma comédia com ares de folhetim novelesco que explora descendências e jogos de interesse

Trama tem como ponto de partida o casal Daphne e Duque de Hasting, que tenta disfarçar uma atração latente entre eles (Fotos: Liam Daniel/Netflix)
 

Silvana Monteiro


"Bridgerton" chegou na Netflix no Natal de 2020 e, deste então permanece entre as séries mais vistas da plataforma. De acordo com estatísticas divulgadas pela própria empresa, o título deve atingir 63 milhões de visualizações até o final do mês, tornando-se o quarto maior lançamento de série original da Netflix de todos os tempos. Alcançou o primeiro lugar no Top 10 da plataforma em 76 países, desde sua estreia e hoje ocupa a quarta posição no ranking da plataforma.


Criada por Chris Van Dusen, baseado na série de livros de mesmo nome escrita por Julia Quinn, a série é produzida pela roteirista, cineasta e produtora de TV Shonda Rhimes, responsável também por outros sucessos como as séries "Grey’s Anatomy" (2005 até hoje), "Private Practice" (2007-2013), "Scandal" (2012-2018) e "How to Get Away With Murder" (2014-2020).


‌Com ares de folhetim novelesco, o enredo tende a agradar a várias idades. A trama se desenvolve a partir da história de Daphne (Phoebe Dynevor) filha mais velha da família Bridgerton que é incentivada pela mãe e pela maioria dos irmãos, especialmente Anthony (Jonathan Bailey), a conquistar um casamento com algum jovem rico e poderoso. 
 
Ao conhecer o Duque Simon de Hasting (Rége-Jean Page), um solteiro convicto, os planos mudam. Ambos decidem fazer um jogo pra enganar a alta sociedade e a família. Esse jogo vai render muitas confusões e, surpreendentemente, paixão e desejo.


A partir daí, a trama revela o trauma familiar que pesa a vida do Duque e, paralelamente, vai intrigando o telespectador com a atração entre ele e a jovem Daphne. Mais que isso, a curiosidade pelos escândalos e fofocas envolvendo a sociedade londrina do século XIX é alimentada pela narração de uma personagem misteriosa. Gravidez indesejada, relacionamentos extraconjugais, separações e possíveis casais.
 

O ponto alto da trama é o desenrolar de histórias a partir da visão de Lady Whistledown (voz de Julie Andrews). Ela é uma espécie de colunista de fofoca que, além de publicar acontecimentos, acaba por manipular e pressionar decisões na moralista sociedade local. Mas quem é ela? Tanto os personagens quanto o público vão ser instigados por essa dúvida.


Aspectos importantes relacionados à diversidade chamam a atenção em "Bridgerton". Os personagens negros são representados fora da senzala e dos papéis de serviçais, o que não é muito comum em produções que retratam a nobreza.

‌Na produção de Shonda Rhimes, eles ocupam cargos importantes na sociedade e até a rainha é negra. Além disso, por mais pressionadas e sob imposição de uma sociedade machista, as mulheres da série, sobretudo as mais jovens, são representadas a partir de suas inquietações e insatisfação com a sociedade da época.


Embora Daphne seja a protagonista da série, a excelente interpretação, mais do nunca a exploração do corpo negro, viril e sensual do Duque de Hasting acabou por torná-lo a estrela da serie. Cenas dos personagens em momentos íntimos e sensuais acabaram se espalhando pelas redes e levando homens e mulheres a buscarem pela obra.

A própria Netflix vem explorando esses aspectos em publicações nas redes sociais. ‌Destaque também para a linda fotografia e as bem escolhidas locações, além da harmoniosa trilha sonora. E, se der, encante-se pelo Duque e pela Duquesa de Hasting. A segunda temporada da série já foi confirmada, mas deverá estrear somente no final deste ano ou início de 2022.


Ficha técnica:
Direção:
Chris Van Dusen / Shonda Rhimes
Exibição: Netflix
Duração: média de 60 minutos por episódio (1ª Temporada - 8 episódios)
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Drama / Romance / Série de TV

23 novembro 2020

Com “A Dama e o Vagabundo”, Disney+ traz de volta a fantasia, a emoção e muita choradeira

 

Plataforma de streaming estreou no Brasil com um catálogo de seus maiores sucessos do passado e do presente (Disney/Divulgação)



Maristela Bretas


Apesar de ser uma apaixonada pela franquia Star Wars, paixão que passei para meu filho, foi com uma marcante animação infantil de 1955 que fiz minha estreia no Disney+. A escolha foi por um famoso casal canino que se apaixona enquanto come um prato de espaguete com almôndegas, à luz de velas e ao som da linda canção italiana "Bella Notte". Sim, "A Dama e o Vagabundo" ("Lady and The Tramp") foi o filme escolhido para me fazer voltar a um tempo de pura magia.
 
 

Claro, rios de lágrimas de saudade, alegria, boas memórias e a certeza que o desenho animado (como era chamado) ainda é capaz de emocionar. E como não poderia deixar de ser, assisti na sequência o live-action da história, que não chegou a estrear no cinema por causa da pandemia."A Dama e o Vagabundo" de 2019 consegue dar vida ao par principal, o que não ocorreu com "O Rei Leão". Talvez porque histórias com cães sempre despertaram mais atenção do público.
 

Nesta versão foram usados animais de verdade, que ganham uma "personalidade especial" graças à computação gráfica que foi usada pelos produtores na medida certa para que o romance e a aventura fluíssem sem parecer uma coisa plástica. 
 
 
Há também a preocupação em mudar conceitos do passado. Enquanto no desenho há cenas de cigarros, não existem negros no elenco e as cenas mais empolgantes são protagonizadas pelo sexo masculino, na live-action isso cai por terra. As mulheres ganham destaque, a partir de Querida, dona de Lady, que agora é negra, assim como seu filho (no original ambos eram louros e brancos), casada com um músico branco. É dela que partem as decisões importantes.
 
 
 
O mesmo acontece com a cadelinha, que deixa a versão mimada para protagonizar o filme de igual para igual com Vagabundo. Mas sem esquecer seu papel de guardiã de todos da casa, especialmente do bebê que acabou de chegar. Mesmo que ele tenha tomado seu lugar na preferência dos donos.
 
Também um dos amigos de Lady, deixa de ser Joca e passa a ser uma Terrier escocesa de nome Jaque, cuja dona tem hábitos excêntricos. Claro que outro amigo, o velho Caco, também está nesta versão, mas batizado como Faro. Além dos amigos de rua de Vagabundo, como Peg e Bull, que agora formam um casal. 
 


Além dos diálogos também o roteiro foi modificado para que acompanhasse a evolução dos tempos, mas nada que tirasse a essência dessa bela história de amor entre uma cadelinha Cocker Spaniel americana doméstica e um vira-lata muito esperto, mas de coração mole que gosta de viver livre. Como no desenho, o live-action de "A Dama e o Vagabundo" tem muita aventura, romance efeitos especiais e encantamento. Merece ser visto. E o desenho revisto.

 
Disney+
 
Desenhos animados marcaram a infância de muitas gerações e se hoje eles vêm ganhando uma nova roupagem com as versões live-action (nem sempre acertadas) é porque ainda ocupam um lugar especial no coração e na memória das pessoas. A entrada da plataforma de streaming Disney+ no Brasil retoma boas lembranças de um passado que remetia a castelos, florestas, príncipes e princesas. Histórias que faziam o maior dos durões se desmanchar em lágrimas. Ainda tenho em fita VHS muitos desses sucessos, gravados para mostrar a meu filho o poder da magia.


Se o passado é marcante, não menos importantes são as produções atuais, capazes de darem vida e sentimentos a brinquedos e personagens que mereciam uma atenção especial. Ou proporcionar grandes batalhas com sabres de luz e naves velozes. Sem esquecer os super-heróis de várias origens e raças - verdes, brancos, negros e até vegetais - que se unem para defender o planeta.

 
Não importa a idade de quem está assistindo ou o aparelho escolhido para exibição. Seja um desenho animado, uma saga com grandes efeitos especiais, um live-action ou um documentário. O que vale é reviver grandes sucessos, do passado ou do presente que mexem com as emoções e trazem magia e encantamento. E nisso, a Disney sempre se destacou.
 


Ficha técnica:
Direção: Charlie Bean
Exibição: Disney+
Duração: 1h51
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: Romance / Aventura /Ação /Família
Nota: 5 (de 0 a 5)


Tags: #DisneyPlusBrasil, #ADamaEOVagabundo, #LadyAndTheTramp, #romance, #aventura, #família, @cinemanoescurinho

17 janeiro 2020

"Adoráveis Mulheres" - um clássico revisitado

Elenco é formado por talentos da nova geração de Hollywood como Eliza Scanlen, Saiorse Ronan, Emma Watson e Florence Pugh (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Carol Cassese


O público é predominantemente feminino, mas as idades são variadas. Há tanto os grupos de senhoras da terceira idade quanto jovens, interessadas tanto numa história de viés feminino quanto na nova empreitada da atriz e diretora norte-americana Greta Gerwig, 36, já há muito alçada ao posto de cult - como esquecer a cena de "Frances Ha" (2012) na qual ela corre pelas ruas de Nova York ao som de "Modern Love", de David Bowie, em imagens em P&B? 
 
Mas, bem, aqui estamos falando de "Adoráveis Mulheres" ("Little Women"), único filme com direção feminina que fez bonito nas indicações do Oscar - concorre, por exemplo, a Roteiro Adaptado e a Melhor Filme.  Em cartaz na cidade, trata-se de mais uma adaptação para o cinema do célebre romance de 1868 de Louisa May Alcott, também conhecido como "As Filhas do Dr. March" ou "Mulherzinhas".  


Na adaptação anterior, a de 1994, dirigida por Gillian Armstrong, Winona Ryder capitaneava o elenco, interpretando Josephine, ou simplesmente Jo, uma garota adiante de seu tempo. O cast ainda trazia Claire Danes e Kirsten Dunst.  Agora, o papel de Jo é delegado a Saiorse Ronan, que já havia trabalhado com Greta em "Ladybird - A Hora de Voar" (2017). 
 
Conhecida também por filmes como "Um Olhar do Paraíso", "Brooklyn" e "Duas Rainhas", Saiorse, 25, é uma atriz que cresceu diante do público (começou a atuar ainda criança, em filmes como "Desejo e Reparação") e, aqui, dá um banho de interpretação, o que explica o fato de estar sendo indicada a Melhor Atriz nos principais prêmios da temporada, como o Globo de Ouro e, claro, o Oscar.

Mas o elenco como um todo é estelar. A começar de Laura Dern, perfeita como a Sra. March, a matriarca da família, que cuida da criação das quatro filhas enquanto o marido está servindo o país, na Guerra Civil Americana. Além de Jo, a prole é composta por Beth (Eliza Scanlen, da série da HBO "Sharp Objects"), Meg (a britânica Emma Watson, da saga "Harry Potter") e Amy (Florence Pugh, outra britânica). Florence, aliás, está indicada a Atriz Coadjuvante no Oscar. 


As quatro meninas têm personalidades distintas, que por vezes se chocam, mas o amor que une a família sempre fala mais alto. De saúde mais frágil, a caçula é o xodó de todas. Jo, como já pontuado, é uma mulher avant la lettre, e, longe de sonhar com um casamento, como seria esperado por uma garota de sua idade naquela época, prefere se debruçar sobre a escrita e vender seus textos para, com o dinheiro obtido, ajudar a família. 
 
Ficou faltando Meryl Streep? Sim... Ela é a rabugenta e (por que não?) divertida Tia March. Mas, bem, falar do talento de Meryl é gastar linhas em vão. Afinal, taí uma atriz cujas performances dispensam comentários. E por último, mas não menos importante, já que optamos por ratificar o poderio do elenco feminino, tem Hannah, a "maid" da família, vivida por Jayne Houdyshell. 

Nesta nova versão, a história é narrada em dois tempos. Greta, talvez frustrando os que esperavam dela mais arrojo, opta por uma narrativa basicamente tradicional, com direito a cenas que algumas vezes até soam edulcoradas demais (como as da praia, com crianças soltando pipas e correndo, às gargalhadas). Das poucas inovações a que se permite está a narração do conteúdo das cartas, lidas, na tela, pelos próprios autores, em um enquadramento no qual eles olham para o público.


Quanto a falar da história, é um pouco chover no molhado, posto que estamos nos referindo a um clássico. Aliás, um parêntese: o livro é um dos norteadores das personagens da saga "A Amiga Genial", de Elena Ferrante. Sim, teremos lágrimas na plateia. Mas também risos suaves e muito enternecimento. 
 
Aqui, a felicidade se sobrepuja a uma realidade difícil, no qual a falta do dinheiro muitas vezes bate à porta para desfazer sonhos e planos. No entanto, a história aponta como a união e solidariedade acabam sendo o caminho para uma sobrevivência que, não raro, até surpreende, por ser menos árdua do que o previsto em frente a tanta adversidade.  

Assim, mesmo com pouco, a Sra. March não deixa a família pobre que mora nas cercanias enfrentar o inverno rigoroso com a barriga vazia. E ao ver o belo gesto das mulheres, o vizinho Mr. Laurence (Chris Cooper) também entra em cena, repondo a mesa, abrindo sua biblioteca para saciar a fome de saber de Jo e disponibilizando seu piano (que o remete à ausência da filha) para que Beth exercite seu dom. O velho "gentileza gera gentileza". E move o mundo para lugares melhores.



E, sim, se falamos do elenco feminino, vale também situar o masculino para além do já citado Cooper. Destaque para Timothée Chalamet (Laurie, postulante ao amor de Jo) e para o francês Louis Garrel, como o professor Friedrich Bhaer, e James Norton como John Brooke, que arrebanha o coração de Meg. Chalamet firma-se como um talento da nova geração, enquanto Garrel confirma também seu carisma e presença cênica. 
 
Ah, sim... E há um prêmio Pulitzer no elenco. O dramaturgo Tracy Letts faz o Sr. Dashwood, que julga (e compra) os textos de Jo. Já o Sr. March cabe a Bob Odenkirk. Com tantas credenciais e falas que merecem ser sublinhadas e guardadas na memória, "Adoráveis Mulheres" é outro ponto positivo na carreira dessa encantadora garota de Sacramento, de nome Greta Celeste Gerwig.



Ficha técnica:
Direção: Greta Gerwig
Produção: Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h15
Gêneros: Drama / Romance
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #AdoraveisMulheres, #LittleWomen, #GretaGerwig, #SaiorseRonan, #EmmaWatson, #LauraDern, #MerylStreep, #romance, #drama, @SonyPictures, @CinemaEscurinho, @cinemanoescurinho

22 novembro 2019

"Um Dia de Chuva em Nova York": Mais Woody Allen, impossível

Selena Gomez e Timothée Chalamet estão no elenco principal desta comédia romântica de encontros e desencontros (Fotos: Mars Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


"Um Dia de Chuva em Nova York" ("A Rainy Day in New York") reúne todos os ingredientes que não podem faltar em um filme assinado por Woody Allen: o diretor de cinema atormentado e excêntrico que, em crise, ameaça parar de trabalhar; o jovem universitário burguês que, para tentar negar sua origem, cultiva gostos e hábitos singulares e antigos; a loira lindíssima e meio caipira que, para ascender intelectualmente consome obras que nem sempre compreende; o roteirista que, em nome de salvar um filme, se transforma numa espécie de babá do diretor e esquece a própria família. 


E, claro, tem também o inusitado, detalhe primordial nas histórias de Allen, cuja marca mais característica é a surpresa. Junte-se a isso tudo o cenário que não pode faltar: ruas, trânsito, táxis, metrô, parques, restaurantes, hotéis e bares de Nova York, a cidade preferida do cineasta. 

O longa demorou um pouco para ser lançado devido a problemas de Allen com seus produtores após o escândalo das denúncias de sua própria filha envolvendo-o num caso de abuso sexual. Demorou, mas chegou. E entra em cartaz em Belo Horizonte com todos os requisitos para agradar aos fãs do diretor. No elenco, um equilíbrio de estrelas de diferentes portes: Timothée Chalamet como o universitário Gatsby; Elle Fanning como a estudante Ashleigh; Liev Schreiber como o cineasta Roland Pollard; Jude Law como o roteirista Ted Davidoff; Diego Luna como o ator canastrão Francisco Vega; Selena Gomez como Chan, entre outros.


Estudantes de uma universidade no interior, Gatsby e Ashleigh planejam passar um fim de semana em Nova York. Aluna de Jornalismo, ela tem uma entrevista marcada com Rolland Pollard, diretor que admira e de quem já viu todos os filmes. Por sua vez, o jovem vê, nessa oportunidade, a chance de mostrar à namorada a cidade como ele concebe e gosta: restaurantes e recantos antigos, onde não faltam pianos bem tocados e cantores à meia-luz. Imprescindível para Gatsby é não se encontrar, em hipótese alguma, com seus pais, tradicionais figuras da sociedade nova-iorquina dos quais ele quer manter distância.


Os desencontros começam a partir da primeira crise do diretor excêntrico assim que ele recebe a estagiária para a entrevista. A partir daí, é uma sucessão de acasos e surpresas, todas, claro, agravados com a chuva que não para de cair na cidade. Dessa vez, pode ser até que Woody Allen tenha exagerado nas tramas. 


Algumas situações ficaram com cara de trapalhadas, o que pode prejudicar a credibilidade. Um exemplo: a moça que tem que sair fugida e praticamente nua da casa do rapaz porque a mulher dele chega antecipadamente de uma viagem. Parece comedinha barata. Outro detalhe: Jude Law merecia uma participação maior. Enfim, é Woody Allen. É o de sempre. Mas convém assistir.
Classificação: 14 anos
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h33


Tags: #UmDiaDeChuvaEmNovaYork, #WoodyAllen, #TimotheeChalamet, #ElleFanning, SelenaGomez, #JudeLaw, #comedia, #romance, #ImagemFilmes, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

23 agosto 2019

Impossível sair impune de "Entre Tempos", filme que trata de amor, diferenças e lembranças

Luca Marinelli e Linda Caridi formam o belo casal Lui e Lei que, desde o início, exala uma química quase perfeita (Fotos: Sara Petraglia/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


"Lui e Lei são duas pessoas completamente diferentes entre si, mas que formam um casal intenso e apaixonado. Juntos durante anos, seus sentimentos estão em conflito constante, mostrando uma montanha-russa emocional entre eles: enquanto Lei acredita em um futuro brilhante, Lui não consegue deixar de viver no passado. Ao longo dos anos, o par coleciona frustrações, alegrias, tristezas e angústias". 

Que ninguém se iluda que está diante de mais uma história de amor ao ler essa sinopse oficial e simplesinha de "Entre Tempos". Trata-se, sem dúvida, de um filme sobre o romance de um casal, mas o jeito que o diretor italiano Valerio Miele imprimiu à sua narrativa é praticamente um personagem à parte. Mais do que uma ferramenta, o ritmo do longa torna-o único.



É tão louca e tão sui generis a forma como o filme é contado, com flashbacks e lampejos rápidos confundindo passado e presente, infância e vida adulta, que o espectador pode ter uma inusitada curiosidade de saber quem é o responsável pela montagem. Pois o autor da façanha é uma autora, Desideria Rayner, cujo trabalho e perfil podem ser facilmente encontrados na internet. Uma craque, sem dúvida. Não fosse ela, talvez o roteiro, que é do próprio diretor, não se transformasse no filme diferente que virou. Para início de conversa, Lui e Lei não são nomes próprios dos personagens principais, interpretados na medida por Luca Marinelli e Linda Caridi. Lui e Lei são, simplesmente, Ele e Ela traduzidos do italiano.



Se alguém quiser traduzir em uma linguagem mais óbvia a sinopse de "Entre Tempos", talvez pudesse dizer que se trata de um filme sobre a complexidade das relações de amor, sobre a ideia de que os opostos sempre se atraem ou sobre a fascinação quase doentia que o diferente exerce sobre o outro. O filme é tudo isso, mas seria raso demais resumir só nisso um longa que, originalmente, chama-se "Ricordi?". Assim mesmo, com interrogação. Vale salientar que Lui é pessimista e amargo e Lei é encantadoramente alegre e idealista.


Para completar essa atmosfera de idas e voltas vertiginosas, cores, paisagens e lugares tão diferentes como uma praia, um salão de baile, uma loja de perfumes, um lago, uma sala, um prédio, uma fazenda, uma árvore frondosa, é preciso dizer que os personagens principais são belos e que, desde o início, exalam uma química que parece perfeita. Há outras figuras na história, claro, mas a importância delas na trama - se é que existe alguma trama - é muito discreta.


Todas as relações a dois acabam, invariavelmente, em monotonia? A infância tem influência na forma como o adulto vive uma relação? Podem as lembranças marcar indelevelmente a mente e o coração de alguém a ponto de dificultar ou facilitar seu relacionamento de amor? Para que serve, afinal, a memória? É possível confiar nas lembranças? Ou, como fala um personagem no longa, a memória não é real. De algum modo, ela doura a pílula, subverte e verdade, ameniza o real para que a gente não sofra tanto diante dela. Que ninguém duvide: "Entre Tempos" é o tipo do filme que deixa o espectador cheio de perguntas. 
Classificação: 14 anos
Duração: 1h46
Distribuição: Cineart Filmes
Sessões: Belas 1 - 16h30 e 21h30 , Net Cineart Ponteio 2 - 21h15 , Net Cineart Ponteio 4 - 13h40 e 18h50 


Tags: #EntreTempos, #ValerioMiele, #LucaMarinelli, #LindaCaridi, #drama, #romance, @CineartFilmes, @cineart_cinemas, @cinemaescurinho, @cinemannoescurinho

10 julho 2019

Comédia romântica "Amor à Segunda Vista" estreia nesta quinta em BH e outras 10 cidades brasileiras

François Civil e Joséphine Japy formam o par separado em universos diferentes (Fotos: Mars Film/Divulgação)

Da Redação


Estrelado por François Civil e Joséphine Japy, estreia nesta quinta-feira (11)  em Belo Horizonte e outras dez cidades brasileiras o longa “Amor à Segunda Vista” ("Mon Inconnue"), de Hugo Gélin (“Uma Família de Dois”).  Além da capital mineira, Florianópolis, Vitória, São Paulo, Santos, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Recife estão na programação de lançamento. Sucesso na França, onde foi visto por mais de 340 mil espectadores, a comédia romântica integrou o Festival Varilux de Cinema Francês encerrado em junho.


O filme conta a história de Raphaël (François Civil), que da noite para o dia, acorda em uma realidade paralela na qual não é mais um escritor famoso e nem é casado com Olivia (Joséphine Japy), uma professora de piano e que foi sua paixão desde a época da escola. Para reconquistar sua mulher, que nesta nova realidade se tornou uma pianista conhecida mundialmente, Raphaël contará com a ajuda de seu melhor amigo Félix (Benjamin Lavernhe). 


Por sua atuação, François Civil ganhou o Prêmio de Interpretação Masculina no Festival Internacional do Filme de Comédia de L´Alpe d´Huez (França, 2019). O filme ganhou ainda o prêmio Swann D'or 2019 de melhor filme no Festival de Cinema de Cabourg, na França. 


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Hugo Gélin
Produção: Zai Films / Mars Films / Chapka Films / France 3 Cinéma
Distribuição: Bonfilm
Duração: 1h58
Gêneros: Comédia / Romance
Países: França / Bélgica
Classificação: 12 anos

Tags: #AmorASegundaVista, #MonInconnue, #Bonfilm, #romance, #cinemaescurinho, #cinemafrances, @cinemanoescurinho

28 março 2019

"Gloria Bell" - o drama de uma mulher de 50 anos feito sob medida para Julianne Moore

Mars Films/Divulgação
Inteligente, de bem com a vida, a protagonista se vê envolvida por um homem que transforma sua maneira de ser (Foros: Mars Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Julianne Moore foi a escolha certa para ser a protagonista de "Gloria Bell", uma mulher que aos 50 anos se sente realizada, independente, de bem com a vida. A proposta do filme era reforçar esta imagem. Mas pouco depois do início já parte para o estilo "mulher solteira procura", como se estivesse indo a caça de uma companhia, jogando charme para os homens nos bares de solteiros adultos, se envolvendo com alguns deles e até se deixando levar por aquele que é mais romântico. Passa a ser então uma mulher carente, solitária, que se sente dispensável até pelos filhos, interpretados por Caren Pistorius e Michael Cera.

Foto: Mars Films/Divulgação

Graças a Julianne Moore, o filme não se transforma em mais uma produção que só quer mostrar que as mulheres de meia idade são carentes e precisam de um homem para se sustentar. A atriz é a força da personagem e entrega uma excelente interpretação, saltando de um perfil de mulher para outro e retornando mais forte ao final.

Foto: Mars Films/Divulgação

E é na busca pela noite que ela conhece Arnold, papel muito bem interpretado por John Turturro. A dupla é a força do o filme - duas pessoas solitárias em busca de um "chinelinho confortável para descansar os pés". Aos poucos, os personagens vão mostrando suas virtudes e fraquezas, dividindo momentos românticos, cômicos e dramáticos. Arnold é um homem também de meia idade e divorciado, mas controlado pela ex-mulher e filhas. O retrato da insegurança, do tipo "pouca conversa" que vê em Glória sua tábua de salvação para tentar ter uma vida independente e ser feliz com a mulher que ama.

Foto: Mars Films/Divulgação

Se para Gloria Bell, a vida já tem sentido e os problemas podem ser contornados, para Arnold a situação é totalmente diferente. Carente, submisso e cheio de mistérios, ele prefere as mentiras e segredos, que o público não terá dificuldade em descobrir já no início (só Gloria não percebe, ou não quer). Os momentos felizes e as decepções fazem com ela ganhe mais força pra seguir em frente.

Além das atuações, destaque também para a excelente trilha sonora dos anos 70/80, com sucessos como "Love Is in The Air" (com John Paul Young) e "Gloria" (na voz de Laura Branigan). Uma pena que a ótima atuação fique um pouco prejudicada pelo final fraco e óbvio, de muita Glória e pouca surpresa.



Ficha técnica:
Direção: Sebastian Lelio
Produção: Fabula Productions / FilmNation Entertainment
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h41
Gêneros: Romance / Comédia / Drama
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #GloriaBell, #JulianneMoore, #JohnTurturro, #drama, #comédia, #romance, @SonyPictures, @cinemanoescurinho

19 março 2019

"A Cinco Passos de Você" - Romance água com açúcar para conscientizar sobre doença grave

Casal com problemas pulmonares terminais se apaixona sem nunca poder se tocar (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


“A Cinco Passos de Você” ("Five Feet Apart") tem 90% de inspiração em outro drama romântico que fez sucesso do cinema há quase cinco anos, "A Culpa é das Estrelas", que contou em seu elenco principal com dois rostos jovens já em ascensão - Shailene Woodley e Ansel Elgort, ambos dos filmes "Divergente" (2013), "Insurgente" (2015) e "Convergente "(2016). No filme de 2014, a dupla sofria de câncer. Já a nova produção conta a história de dois adolescentes com doenças pulmonares graves - a bela Stella Grant (Haley Lu Richardson) e o rebelde Will Newman (Cole Sprouse).


Na verdade, o mérito maior do filme é de Haley Lu Richardson, uma atriz de 24 anos que interpreta bem uma jovem de 16 com fibrose cística. Ela segura a produção com simpatia e carisma, enquanto Newman capenga em algumas cenas. Haley Lu mostrou seu potencial em "Fragmentado" (2017), enquanto Newman vem de séries de TV, em especial "Riverdale" (2018). Destaque para a atuação de Moises Arias ("Ben Hur" - 2016) como o amigo de infância Poe, também interno do hospital.

O filme é água com açúcar, mas serve para divulgar para o público em geral essa doença grave que atinge milhares de pessoas pelo mundo de todas as idades e muitas vezes leva à morte. Na história, Stella é uma garota focada, segue todas as regras do tratamento e aguarda a possibilidade de um transplante de pulmões. Mesmo tendo muitos amigos, a doença obriga que passe a maior parte de sua vida dentro de um hospital e ligada a um aparelho de oxigênio.

É lá que conhece Will, o charmoso do quarto ao lado que se recusa a fazer o tratamento por estar descrente da vida. Além de se encantar de cara pelo novo gatinho do pedaço, Stella vai tentar ajudá-lo a se tratar. Daria um grande romance, mas a doença que possuem impede que se toquem de qualquer forma. À medida que a paixão entre eles aumenta, cresce também a tentação de jogar as regras pela janela e abraçar esse amor que sentem um pelo outro. 

(Foto Maria Inez Aranha)
Para quem procura um filme com um casal fofo, um tema que faz chorar, um final não tão dramático, "A Cinco Passos de Você", com estreia nesta quinta-feira em todos os cinemas, é a escolha certa. E ainda pode abraçar uma bela campanha beneficente de conscientização do que é a fibrose cística criada do Instituto Unidos Pela Vida, maior organização brasileira focada no desenvolvimento de projetos relacionados à conscientização da doença no país. 

A Paris Filmes, distribuidora da produção no Brasil, abraçou a campanha, juntamente com um grupo de atores, artistas e a estilista Malena Russo que produziu uma estampa personalizada relacionada com o tema central do filme. As camisetas custam R$ 40 e estão disponíveis para compra no site do Instituto: https://unidospelavida.lojaintegrada.com.br/camiseta-filme. Toda a renda obtida com a venda será destinada a instituição.  Para saber mais sobre a doença acesse: www.unidospelavida.org.br


Ficha técnica:
Direção: Justin Baldoni 
Produção: CBS Films / Wayfare Entertaiment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h56
Gêneros: Romance / Drama
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,8 (0 a 5)

Tags: #ACincoPassosDeVoce, #HaleyLuRichardson, #ColeSprouse, #drama, #romance, #fibrosecistica, @ParisFilmes, @CinemaNoEscurinho

16 fevereiro 2019

Cineart recebe Maisa Silva e Paula Pimenta para pré-estreia de "Cinderela Pop"

Atriz e autora do Best-seller que deu origem ao filme vão receber os fãs no Minas Shopping, dia 23 de fevereiro, antes da sessão (Fotos: Rodrigo Montenegro/Panorâmica Filmes)


A Cineart e o Minas Shopping realizam pré-estreia exclusiva do primeiro filme protagonizado pela estrela teen Maisa Silva: "Cinderela Pop". Inspirado em livro homônimo da autora mineira Paula Pimenta, o longa-metragem será exibido na Cineart do Minas Shopping, no dia 23 de fevereiro (sábado), a partir das 11h30, com a presença da atriz e da escritora. 

Antes da exibição, a partir das 10h30, Maisa vai posar para fotos com grupos de espectadores que apresentarem o ingresso, que pode ser adquirido por R$ 25,00 (inteira) ou R$ 12,50 (meia) no site www.cineart.com.br. A estreia oficial nos cinemas está marcada para o dia 28 de fevereiro.

O filme “Cinderela Pop”, dirigido por Bruno Garotti, retrata a vida da romântica adolescente Cíntia Dorella, vivida por Maisa Silva, que sonha em encontrar o namorado ideal, até descobrir uma traição de seu pai. Decepcionada com o amor, a jovem se muda para a casa da tia que, como uma fada madrinha, a incentiva a investir na carreira musical. A partir de então, sob a identidade misteriosa de Cinderela Pop, Cíntia mudará os rumos de sua própria vida.

Esse é o quinto longa-metragem da carreira de Maisa Silva. A atriz, que iniciou a vida artística aos 3 anos de idade, também atuou em "Carrossel" (2015), "Carrossel 2" (2016) e "Tudo Por Um Popstar" (2018). No elenco de "Cinderela Pop" também estão Giovanna Grigio, Filipe Bragança, Sérgio Malheiros, Fernanda Paes Leme, Marcelo Valle, Elisa Pinheiro, Isabel Filardis, Matheus Costa, Letícia Pedro e Miriam Freeland.

Para a coordenadora de marketing da Cineart, Ludmila Simão, é sempre importante aproximar os personagens do público. "Para a exibidora, pré-estreias com a presença de integrantes do filme trazem bons resultados de bilheteria e o público se sente prestigiado. Será uma alegria receber a Maisa Silva, que acumula fãs pelo Brasil e em Belo Horizonte, e também a Paula Pimenta, autora mineira do Best-seller e com muitos seguidores”, afirma.


Segundo a coordenadora de Marketing da Galeria Distribuidora, Thais Marinho, responsável pela distribuição de "Cinderela Pop", há boas expectativas para o evento na capital mineira. "Acreditamos que a sessão ajudará a alavancar ainda mais o filme", adianta. O gerente geral do Minas Shopping, Fábio Freitas, concorda com a previsão. "Esperamos que o lançamento seja um sucesso. É uma honra para o Minas Shopping ser escolhido como espaço para a pré-estreia de uma estrela tão querida pelo público juvenil", afirma.



Ficha técnica:
Direção: Bruno Garotti
Produção: Panorâmica Filmes
Duração: 1h40
Distribuição: Galeria Distribuidora / Miravista Pictures
Gêneros: Fantasia / Comédia / Romance
País: Brasil
Classificação: Livre

Tags: #CinderelaPop, #MaisaSilva, #PaulaPimenta, @cineart_cinemas, #comedia, #romance, #MinasShopping, @cinemanoescurinho

06 dezembro 2018

"A Vida em Si" reúne lindas histórias de amor que o destino não perdoou

Oscar Isaac e Olivia Wilde formam o casal que dará início a trajetória de alegrias e tristezas de uma família (Fotos: Mars Films/Divulgação)

Maristela Bretas


O amor contado das mais diversas formas. Assim é a história de "A Vida em Si" ("Life Itself"), um romance dramático que atravessa o tempo, recheado de tragédias, decepções, reencontros e surpresas.  Poderia ser apenas mais um filme meloso. Mas o diretor e roteirista Dan Fogelman, criador da ótima série de TV "This Is Us", soube amarrar bem todas as pequenas histórias, interligando cada uma para que tivessem um motivo para terem existido, como faz com a série desde 2016.

É possível viver somente um único amor? Ou abrir mão dele pela felicidade do outro? Ou simplesmente suportar o abandono ou nunca ter amado? Pois é a paixão à primeira vista de Will Dempsey (ótima interpretação de Oscar Isaac) por Abby (Olivia Wilde, muito bem também), sua colega de faculdade, o ponto de partida de todas essas dúvidas que vão contar a história de "A Vida em Si".



O flerte da escola que se transforma numa linda relação a dois, com apoio da família e amigos, até o casal ser atingido por uma grande tragédia, que ira mudar a vida de todos. O filme passa a ser uma colcha de histórias paralelas que vão se conectando à medida que o tempo passa, todas elas atreladas ao romance inicial. "A Vida em Si" é emocionante e ao mesmo tempo triste ao mostrar como ficou a família de Will depois do marcante evento e como isso irá influenciar gerações futuras em outros lugares do mundo. 


No elenco estão ainda o sempre charmoso Antonio Banderas, Annette Bening, Mandy Patinkin, Jean Smart, Olivia Cooke, Sergio Peris-Mencheta. Laia Costa e Alex Monner. Samuel L. Jackson faz a narração inicial e uma rápida aparição.

Mesmo com final esperado a partir da terceira parte, o filme agrada ao ir oferecendo soluções, nem sempre boas, para os conflitos dos relacionamentos, tanto de casais quanto familiares. "A Vida em Si" é impactante, uma lição de amor maior, mas também resignado e descrente, feito para mostrar que a vida dá muitas voltas, mas o destino de cada um de nós já está traçado.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Dan Fogelman
Produção: FilmNation Entertainment / Temple Hill Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h58
Gêneros:  Drama / Romance
País: EUA
Classificação: 10 anos 
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #AVidaEmSi, #Life Itself, #ThisIsUs, @DanFogelman, @OscarIsaac, #OliviaWilde, @AntonioBanderas, #drama, #romance, @ParisFilmes, @cineart_cinemas, #EspacoZ, @cinemanoescurinho, #CinemaEscurinho

24 outubro 2018

"Podres de Ricos" - Uma comédia romântica chinesa simpática e bem feita

Henry Golding e Constance Wu formam o par romântico e mostram uma boa química (Fotos: Sanja Bucko/Warner Bros. Pictures)

Maristela Bretas


Baseado no primeiro livro da trilogia escrita por Kevin Kwan, "Asiáticos Podres de Ricos - Vol 1. (2013), já traduzido para o português e sucesso de vendas, o "Podres de Ricos" ("Crazy Rich Asians"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, é uma comédia romântica divertida, reunindo bons atores, alguns já famosos por participações em produções de Hollywood. Eles entregam boas interpretações, alguns até exageram no papel de milionários chineses excêntricos e absurdamente espalhafatosos. Os outros dois livros - "China Rich Girlfriend" e "Rich People Problems" ainda não têm tradução, mas devem virar filme se seguirem o sucesso do primeiro.

E é esse estilo de vida, recheado de pessoas que só pensam em dinheiro e gastar muito, do tipo "dono do mundo" que o diretor Jon M. Chu explora em "Podres de Ricos". Tem o jovem herdeiro de uma fortuna incalculável, que resolve trabalhar em outro país para "escapar" do controle da família e se apaixona pela linda professora de Economia de origem comum; os rígidos costumes orientais que não permitem "a mistura de castas", mas que são ignorados quando o objetivo é gastar o dinheiro de suas famílias. 


Existem amigos sinceros, claro que sim, mas os inimigos são em número maior e bem mesquinhos e cruéis. Mas o pior está dentro de casa e é comum no mundo inteiro - a sogra que, claro, odeia a futura nora. Em "Podres de Ricos é interpretada pela ótima Michelle Yeoh ("Guardiões da Galáxia Vol.2"), que manda em tudo e todos e quer definir com quem o filho vai casar.

O romance é gostoso de assistir e o casal tem uma boa química, com destaque para a simpática Constance Wu, que emprestou a voz em duas animações - "Lego Ninjago - O Filme" (2017) e  "Next Gen" (produção chinesa da Netflix lançada em setembro último). Henry Golding ("Um Pequeno Favor" - 2018) é seu par romântico. 


A parte divertida fica para Awkwafina ("Oito Mulheres e um Segredo"), como Peik Lin, a amiga descolada de Rachel, Ken Jong (como o pai dela) e Chris Pang no papel do primo Colin Khoo, como ele mesmo diz, o lado arco-íris da família Young.

Na história, Rachel Chu (Constance Wu) é uma professora de economia nos EUA e namora Nick Young (Henry Golding) há algum tempo. Quando Nick convida Rachel para ir ao casamento do melhor amigo em Singapura, ele se esquece de avisar à namorada que é herdeiro de uma fortuna e um dos solteiros mais cobiçados do local. Além de ter uma mãe totalmente controladora que desaprova o namoro, a família de Nick é esbanjadora e esnobe, e faz questão de mostrar para os de fora que não aceita conviver com ninguém com menos de bilhões de dólares na conta bancária.


A produção também não economizou em belas locações e vestuário - caro e luxuoso, até mesmo quando é brega. "Podres de Ricos" vale pela diversão, é leve, sem grandes pretensões e com todos os clichês de uma boa comédia romântica que deverá agradar adolescentes e adultos. Se depender do sucesso literário da trilogia, "Podres de Ricos" possivelmente terá uma continuação com as histórias dos outros dois livros, que também são sucesso de vendas especialmente na China.



Ficha técnica:
Direção: Jon M. Chu
Produção: Warner Bros. Pictures / Color Force
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h01
Gêneros: Comédia / Romance
Países: EUA / China
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #PodresDeRicos, #JonMChu, #ConstanceWu, #romance, #comédia, #WarnerBrosPictures, #espaçoz, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho