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02 outubro 2023

Sylvester Stallone e Jason Statham não conseguem salvar "Os Mercenários 4"

Produção deixa muito a desejar e tem a pior bilheteria de estreia da franquia (Fotos: Lionsgate/Divulgação)


Maristela Bretas


O mais fraco dos quatro filmes. Depois de seu antecessor, era esperado que "Os Mercenários 4" ("Expend4bles") fosse um dos melhores da franquia ou, pelo menos, mantivesse uma bilheteria de estreia tão boa quanto os demais. Mas o que aconteceu foi exatamente o contrário. 

A produção, dirigida por Scott Waugh, tem tido uma arrecadação abaixo da média esperada, tanto nos EUA quanto no restante do mundo desde a sua estreia dia 21 de setembro. Na sessão que fui no dia da estreia em BH havia umas dez pessoas no cinema.


Não levando em conta a história (que nunca foi o destaque de todos os filmes),este quarto capítulo perdeu em tudo: cenas de ação, elenco e até na parte cômica. 

Apesar de ainda ser a estrela, Sylvester Stallone (Barney Ross) aparece pouco, deixando o brilho e quase todo o protagonismo para o parceiro Jason Statham (Christmas), que também é um dos produtores.

O mercenário Barney Ross está tão desmotivado para continuar o grupo quanto Stallone parece estar para continuar a franquia, fazendo a linha "vou me aposentar em breve". 

Já Statham está em ritmo acelerado, com várias produções blockbusters, apesar de muitas delas deixarem a desejar, como "Megatubarão 2", lançado este ano. Mesmo assim, são eles que carregam o filme.


Outro ponto que pesou contra o longa foi o elenco. Do grupo original, além dos dois, sobraram apenas Dolph Lundgren e Randy Couture. Saíram o divertido Terry Crews e o grande lutador, Jet Li. 

Seria difícil superar os elencos de grandes nomes de filmes de ação e luta que participaram de "Os Mercenários 2" (2012 ) e "Os Mercenários 3"  (2014). 


No filme 2 estavam Bruce Willis, Jean-Claude Van Damme e o lendário Chuck Norris. Já o terceiro episódio ganhou mais ícones, como Harrison Ford, Arnold Schwarzenegger, Mel Gibson, Antônio Banderas, Wesley Snipes e alguns lutadores de UFC, como Ronda Rousey. Uma coisa que não faltou em nenhum dos três filmes anteriores foi muito tiro, porrada e bomba.

Para "Os Mercenários 4" ressuscitaram Megan Fox ,que mantém as mesmas caras e bocas e interpretação fraca; trouxeram Andy Garcia para ser o chefe que determina as missões do grupo, lugar antes ocupado por Bruce Willis -  mais deslocado impossível. 


Para garantir a parte de luta com Statham, temos o ator e lutador tailandês Tony Jaa, de "Velozes e Furiosos 7" (2015) e o ator e coordenador de dublês Indonésio, Iko Uwais ("Star Wars - O Despertar da Força" - 2015). 

Já 50 Cent ("Nocaute" - 2015) foi pouco aproveitado, assim como Jacob Scipio ("Bad Boys - Para Sempre" - 2020), que interpreta o filho de Galgo (papel de Antonio Banderas no filme três), com os mesmos trejeitos, porém sem a mesmo charme e tiradas engraçadas.


Na história, os mercenários, com nova formação e ainda sob o comando de Barney Ross, são convocados para uma missão que pode ser fatal: desmascarar um perigoso vilão e impedir que ele inicie uma Terceira Guerra Mundial. 

Bem clichê, mas poderia ter funcionado se fosse melhor trabalhada. Mesmo aumentando a violência, o sangue jorrando e as lutas, os efeitos visuais e o roteiro não sustentam o longa. "Os Mercenários 4" decepciona e é quase esquecível, podendo se tornar o último da franquia, dependendo da arrecadação na bilheteria.


Ficha técnica:
Direção: Scott Waugh
Produção: Lionsgate, Millennium Films, California Filmes e Nu Image
Distribuição: Imagem Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h43
Classificação:18 anos
País: EUA
Gênero: ação

17 setembro 2021

"Mate ou Morra" - ficção com muita ação e violência, mas excesso de piadas fracas

Frank Grillo vive um ex-agente das forças especiais que revive sua morte centenas de vezes (Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)


Maristela Bretas


A proposta de "Mate ou Morra" ("Boss Level") é uma incógnita. Não dá para saber se o diretor Joe Carnahan queria entregar uma comédia com muita ação ou um filme com violência exagerada que lembra demais outra ficção que, no entanto tem uma produção muito melhor - "No Limite o Amanhã" (2014), com Tom Cruise e Emily Blunt. Ou ainda, somente explorar o tema do loop temporal, empregado em outras produções como "Feitiço do Tempo" (1993), com Bill Murray, e "Contra o Tempo" (2011), com Jake Gyllenhaal.


"Mate ou Morra", que entrou em cartaz nos cinemas nessa quinta-feira, começa com muita ação, mas é confuso. À medida que as cenas vão acontecendo, narradas pelo "mocinho", interpretado por Frank Grillo, fica mais fácil para o público compreender o enredo. Grillo é Roy Pulver, um ex-agente das forças especiais que se entregou à bebida. Ele é forçado a reviver sua morte dezenas de vezes, enquanto tenta entender o que provocou esse retorno no tempo, como sair dele e como defender sua família.


As mortes são das formas mais variadas e violentas, algumas chegam a ser cômicas de tão surreais. Pulver é caçado por assassinos e precisa aprender, a cada morte, como escapar dela na sua próxima vida. Frank Grillo é mais conhecido como coadjuvante em blockbusters como "Capitão América: O Soldado Invernal" (2014), "Capitão América: Guerra Civil" (2016) e "Vingadores: Ultimato" (2019), além da franquia "Uma Noite de Crime". Além de ator principal é também um dos produtores executivos de "Mate ou Morra".


O chamariz para a produção fica mesmo para nomes como Naomi Watts ("Vice" - 2018), que interpreta a ex-esposa de Roy Pulver, e o ator e diretor Mel Gibson, de "O Gênio e o Louco" (2019) e "Até o Último Homem" (2016), ambos mal aproveitados. Gibson entrega boa atuação como o empresário cruel e inescrupuloso Clive Ventor. 

O filme conta também com as participações de Selina Lo (a lutadora de espada Guan Yin que repete várias vezes seu nome numa frase bem cansativa); Annabelle Wallis (protagonista de "Maligno"); Michelle Yeoh ("Podres de Rico" - 2018), Will Sasso, Sheaun McKinney, Ken Jeong e até mesmo Rio Grillo, filho do ator na vida real.


A trilha sonora é um ponto positivo, bem adequada e dá a movimentação que o filme necessita. Bom figurino, cenas de ação bem realistas e Frank Grillo bem à vontade no papel, passando simpatia e a impressão de que está se divertindo. O mesmo valendo para Mel Gibson, ao contrário dos outros integrantes do elenco que parecem estar ali para cumprir tabela.

Não dá para esperar muito da produção, vale como distração e pode agradar ao público que gosta de violência tosca, associada a muito tiro, porrada, bomba e boas perseguições. Apesar da história fraca e cheia de furos, "Mate ou Morra" segura o público até o final, especialmente pela curiosidade em saber o que vai acontecer com Roy depois de tanta matança. Mas aí o diretor peca novamente, pelo menos na versão que está nos cinemas brasileiros. Em breve, quando estrear na Prime Video, o público verá um final diferente (o que foi exibido nos EUA).


Ficha técnica
Direção: Joe Carnahan
Produção: California Filmes
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h41
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Ação / Suspense /Ficção
Nota: 3,5 (0 a 5)