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14 fevereiro 2020

"História de um Casamento" ou: quando os tribunais se sobrepõem ao afeto

Scarlet Johansson e Adam Driver protagonizam o longa dirigido por Noah Baumbach ganhador de vários prêmios
(Fotos: Netflix/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


O fracasso de um romance, com o consequente rompimento do relacionamento costuma resultar em ótimos e comoventes roteiros. Tanto a comédia quanto o drama já se ocuparam do tema, tão universal e, ao mesmo tempo, tão íntimo. Talvez resida aí, nesse paradoxo, o interesse do público, mais curioso sobre a forma do desgaste que parece inevitável do que propriamente sobre o conteúdo do fracasso.

Pois é exatamente esse o caso de "História de um Casamento", celebrado longa de Noah Baumbach produzido pela Netflix, que colecionou muitos prêmios neste ano: no Globo de Ouro faturou Melhor Filme Dramático, Melhor Ator (Adam Driver), Melhor Atriz (Scarlet Johansson) e Melhor Roteiro. No Oscar, levou a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante para Laura Dern, fora as indicações de Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Atriz.


"História de um Casamento" é, sem dúvida, um bom filme, mas que ninguém espere dele a profundidade de "Cenas de um Casamento", de Ingmar Bergman, que encantou plateias mundo afora no início da década de 70. Frequentemente, sites especializados e cinéfilos não resistem à comparação, quase inevitável. Acontece que o tempo passou, a fila andou e, agora, trata-se de um filme tipicamente norte-americano. Saem os toques humanos, sensíveis e filosóficos daquele tempo e, em seu lugar, entram disputas jurídicas entre advogados que brigam não só pelo dinheiro e pelas propriedades, mas também pela guarda do filho do casal e - acreditem - até pela comarca onde o processo todo deve se desenrolar: Los Angeles (onde ela mora), ou Nova York (onde ele vive)?


Os fatos: o filme já começa com Charlie (Adam Driver) e Nicole (Scarlet Johansson) em crise que, tudo indica, não é grave. Os dois, que parecem ter vivido relativamente felizes e cheios de planos para eles e para o filho Henry (Azhy Robertson), dão sinais, desde o início da história, de que tentam melhorar a relação. Frequentam psicoterapias, procuram fazer o que mandam os psicólogos e, principalmente, falam sobre o desgaste que, a princípio, parece pequeno e perfeitamente contornável.


Como pessoas modernas que são - ele diretor de teatro e cinema, e ela atriz -, o casal segue no diálogo civilizado mesmo quando decide se separar, até que entra em cena a figura de um advogado. Mais precisamente, de uma advogada, Nora Fanshaw, papel magistralmente feito por Laura Dern. É praticamente a partir daí que o filme começa a esquentar, tudo dentro do mais típico cenário norte-americano, onde a grana fala mais alto do que qualquer sentimento, onde o jurisdiquês predomina sobre o amor, impregnando e distorcendo o que pudesse restar de afeto e boas intenções.


Muitos acham o longa arrastado, o que é verdade. Mas talvez seja o caso de perguntar: não é realmente arrastada, lenta e inócua a burocracia da Justiça? Por que falar estritamente da guarda de um filho se o que importa é o tipo de escola que ele vai frequentar - em Los Angeles ou Nova York? Por que promover o diálogo se a ideia é exatamente opor o homem à mulher, numa disputa de gênero que parece nunca ter fim? Típico filme de tribunais, "História de um Casamento" talvez não caiba no rol das histórias que falam sobre relacionamento afetivo.



Ficha técnica:
Direção: Noah Baumbach
Distribuição: Netflix Brasil
Duração: 2H17
Gênero: Drama

Tags: #HistoriaDeUmCasamento, #MarriageStory, @ScarlettJohansson, @AdamDriver, #drama, @NetflixBrasil, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

21 dezembro 2017

“Star Wars VIII – Os Últimos Jedi” traz equilíbrio à Força com um roteiro que vai além do óbvio

Segundo filme da terceira trilogia traz grandes batalhas e explora o lado emocional dos personagens (Fotos: Lucasfilm/Divulgação)


Caro leitor, você deve estar estranhando o porquê desta crítica de “Star Wars VIII – Os Últimos Jedi” ter saído exatamente uma semana após o lançamento da película em todo mundo. Acontece que nós, do Escurinho no Cinema, temos certa admiração por toda a franquia idealizada por George Lucas, que agora tem a Disney por trás. Portanto, optamos por esperar o “hype” passar um pouco para não deixarmos que nossa opinião fosse impactada pelo lado “fanboy”. Neste meio tempo, o filme foi visto ao menos quatro vezes pelos autores em questão. Não sabemos se conseguimos ou não entregar uma opinião um tanto quanto menos “viciada”. Porém, temos a certeza que ela mudou, e muito, com o passar dos dias. Que a Força esteja com você.



Wallace Graciano e Maristela Bretas


Quando lançado em 2015, “Star Wars VII – O Despertar da Força” trouxe aos fãs da saga memórias afetivas que estavam outrora guardadas. À época, a Disney teve como grande mérito dosar a nostalgia que seria necessária para convidar os fãs para uma nova trilogia, com o impacto imediato para quem passava a acompanhar a trama. Agora, em “Star Wars VIII – Os Últimos Jedi”, a companhia acerta em cheio ao dar um caráter autêntico à franquia.


Ainda que carregado de referências aos precursores (inclusive spin offs), “Os Últimos Jedi” tem em seu roteiro quebras de paradigmas que impactam os fãs, mexendo em suas memórias afetivas. Ao contrário do lado etéreo e heroico dado nas últimas narrativas, nos quais os personagens se mostram menos estratégicos e mais altivos, desta vez as virtudes e fraquezas de cada um são bem desenvolvidas ao longo das duas horas e meia de duração. A trama reforça a abordagem da disputa política pelo domínio da galáxia como nos filmes anteriores, acrescentando o jogo de interesses que o negócio da guerra representa.

O Episódio VIII começa exatamente na interrupção de seu antecessor. Enquanto Rey (Daisy Ridley) busca quebrar a barreira montada por Luke Skywalker (Mark Hamill) e desenvolver sua relação com a Força, a general Leia Organa (a saudosa Carrie Fisher), Finn (John Boyega) e Poe Dameron (Oscar Isaac) tentam manter a fagulha de esperança da Resistência com o auxílio, principalmente, da vice-almirante Holdo (Laura Dern) e da carismática Rose (Kelly Marie Tran).

Sem muito poder combativo, a Resistência traça estratégias paralelas para conter a supremacia da Primeira Ordem, que também vive seus conflitos internos enquanto tenta dizimar a rebelião. Nesse ponto, um parêntese para o ótimo desenvolvimento do General Hux (Domhnall Gleeson) e, principalmente, de Kylo Ren (Adam Driver), uma vez que o lado antagonista fica em segundo plano para a briga de egos entre os personagens e para as chagas do passado que ainda atormentam o filho de Han Solo e Leia Organa.

De pecado, apenas a aparição aquém do esperado do líder supremo “Snoke” (Andy Serkis), deixando inúmeras perguntas e lacunas que precisam ser preenchidas para não comprometerem todo o desenvolvimento da Primeira Ordem como lado antagônico da série. Um personagem fraco, sem impacto para o poder que representava, ao contrário do imperador Palpatine, que dividiu de maneira excelente a vilania com o eterno Darth Vader.


A esse roteiro, soma-se a beleza plástica de toda a série, que leva ao público muito mais que efeitos visuais quase impecáveis, o que já seria esperado da Disney. A dualidade da sombra e da luz nos personagens (em especial Kylo Ren) e a estética dos movimentos nos cenários, principalmente no meio do deserto de sal, reforçam o quão bem trabalhado foi o lado técnico desta nova trama.


“Star Wars VIII – Os Últimos Jedi” tem como grande mérito ser um soco no estômago de quem esperava mais do mesmo da trama. A película tira o fã da série de sua zona de conforto e traz, talvez, o final mais sufocante de toda a franquia, com cerca de 40 minutos de encerramento em alta adrenalina e emoção. Especialmente no reencontro de Leia e Luke. Fica aquela sensação de despedida que ninguém poderia imaginar que seria definitiva. É uma viagem impactante à galáxia tão, tão distante, ao som sempre arrepiante música de abertura de John Williams.

A saga continua

O oitavo filme da franquia é "Star Wars de raiz" - remete ao passado, homenageia seus heróis e vilões, e deixa aberta a possibilidade do surgimento de uma nova geração, como aconteceu com Anakin e Luke Skywalker. O nono e último episódio desta trilogia, já foi anunciado para o final de 2019 pela Disney e J.J. Abrams, ainda sem título. Além do spin off "Solo: Uma História Star Wars" sobre a origem do personagem Han Solo, que será interpretado por Alden Ehrenreich (de "Ave, Cesar" - 2016), com lançamento previsto para 24 de maio de 2018.


GALERIA DE FOTOS

A quarta trilogia, anunciada em novembro pelos estúdios, ainda não tem data de lançamento. O diretor Rian Johnson, de "Os Últimos Jedi" será responsável pela produções, além de dirigir e escrever o primeiro filme. A saga será separada da principal, sem a família Skywalker, e contará com novos personagens, em outros cantos da galáxia.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Rian Johnson
Produção: Walt Disney Pictures / Lucasfilm Ltda / Ram Bergman Productions
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 2h32
Gêneros: Ficção científica / Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4.8 (0 a 5)

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