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28 março 2024

"Godzilla e Kong: O Novo Império" compensa história fraca com ótimos efeitos visuais e grandes batalhas

Longa coloca os monstros mais conhecidos do cinema lutando junto, traz de volta personagens conhecidos e apresenta novos vilões (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


A história é simples (como esperado), mas o CGI e a porrada comendo à revelia fazem de "Godzilla e Kong: O Novo Império" uma ótima distração para quem gosta de filmes do gênero. O longa entra hoje em cartaz nos cinemas e merece ser visto numa sala Imax para aproveitar melhor os ótimos efeitos visuais. 

Adam Wingard assim como em "Godzilla vs Kong", de 2021, é novamente o diretor desta produção, que é quase uma sequência. Neste quinto filme norte-americano do Monsterverse, iniciado em 2014 com "Godzilla" (os demais são "Kong: A Ilha da Caveira - 2017 e "Godzilla II: Rei dos Monstros" - 2019), nossos amigos gigantescos se unem contra um inimigo que coloca os mundos dos seres humanos e dos titãs em perigo.


Godzilla recebeu uma repaginada, ganhou até uma coloração rosa em suas barbatanas lombares (a nova cor é explicada no filme) e continua sua missão de proteger o planeta contra titãs do mal. Mesmo que pra isso precise arrasar cidades inteiras com sua cauda e raios radioativos. O famoso kaiju até escolhe uma nova cama para se sentir mais a vontade quando está na superfície.

Já Kong volta mais simpático, melhor adaptado aos seres humanos e com uma postura de um rei preocupado com seu reino (e os indefesos que nele habitam). Além de estar mais forte e também repaginado pelo CGI, o gorilão ficou mais engraçado e irônico, garantindo momentos bens divertidos. Até mais que os atores. E ainda ganha novos aliados.


Os dois titãs merecidamente são os protagonistas desta história e entregam interpretações melhores que a de alguns atores. O filme é dos monstros e são eles que garantem as melhores cenas de batalhas e destruições absurdas por várias cidades na superfície (incluindo o Rio de Janeiro) e na Terra Oca, o mundo de Kong. 

Três novos personagens entram na franquia para garantir sucesso na bilheteria: King Skar (o nome lembra o do vilão Scar, de "O Rei Leão" - 2019), um gorila gigante do mal que vai enfrentar Kong; Shimu, uma versão pálida (mas poderosa) de Godzilla que emite raios congelantes, e um terceiro conhecido do público que terá papel fundamental na luta dos monstros.


Ganha destaque também a jovem Jia (papel de Kaylee Hottle), amiga de Kong e única sobrevivente da tribo Iwis. Ela teve sua primeira atuação em "Godzilla vs Kong, mas agora fará toda a diferença por sua ligação com os titãs e a Terra Oca. 

Também do primeiro filme retornam Rebecca Hall (a pesquisadora da Monarca, Illene Andrews) e Brian Tyree Henry (Bernie). A novidade é Dan Stevens, como Trapper, veterinário de grandes criaturas e aventureiro. Ele e Bernie ficam tentando ser engraçados, mas as piadinhas bobas não convencem.


A trilha sonora foi novamente entregue ao holandês Junkie XL, responsável pelo filme de 2021, além de "Rebel Moon - Parte 1" (2023), "Liga da Justiça Snider Cut" (2021) e agora "Furiosa: Uma Saga Mad Max", com estreia marcada para o mês de maio deste ano. 

O roteiro de "Godzilla e Kong: O Novo Império" tenta esclarecer pontos sobre a origem e o reino dos titãs. Em parte consegue, mas abre novos furos e continua fraco como no filme de 2021, sustentado pelas lutas dos monstros e os estragos deixados por eles.  

Como diversão e pelos efeitos visuais do orçamento de U$ 135 milhões (diferente de "Godzilla Minus One" que só custou US$ 15 milhões), "Godzilla e Kong: O Novo Império" vale a pena ser conferido. 


Ficha técnica
Direção: Adam Wingard
Produção: Legendary Pictures e Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h55
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, fantasia, ficção

03 julho 2023

"Elementos" da natureza se misturam para divertir e emocionar

Faísca e Gota formam o casal da nova animação da Pixar que fala sobre família, relacionamentos e diferenças
(Fotos: Walt Disney Company)


Maristela Bretas


Estou falando da nova animação da Pixar Animation Studios, "Elementos", em cartaz nos cinemas e encantando o público desde a sua estreia. A produção tem história, mensagens fortes e bem atuais, personagens simpáticos, situações engraçadas, e acima de tudo, emociona a ponto de fazer chorar. 

Assim como em outras obras da produtora, como "Divertida Mente" (2015), "Luca" (2021), "Red: Crescer é uma Fera" (2022), além dos curtas "Piper" (2016) e "Bao" (2018), que falam de relacionamentos, família e amadurecimento, "Elementos" foca também nos costumes de outros povos e no preconceito com o imigrante, no caso, o asiático.


Na animação, Bernie Lumen/Brasa (o ator filipino Ronnie del Carmen) e a esposa Cinder/Fagulha (Shila Ommi) deixam sua terra para tentar a sorte em outro lugar, onde pretendem dar uma vida melhor à filha Ember/Faísca (a atriz chino-americana Leah Lewis) que está para nascer. 

Eles chegam à Cidade Elemento, onde vivem diferentes tipos de seres formados por água, terra, ar e fogo. estes últimos, no entanto, não são bem aceitos pelos demais elementos e acabam formando sua própria comunidade, fora da cidade.


Faísca cresce aprendendo com o pai como cuidar da Loja do Fogo, que um dia ele promete que será dela. Pelas características e cultura apresentadas fica claro que a família Lumen é de descendência asiática. 

A jovem nunca sai do bairro e segue à risca a regra principal dos pais: "elementos não podem se misturar". Um bom exemplo do que acontece com muitas comunidades de imigrantes pelo mundo, que não são aceitas por sua cor, raça ou origem diferentes do local. 


Impetuosa e de estopim curto, Faísca tem de conviver com esse preconceito e desconfiança e ainda precisa descobrir o que quer para seu futuro, mesmo que ele tenha sido traçado pelo pai. 

Até que um acidente a coloca frente a frente com Wade/Gota (Mamoudou Athie), que pelo nome já dá para saber que é do elemento água. Ele é um jovem de bem com a vida, muito emotivo que chora a toa e tem uma simpatia contagiante.

Gota vai ajudar Faísca a salvar o negócio do pai e fazê-la repensar seus conceitos, especialmente sobre o amor.


"Elementos" tem várias abordagens numa só história, todas interligadas, que se tornam mais fortes com as cores vibrantes usadas na animação e dos personagens fofos e divertidos, até mesmo quanto têm ataques de fúria, como Faísca (típico da adolescência). Características fortes das produções da Pixar.


Tudo isso é capaz de levar o público a aplaudir de pé ao final do filme e até mesmo chorar de emoção, tanto pelo relacionamento da jovem com Gota quanto com o pai e a mãe. Presenciei isso na sessão que fui em BH, lotada por famílias com crianças.

Somado ao visual temos uma ótima trilha sonora, composta por Thomas Newman ("Procurando Nemo" - 2003 e "Wall-E" - 2008), que conta com 37 músicas, entre elas, "Steal The Show", cantada por Lauv, que toca quando Gota e Faísca estão juntos. Confira abaixo.


Recomendo a versão dublada que está ótima, com vozes de Luiza Porto (Faísca), do mineiro Dláigelles Silva (Gota), Giovanna Antonelli (Sra. Ripple, mãe do Gota), André Mattos (Brasa), Cacau Protásio (Flarietta), Marisa Orth (Fagulha) e muitos outros. A direção de dublagem é de Diego Lima.

"Elementos" é uma animação para todas as idades e merece ser visto em família, com um lencinho na mão. Assim como Gota e sua mãe que choram rios de lágrimas, você também vai deixar escorrer esse elemento por seu rosto sem vergonha de se emocionar.


Ficha técnica:
Direção: Peter Sohn
Produção: Pixar Animation Studios e Walt Disney Company
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: animação, comédia, família, aventura

20 janeiro 2023

"Cinema Mutirão" é o destaque da 26ª Mostra de Tiradentes

Evento terá mais de 100 filmes em pré-estreias, mostras temáticas, seminários e debates (Foto: Jackson Romanelli/Universo Produção)


Da Redação


A Sétima Arte toma conta de Minas de hoje ao dia 28 de janeiro com a 26ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes. O evento inaugura o calendário audiovisual brasileiro apresentando ao público a diversidade da produção cinematográfica nacional. 

Serão mais de 100 filmes em pré-estreias, mostras temáticas, promove seminário, debates, a série Encontro com os filmes, oficinas, Mostrinha de Cinema e atrações artísticas. 

Espaço da Mostra (Foto: Leo Lara/
Universo Produção)

Maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão realizado no país, a Mostra de Cinema Tiradentes terá formatos online e presencial. Toda a programação da Mostra é gratuita. Mais informações www.mostratiradentes.com.br

E o blog Cinema no Escurinho vai acompanhar direto da cidade com a correspondente Larissa Figueiredo. Saiba mais sobre as produções que estão sendo lançadas em nossas redes sociais. 

"Mugunzá", de Glenda Nicácio e Ary Rosa 
- filme de abertura 
(Universo Produção)

A temática adotada pela curadoria, coordenada por Francis Vogner dos Reis, Camila Vieira e Lila Foster, responde aos últimos três anos, quando a pandemia de COVID-19 e os desarranjos anticulturais do governo federal afetaram drasticamente a economia criativa no país. 

Mas a Mostra traz a questão à tona não pelo viés do lamento, e sim da ideia de “Cinema Mutirão” que caracterizou o período e manteve continuidade de produção, ainda que frágil, porém sempre constante. 

Cinema Mutirão (Foto: Jackson Romanelli/
Universo Produção)

O conceito de “Cinema Mutirão” tem por objetivo chamar para o debate todos aqueles e aquelas que queiram colaborar para construir uma base sólida para a construção e reconstrução do audiovisual brasileiro.

O “mutirão” artístico se fez valer intensamente na quantidade de criadores de áreas diversas da cultura que, impossibilitados de suas atividades por conta especialmente da pandemia, encontraram no audiovisual – que se manteve forte em termos de consumo durante o isolamento – algumas novas formas de expressão. 

Troféu Barroco (Foto: Leo Lara/
Universo Produção)

Algumas das questões a serem debatidas durante a 26ª Mostra de Tiradentes serão: como pensar em formas mais sustentáveis para a economia do audiovisual? 

Em qual campo o cinema brasileiro precisa lutar para que o aumento da produção nacional de filmes seja acompanhada da sua real inserção no mercado e no imaginário da população brasileira? “Num mutirão, construir também é ocupar”, resume o curador Francis Vogner. 

"Propriedade", de Daniel Pereira - filme
de encerramento (Divulgação)

Homenagem especial

Para representar a temática desse ano de “Cinema Mutirão”, a dupla Glenda Nicácio e Ary Rosa, escolhida para receber a homenagem nesta edição de 2023 foi essencial. 

Mineiros de nascimento (ela é de Poços de Caldas; ele, de Pouso Alegre), radicaram-se em Cachoeira (BA) em 2010, ao irem estudar cinema no então recente curso da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). 

Eles fundaram a produtora Rocha Filmes e, desde então, fazem alguns dos títulos mais celebrados do cinema brasileiro contemporâneo, construindo uma vasta comunidade local de realizadores, inclusive em projetos de educação audiovisual.

Ary Rosa e Glenda Nicácio (Foto: Leo Lara/
Universo Produção)

Glenda e Ary assinaram a direção conjunta de cinco longas-metragens em cinco anos: “Café com Canela” (2017), “Ilha” (2018), “Até o Fim” (2020), “Voltei!” (2021), “Mugunzá” (2022) e “Na Rédea Curta” (2022). Glenda ainda dirigiu um projeto solo, o média-metragem “Eu não Ando Só” (2021). 

A homenagem a Ary Rosa e Glenda Nicácio é também estendida à Rosza Filmes e resulta dos bons frutos de uma política de descentralização de recursos ao audiovisual promovida na década de 2000 e parte da década de 2010.

"Na Rédea Curta", de Glenda Nicácio
e Ary Rosa (Foto: Universo Produção)
 

Serviço:
26ª Mostra de Cinema de Tiradentes
Período: entre 20 e 28 de janeiro de 2023
Exibição: em formato online e presencial
Programação: totalmente gratuita
Maiores informações: www.mostratiradentes.com.br

02 dezembro 2020

"Era uma Vez Um Sonho" é um filme pra não ser visto e sim esquecido

 

Produção parece ter sido feita para tentar uma indicação ao Oscar para Amy Adams e Glenn Close (Fotos: Lacey Terrell/Netflix)


Jean Piter Miranda


Um jovem estudante de direito da conceituada universidade de Yale está bem perto de conseguir um bom emprego. Uma vaga em uma boa empresa, uma chance de carreira promissora. É a realização do chamado "sonho americano". E é isso que o jovem JD Vance (Gabriel Basso) tem. Só há um problema: ele precisa voltar às pressas a sua cidade natal para cuidar da mãe, Bev Vance (Amy Adams), que acaba que sofrer uma overdose de heroína.

Esse é o enredo de "Era uma Vez Um Sonho", do diretor Ron Howard, disponível na Netflix. Trata-se de uma adaptação do livro "Hillbilly Elegy: A Memoir of a Family and Culture in Crisis" ("Elegia Caipira: Memórias de uma Família e uma Cultura em Crise").


A primeira impressão que se tem é que JD Vance vai salvar o dia. Que terá forças e sabedoria para lidar com todos os problemas e que no fim tudo vai dar certo. Mas não. A segunda impressão é de que Bev teve muitos problemas na vida e que as drogas foram uma fuga. E que logo vamos ver que ela é uma pessoa boa, de muitas qualidades.  Também não. Então a esperança é a avó Mamaw (Glenn Close). Novamente não. Nenhum dos personagens é simpático. Todos são muito burros e antipáticos.

O filme tenta passar uma ideia de superação das dificuldades enfrentadas pela família de Vance em suas três gerações. A história vai intercalando momentos do passado, mas nenhuma das histórias fica bem contada. Não há consistência em nada. Tudo é muito vago, forçado e superficial.



Amy Adams tem uma interpretação muito boa, de destaque. Mas passa do ponto. A caracterização para ela ficar semelhante à Bev real é elogiável. E parece que os produtores do filme se perderam nisso. Fizeram uma obra pra de qualquer jeito só pra Amy aparecer e ter sua chance à estatueta. 

O mesmo se aplica a Glenn Close. O que não sei se cola. Essa é mais uma impressão. Interpretações boas, mas que erraram a mão com um roteiro chato e cansativo. Os personagens são grosseiros, toscos. Nem com muita boa vontade você consegue torcer por eles.


Pra piorar, Haley Bennett e Freida Pinto são muito mal aproveitadas na história. Haley interpreta Lindsay, irmã de Vance, e Freida é Usha, namorada dele. As duas são personagens decorativas que nada acrescentam à história. Usha só aparece em conversas sem sentidos e bem tediosas ao telefone com Vance. E são muitas as cenas ao telefone. A cada uma você torce para o filme acabar depressa.

Daria para mostrar que gente branca também pode ser pobre nos EUA, que são muitas e que não há políticas públicas para enfrentar esse problema. Que o sistema de saúde privado é cruel: se não paga (caro) não tem atendimento. Que não há política para tratamento de dependentes químicos. Que não há oportunidade pra todos. E que só vontade e trabalho não são suficientes para vencer na vida. Mas tudo isso é ignorado. E o filme no fim só é chato mesmo.


Amy e Glenn podem ser indicadas ao Oscar e a outras premiações, muito por falta de concorrentes, uma vez que o número de lançamentos nesse ano foi bem reduzido por conta da pandemia. Mas indicações por melhor filme e direção são pouco prováveis e nada merecidas. Amy e Glenn têm interpretações bem melhores em suas carreiras. Assim como a @Netflix possui produções mais merecedoras de elogios. Definitivamente, "Era uma Vez Um Sonho" é um filme pra ser esquecido.


Ficha técnica:
Direção: Ron Howard
Exibição: Netflix
Duração: 1h56
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gênero: Drama


Tags: #EraUmaVezUmSonho, #AmyAdams, #GlennClose, #drama, #RonHoward, #Netflix, @CinemaEscurinho, @cinemanoescurinho

26 julho 2020

"Desejo Sombrio" - A vingança é um prato que se come bem devagar

Alma Solares e Darío Guerra vivem um tórrido romance na nova série da Netflix (Fotos: Netflix/Divulgação)

Silvana Monteiro


"Desejo Sombrio" ("Oscuro Deseo") é uma série mexicana produzida pela Argos Comunicación que estreou, dia 15 de julho, a 1ª Temporada no catálogo da Netflix. O suspense dramático já está entre os títulos mais assistidos do momento. A fotografia da série é impecável. As locações são perfeitas e rendem quadros maravilhosos. Alma Solares (Maite Perroni, ex-integrante do grupo musical RBD) é uma mulher bem sucedida, professora universitária de Direito, mãe de Zoe (Regina Pavon), uma jovem irreverente e cheia de conflitos internos, e esposa fiel do famoso e incorruptível juiz Leonardo Solares (Jorge Poza).

O casamento, até então perfeito, começa a dar sinais de alerta. A professora aproveita uma viagem do marido como um vale night. Ela vai chorar as mágoas com  Brenda, sua melhor amiga há décadas. São cúmplices, confidentes e parceiras. Mas será que essa amizade é isso tudo mesmo? Nessa saída noturna, ambas conhecem Darío Guerra (Alejandro Speitzer), um jovem estudante de Direito. Alma passa a noite com ele, mas apesar de ter se deliciado do corpo viril e ardente do moço, ela quer que o fato seja esquecido.


Ah! Mas o destino é traiçoeiro. Na manhã seguinte, a Dra. Solares não vai ter que lidar só com a culpa da infidelidade. Ela terá também que conviver com o fato de que sua amiga está morta e que, de alguma forma, o rapaz nunca antes visto, pode estar ligado ao crime. A partir daí, uma trama cheia de suspense vai se desenrolar.

Brenda cometeu suicídio? Foi morta? Por quem e por quê? Quem é Darío Guerra? Um amante apaixonado ou um sociopata? Essas perguntas são parte do clímax da série. E mesmo atormentando a todos, a Dra. Solares estará loucamente apaixonada pelo misterioso e onipresente estudante. 


Traições, crimes, verdades, mentiras, muito sexo, amor e ódio. Histórias e mortos do passado serão desenterrados. Mais mortes podem acontecer e verdades ocultas virão à tona. Qual a ligação entre Darío Guerra e Brenda e casos investigados no passado pelo juiz Leonardo Solares e seu irmão Esteban?

O enredo é ultra envolvente e tem conexões perfeitas que fazem o telespectador não querer se desligar. É o tipo de história que faz querer ver tudo, sem parar nem mesmo para comer. Ah! Mas de água você vai precisar, pois fogo é o que não falta, tanto no sentido literal, quanto no sentido figurado. Abasteça o squeeze!


A outra parte do clímax da série é o envolvimento de Darío com a família Solares, sobretudo com a jovem Zoe. A dúvida que paira sobre a honestidade do Sr. Juiz e de seu irmão, membro da polícia judicial, faz o telespectador coçar a cabeça e roer as unhas. Se você gosta de tramas forenses, casos policiais, romances proibidos e passionais, provavelmente vai suar com "Desejo Sombrio". Beba muita água e respire fundo: nada é o que parece ser.



Ficha técnica:
Criação:
Leticia López Margalli
Exibição: Netflix
Duração: 35 minutos em média cada episódio
Classificação: 16 anos
País: México
Gêneros: Suspense / Erótico / Série de TV


Tags: #DesejoSombrio, #OscuroDeseo, #MaitePerroni, #suspense, #drama, #intimidade, #policial, #NetflixBrasil, #seriedetv, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho

21 julho 2020

"Greyhound - Na Mira do Inimigo": um ótimo filme de guerra digno de uma tela de cinema


Tom Hanks brilha como o comandante de um navio de guerra que enfrenta submarinos alemães (Fotos: AppleTv+/Divulgação)

Maristela Bretas


Com mais uma grande atuação de Tom Hanks, que também participa como roteirista, "Greyhound - Na Mira do Inimigo" é um dos lançamentos que chegam diretamente para o streaming e está em exibição na plataforma Apple TV+. Um ótimo filme de guerra, com combates do início ao fim, mas que, devido à pandemia do coronavírus, perdeu parte do impacto das batalhas com a exibição transferida para a tela de TV. Merecia estar no cinema, como aconteceu com outros do gênero, como "Pearl Harbor" (2001), "Midway - Batalha em Alto Mar" (2017), "Dunkirk" (2018) e o recente "1917" (2020).

A produção da Sony Pictures, em parceria com a FilmNation, Bron Studios e a Playtone Pictures (do próprio Tom Hanks) é tensa e prende o espectador com muita ação e boas batalhas no mar. São poucos os momentos de paz do capitão Ernest Krause, vivido por Hanks, e sua tripulação. 

Poderia ser somente mais um filme ambientado na 2ª Guerra Mundial - ele se passa em 1942, no Atlântico Norte. Mas a riqueza de detalhes e a atuação de todo o elenco, especialmente do protagonista, além de Stephen Graham (como o imediato Charlie Cole) e de Rob Morgan (o marinheiro Cleveland) fazem a diferença. Elizabeth Shue faz pequena participação, mas é sempre bem vinda. Também o filho caçula de Hanks, Chet Hanks, participa do elenco como Bushnell, o especialista em radar.


Um amigo colecionador de objetos da 2ª Guerra e estudioso do período gostou muito do filme e foi quem me indicou. Ele e outros colecionadores ficaram surpresos com a preocupação do diretor com os detalhes. As imagens internas e externas do navio foram feitas em um destróier classe Fletcher de verdade, que está em um museu nos EUA e foi todo reformado para o filme, inclusive os canhões. Eles também elogiaram o figurino, que seguiu fielmente os uniformes e armamentos da época.


Ele só alertou para o símbolo dos lobos nos submarinos alemães - os originais eram bem pequenos. Eles foram aumentados, possivelmente, para uma melhor visualização nas cenas travadas entre as embarcações no ambiente escuro do oceano.

Tom Hanks entrega um personagem sério, de poucos sorrisos,  mas sempre simpático, extremamente religioso e preocupado com a vida humana, até mesmo do inimigo, mesmo estando em combate. Em sua primeira missão comandando um comboio, o capitão Krause deverá, junto com outros três destróieres, escoltar 37 navios aliados com cargas de mantimentos e soldados pelo Atlântico Norte, sem apoio aéreo em um longo trecho.


Eles se tornam alvo fácil dos submarinos alemães, chamados Lobos Cinzas, que fazem uma verdadeira caçada. As cenas do cerco no mar agitado são semelhantes a uma matilha ao redor de sua presa. Por quase 48 horas, o comandante luta contra os inimigos, o sono, a fome e a dor de horas em pé sem abandonar o posto, sempre à espera de um novo ataque.


"Greyhound" tem alguns furos no roteiro, mas nada que comprometa o resultado final. Adaptado do romance "The Good Shepherd", de CS Forrester, o longa dirigido por Aaron Schneider soube aproveitar bem a computação gráfica nas cenas de batalhas, especialmente quando navios e submarinos ficam emparelhados. Vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção: Aaron Schneider
Roteiro: Tom Hanks
Exibição: Apple TV+
Produção: Sony Pictures / FilmNation Entertainment / Playtone Pictures
Duração: 1h31
País: EUA
Classificação: 12 anos
Gêneros: Guerra / Ação / Drama

Tags: #GreyhoundNaMiraDoInimigo, #Greyhound, #TomHanks, #guerra, #ação, #cinema, #filme, #AppleTV+, #SonyPictures, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho

19 julho 2020

“O Tempo Com Você”: Animação de Makoto Shinkai tem tudo para agradar aos fãs


Romance anime sobre um jovem que foge de casa para tentar a sorte em Tóquio e conhece uma garota especial (Fotos: Divulgação)

Jean Piter Miranda

Quem gosta de animações e de mangás (histórias em quadrinhos japonesas) certamente já ouviu falar no nome de Makoto Shinkai, artista de mangá, diretor, produtor e roteirista de cinema. O japonês de 47 anos é conhecido mundialmente por suas belas animações, com destaque para “Your Name” (2016). A obra mais recente do autor é “O Tempo Com Você” ("Tenki No Ko" // "Weathering With You"), de 2019, mas que, pra desespero dos fãs, ainda não chegou ao Brasil.

“O Tempo Com Você” conta a história de Hodaka Morishima, um adolescente de 16 anos que morava uma pequena ilha até fugir de casa para tentar a vida sozinho em Tóquio. E se morar em uma das maiores metrópoles do mundo não fosse um grande desafio com essa idade, o rapaz ainda conta com pouco dinheiro. Pra piorar, a cidade é castigada por chuvas ininterruptas. Nesse caos, ele conhece a jovem Hina Amano. E é aí que tudo muda na vida dos dois.


É um romance sim. A história gira em torno do casal na maior parte do tempo. Mas, diferente das outras de Shinkai, nessa outros personagens ganham mais espaço e importância na trama. Hina é órfã e vive com o irmão mais novo, Nagisa. Hodaka vai trabalhar e morar com Reisuke Suga, um homem que ele conheceu no navio quando viajava para Tóquio. Na casa também mora a jovem Natsumi.

O tempo do título não é relativo à cronologia. Todo mundo que já conhece Shinkai vai logo fazer essa associação, uma vez que o tempo é matéria prima e personagem em suas obras. Mas aqui não. Aqui é sobre meteorologia. Uma ambiguidade que não é considerada em outros idiomas. Inclusive, o título internacional ficou como “Wheatering With You”. A mudança de tempo entre sol e chuva é o que dá alma ao filme.


Hina é uma “garota-sol”. Coisa da mitologia japonesa. Ela faz uma prece e o céu se abre onde ela está por um curto período de tempo. Um dom. Algo mágico. Ela e Hodaka se juntam e começam a vender esse serviço de levar o sol para onde as pessoas estão. Como está chovendo sem parar em Tóquio, claro, aparecem muitos interessados, mesmo incrédulos. E o negócio dá certo e a dupla vai juntando seu dinheirinho. Mas claro, usar esses poderes místicos tem um preço. E é aí que mora o problema.



O filme é bem bonito como todas as obras de Shinkai. As cores, os detalhes dos desenhos, tudo bem realista. O sol, a luz, as flores, o vento, a chuva, o barulho dos trens, os prédios, as nuvens, as vidraças... Os movimentos das câmeras. É tudo muito agradável, até quando os ambientes são sombrios.

“O Tempo Com Você” é também mais dinâmico, se comparado com outros filmes do autor. As cenas de silêncio, muito presentes em seus filmes, são mais raras. Nessa nova animação há muito mais diálogos e os acontecimentos são mais rápidos. Tem muito do mundo de hoje e das tradições e lendas japonesas. Passado e futuro. Nada é mais japonês que isso. 


Shinkai trata outra vez de temas comuns em suas obras. A relação do homem com o meio ambiente, as dificuldades dos jovens em relação ao mercado de trabalho, a transição para a vida adulta, a construção de relacionamentos, os medos, anseios e necessidades, o não saber lidar bem com sentimentos. Tudo muito bem explorado de forma sutil no desenrolar da história. Que passa rápido e prende bem a atenção. É um filme gostoso de ver e tem tudo para agradar aos fãs do gênero.

Música
Outro ponto que agrada muito é a trilha sonora de “O Tempo Com Você”, em especial a música tema - “Is There Still Anything That Love Can Do?”, da banda japonesa Radwimps.



Comparações
É inevitável que os fãs que já conhecem as animações de Shikai façam comparações de “O Tempo Com Você” com outras obras do autor, em especial, “Your Name”. Há muitos pontos em comum sim. Qual será o melhor? É uma pergunta que vai ser bem difícil de responder. 

Enquanto o novo filme de Shinkai não estreia no Brasil, vale a pena aproveitar o tempo pra conferir outras produções de Shikai. O curta “Vozes de Uma Estrela Distante” (2002) pode ser visto aqui: https://vimeo.com/156345760

Os outros filmes podem ser encontrados em plataformas de streaming na web:
2016 - Your Name - na Netflix
2013 - O Jardim das Palavras - no Youtube
2007 - Cinco Centímetros por Segundo - no Youtube
2004 - O Lugar Prometido em Nossa Juventude - na Netflix


Ficha técnica:
Direção, roteiro e montagem:
Makoto Shinkai
Duração: 1h52
Exibição: Youtube
Gêneros: Animação / Fantasia
País: Japão
Classificação: 12 anos


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